CAPÍTULO 1
Fernanda Antero O meu pai saiu a muito tempo, então tomei a frente, cuidei da minha irmãzinha, arrumei as coisas da cozinha e estava terminando o jantar, quando... — PAI! O QUÊ ACONTECEU COM VOCÊ? — gritei desesperada, quando o vi chegar em casa todo ferido, havia levado um tiro no braço, e tinha cortes pelo corpo e eu me apavorei. — Não temos tempo pra isso, Fernanda! Olha pra mim! Estamos em perigo! Preciso que confie em mim, e siga corretamente as minhas instruções... você vai junto com a Rose para a ilha de Creta! Temos apoio lá, um acordo antigo, e seria o mais seguro, agora! Procure por Pietro Kosta, e se case com ele. Ele sabe que já salvei a sua vida uma vez e que fizemos um acordo de casamento e proteção! E quando chegar lá, apenas diga que vieram a mando do cobra ou Antero, que receberão abrigo e ele se casará com você! Vá buscar a Rose... vou arrumar algumas coisas! — Eu não vou me casar com esse homem! — neguei, mesmo vendo a situação em que ele estava. — Já conversamos que talvez teria que fazer isso, e a sua irmã depende de você! Ela tem claustrofobia e apenas dez anos de idade, não se esqueça! — Eu sei, mas... — Ótimo! Então vá! — não tive muito tempo para negar, e nem para pensar, sei como as coisas funcionam na máfia, e se esse acordo foi feito, eu teria que obedecer. Corri para o quarto da Rose sem questionar, fui treinada para isso, o meu pai sempre nos instruiu que nesses momentos eu agisse conforme às suas regras, e parece que esse dia chegou. Chamei a Rose correndo, coloquei uma blusa nela, peguei os seus remédios os colocando numa bolsa, passei pela cozinha pegando algumas bolachas e enfiei nos bolsos, já que o jantar, eu precisaria esquecer. Mas quando encontrei com o meu pai na sala para irmos, alguém entrou pelo portão... olhei o desespero nos olhos dele e percebi que tínhamos problemas. — Se escondam, Fernanda! E, não saiam até que a barra esteja, limpa! Se algo acontecer comigo, leve essa caixa com você e não mostre a ninguém que não seja o Kosta! — me entregou uma caixinha preta, discreta, que estava amarrada com fios marrons e bem apertados. — Mas... pra que isso agora? Você nem respondeu às minhas perguntas, o que está acontecendo? — questionei. — Não diga nada, Nanda! É, mais seguro! Apenas faça o que eu peço, você é jovem e terá facilidade para fazer isso! — Não questionei mais e fui fazer o que ele me pediu. O homem entrou, ele estava com um boné cobrindo parte do rosto, também com uma jaqueta corta vento e nem estava frio, o volume nos seus bolsos eram grandes, o que poderia significar que ele estava armado. Olhei do lado de fora e a casa estava cercada, haviam vários homens lá, e por ali não poderíamos sair, então tapei a boca da minha irmã, e agora teria que dar um jeito de protegê-la e ir para o nosso local secreto, construído para um momento como esse. O meu pai já estava ferido o bastante, e isso já me deixou em alerta de como faria tudo o que ele mandou, sem a ajuda dele. E, o que mais me incomodava era como eu sobreviveria, se iria me adptar ao Kosta, e se eu suportaria um acordo com um mafioso...CAPÍTULO 02 Fernanda Antero — Rose, vem! Vamos para o compartimento secreto, não diga nada, precisamos fazer silêncio! — eu disse a ela, a puxando com a boca ainda tapada, até o local que tantas vezes fomos instruídas por meu pai a se esconder em momentos como este. Era um compartimento secreto que ficava na sala, de dentro a gente conseguia ver tudo o que acontecia ali fora, mas quem estava do lado de fora jamais imaginaria que estaríamos ali. O meu pai o construiu com muito cuidado, pois imaginava que um dia precisaríamos desse lugar para se esconder, e pelo visto esse dia chegou. Rose estava bastante assustada, e eu a abracei forte colocando a mão nos seus cabelos tentando consolá-la. — Calma! Vai ficar tudo bem! A gente já vai sair daqui, é só um pouquinho, tá? Respira devagar, e jura pra mim que não vai fazer barulho? Corremos risco se nos descobrirem aqui! — cochichei no seu ouvido, mas por dentro eu estava em desespero, ela tem claustrofobia, e em breve começaria a surtar,
