Os dias foram passando rápido demais e tudo em que eu estava empenhada era sobre focar no casamento e na minha carreira na música. Estava tudo dando muito certo, mas apenas uma coisa seria deixada de fora, não poderíamos casar no civil porque eu não tinha documentos verdadeiros. O que seria um problema! Mas; o David me convenceu a fazer uma festa familiar com um casamento diante da “igreja” enquanto resolvíamos os meus documentos, não sei como, para depois nos casarmos no civil. Eu amei, estava um pouco frustrada porque o casamento dos meus sonhos não havia sido planejado assim, mas como arrancaram tantas coisas de mim eu fiquei feliz por estar me casando.
Decidimos que o “casamento” seria no Jardim dele e que decoraríamos com Catleias e girassóis. Estava tudo muito lindo, e eu estava completamente ansiosa. O David voltou primeiro para iniciar os preparativos enquanto eu fiquei para
Eu estava amando toda aquela demonstração de afeto comigo, ela estava demonstrando uma importância digna de uma mãe, e eu não pude deixar de sentir falta da minha no dia mais importante da minha vida. Tomei banho de chuveiro mesmo e deixei que a água caísse sobre minha cabeça, e sim, eu chorei. Chorei porque queria que meus pais estivessem ao meu lado e que meu pai entrasse comigo dentro da igreja, que eles estivessem na primeira fileira e notasse o quanto eu estava feliz, o quanto eu havia passado a acreditar no amor depois de um desconhecido entrar em minha vida tão de repente. Meu pai teria ficado completamente orgulhoso da mulher que me tornei, senti vontade de voltar na igreja da minha mãe e falar para o pastor que era real, que Deus ou algum ser maior havia se encarregado de me trazer de volta a minha vida e felicidade. Que sim, que um ser maior havia preparado um novo recomeço para mim e me mostrado q
— Então vamos aos votos. — O Pastor falou sorrindo.— Eu acho que podemos pular essa parte. — Falei com medo de que Emily estivesse ansiosa para ficar com seus pais.— Não. Você, você fez algo? — Ela me encarou e sorriu como se estivesse voltando para a nossa realidade novamente. — Eu quero ouvir. — Ela olhou no fundo dos meus olhos.— Tudo bem. — Eu sorri e respirei fundo retirando o papelzinho do bolso. Eu queria ler; pois havia preparado e estudado aquele papel durante toda a semana com medo de que eu pudesse errar ou gaguejar. — Bom, eu... — Eu respirei fundo novamente e guardei o papel. Eu a encarei por um momento enquanto ela olhava fixo em meus olhos, e ao ver seu sorriso eu soube exatamente o que dizer.— Eu me preparei completamente para o que eu i
Quando nos despedimos de todos fomos para o quarto; estávamos completamente exaustos por tudo e era muito para digerir! — Que tal tomarmos um banho quente? — David falou ao meu ouvido, fechando a porta do quarto atrás de si. — Eu acho ótimo. — Falei sorrindo. Ele abriu o zíper do meu vestido enquanto eu ficava de costas para ele e por incrível que pareça naquele momento ele parecia nunca ter tocado o meu corpo. Seu toque era cuidadoso, gentil, suave e ao mesmo tempo era como se ele estivesse contendo um desejo selvagem. Eu sorri com aquilo. Então ele me virou e me beijou, foi um beijo terno, amoroso, um beijo de amor, e começou ali! Começamos a fazer amor ali e prosseguimos até o banheiro, onde fizemos amor umas quinhentas vezes enquanto tomávamos banho e então continuamos a fazer amor na cama e pelo restante da noite. Eu nunca havia vivido nada igual ao que eu estava vivendo aquele dia em toda a minha vida, e sem dúvidas aquela noite seria completamente ines
