MarryMinha pele gritava devido as últimas agressões que havia sofrido. Ser escrava significa que qualquer erro, por mínimo que pudesse ser, ele era descontado em seu corpo: dias sem comer; escassez de água e o mais comum: as chicotadas. Ontem derramei água por estar fraca demais e minha recompensa foram vinte chibatadas.Minhas costas estavam queimando, os cortes recentes ainda se fechando e nada podia encostar na pele dolorida, por isso estava deitada de bruços sem nada na parte de cima do corpo. Sobre minha pele ferida, minha mãe havia colocado ervas para ajudar na cura e evitar a infecção.Preocupada, minha mãe disse:— Precisa se curar, minha filha, em três dias é a visita do rei. Ele não gosta de ver nenhum de seus escravos deitados, doentes... tudo ele julga como fraqueza e manda matar.Eu respondi:— Aquele rei desgraçado, eu queria muito arrancar a face dele com as unhas.— Fala baixo, filha, se alguém te ouvir podem levar suas palavras ao rei e então estará perdida.Gemo baix
YanA escolhi por dois motivos: seus olhos negros e desafiadores e seu poder de fogo. Preciso de um herdeiro, mas não quero uma companheira. Também não quero uma mulher maculada, por isso escolhi uma virgem. Resolvi unir a utilidade de uma escrava pessoal e possível genitora do meu filho com uma habilidade que pudesse me ser útil em um futuro próximo.A guerra se aproxima, meu reino estará exposto, meu império de lobos será abalado se eu morrer e não houver um herdeiro para herdar o que conquistei.O som na porta me desperta.Eu ordeno:— Entre.— A escrava, senhor — A serva avisa e, ao se afastar, o meu lobo desperta ao ver a mulher linda na minha frente. O corpo imaculado vestindo apenas o tecido banco fino e transparente.Marry se assusta ao ver o lobo negro gigantesco se aproximar dela, mas logo se recupera e se mantém inabalável em seu lugar. Gostei disso nela, silenciosa e controla o medo como poucos conseguem. Perfeita.Cheiro a beldade na minha frente. Seus cabelos foram domad
Marry O fogo me consumia, sentia minha carne se rasgar e encolher. Meus ossos ficaram expostos, minha garganta se secando e a pele rachando. Meus cabelos pegam fogo e uma dor lancinante atravessa meu corpo quando o osso de minha perna se racha. A dor me paralisa, há somente o grito atravessando a minha garganta e nem sei como, pois já estou quase completamente consumida pela chama. Minha carne está enegrecida, torrada, há somente restos ainda agarrados aos ossos. Continuo gritando por uma eternidade e então sinto um alívio. — Será que morri? — penso. Meu corpo relaxa e então eu desperto. Assim que abro os olhos me arrependo, pois vejo o motivo de meus pesadelos na minha frente. O homem que em outro momento poderia simplesmente me pedir para dormir com ele que eu aceitaria. Não precisaria de ameaças ou de tortura. Mas ele só tinha a beleza externa, seu interior era podre e era isso que eu via agora na minha frente. Um rei mesquinho, rude e cruel. Ele me salvou do meu pesadelo, mas
Yan Meu reino, meu império, está em festa. Com três meses de vida, meu filho será apresentado a todos como o meu primogênito. O futuro alfa, aquele que conduzirá o império dos lobos negros após a minha partida. O alfa híbrido, descendete de uma bruxa poderosa. Quando Marry explodiu em fogo negro, entendi o que ela quis dizer. O fogo que ela carregava era frio como a morte, não queimava, mas sugava a vida de tudo o que ela desejava sugar. E meu filho trará seu poder dentro de si, junto com a força e dominância de um alfa. Enry está em meus braços. Tecido preto, como o carvão, bardado com fios dourados envolvem o corpo nu do meu filho. — O primogênito do alfa! — pessoas gritavam. — Nosso futuro rei! — outros completavam. Com o som avassalador, meu filho abre seus olhinhos verdes e resmunga. As mãozinhas com dedinhos esticados buscam por segurança, algo que lhe tire da cacofonia histérica dos súditos que estão no pátio do castelo. Assim que surjo na varanda destinada a discursos p
