Alexander
Se alguém perguntasse quem era a única pessoa que me importava hoje, eu responderia que era apenas a minha mãe. E era por isso que eu tinha paciência com as loucuras que ela inventava para a minha vida.
- Mãe, eu não preciso de uma empregada!
Ela andava pela casa recolhendo uma coisa aqui e outra ali. Entrava em todos os cômodos e olhava como se tivesse vendo a cena de um crime. Eu me limitava a segui-la e tentar impedir que ela entrasse em mais um cômodo da casa. Ela subiu as escadas e eu imaginei a cara dela ao entrar no meu quarto. Aí sim, ela teria uma sincope.
Ela empurrou a porta e parou passeando o olhar lentamente pelo cômodo. Realmente, eu precisava admitir que aquilo ali estava um caos. Roupas espalhadas pelo chão e pela cama, botas, luvas, capacetes e toda indumentária que eu usava nas competições de moto. O pior eram os restos de comida enlatada jogados em cima da mesinha de canto e principalmente as várias garrafas de cerveja e whisky vazias.
- Alexander Rudney Galvão, o que isso?!
Ela tinha me chamado pelo meu nome completo. Aquilo significava que a coisa para ela era muito séria. Eu respirei fundo e sentei na cama.
- Sei que isso aqui está meio sujo, mas pode deixar que eu sei cuidar da minha vida.
Ela sentou ao meu lado e parecia realmente preocupada.
- Filho! Por que está fazendo isso? Quer se matar?
- O que tem se eu me matar? Todo mundo vai morrer um dia mesmo.
Minha voz carregava toda a amargura que vinha do meu coração e aquilo a deixou ainda mais preocupada. Ela segurou em minha mão e me fez olhar em seus olhos.
- Filho, você precisa retomar sua vida. Isso já está indo longe demais. Há cinco anos você está desse jeito.
- O que eu posso fazer se minha vida acabou há cinco anos?!
- Sua vida não acabou Alex, você perdeu sua mulher, mas você está vivo.
- Perdi minha mulher grávida de oito meses em um acidente de carro idiota no meio da rua, você esqueceu esse detalhe?
- Não, não esqueci nada. Mas insisto em dizer que você precisa retomar sua vida. Por que não procura um psicólogo?
De novo aquela conversa!
- Não preciso de psicólogo...
Ela levantou e começou a andar pelo quarto desviando-se das coisas espalhadas pelo chão.
- Por que não volta para a empresa? Seu irmão precisa de você.
Levantei da cama e dei uma risada meio forçada.
- Sem essa mãe, nós dois sabemos que o Felipe me odeia. E eu também não morro de amores por ele. Você sabe que a Érica morreu, em parte, por causa dele, não é?
- Não diga isso, Alex, seu irmão não tem culpa pela morte da sua esposa.
Passei a mão pela cabeça agoniado com aquela conversa. Eu não queria reviver aquela história de novo.
- Tem sim, ela saiu daqui fora de si quando soube que ele tinha me afastado do escritório e por isso se envolveu naquele acidente, que tirou a vida dela e do meu filho.
- Foi apenas uma triste coincidência, filho, esqueça isso.
Aproximei-me da janela e fiquei um tempo calado observando a chuva que caia lá fora. Eu não podia esquecer o episódio mais triste da minha vida.
- Já tentei esquecer, mas ainda não dá.
- Você não quer esquecer. Não sai dessa casa para nada, se arrisca com essas corridas de moto e bebe o tempo todo.
- Ah, mãe, me deixa aqui, por favor...
Marina não era mulher de desistir de nada, muito menos de um filho.
- Me peça qualquer coisa, meu filho, mas não me peça pra ver você desse jeito e não fazer nada.
Eu estava impaciente e não queria descontar na minha mãe. Ela realmente só queria que eu ficasse bem. Me aproximei dela e segurei sua mão com carinho.
