HandallA garota é jovem e inexperiente demais. Nem sabe controlar o seu poder, mas vi o suficiente para comprovar o quanto ela é poderosa e o quanto o que pode fazer é útil para mim. Porém, não há como trabalhar com a garota lúcida, ela entraria em pânico.Por isso Hilla entrou em ação, hipnotizando a jovem e induzindo-a a fazer exatamente o que queremos.— Dara, se prepare — anuncio para a bela bruxa de pele negra. — Vou entoar um feitiço no momento que o poder de Margot estiver sendo extraído, ao meu sinal você irá prendê-lo em seu orbe.— Entendido, supremo — a mulher confirma e autorizo a Hilla começar a extrair.Margot perdeu a consciência, mas o seu corpo continua de pé, seguindo os comandos da bruxa. O poder que deixa o corpo dela é claro, quase transparente, e por onde passa deixa uma imagem distorcida, Isso mostra o quanto ele é forte, porém a garota ainda não sabe utilizá-lo.O cântico que deixa meus lábios, ordena à magia que há em mim a se misturar com o poder de parar o
MargotHandall é um louco. Ele quer escravizar o povo tendo o mínimo de trabalho, e quantos mais possuir para ele é melhor. Onde o homem colocará tantas pessoas escravizadas, eu não faço a menor ideia.A roupa apertada me incomoda, nunca usei nada do tipo. Talvez Naiara fosse gostar deste traje, mas eu não. Me sinto exposta. E agora estou num lugar alto, em cima do que o bruxo chamou de prédio.Uma coisa que ele disse é verdade: eu nunca vi nada parecido com isso. Parece um mundo completamente diferente do meu.Handall ergue os orbes, dizendo que me mostrará o que posso fazer e então tudo acontece: a esfera que ele havia lançado explode e até onde a explosão alcança, o tempo para, nada se move, até mesmo os pássaros param de voar. Olho estupefata, jamais imaginei que a magia que há em mim era capaz de um feito como este.— Agora entende o que há em você e que estava escondido por todo este tempo? — inquire e eu, ainda pasma com o que presencio, o encaro sem ter o que dizer e ele ri. —
MargotQuando chego no quarto, meus irmãos, que estavam sentados em minha cama me aguardando, se colocam de pé de uma única vez. Ambos Vêm na minha direção, preocupados.— O que aconteceu? Sentimos tudo tremer, mas depois cessou e ficamos preocupados — fala Killan, vindo me abraçar.— Você está bem? Não se feriu? Ele fez algo a você? — Hiran também me abraça, preocupado.— Estou bem — respondo e meus irmãos se afastam. — Handall usou meu poder em um feitiço muito cruel — sinto o peso das palavras quando as pronuncio.Conto a meus irmãos sobre como o bruxo usou o meu poder, para quê usou e me sento na cama não conseguindo mais permanecer de pé, tamanho o peso que sinto sobre os meus ombros.Sinto o braço de Killan me envolver e o abraço, apoiando minha cabeça em seu peito.— Irmãzinha — diz ele. — Se ele trouxe todas essas pessoas para cá e disse que se ocuparia com elas, agora... — Ele me afasta um pouco de seu corpo para olhar em meus olhos. — Talvez esse seja o momento de fugir.Com
NaiaraMinha mãe foi embora e eu até agradeci aos céus, sei que ela ama meu pai, mas sua presença traz um peso estranho para o ambiente. Fico com ele por alguns minutos conversando, quando sou surpreendida com meu sogro abrindo a porta do quarto em um rompante para anunciar que os gêmeos haviam enviado uma nova mensagem informando que o navio partiria pela manhã no dia seguinte.Enry havia saído há poucas horas, mas já deveria estar pela metade do caminho.— Como poderemos avisar a Enry? — questiono.— Terei que partir imediatamente — anuncia o Alfa. — Não há como alcançar Enry, e ele não terá tempo de voltar.— Eu vou — falo me colocando de pé.— Não — falam meu pai e meu sogro ao mesmo tempo. Os encaro.— É perigoso para você, filha — meu pai completa, falando como se eu fosse uma criança indefesa.— Eu sei me defender — me pronuncio determinada, — Ele é meu marido, devo ajudá-lo.— Ele a deixou sob meus cuidados e eu digo que você não vai — ordena o alfa e eu estremeço, mas não ob
