Eu fiquei pensando sobre aquilo, eu não podia simplesmente deixá-lo entrar assim. Eu era uma furada e todos que me conheciam sabiam disso. Ele não estava sendo coerente, como assim ajudar uma desconhecida? Mas, ele parecia ser tão sincero, ele me fazia querer ser ajudada. Aquilo reacendia uma pequena chama de esperança dentro do meu coração, o medo de que aquilo fosse me derrubar me afetou. Eu só queria sair correndo dali e voltar para minha vida de merda até o dia em que eu não aguentasse mais. Mas... Eu não sei. Algo me dizia que ele não iria desistir tão fácil assim.
— Emily. — Falei quando ele se levantou.
— Como? — Ele disse virando-se novamente para mim.
— Emily, é o meu nome de batismo. — Falei abrindo um sorriso sem graça.
— É um prazer conhecer você Emily, já é um bom começo. — Ele sorriu. — Vou preparar o nosso almoço, descanse e não faça besteiras. — Ele falou virando as costas e saindo do quarto.
Aquilo me fez sorrir, ninguém além dele sabia, mas ouvir alguém me chamar por meu verdadeiro nome realmente me fez chorar. Coloquei o travesseiro sobre meu rosto tentando abafar o soluço.
“— Emily, o almoço está pronto. — Emília Falava no pé da escada...
— Eu já vou mamãe. — Falei aparecendo no topo da escada toda sorridente.
— O que está fazendo filha? — Minha mãe (Emília) perguntou completamente carinhosa. — Eu e o papai estamos lhe preparando uma surpresa, mas é uma surpresa. — Falei com cara de sapeca.
— Agora eu estou curiosa! — Minha mãe falou me carregando no colo após eu descer as escadas correndo.
— Tenha calma mamãe, você vai amar! — Falei animada a abraçando.
— Você é muito esperta para uma menina de quase cinco anos, eu sei que vou amar Emy. — Ela falou me chamando pelo meu apelido e logo depois me dando um beijo na testa. — Mas vamos almoçar primeiro...”
Meu coração se apertou ao lembrar daquilo, da minha mãe, dos meus pais. Que saudade! Não estar sozinha, ter alguém mesmo que desconhecido trouxe uma coisa estranha dentro de mim, um sentimento de segurança que só a minha família havia sido capaz de trazer. Aquela foi a última vez em que alguém preparou o meu almoço, foi a última vez em que meus pais me prepararam algo!
...
Eu estava ficando cansada de ficar deitada naquela cama, haviam se passado uns vinte minutos desde que o David havia dito que prepararia o almoço. Eu me levantei e resolvi sair do quarto e conhecer um pouco do ambiente onde estava. Não havia notado que eu estava vestida com uma camisa de homem, uma calcinha e short. Sai do quarto com um pouco mais de esforço, realmente eu parecia ter quebrado algumas costelas, às vezes me faltava um pouco de ar ao andar. Então fui andando devagar e notei que eu estava no segundo andar, segui por um pequeno corredor que havia mais duas portas, então desci com um pouco de esforço as escadas. Depois de respirar por alguns segundos, segui conhecendo a casa na qual eu estava hospedada. A sala era linda, um pouco ampla e com paredes de vidro que mostravam um lindo jardim. Sorri; meu príncipe encantado tinha um jardim, a sala tinha um sofá imenso em forma de L e uma tevê de cinema. Do outro lado, uma cozinha enorme com um David usando fones de ouvidos, completamente concentrado no fogão enquanto cantava algo. E "pasme", ele tinha uma voz incrível. Sentei-me no balcão e fiquei encarando aquela cena, ele me fazia rir com as imitações. Ele se virou entretido na música e quando me viu tomou um susto, o que me fez gargalhar.
— Ops. — Falei ainda rindo.
— Você quer me matar de susto? — Ele falou com um sorriso descontraído no rosto.
— Não era a minha intenção, mas você canta muito bem. Temos que eliminar a concorrência. — Eu falei dando uma piscadela.
