Guilherme narrando :O jeito que a Camila se encaixava em mim era coisa de outro mundo. O corpo dela era quente, macio, envolvente… e ali, naquela banheira, enquanto a água subia e descia junto com os movimentos dela, eu sentia como se o tempo tivesse parado.Ela sentou devagar, e quando me sentiu por inteiro, soltou um gemido baixinho que fez meu coração acelerar. Segurei firme na cintura dela, só pra ter certeza de que aquilo era real.— Porra, Camila… — murmurei contra a pele molhada do pescoço dela, fechando os olhos por um segundo. — Você me deixa fora de mim.Ela começou a rebolar, devagar, provocante, como se soubesse exatamente o que tava fazendo comigo. E ela sabia. Camila tinha esse poder… de me desmontar e me reconstruir no mesmo instante.A água morna, o cheiro suave de lavanda no ar, os gemidos baixos dela perto do meu ouvido… tudo contribuía pra deixar o clima mais quente do que qualquer coisa que eu já vivi.Passei as mãos pelas costas dela, descendo até a curva da bund
Camila narrando: Acordei com um beijo suave, lento, daqueles que a gente sente primeiro no sonho antes de abrir os olhos.Demorei um segundinho pra entender onde eu tava. Ainda envolta no cheiro bom dos lençóis limpos, da pele do Guilherme, do perfume dele misturado com o nosso. Abri os olhos devagar e dei de cara com ele ali, sorrindo de canto, com aquele olhar que já me desmontava logo cedo.— Bom dia, minha rainha… — ele murmurou, com a voz rouca de sono e desejo.Sorri, sentindo o coração aquecer na hora.— Bom dia, meu amor…Era a nossa cama. A nossa casa. Nossa primeira manhã ali, juntos, sem pressa, sem correria, sem o peso do mundo nas costas. Só eu e ele.O sol entrava pelas cortinas, deixando o quarto com aquela luz dourada suave, que fazia tudo parecer ainda mais bonito. O edredom meio bagunçado, o travesseiro dele colado no meu, o corpo dele ainda quente, colado no meu…— Hoje é domingo… — falei baixinho, fechando os olhos de novo e me aninhando no peito dele.— E a gente
Guilherme narrando :Porra… a Camila embaixo de mim, rebolando daquele jeito, gemendo baixinho no meu ouvido, dizendo que queria me sentir por inteiro… tava difícil manter o controle. Ela sabia exatamente o que fazia comigo. Só com o olhar já me desmontava, imagina daquele jeito, toda nua na minha cama, com a respiração quente e a boca colada na minha.Eu tava pronto pra esquecer do mundo e me perder nela quando o maldito celular começou a tocar. Uma, duas, três vezes. E não parava.Bufei, frustrado, e peguei o aparelho com a mão pesada. Quando vi o nome na tela, senti o peso do compromisso cair nos meus ombros.— É minha mãe — falei, ainda ofegante, tentando sair daquele transe que a Camila me colocava com tanta facilidade.— Então atende — ela disse, com a voz baixa, tentando disfarçar a decepção. E eu vi, nos olhos dela, que ela também queria continuar. Que tava entregue, assim como eu.Ajeitei o volume dentro da cueca, respirei fundo e fui pra sacada do quarto atender. O vento da
Guilherme narrando :Continuação :O portão do condomínio abriu devagar e, assim que a gente entrou, vi os olhos da minha mãe se arregalarem. Ela observava cada detalhe pelas janelas do carro, as ruas arborizadas, as casas modernas, o silêncio, a segurança, tudo aquilo tão diferente do que ela tava acostumada a ver comigo.— Meu Deus, Guilherme… isso aqui parece cenário de novela — ela disse, com o tom de surpresa misturado com admiração. — Nunca imaginei a gente morando num lugar desses.Sorri de canto, sentindo o peito aquecer de orgulho.— A vida virou, mãe. E era isso que eu queria te mostrar.Estacionei na frente da casa e desliguei o carro. Saí pra pegar a mala dela no porta-malas, e ela ficou ali parada por um instante, olhando a fachada da casa. Moderna, com aquele jardim que a Camila e Dona Maria já tinham dado um toque especial logo no primeiro dia.— A casa é linda, meu filho… de verdade.— E é só o começo — respondi, colocando a mala dela no chão por um instante e abrindo