- Tudo bem, mãe, quer m****r a empregada? Mande, não vai fazer diferença pra mim. Mas por favor, pare de se preocupar e eu prometo que vou pensar nessa questão de voltar para a empresa, pode ser?
- Por enquanto pode. Depois voltaremos a conversar sobre isso, mas pelo amor de Deus pare de beber e arrumar confusão nos bares!
- Não estou arrumando confusão!
- Está sim, sua sorte foi que o Ralf não deixou que te prendessem.
- O cara estava perturbando a mulher, todo mundo viu.
- Alex...
Levantei as mãos resignado:
- Tá bom... tentarei me manter calmo.
Ela me abraçou com carinho e eu me senti um pouco mais tranquilo. Minha mãe era a única pessoa que chegava perto de mim naqueles cinco anos de sofrimento. Nem meus amigos e nem as inúmeras mulheres que tentavam se aproximar de mim tinham a chance de me ver baixar a guarda. Eu não tinha estômago ainda para me entregar a mulher nenhuma depois da tragédia que tinha acontecido com minha esposa.
Acompanhei minha mãe até a porta e voltei para meu quarto. Deitei na cama e fechei os olhos e foi impossível não viajar para o dia mais triste da minha vida.
Era uma tarde chuvosa de segunda-feira e eu tinha acabado de voltar do escritório, onde exercia o papel de sócio e contador da concessionária de veículos da família. Tínhamos uma rede de lojas de revenda de carros novos e usados em São Paulo dirigidas por mim e Felipe, meu irmão mais velho.
Nos últimos tempos eu e Felipe vínhamos nos desentendo muito pois ele estava retirando muito dinheiro das lojas para aplicar em ações e eu não concordava em arriscar nosso patrimônio por uma coisa incerta e que poderia nos levar à falência. Não conseguíamos concordar em nada e brigávamos o tempo todo chegando mesmo a falar em dividir os negócios e cada um tocar sua parte. Minha mãe porém não concordava e nem conseguia ver as loucuras que Felipe estava fazendo e depois de uma conversa muito tensa Felipe sugeriu que eu me afastasse um pouco dos negócios e ele comandaria tudo sozinho e minha mãe tinha concordado. Fiquei louco de raiva, pedi demissão e fui embora.
Encontrei Érica na cozinha preparando café. Ela estava com oito meses de gravidez e eu não via a hora de segurar meu filho nos braços. Pelo menos eu teria algo para me ocupar naqueles dias e esquecer um pouco as loucuras de Felipe. Me aproximei dela e a abracei por trás, acariciando sua barriga.
- Oi, papai chegou!
Ela virou e se pendurou em meu pescoço me beijando com um sorriso.
- Oi, meu amor, por que chegou cedo assim?
Eu me afastei e suspirei irritado pegando um copo de água na geladeira
- Advinha? Briguei com Felipe de novo.
- Alex! O que foi agora?
- Dessa vez foi sério. Ele me expulsou da empresa e você acredita que minha mãe concordou? Ela acha que estou atrapalhando os negócios. Que Felipe só está pensando em aumentar nosso patrimônio. Não sei mais o que fazer.
Erica voltou-se para a pia onde terminava de coar o café e ficou calada. Eu a conhecia bem, ela estava tentando encontrar uma saída. Quando ela ficava calada era por que estava tentado encontrar a solução para um problema. Aquela era uma característica dela que tinha me atraído muito.
Eu precisava de alguém calmo para me segurar nos momentos de nervosismo. Paciência nunca tinha sido meu forte e quando aquele garota morena, baixinha, de longos cabelos pretos e olhos calmos aceitou namorar comigo, eu sabia que tinha encontrado o amor da minha vida. Namoramos por dois anos e resolvemos nos casar. Eu estava muito certo em minha decisão de formar uma família e juntos nos empenhamos em construir aquela casa linda do jeito que queríamos, inclusive já com o quarto do nosso filho arrumado, pois Érica queria logo ser mãe. Ela já tinha trinta anos e não queria mais esperar para começar uma família.