— Então você também canta? — Ele falou se apoiando no balcão.
— Claro que canto! Sou uma estrela, meu bem. — Falei com um sorriso descontraído.
— Ah não, agora eu terei que lhe desafiar! — Ele falou apontando uma colher de pau para mim.
— Não, não quero humilhar você, mas canto desde os meus quatro aninhos. — Falei abrindo um sorriso desafiador.
— Não! — Ele disse rindo. — Uma menina prodígio na minha casa.
— Pois é, que privilégio! — Eu disse dando uma piscadela descontraída.
— Está feito, estou lhe desafiando. — Ele disse com um olhar sério e um sorriso de canto.
Ele se virou para mexer o que estava no fogo, e aquilo mexeu comigo, aquele olhar, aquele momento. Eu não tinha um momento como aquele desde os meus cinco anos.
— Bom... — Ele disse me tirando dos meus devaneios. — Não me diga que sabe cozinhar também, porque aí eu terei que lhe vencer em duas coisas ao mesmo tempo. E, acredito que você não aguente.
— Oh minha nossa, como você é humilde. Eu não cozinho! — Falei levantando as mãos em sinal de rendição.
— Bom... Eu sou a humildade em pessoa, e você a teimosia. — Ele disse colocando nossos pratos.
— Eu não sou teimosa. — Falei rindo.
— Ah não? Eu lhe carreguei para que não precisasse ir ao banheiro sozinha e você simplesmente me desafiou vindo do quarto até aqui. — Ele me encarou com um sorriso. — Você é a teimosia em pessoa.
— Obrigada pelo elogio. — Retribui o sorriso.
Ele riu me encarando por um tempo e depois voltou a colocar nossa comida. Ele me deixava sem graça de uma forma que eu não estava acostumada. Ele nos serviu e sentou à minha frente para comer.
— Nossa... — Falei, estava realmente delicioso. Era um tipo de bife à milanesa.
— Eu sei, poupe os elogios. Sou um cozinheiro de mãos cheias. — Ele deu de ombros com um sorriso vitorioso no rosto.
— Eu ia dizer que está comestível, mas... — Falei dando de ombros e o olhando de soslaio.
— Como se ousa a dizer isso de um chefe como eu? — Ele falou fingindo estar ofendido enquanto comia.
— Ah então você é um chefe? — Falei rindo.
— É um hobby. — Ele disse dando de ombros. — Amo fazer muitas coisas e uma delas é cozinhar.
— Hum... Interessante! — Falei pensativa enquanto comia.
Ficamos calados saboreando por um tempo a comida deliciosa.
— Então... Você quem me vestiu! — Falei pensativa, aquilo soou engraçado.
— Bom, um trabalho árduo. Eu tinha que fazer, você estava desacordada e... Enfim... — Ele falou meio sem graça.
— Um trabalho árduo? — Eu falei rindo daquilo. — Minha nossa...
— Não me leve a mal. — Ele disse rindo e me encarando. — No meu antigo trabalho eu já tive que vestir muitas mulheres, mas agora é diferente... — Ele ia falar algo, mas logo voltou a comer.
— Eu não vou cometer a garfe de lhe perguntar se você já foi garoto de programa. — Falei ainda sem pensar.
— Nesse caso; eu teria que despir e não vestir, não? — Ele me perguntou com um olhar extrovertido.
— É... — Falei achando graça daquilo. — Do que você trabalhava?
— Bom, vamos fazer assim... Um dia, eu te conto. — Ele piscou para mim pegando nossos pratos e levando para pia.
— É injusto. Você sabe onde eu trabalho. — Falei o encarando, de costas ele era tão lindo quanto de frente.
— Ué, tudo bem. Eu trabalho agora no ramo de fotografia. — Ele falou dando de ombros enquanto lavava os pratos.
— Você é muito espertinho, David. — Eu disse sorrindo, ele de fato me pegou. Aproximei-me com um pouco de esforço, pegando um pano de prato para enxugar os pratos.
