6- Cercados

Malmy

— Hoje é seu dia, Malmy, estive a sua procura a manhã inteira.

Ergo-me de onde estava, cavando a pequena cova para a semente ser plantada.

— Se eu for agora, os soldados do rei me verão, sentirão a minha falta.

— Mas o Fosso vai enfraquecer — rebate o homem que insistia que eu deveria ir.

— Não vê que eles estão por toda parte? Deixe-me trabalhar, assim que terminar aqui eu vou.

— Se perdermos todo o poder por sua causa...

— Vai fazer o quê, vai me chicotear também? — encaro-o. Valentia brilha em meu olhar. Pra quem já está afundado na merda, um balde a mais não faz diferença.

— Vai se arrepender de me afrontar.

— Você é que vai se arrepender. O guarda já está vindo e se não me deixar trabalhar, nós dois seremos chicoteados.

O velho bruxo se afasta. Seu olhar tem promessas das mais perversas ao me encarar.

Continuo meu trabalho debaixo do sol quente. A pequena pá em minhas mãos é enfiada no solo, fazendo mais uma cova.

Dou um passo a diante e faço outra, e assim prossigo meu tra
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