Maria Clara encarou Jared. Os dois estavam dentro do escritório dela.
— Você convidou ele para ficar aqui? Isso não pode ser bom. — Pensa bem, isso vai ajudar na hora de ele nos perdoar. Ele está tendo a chance de ficar perto da Izzy em tempo integral, como antes não teve. — O que eu quero dizer é, ele e eu... No mesmo lugar. — Sossega a periquita mulher. Você está namorando, favor não se iludir com ele. Deixa o Alan em paz. Pelo menos até você terminar com o Murilo. — Eu não vou terminar com o Murilo. Eu gosto dele... Jared franziu a testa. — Ele é diferente Jared. — Diferente de quem?— De todos. Ele é compreensível, ele é gentil, ele é da polícia ou seja, confiável...— O cara perfeito, retirado diretamente de um livro. Sacooo...— Ele é totalmente ao contrário de Alan, que é tosco, mandão, teimoso e briguento...— Ai... Como você pode achar isso ruim. Alan é intensidade, oito ou oitenta, já esseMaria Clara levantou-se de manhã e desceu para tomar café. Jared estava a mesa com cara de poucos amigos.— Bom dia.— De bom não tem nada.— Noite péssima?— Noite terrível. Ai minha Nossa senhora da ressaca que me ajude.Maria Clara sorriu.— Meu Deus...— Aliás, você viu isso?— O quê?Jared passou o celular para ela aberto em uma notícia. Maria pegou e leu.Pela tarde será o enterro do filho do empresário Sandro Monteiro, Diego caiu de oito andares e morreu no local...Maria virou-se para Jared.— Diego morreu?— Você viu? Deus é pai, não padrasto.— Estou chocada.— Você não vai sofrer por isso não é?— Não é isso Jared. É que... Meu Deus, eu não sei explicar.Ele balançou a cabeça.— Tudo bem. Quer um dia de folga?— Não, claro que não. Eu estou bem só... Com dor de cabeça. Eu tenho que terminar com Murilo.— O que? Foi isso mesmo que eu ouvi? Você disse que nunca
Maria Clara entrou no quarto de Alan, dessa vez Izzy não dormia lá, ele estava sentado na cama, com as mãos escondendo o rosto.— Alan? Podemos conversar?Ela fechou a porta.— Eu não preciso agora.— Numa boa eu quis dizer.Ela caminhou até a cama, sentou ao lado dele e tirou suas mãos do rosto dele.Os lindos olhos verdes dele estavam marejados.— Alan, olha para mim, me diz o que está acontecendo. Seja o que for, eu vou te ajudar.— Você não consegue.— Por favor, nunca mais repita essa frase e também, basta me dizer o que está havendo.Ele ficou em silêncio.— Alan você tem que se abrir comigo.— É difícil de falar sobre isso.— Tudo bem. Amanhã eu vou marcar um horário com a minha terapeuta, e você vai. Pronto, problema resolvido.— Para você parece fácil não é? Parece que nunca sofreu na vida.— Eu já sofri muito sim e hoje em dia eu prefiro evitar isso a todo custo. Eu recomendo
— Me solta!Isabelly gritou e esperneou acertando um chute nele. Ele a colocou no chão.— Cale a boca garotinha e entre no carro.— Não!— Petulante. Entra no carro agora!Com força ele começou a empurrá-la para dentro do carro, mas ela resistiu e gritou o mais alto que pode, chamando a atenção das pessoas ao redor.— Sua imbecil... Cale a boca! Garota idiota.Pegou a arma do cinto e antes que fizesse algum mal para ela alguém surgiu atrás de si e o tirou de perto da menina.Murilo socou o homem até vê-lo imóvel no chão. Passou as algemas no braço dele e correu até Izzy.Nesse meio tempo Marcela havia chegado até ela.— Você está bem Izzy?Em resposta, ela o abraçou.Quando chegou em casa Isabelly correu para os braços do pai e ignorando os da mãe, deixando Maria desconfortável, mas afastou a sensação.— Como você está filha?— Com medo.Ela se aconchegou nos braços de Alan te