— O que você está fazendo Senhorita Emily? — Ele me encarou por um minuto.
— Te ajudando a secar os pratos. — Falei dando de ombros.
— Nem pensar. — Ele disse tentando pegar o pano da minha mão.
— Me deixe te ajudar, querido. — Falei arqueando uma das sobrancelhas.
— Você me pegou. — Ele disse se rendendo.
Ele lavou os pratos e eu fui enxugando e colocando na bancada para que ele pudesse guardar. Quando terminei fiquei na bancada esperando que ele terminasse de guardar os pratos.
— Iai. Quer assistir alguma coisa? — Ele me perguntou quando terminamos.
— Pode ser, sei lá. — Falei o acompanhando até a sala e me sentando no sofá.
— Que tipo de filme você gosta? — Ele me perguntou ligando a tevê na Netflix.
— Eu... Não sei. O que você achar melhor! — Falei meio sem graça.
— Não, vamos assistir o que você gosta. — Ele disse colocando na seção filmes.
— Eu não costumo assistir muitos filmes, não tenho tempo. — Falei começando a me sentir triste. Eu realmente não ligava muito para assistir filmes.
— E o que você faz nos tempos livres? — Ele perguntou me encarando.
— Eu não tenho muito tempo livre. — Eu disse suspirando.
— E o que você faz quando TEM tempo livre? — Ele continuou me encarando.
— Bom, eu durmo. Ou, danço. Às vezes pego uma condução e paro em algum lugar de frente para praia e leio um bom livro. — Falei perdida em pensamentos.
— Você dança? — Ele me encarou com um olhar mais divertido.
— Nem vem. — Falei rindo.
— O que? Foi você quem disse. — Ele falou rindo.
— Você escutou só isso? — Falei ainda rindo.
— Ué. Vamos voltar aos filmes então, pensa num filme que você gostaria muito de ver, sei lá. Tira do baú. — Ele falou agora sério.
— Qualquer um? — Falei pensativa.
— Qualquer um. — Ele assentiu.
— Você vai me achar uma idiota. — Falei dando de ombros agora séria.
— Não vou não. Vamos lá. — Ele disse sorrindo gentilmente agora.
— Barbie. — Falei automaticamente.
— Barbie? Mesmo? — Ele disse escondendo um sorriso.
— Eu falei que você iria me achar uma idiota. — Falei agora fazendo um biquinho de chateada.
— Não acho, acho até fofo. — Ele sorriu carinhosamente. — Vamos lá, qual das Barbies?
— Como assim? — Eu falei confusa ao vê-lo colocando o nome Barbie na aba de pesquisa e apareceram vários.
— Têm vários. — Ele disse olhando para a tela.
— Nossa... Eu só conhecia um. — Falei olhando para a tela. — Esse... — Falei ao vê-lo colocar a seta de pesquisa em um com o título “Barbie- Castelo de diamante.”.
— Mentira. — Ele disse. — Você só assistiu esse? — Ele disse me encarando por um momento e voltando a olhar para a tevê.
— Sim. Era o preferido da minha mãe e o meu. Assistíamos sem parar, então eu, ela e o papai, cantávamos juntos. — Falei rindo com aquela lembrança.
— Parece uma cena e tanta. — Ele disse com um sorriso fofo agora me encarando. — Qual a parte que vocês gostavam de cantar? A da dupla?
— Claro que não. Eu gostava da parte da bruxa! Era mais legal! — Falei rindo.
— Você parece mal mesmo. — Ele riu com aquilo. — Então tá, vamos assistir Barbie.
— Sério? — Eu perguntei ficando séria de repente.
— Não é o que você quer assistir? — Ele perguntou.
— É, mas... A gente não precisa assistir isso. — Eu falei meio que sem graça.
— Que besteira, eu gosto de Barbie. Gosto das mocinhas, mas até que a bruxa não é nada mal. — Ele abriu um sorriso divertido e colocou o filme.
