EnryHiran e Killan me levaram para onde nossa irmã estava. Com cuidado, andando sempre pela escuridão, fugindo da claridade que vinham de lâmpadas, algo que não sei o que significa, mas que clareia tudo ao seu redor, mais do que uma lamparina.Porém, no corredor que levava para a tal sala, não havia onde nos esconder, era tudo muito claro, como se ainda fosse dia. Damos alguns passos naquela direção, ouvindo vozes abafadas escaparem da porta, até que o grito de Margot me alerta.— Temos que entrar agora — sussurro, já me preparando para me transformar.Meus irmãos e Margot acenam em concordância, porém não quero arriscar a vida de minha esposa.— Meu amor, é melhor nos esperar aqui fora... — começo a falar, mas Naiara me interrompe.— Nem termine de falar, Enry! — A sua face ficou vermelha, mostrando que não gostou da minha atitude. — Não sou de vidro, não vou me quebrar se entrar lá com vocês.Ela mostra tanta certeza quando fala que eu realmente acredito que ela é forte o bastante
MargotMeu corpo está fraco e dolorido, ao me encostar na madeira da mesa o sono começa a me atingir. Um sinal de que meu corpo precisa se recuperar. Mas não posso simplesmente me render ao sono agora. Se meus irmãos não tivessem invadido o cômodo, com certeza deixaria a exaustão me dominar, mas com eles aqui, lutando por mim, não posso simplesmente deixar me abater.Imediatamente me lembro do que Handall me disse. As esferas contendo o seu poder podem ser usadas por qualquer um. Me arrasto até o suporte onde as esferas estão, enquanto isso o bruxo se mantém entretido enfrentando o meu irmão e minha cunhada circula mantendo a minha segurança.Preciso parar para respirar um pouco, o breve esforça já me deixa exausta. Drenaram muito de mim, mesmo estando consciente. Se estivesse inconsciente teriam me matado.Observo o outro lado da sala e vejo os gêmeos lutando com duas bruxas, mas eu sei que se Killan quisesse ele poderia acabar com isso de uma vez, porém, o poder dele é como o de min
EnryDentro daquele cômodo foi uma verdadeira confusão. Enquanto enfrentava Handall, os gêmeos lutavam com duas bruxas e elas eram muito poderosas. Podia sentir o resquício de sua magia em minha pele quando se aproximaram demais, e quando vi que Hiran e Killan estavam perigosamente perto da larga abertura na parede, me preocupei, mas não podia fazer nada, pois estava envolvido em um embate com Handall.Mas para minha surpresa, o ataque do bruxo, que deveria me matar, foi congelado no tempo por minha irmã e seu pedido foi para que ajudasse os gêmeos. Porém, era tarde demais. Vi Killan e em seguida Hiran desaparecerem no mar revolto, engolidos pelas ondas altas e agitadas. Não havia o que fazer, se eu mergulhasse atrás deles, seria somente mais um desaparecido. E minha esposa estaria sozinha para levar Margot para casa.Margot já estava quase desfalecia quando cheguei perto dela. Fraca demais, ela não poderia ter usado o seu poder, mas fez isso para salvar a minha vida. Quando Naiara e
NaiaraA exaustão me tomou quando deitei no chão ao lado de meu marido. Mesmo com o chão duro, dormi como há muito tempo não dormia. Acordei e quando olhei para o sofá, não vi Margot. Me sentei e olhei ao redor do cômodo, finalmente a vendo próximo a janela.Me levantei, ajustei o laço do roupão e fui até ela. Ao me aproximar, vejo que observa a chuva que cai.— Está bem, Margot? — questiono.Ela suspira e se vira para mim, um segundo depois ela está me abraçando e o soluço escapa forte de sua garganta, como se ela estivesse se contendo há muito tempo— Meus irmãos, Nai... — soluça. — Eles vieram me salvar e acabaram ao mar revolto, e não para de chover. — Hiran e Killan são homens fortes, eles estão bem. Eu tenho certeza — falo, mesmo sem ter absoluta certeza. Mas quero tranquilizar o coração aflito da garota.— A culpa é minha, Nai... — Sinto o corpo dela tremer, enquanto me abraça forte.— Você não tem culpa de nada, Margot. — Acaricio seu cabelo.— Não posso ir embora sem tentar