Assim, organizamos tudo e casamos dentro de seis meses e logo após ela descobriu que estava grávida de um menino. Era muita felicidade. Tudo estava saindo do jeito que tínhamos planejado. Ela era advogada e sócia em um famoso escritório e eu tinha uma boa participação financeira na empresa. Tínhamos uma boa vida, uma casa enorme e muito bonita num dos melhores condomínios de São Paulo, construída com carinho e dedicação e ela ia me dar um filho. O que mais eu podia querer. Dava até para suportar as loucuras de Felipe, mas daquela vez ele tinha ido longe demais e eu precisava achar um jeito de mostrar para minha mãe que ele poderia nos levar a falência se continuasse aplicando o dinheiro da empresa em negócios duvidoso.
Erica terminou de coar o café e se voltou para mim.
- Eu vou lá falar com ele.
- Pra quê? Ele está irredutível, não vai ouvir ninguém.
Ela já estava ajeitando a roupa e pegando as chaves do carro. Nem tentei impedir, pois quando ela queria fazer uma coisa ninguém a segurava
- Não vou falar com ele como cunhada, vou falar como advogada, ele não pode expulsar você de lá. Você é tão dono quanto ele.
- Deixe para amanhã, agora está chovendo.
Ela se aproximou de mim e me abraçou calorosamente, beijando meus lábios.
- Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje. Volto já.
E aquelas tinham sido nossas últimas palavras. Na volta do escritório, ela bateu o carro em um caminhão e morreu. Eu tinha acabado de tomar banho e estava respondendo algumas mensagens no celular quando recebi a ligação do corpo de bombeiros. Eles tinham encontrado o celular de Érica e o contato “Alex amor” era o primeiro da lista e eu fui o primeiro a receber a notícia da morte dela ali mesmo no local do acidente. Eu fiquei sem ação e levei alguns minutos tentando processar aquela informação e como um robô fui até o local do acidente e presenciei a cena que nunca mais saiu da minha cabeça.
Ela estava irreconhecível, toda coberta de sangue e quando eu a olhei e vi que ela não tinha mais vida e nosso filho também não tinha resistido eu perdi a razão. Lembro que sair feito louco chutando tudo que encontrava na frente e agredindo as pessoas que tentavam me segurar. Os policiais me doparam e me levaram para um hospital e fiquei lá por dois dias sedado. Nem fui ao enterro dela e quando voltei ao normal fiquei uns dias na casa da minha mãe e depois de um mês voltei para casa. Aquele tinha sido o pior momento desde aquela tragédia. Entrar em casa e não encontrá-la. Ter que conviver com tudo que construímos juntos e saber que ela não voltaria mais. Eu nunca tinha sido uma pessoa religiosa, mas tive que me apegar a alguma força maior para conseguir me manter de pé e de repente me vi procurando a religião para me ajudar a suportar a dor da perda.
Aos poucos eu fui conseguindo encarar a realidade, mas aquela dor ainda machucava meu peito e eu ainda não conseguia sorrir. No meio daquele desespero foram os amigos do clube de motocross que me ajudaram a enfrentar a vida. Voltei a correr de moto e algo que antes eu só fazia por diversão hoje era quase minha profissão. Era bom no que eu fazia e onde tivesse uma competição de corridas de moto eu ia e voltava com um troféu. Em cima da moto eu me sentia livre e não temia o perigo, embora minha mãe tivesse razão. Às vezes eu mesmo achava que estava perseguindo a morte.
Como era de se esperar naquele universo de corridas, pilotos, muita bebida, as mulheres estavam em volta como abelhas no mel, mas aquilo ao invés de me contagiar parecia que me afastava ainda mais. Não conseguia ficar com ninguém sem lembrar da Érica. Ainda tentei com uma garota ou outra que achei legal mas o resultado foi péssimo e eu não conseguir me entregar completamente.
Nunca fui um cara de ficar pegando uma mulher aqui outra ali, sempre gostei de namoro sério, e quis construir logo uma família, mas os meus planos foram interrompidos e agora eu me sentia vazio e sem perspectiva de conseguir amar alguém de novo.