Camila narrando :A cena na minha frente me desarmou por completo.Gabi, com aquele jeitinho doce e puro, abraçada com força na dona Lúcia a mãe do Guilherme, que chorava como se tivesse reencontrado um pedaço perdido da vida dela… Aquilo foi demais pro meu coração aguentar.Eu tava ali, em pé na entrada da cozinha, com a mão ainda entrelaçada na de Gabi quando ela deu os passinhos e foi pro colo da vó que ela nem sabia que tinha.— Entao eu tenho duas vó… — ela disse com aquela voz baixinha e sincera que sempre me desmonta.E quando Dona Lucia apertou ela no peito, como se quisesse proteger do mundo, eu senti minhas pernas fraquejarem.Aquela mulher tava ali de verdade. E o jeito como olhava pra Gabi… era amor. Amor daqueles que a gente não ensina, que só nasce, sangue reconhecendo sangue.Senti Guilherme se aproximar e me puxar pela cintura, me colando no corpo dele. A mão dele pousou no meu quadril, firme, quente, como quem diz “tô aqui”, sem precisar falar nada.— Obrigada por iss
Camila narrando :Aquele domingo foi diferente de todos os que eu já vivi. Desde o momento que Dona Lúcia entrou na nossa casa e se ajoelhou na frente da Gabi, parecia que alguma coisa dentro dela tinha se desbloqueado. E dali em diante… ela não desgrudou mais da minha filha.Foi bonito de ver. Emocionante, de verdade.Ela e Gabi pareciam duas amigas que se reencontraram depois de anos. Dona Lúcia sentou no chão da sala, mesmo com idade e joelho reclamando, só pra colorir com a Gabi. Pegou os lápis de cor, ajudou a pintar um castelo torto e elogiou como se fosse uma obra de arte premiada.— Olha esse sol que você fez, menina… tá mais bonito que o da televisão!Gabi dava risada, jogava o corpinho pra trás, e a gargalhada ecoava pela casa, leve, livre.Depois foram pra cozinha. As duas de avental, com Dona Maria de olho só pra garantir que não virassem o fogão. Fizeram bolo de cenoura com cobertura de chocolate e Gabi, claro, enfiou o dedo na tigela de massa quando achou que ninguém tav
Prólogo : Guilherme narrando : Eu sabia que aquele dia não seria como os outros. Desde o momento em que acordei, uma sensação estranha me acompanhava, como se algo estivesse prestes a acontecer. Algo ruim. O meu instinto gritava, mas eu ignorei. Estava ansioso para ver Camila, para sentir o seu cheiro, para tê-la nos meus braços mais uma vez. Era como um vício, uma obsessão que eu não conseguia controlar. A casa de praia da família dela era o nosso refúgio, o lugar onde podíamos nos esconder do mundo. Onde ela me dizia, entre suspiros e beijos, que nunca sentiu nada igual. E eu sempre acreditei nisso. Eu acreditei que ela era minha, assim como eu era dela. Cheguei lá com o coração disparado. A porta estava entreaberta, como se estivesse me esperando. Algo no silêncio do lugar me incomodou. O som das ondas parecia distante, abafado pela sensação sufocante que tomou conta de mim. Um arrepio percorreu minha espinha. — Camila? — chamei, a minha voz soando estranha até para mi
Capítulo 2 Camila narrando : Eu tinha 17 anos e, naquela época, o meu mundo ainda era a escola. Eu estava acostumada com aquele ambiente, com a rotina de ser a filha da família rica que todo mundo respeitava, ou, se fosse o caso, temia. Eu não me importava muito com isso, na verdade. Tinha meus amigos, as minhas coisas, e um futuro aparentemente já traçado. Mas tudo mudou quando ele apareceu. Ele estava no meu último ano de escola, mas era novo, um novato que parecia ter saído de algum lugar muito distante da minha realidade. Eu lembro bem do primeiro dia em que ele entrou na sala, com aquele olhar desconfiado, como se estivesse analisando cada pessoa, cada detalhe do lugar. Ele era diferente de todos os meninos que eu já conhecia, e não era só pelo jeito de andar, mais solto, mais confiante de uma maneira que eu não sabia explicar. Eu tinha acabado de sentar no meu lugar, perto da janela, quando ele entrou. Seu nome era Guilherme, e logo ele virou o assunto da turma. Gênio dos