Atenção para os dias de publicação: Segunda, quarta e sexta. Deixe seu comentário e indique a leitura para as amigas. Boa leitura! *** Marry A floresta a minha frente estava em chamas. Labaredas engoliam as árvores, gritos envolviam a noite ao meu redor e um choro irrompeu até meus ouvidos. Meu corpo estremeceu... meu filho... Enry... era o choro do meu filho. Comecei a correr naquela direção. — Enry! — gritei por ele mesmo sabendo que era pequeno demais para responder — Enry! — Yan! — grito pelo pai do meu filho, pois se ela estiver ao alcance da minha voz com certeza o salvará. — Nosso filho! Continuo a correr na direção de seu chorinho. As chamas aumentam mais, cada vez mais e estou sozinha. Nem Yan nem seus soldados, ninguém está aqui para nos ajudar e eu preciso encontrar o meu filho, só não sei como. O choro se torna mais forte e eu vejo nitidamente centenas de lobos, todos me cercando, me impedindo de avançar pela floresta. Não tenho escolha. Meu filho está ali em alg
Malmy— Hoje é seu dia, Malmy, estive a sua procura a manhã inteira.Ergo-me de onde estava, cavando a pequena cova para a semente ser plantada.— Se eu for agora, os soldados do rei me verão, sentirão a minha falta.— Mas o Fosso vai enfraquecer — rebate o homem que insistia que eu deveria ir.— Não vê que eles estão por toda parte? Deixe-me trabalhar, assim que terminar aqui eu vou.— Se perdermos todo o poder por sua causa...— Vai fazer o quê, vai me chicotear também? — encaro-o. Valentia brilha em meu olhar. Pra quem já está afundado na merda, um balde a mais não faz diferença.— Vai se arrepender de me afrontar.— Você é que vai se arrepender. O guarda já está vindo e se não me deixar trabalhar, nós dois seremos chicoteados.O velho bruxo se afasta. Seu olhar tem promessas das mais perversas ao me encarar.Continuo meu trabalho debaixo do sol quente. A pequena pá em minhas mãos é enfiada no solo, fazendo mais uma cova.Dou um passo a diante e faço outra, e assim prossigo meu tra
YanHoje é dia de A caçada. Esse evento serve para reaproximar a alcateia, trazer nossas raízes de volta e reafirmar a posição e importância de cada um.Mas antes de sair do castelo, passei no quarto da minha escrava e ordenei que me aguardasse em meus aposentos, pois depois de horas correndo, caçando, uivando e matando, precisarei do alívio urgente do sexo.Só de pensar em sua pele macia, sinto a urgência de retornar para meu quarto, mas o momento com meus lobos também é importante.Estamos todos em forma lupina, somos todos negros, mas reconhecemos muito bem um ao outro. Como Alfa da matilha sigo na frente, conduzindo os outros lobos pela trilha na floresta. Logo atrás de mim vem meu Beta, meu braço direito nas estratégias de defesa do reino. Os demais seguem atrás de nós.Qualquer som de folhas e galhos estalando, faz com que paremos de caminhar. O instinto de caça aflorando, as orelhas sensíveis percebendo cada som. O cheiro do medo nos entrega a posição da vítima. Um cervo. Ele s
MarryO que senti nos braços do Alfa foi diferente do que já havia experimentado até aquele momento. O beijo foi urgente e cheio de desejo, diferente do que havia sido até ali e confesso que gostei do que senti. Me lembrei da deusa Mãe me dizendo que me tornaria uma Luna e que não precisaria fazer nada para que isso acontecesse.No momento em que estava muito envolvida dos braços do rei, senti algo urgente, algo que não sentia há muito tempo. Como se algo estivesse sendo arrancado de mim, a fraqueza foi instantânea e não pude fazer nada além de ceder à escuridão que me envolveu.O frio me cercou e me tragou para um lugar onde meu corpo parecia flutuar, era escuro, vazio, como se minha alma tivesse sido retirada de mim. Só senti isso uma vez: quando minha irmã foi gravemente ferida e estava à beira da morte. Os cortes provocados pelas chicotadas infeccionaram e a coleira em torno de seu pescoço não permitiu que que seu corpo se curasse.O tratamento de ervas da minha mãe não funcionou