Respirei fundo e abri os olhos voltando ao presente. De que adiantava ficar revivendo aquela história? Cinco anos já tinham se passado e o que eu fazia? Nada. Apenas correr e beber como bem minha mãe tinha falado. Ela tinha razão, minha casa estava um caos. Uma casa daquele tamanho precisava de alguém para arrumar. Eu nem conseguia me lembrar quando alguém tinha feito uma limpeza ali, apenas eu mandava lavar minhas roupas e jogava o lixo fora, de resto tudo estava muito sujo e cheio de poeira. Érica odiaria ver aquela bagunça, ela era muito organizada. Talvez fosse a hora de contratar uma faxineira realmente.
Faltavam vinte minutos para o avião decolar. Eu apertava a alça da mochila com tanta força que meus dedos doíam. Olhei para todos os lados tentando não demonstrar o quanto eu estava com medo. Eu não podia correr o risco de ser descoberta bem na hora que eu estava prestes a me libertar.Eu olhava o relógio a cada dois minutos e meu coração deu um salto quando a atendente chamou meu nome.- Srta. Anita Veiga.Me aproximei tremendo e apresentei o documento de identidade falso que meu amigo Rian tinha conseguido às pressas. Pareceu uma eternidade até que aquela mulher conferiu os dados e me devolveu o documento.- Boa viagem, senhorita- Obrigada.Entrei quase correndo no avião e sentei encolhida na poltrona rezando para que levantasse voo logo. Precisava sair dali para me sentir mais segura.Não sabia
Chovia muito e chegamos molhadas dos pés à cabeça no portão de entrada do condomínio.O porteiro nos forneceu uma toalha e nos mandou seguir pela Rua C até a casa 50. Eu estava nervosa e com medo de não dar certo aquele emprego. Deus estava me ajudando. Terceiro dia naquela cidade estranha e eu já estava quase conseguindo um trabalho. Cruzei os dedos rezei uma oração.Uma senhora alta, bonita e muito elegante abriu a porta e nos convidou para entrar. Era uma sala grande, com móveis caros e luxuosos mas completamente desarrumada e sem vida. As cortinas estavam sujas e empoeiradas e os vidros das janelas completamente embaçados. Morava alguém naquela casa?- Bom dia, dona Marta, vejo que trouxe alguém, É sua filha?- Bom dia, dona Marina, na verdade não. É uma amiga que está precisando mais do trabalho do que eu, então trouxe-
Coloquei o capacete e acelerei a moto testando o motor. Aquele era o último treino antes da grande corrida na semana seguinte no Rio de Janeiro e eu precisa de toda concentração. Ali tinham alguns pilotos que também participariam da competição mas os principais adversários vinham de outros estados. Pilotos experientes e vencedores de grandes competições, mas aquilo não me intimidava. Estava acostumado a competir com os melhores e vencer e eu estava disposto a dar o melhor de mim para fechar aquela temporada com mais uma vitória.A pista de corrida era como uma válvula de escape para mim. Quando eu acelerava a moto e rasgava do lugar em alta velocidade era como deixar para trás tudo de ruim que acontecera na minha vida. Ali eu sentia meu coração acelerado e toda minha atenção se voltava para a pista em minha frente e a cada volta eu impunha mais força e
Não consegui dormir bem. Estava ansiosa em começar aquele trabalho e dar início a uma nova vida. Tomei café logo cedo e como não sabia como pegar ônibus ali naquela cidade me afastei do pensionato para que ninguém pudesse me ver e peguei um táxi. Não teria como explicar por que precisava trabalhar como doméstica se eu tinha dinheiro para pagar um taxi.Cheguei pontualmente às sete e me identifiquei na portaria do condomínio. A casa era uma das últimas do bloco C. Na garagem lateral da casa pude ver um jipe amarelo enorme todo sujo de lama e duas motos tipo aquelas usadas para competições de Motocross.Aproximei da porta e toquei a campainha uma vez e esperei. Nada. Toquei de novo e ninguém abriu a porta. E agora? Será que o cara tinha saído mais cedo? Estava me preparando para voltar na portaria quando a porta se abriu com um solavanco e eu