Hoje, a noite era como quase todas as outras e significava que eu faria um bom trabalho e iria para casa mais cedo. Sorri para o garçom e pedi mais um copinho de vodca, assim que ele me deu, virei tudo de uma vez na boca e vou em direção à pista de dança. Quanto antes começasse antes eu terminaria. — Oi. — Ouvi uma voz conhecida em meu ouvido. — Oi Kevin. — Falei, me virando para ele com um sorriso de canto. — Trabalhando hoje? — Ele perguntou já sorrindo. — Você sabe que sim. — Falei no ouvido dele, pois a música estava alta. — Então, posso? — Ele falou, esperando uma resposta com as mãos em minha cintura. — Tudo bem. Desde que me pague, pode todos os dias. — Falei dando de ombros. — Tá! Vamos para a minha casa. — Ele disse, me puxando pelas mãos e me guiando para um lugar que eu conhecia bem. Fizemos o mesmo de sempre e quando terminamos olhei a tela de meu celular em busca do horário, ainda eram um
Eu abri os olhos torcendo para que tudo aquilo tivesse sido apenas mais um sonho infeliz, mas a dor que senti em meu corpo me alertou que não era. Ajustei minha vista para uma janela de frente para o mar, estava de dia e fui tentando com um pouco de dificuldade enxergar melhor tudo ao meu redor. Eu estava em um quarto, havia um criado mudo preto ao lado da cama com a foto de um homem sorrindo e eu estava deitada numa cama enorme, do outro lado uma escrivaninha com um computador. Não sabia como tinha ido parar ali e não tinha ninguém mais no quarto, me levantei com certa dificuldade sentindo dor em cada partícula de mim, e me sentei pronta para me levantar e sair daquele lugar, pois eu precisava voltar para minha casa onde eu estaria mais segura.— O que você está fazendo? — Escutei uma voz firme masculina atrás de mim. — Você está machucada, não pode se levantar. – Ele veio rapi
Respirei fundo tentando entender o que estava acontecendo, ele havia me ajudado e eu sentia que ele não queria me fazer mal. Havia algo bom no David que me fazia querer ficar e isso mexia comigo.— Olha. Amanhã eu já vou estar melhor. — Falei abrindo um sorriso gentil.— Que bom, então amanhã assim que eu ver que você está melhor, eu te levo para casa. — Ele assentiu.— Não tenho roupas aqui e preciso de um banho. — Falei procurando a desculpa mais fajuta que tinha. Eu não sabia aonde estava. Realmente sentia meu corpo doer e não aguentaria ir para casa sozinha então tinha que fazê-lo me levar.— Eu tenho. — Ele deu de ombros. — Vou pegar para você.— Você não é um serial killer, É? — A pergunta simplesmente saiu, foi estúpido.— Eu acho que se eu fos
Eu fiquei pensando sobre aquilo, eu não podia simplesmente deixá-lo entrar assim. Eu era uma furada e todos que me conheciam sabiam disso. Ele não estava sendo coerente, como assim ajudar uma desconhecida? Mas, ele parecia ser tão sincero, ele me fazia querer ser ajudada. Aquilo reacendia uma pequena chama de esperança dentro do meu coração, o medo de que aquilo fosse me derrubar me afetou. Eu só queria sair correndo dali e voltar para minha vida de merda até o dia em que eu não aguentasse mais. Mas... Eu não sei. Algo me dizia que ele não iria desistir tão fácil assim.— Emily. — Falei quando ele se levantou.— Como? — Ele disse virando-se novamente para mim.— Emily, é o meu nome de batismo. — Falei abrindo um sorriso sem graça.— É um prazer conhecer você Emily, já é um bom
DAVID:Tudo havia acontecido rápido demais, num dia eu estava vivendo minha vida rotineira aprendendo a viver sozinho, e no outro tudo havia mudado com uma desconhecida em minha casa. Tudo havia sido num piscar de olhos, num momento eu havia encontrado ela sendo espancada por moleques de rua e em outro ela estava ali dando o sorriso mais lindo do mundo. Eu não sei qual o propósito para as nossas vidas, não sei o que o destino nos reserva na vida um do outro, mas tem algo! A primeira vez em que a vi machucada eu coloquei em minha mente que ela era apenas uma desconhecida, eu a deixaria num hospital próximo e iria embora. Simples assim. Mas quando ela me pediu que não a levasse para o hospital eu senti algo estranho, e do nada me vi levando uma desconhecida machucada para casa. Me vi cuidando de uma desconhecida e me sentindo no dever de protegê-la. A forma como ela se diminuía. Aquilo me doía. Desde