Eu sorri com aquela frase dele, não falei mais nada só desviei o olhar para a tela e me senti hipnotizada pelo filme. Eu pude voltar ao meu passado, me lembrava de cada parte, de cada vez em que meus pais cantavam ao meu lado. Eles costumavam encenar os personagens, me faziam se divertir e gargalhar cada vez que assistíamos aos desenhos e por serem tão incríveis na interpretação da bruxa eu simplesmente escolhia aquele desenho sempre que podia. Me vi cantando baixinho algumas músicas do desenho e rindo em algumas cenas. Eu estava hipnotizada, quase podia sentir o cheiro de meus pais, podia ouvi-los cantando junto comigo... Eu me sentia bem de novo.
DAVID:Tudo havia acontecido rápido demais, num dia eu estava vivendo minha vida rotineira aprendendo a viver sozinho, e no outro tudo havia mudado com uma desconhecida em minha casa. Tudo havia sido num piscar de olhos, num momento eu havia encontrado ela sendo espancada por moleques de rua e em outro ela estava ali dando o sorriso mais lindo do mundo. Eu não sei qual o propósito para as nossas vidas, não sei o que o destino nos reserva na vida um do outro, mas tem algo! A primeira vez em que a vi machucada eu coloquei em minha mente que ela era apenas uma desconhecida, eu a deixaria num hospital próximo e iria embora. Simples assim. Mas quando ela me pediu que não a levasse para o hospital eu senti algo estranho, e do nada me vi levando uma desconhecida machucada para casa. Me vi cuidando de uma desconhecida e me sentindo no dever de protegê-la. A forma como ela se diminuía. Aquilo me doía. Desde
DAVIDEu estava completamente desconcertado, não tinha como estar mais envergonhado. E vê-la só de toalha foi algo extremamente desafiador! Desviei o olhar quinhentas vezes; ela era completamente sexy, eu tinha que admitir. Não tive onde enfiar minha cara ao ver o sorriso de minha mãe, eu já sabia tudo que ela iria falar e quando ela saiu do quarto, eu respirei fundo. Queria pedir mil desculpas para a Emily, mas vê-la naquele estado não estava ajudando, eu simplesmente fechei os olhos e respirei fundo tentando dissipar a quentura que me invadiu...— Me desculpe... — Foi tudo que eu consegui dizer e antes que minha mente começasse a trabalhar mais naquela cena, eu me virei e sai do quarto. Agora a tarefa era explicar para minha mãe que ela não era minha namorada. Quando desci minha mãe estava apoiada no balcão com
DAVID:Eu fiquei ali mastigando e engolindo aquelas palavras até não terem mais efeito nenhum sobre mim, mas eu ainda podia sentir todo o arrepio pelo meu corpo quando ela sussurrou em meu ouvido. Ela estava me testando, estava me provocando. Era um desafio, um desafio tentador! A minha intenção não era dormir com ela, queria ajudá-la, protegê-la e cuidar dela, mas eu também não poderia simplesmente dizer que eu não estava tentado. Deu para perceber que ouvir aquilo me excitou e quando ela simplesmente se virou e saiu eu tive vontade de trazê-la de volta, de beijá-la, de... Engoli em seco. Não. Eu não iria dormir com ela porque eu sabia que se fizesse só estaria provando que ela era realmente apenas uma garota de programa. Eu queria provar que ela era mais do que isso, e que existia um homem capaz de enxergar todo o potencial que ela tinha fora da cama. E eu