Inferno!Minha cabeça doía e meu estômago revirava. Levantei lentamente do sofá e olhei em volta. Que horas seriam? Tentei focar no relógio da parede. Marcava 13:00h. Apoiei a cabeça nas mãos e tentei me lembrar dos últimos acontecimentos. Eu tinha atendido a porta pela manhã para a moça que viera fazer a limpeza, mas onde ela estava? Já teria ido embora? Olhei ao redor e vi que tudo estava bagunçado do mesmo jeito de sempre. Talvez a mulher tivesse desistido e ido embora. Era o que eu esperava. Não queria ninguém ali bisbilhotando minha vida.Levantei e subi as escadas em direção ao meu quarto. O que era aquele cheiro horrível? Espirrei duas vezes e quando abrir a porta do quarto parei sem acreditar no que via na minha frente. O chão brilhava e cheirava a perfume. Olhei lentamente todos os detalhes. Não tinha roupas espalhadas
Como eu podia avaliar aquele dia?Deitada na minha cama pequena e dura no pensionato eu repassei todos os momentos desde a hora que aquele homem tinha aberto a porta até o final da tarde.Assim que ele caiu de novo no sofá, eu comei a difícil tarefa de limpar a sujeira daquela casa. Nunca vi tanta poeira e tanto lixo acumulado dentro de uma casa. Resolvi não mexer na sala, pois o homem continuava estirado no sofá. Fui até lá algumas vezes e vi que ele dormia um sono agitado, se debatendo e respirando pesadamente. Pensei em ligar para a mãe dele, mas resolvi esperar mais um pouco. Coitado! Se continuasse daquele jeito ia acabar doente ou morto. Um homem tão bonito! Ele ficava bem sexy com aquela cabeça raspada. Mas ele parecia meio desajustado, pois não era comum alguém estar bêbado as sete da manhã.Decidi que limparia logo o quarto dele, pois parecia ser o côm
- Mãe, onde você estava com a cabeça para contratar uma menina de 20 anos para trabalhar na minha casa?- Ora, Alex, o que importa a idade? A moça queria trabalhar.Eu estava sentado na cozinha do apartamento da minha mãe e mais uma vez eu queria alertá-la sobre o comportamento de Felipe na empresa. Mesmo afastado eu tinha acesso às contas da empresa e elas nãos estavam fechando.- Tudo bem, esquece esse assunto. Quero te falar de outra coisa.Marina percebeu o tom diferente na voz do filho e sentou na cadeira em frente a ele.- Algum problema?- Claro que há um problema, mãe e por favor me ouça, senão será tarde demais.- O que há?- Nós estamos vendendo cada vez mais e a nossa conta bancária só diminui, você não acha isso estranho?Ela suspirou- Eu sei, tenho observado que Felipe es
Entrei no táxi, tremendo e o coração aos pulos. Tinha certeza que Alexander não tinha acreditado em uma única palavra do que eu tinha falado. E agora? Ele não ia confiar em me deixar trabalhando lá sabendo que eu estava mentindo. Por que aquele homem me olhava daquele jeito, como se tivesse desnudando minha alma? Eu estava em apuros.Aquele dia tinha sido longo e cansativo, tanto que eu pretendia apenas descansar um pouco e acabei dormindo e acordando com a aquele homem enigmático me olhando.Meu Deus, em que loucura estou me metendo?Meu corpo tremia até agora ao lembrar como sentir uma corrente elétrica percorrendo meu corpo quando nossos olhos se encontraram por alguns instantes.Eu estava carente, era isso. Estava sozinha e numa cidade estranha, nada mais natural que buscar proteção nas pessoas que estavam próximas. E Alexander era o primeiro home