EnryEnquanto aguardo a partida do próximo navio, percebo outras pessoas atrasadas se aproximando. Estou distraído, olhando para o horizonte quando ouço alguém chamar meu nome.Quando olho na direção da voz, percebo que é minha esposa. Não vejo ninguém ao seu lado, ela está sozinha. Como ela chegou aqui? A que riscos se submeteu para que estivesse na minha frente agora? Meu pai permitiu que ela saísse sozinha? Duvido!— Naiara!Ela corre para mim e a seguro firme em meus braços. A saudade é avassaladora e meus lábios atingem os dela com fome.— Cheguei a achar que não viria — comenta com alívio em sua voz.— Me falaram que o navio partiria de manhã, não que sairia logo que amanhecesse. Quando cheguei ele já havia partido — explico.— Recebemos a mensagem de seus irmãos, chegou poucas horas depois de você sair. Eu vim assim que recebi a mensagem. — Ela explica sobre a mensagem dos gêmeos que receberam e estende sua mão e toca em minha face. — Estava preocupada com você. — Seus olhos de
MargotMeus irmãos e eu entramos em um dos prédios para nos esconder da ira de Handall. Se nos escondermos bem, ele não poderá nos achar. Esses lugares são como labirintos. São vários andares cheios de corredores e portas.Subimos vários andares e entramos em um dos corredores quando já estávamos cansados. Abrimos as várias portas e eram todas iguais: salas com uma mesa central e cadeiras na frente e ao lado. Todas vazias.No fim do corredor abro uma porta cuja sala é diferente das outras, esta tem um sofá como o que meus pais possuem, mas com um aspecto mais confortável. Tem coisas que não haviam nas outras salas.— O que é isso? — pergunta Killan, mexendo em algo que parece vidro, mas não é. — Parece que tem água dentro, mas não sei por onde tirar.Eles ficam procurando uma forma de tirar água do recipiente que encontraram, enquanto eu avanço pelo cômodo, explorando. Tem uma mesa com coisas em cima.— Vocês vão gostar disso — falo e ouço o barulho de água sendo derramada. — O que vo
MargotMeu coração se aperta ao ver a notícia, pois me sinto culpada. O meu poder foi o responsável por causar tudo de mal que estas pessoas estão vivendo agora.— Está se sentindo bem, irmãzinha? — Killan se aproxima, todo preocupado e carinhoso.Percebo o motivo quando o seu dedo passa por minha face, limpando uma lágrima que escorre livremente.— Eu sou a culpada disso — sussurro com a voz embargada.— Não — responde Hiran e ele se aproxima também. — Não diga isso. Você é mais uma vítima daquele bruxo dos infernos.Balanço a cabeça em negativa.— Mas é o meu poder que fez isso! — exclamo, chorando, as lágrimas garnahnado mais vigor.— Você não teve controle sobre isso, foi usada — Hiran interveio, seus olhos azuis brilhando de emoção e tristeza assim como os meus.— Esse colar em seu pescoço — Killan toca na coisa em mim. — A torna tão escrava quanto as outras pessoas. Temos que dar um jeito de tirar isso.— Mas como? — pergunto. — Já tentei, isso não sai de jeito nenhum, só com a
HandallA felicidade acabou quando cheguei ao navio. Estava um tremendo caos, os guardas apavorados não sabiam o que fazer. Muitos daqueles que foram direcionados para o navio com a magia, foram lançados ao mar. As pessoas estavam atordoadas demais para se lembrar de nadar, então muitos afundavam e os guardas tentaram resgatar o máximo possível, mas eram muitos.Quando cheguei tentei usar meu poder para resgatar alguns sobreviventes. Infelizmente, vi que funciona, mas é necessário algum ajuste. Preciso saber o que aconteceu, o que levou a esse erro? Brado com meus guardas, despejando sobre eles a minha frustração e o pior acontece.Toda a movimentação do navio fez com que o convés ficasse desprotegido e Margot fugiu. Esfrego o rosto em frustração e urro de ódio, sinto uma onda de magia deixar meu corpo como resposta. Preciso ir atrás de Margot.***Não foi difícil encontrar a jovem, ela não tinha ido longe. Senti a sua magia e segui seu rastro. Ela se escondeu em um dos prédios, teria