MargotJá rondamos todo o litoral e nada dos gêmeos. A chuva não cessa, as ondas estão altíssimas e batendo com violência nas pedras. Minhas lágrimas são lavadas constantemente pela chuva forte que encharca o couro da minha roupa.Já estou exausta de tanto usar minha magia para parar o tempo.“Margot, não vai adiantar. Já andamos quilômetros. Se eles conseguiram sair da água, estão escondidos em algum lugar sabe-se lá onde” ouço a voz de Enry em meus pensamentos, sei que está preocupado comigo. Ele vem repetindo que posso ficar doente a todo momento.Suspiro, pois ele tem razão. As horas passam e nenhum sinal dos gêmeos. Naiara se aproxima de mim, indicando a amarração em suas costas. A esfera está ali, guardada em segurança.“vamos para casa, Margot” agora é Naiara que fala comigo.Desamarro com cuidado a esfera, seguro-a firme em minha mão. Enry e minha cunhada se aproximam, ficando perto de mim, lanço a esfera para cima e visualizo a nossa casa em nossa aldeia na Terra de Luna. A l
EnryCorri em busca do curandeiro que rapidamente atendeu ao meu chamado. Os lobos espantaram-se em me ver naquela forma semilupina, mas para eles apenas reforça minha herança e aumenta o respeito que possuem por mim. Em menos de um ano, eu serei o alfa da aldeia.No momento, minha esposa ainda está desacordada, deitada na cama do quarto de Magot, mas o curandeiro afirmou que ela está bem, que é apenas questão de tempo para que ela desperte. Porém já fazem horas e Naiara não desperta.Margot tem o olhar distante, para além da janela. Está calada e sei que culpa a si mesma por tudo o que aconteceu.— Maninha — falo, aproximando-me. — Não fique assim. — Passo um braço por seu ombro, abraçando-a.— Não sei se eles estão vivos, Enry — murmura com os olhos fixados além da janela. — E Naiara ainda está desacordada. Tudo culpa minha.Viro-a de frente para mim e seguro firme em seu rosto.— Olha para mim, Margot. Você não tem culpa de nada, entendeu? — As lágrimas correm livres por sua face e
Seis meses depoisEnryEstive em Terra de Eva duas vezes depois do meu retorno para casa com minha esposa e minha irmã.Da primeira vez, viajei com meu pai. Ele ficou admirado com a cidade e não tem como não ficar, porém, o nosso objetivo não pôde ser cumprido.Percorremos o máximo que conseguimos da floresta em nossa forma lupina e nada de meus irmãos. Passamos noites em claro tentando sentir o aroma mais puro do ar que poderia carregar o cheiro de Hiran e Killan, mas nada foi possível.As atividades na cidade humana estava mais próxima ao normal, mesmo que nossa presença o deixem desconfiados. Eles correm, se afastam de nós, de alguma forma conseguem identificar que não somos daquele mundo. Mas o que importa é que, tendo voltado ao normal, toda atividade humana deixa um cheiro estranho no ar que impregna a tudo e nos impede de sentir aromas a uma certa distância. Isso nos forçava a procurar por eles durante a noite.Depois de nossa primeira tentativa falha, retornei mais uma vez soz
Olá, queridos leitores!Chegamos na metade dessa série de quatro livros. Agora vão conhecer a sinopse a degustação do terceiro livro da série que será publicado somente em janeiro. No mês de janeiro procurem pelo título Apaixonada pelos gêmeos, e vamos continuar a saga de Yan e sua famíla.Boa leitura!SinopseKillan e Hiran, irmãos gêmeos e filhos de um alfa poderoso, sempre foram inseparáveis. No entanto, suas vidas tomam um rumo inesperado quando Izys, uma mulher marcada por tragédias pessoais, cruza seus caminhos. Após perder o pai para o câncer e cuidar sozinha de sua mãe doente, Izys se vê traída pelo noivo, que a culpa por sua própria infidelidade. Devastada, ela tenta acabar com sua vida, mas um homem misterioso a resgata no último momento. Sem saber, os gêmeos a encontram em diferentes circunstâncias e ambos se apaixonam. Agora, o forte laço entre os irmãos será testado: uma mulher poderá ser a razão para separá-los.Capítulo 1- O salvadorIzysQuando abro a porta do meu apar