Um mês passou um pouco lento demais para Isabelly e Maria Clara, a segunda nunca admitiu que contava os dias para a volta do seu amado.Maria Clara tirou o sábado para Izzy e a menina teve tudo o que pediu, foram passear somente as duas, tomaram sorvete, fizeram compras, foram ao cinema, shopping, parques e depois ficaram sentadas nas escadarias da Igreja Matriz terminando de comer uma pipoca colorida.— O que aconteceu com a irmã do meu pai?Izzy perguntou de repente, ninguém mais falava em Donna, ninguém sabia onde ela estava.— Não sei Izzy, ela fugiu da polícia e até agora não a encontraram.— Você acha que ela está bem?Maria Clara deu de ombros.— Na realidade não me importo muito.— Por que mãe?— Não vamos falar disse agora Izzy, não é um assunto agradável sabe.— Tudo bem, e o que você acha do namoro da Bruna e o Luciano?Isabelly perguntou sorrindo.— São perfeitos u
Jared entrou no apartamento e jogou a melhor amiga no sofá, fechou a porta e começou a arrastá-la em direção ao banheiro, com pouca paciência, mas ao mesmo tempo tomando cuidado para não machuca-la.—Ai me solta. — Ela choramingou.— Você está bêbada e imunda Maria Clara, precisa de um banho. — Ele falou em tom de voz mais doce que conseguiu.— Eu não estou não. — Ela falou com a voz arrastada.— Eu te encontrei pelada dentro de um Impala preto. Como é que você transa com alguém que não conhece?Maria Clara desandou a chorar ao ouvir aquela acusação horrível, ela não lembrava de nada daquilo.— Eu fiz o que? Eu não...— Por sorte eu o conheço Maria. Agora, venha. Tome um banho para se recuperar, pelo amor de Deus garota que nível você chegou, hein?Entre os protestos da moça Jared ligou o chuveiro e a deixou embaixo da água gelada.Ele e Maria Clara se conheceram na escola e tornaram-se g
5 anos depois...Maria Clara entrou em casa, batendo os saltos altos e gritou para o alto da escada.— Izzy, cheguei amor. Trouxe uma coisa para você.Uma menina pequena e loira, saiu correndo e desceu pelo escada.— Ei, não corre, você vai cair.A garotinha pulou e se jogou no colo da mãe, Maria Clara a cumprimentou com um beijo na face.— Oi mãe... O que trouxe para mim?— Bolinhos açucarados, como você pediu. Estão ali naquela sacola.Ela desceu do colo de Maria Clara e correu mexer nas coisas que a mãe trouxera.— Oi Kátia. — Maria cumprimentou a moça que desceu pela escada depois da filha. — Obrigada por ter ficado com ela hoje. Depois a gente acerta tudo.— Tudo bem Maria. Quando precisar, me chame. Tchau Izzy.— Tchau Kah.A moça saiu fechando a porta atrás de si. Maria se jogou no sofá e observou todo a casa. Logo depois que as coisas na
Maria Clara bateu o pé e ficou ainda mais irritada, a loira tinha um gênio fortíssimo para lidar com as coisas.— Quem esse babaca pensa que é?— Bom, eu acho que esqueci de comentar contigo que ele tem um gênio forte.— Pois quero que ele e o gênio forte vão para o inferno. — Ela xingou e voltou-se para seu lugar.— Maria eu já tive um trabalhão para convencê-lo. Custa você ir até ele?— Custa, custa muito.Jared bateu o pé irritado.— Olha aqui, você vai sim atrás dele, porque se não for, não me peça de novo pra te ajudar nessas loucuras que você inventa.Jared foi para a porta. Mas voltou.— E lide com sua filha sozinha. Ou acha que vai conseguir enganá-la por muito tempo, fingindo. Acha que ela vai engolir para sempre tudo o que inventar p
Jared ligou para Alan de manhã, o rapaz atendeu ainda sonolento, afinal havia acabado de acordar. — Lembra que eu disse que te daria um emprego aqui na loja se você aceitasse a proposta?— Sim. Lembro.— Vem cá na loja então, para a gente conversar.— Tudo bem, logo estarei aí.— Espero você. Até.Alan desligou, tomou um banho e se vestiu. Saiu do quarto e encontrou a mãe na sala.— Vai sair?— Jared vai me arrumar um emprego na loja dele.— Jared? É um amigo seu, não é?— Sim e a senhora vai aonde? — Eu não disse que ia fazer os exames que você falou? E depois vou lá na casa da comadre Gorete.— Nossa, bom saber disso.— Bom, vamos juntos então. Feche a porta.— Claro. Os dois saíram juntos e Alan fechou a porta. ***Maria Clara encarou Jared.— Você vai colocar o pai da minha filha para carregar caixas?— "Pai da minha filha?" Já está assim?