DAVID:Ela não falou nada, só se virou e olhou no fundo dos meus olhos. Ela parecia estar pedindo por algo mais e aquilo me deixou sem fôlego. Aquela cozinha estava pegando fogo, então ela colocou a ponta do dedo indicador sobre o meu peito e foi subindo até o meu pescoço até que eu segurei suas mãos. Que droga! Eu estava excitado! Ela percebeu e abriu um sorriso. Eu balancei a cabeça negativamente, e antes que eu pudesse fazer alguma merda simplesmente beijei sua mão, acariciei o seu rosto depositando um beijo em sua testa e a abracei.— Isso é tentador. — Eu disse com a respiração entrecortada. — Mas, eu quero mais do que isso. — Sussurrei em seu ouvido.— O que você quer? — Ela sussurrou olhando em meus olhos com a boca a centímetros da minha.— Eu não sei. — Respirei fundo. &mdas
— Estou limpando você também. — Ela deu de ombros. Notando que eu já tinha terminado de limpar e pegando o pano da minha mão. — Sua vez.— Eu não me sujei tanto. — Falei sentindo o fôlego escapulir do meu pulmão.— Mas, se sujou. Então, agora eu vou lhe limpar. — Ela disse decidida passando o pano pelo meu rosto carinhosamente. Depois de limpar meu rosto ela largou o pano deixando cair no chão e acariciou o meu rosto com as duas mãos enquanto me olhava nos olhos. Coloquei as duas mãos sobre a bancada, punho fechado, tentei afastar os pensamentos perversos que rondavam a minha mente. Ela aproximou seu rosto do meu, colocando sua testa na minha e pude sentir sua respiração entrecortada, ela também estava tentando se controlar! Eu abri as mãos e as coloquei em sua cintura, acariciando-as, a sua pele era
DAVID:Tomamos um café da manhã bem reforçado e resolvemos, ela resolveu, que precisávamos fazer faxina na casa. Ela ainda não estava totalmente recuperada, mas como eu sabia que ela não ficaria satisfeita até me convencer de que iria fazer e ponto, decidi que enfrentaríamos essa missão. Colocamos uma musicam alta e bem divertida e partimos para o trabalho, eu nunca havia me divertido tanto. Principalmente; ao vê-la imitando os cantores e achando que sua vassoura era um microfone, e poderia ser perfeitamente! As caras e bocas que ela imitava me matavam de rir, lavamos a sala. Não sem antes escorregarmos no sabão, ela inventou de brincar de pega-pega no chão espumado o que me rendeu uma queda.— Você está bem? — Ela veio correndo tentando esconder a vontade de rir.— O que você acha? — Eu falei fingindo estar muito
— Toda a minha vida, como eu vim parar aqui. Coisas que eu queria ter feito e não fiz. A saudade dos meus pais. Eu queria saber se eles ainda pensam em mim. — Ela falou fechando os olhos como se esse ato pudesse amenizar a dor.— O que você queria ter feito e não fez meu bem? — Perguntei com um tom brando enquanto apertava seu corpo de encontro ao meu mostrando que eu poderia protegê-la e que eu não sairia dali.— Queria ter tido uma vida diferente. Eu queria que tivéssemos nos conhecido em circunstancias diferentes. Eu não mereço esse cuidado. — Ela falou balançando a cabeça negativamente.— E por que não merece esse cuidado? —- Eu tinha tantas perguntas, estava sendo doloroso vê-la se culpar tanto.— Porque eu sou uma garota de programa, David. — Ela falou agora se virando para mim e olhando em meus olhos. —
DAVID: Nós dois entramos para fazer o jantar, arrumamos a mesa e ficamos assistindo pelo resto da tarde até umas oito da noite. Eu não queria acordar a Emily, queria deixá-la descansar o suficiente. Estávamos completamente empolgados em um filme de ação quando ela apareceu no pé da escada com a cara inchada e sonolenta.— Oi. — Ela disse ainda assimilando que estava acordada.— Oi meu bem. Preparamos o jantar, mas queríamos esperar você acordar. — Minha mãe disse sorrindo carinhosamente.— Poderia ter me acordado, ou comido sem mim. Não precisavam ter esperado. — Ela disse bocejando e se aproximando.— Mas não queríamos comer sem você, ué. — Eu disse a encarando.— Eu estou com fome. — Ela disse sorrindo. — E você disse que me