CAPÍTULO 03 Fernanda Antero Quando dei por mim, aquele cara já estava correndo atrás da gente! Ele era o subordinado do infeliz que matou o meu pai, e depois que eu e a minha irmã conseguirmos fugir daqui, ele será o meu segundo alvo, vingarei a morte do meu pai nem que seja a última coisa que eu faça. — Vem, Rose! Precisamos correr! — falei para a minha irmã, e perna pra quem tem! — corri feito doida e a Rose me acompanhou. Haviam muitos carros ali parados, a maioria deveria ser apreendido, e tinha uma barreira os separando, e algumas bancas que vendiam alimentos. Nos escondemos atrás de uma delas e quando vi o cara ali nos procurando, eu gritei feito uma maluca: — PEGA LADRÃO! PEGA LADRÃO! ELE TÁ ROUBANDO TODO MUNDO, EU VI! — Apontei o dedo pra ele. — OLHEM! ELE TEM COISAS NAS MÃOS!!! — Fiz cara de desesperada, e outra vez... corri sem olhar pra trás, mas confesso que adoraria ter ficado mais dois segundos para ver a cena, pelo barulho do alvoroço que se formou, eu preciso reza
CAPÍTULO 4 Fernanda Antero — Puta que pariu! — pronunciei. — O quê disse? — o grandão perguntou, e agora que vi que falei alto demais. — Você se chama, Pietro Kosta? — perguntei com receio, o cara era grande. — Sim! Mas, alguns me chamam de escorpião, outros de chefe, ou até Don! Pietro não é permitido para qualquer um! Quem te mandou me procurar? — parou na minha frente, e no seu movimento, percebi que sacaria uma arma. — O meu pai! Ou melhor... Antero, mais conhecido como cobra! Ele pareceu pensar em algo, tirou a mão da cintura e então se ajeitou encostando na beira da sua mesa. Parecia me analisar por alguns segundos. — E, você é a metida que quase morreu esses dias por se intrometer nos meus negócios! — falou dando uma volta ao meu redor, de forma lenta e horrorosa, me senti sufocada, com ele me comprimindo. — Eu não fiz nada! Foram vocês que invadiram o meu local de trabalho, e por sua culpa perdi o emprego! — reclamei de cara feia. — Deveria me agradecer, você me pa
CAPÍTULO 05 Fernanda Antero Foi difícil negociar com o grandão, e o pior é saber que agora estou noiva dele, e amanhã bem cedo estaremos casados, e só essa palavra já me assombra... tenho medo que ele me faça mal como o meu ex já fez, e não sei se suportaria. Quando saí daquele escritório toda descabelada para descansar, fui surpreendida por uma bela voz de mulher. — Quem é você? Pietro não me disse que contratou empregada nova! — levantei a cabeça e me deparei com uma mulher maravilhosa, parecia uma celebridade, num salto alto, roupas de grife, cabelo escovado, e uma maquiagem que parecia ser de uma modelo, mas só pelo seu jeito, já não gostei dela. — Eu não sou empregada nenhuma, e não te devo explicações! — eu disse calmamente, pois é a verdade, e não me importo se essa bruaca gostou ou não. — Até parece que o Pietro te deixaria andar livremente se não fosse empregada dele! Me poupe sua folgada, segure a minha bolsa e pendure o meu casaco, que vim passar a noite com o meu ga
CAPÍTULO 6 Don Pietro Eu não entendo o que a Karina pensa que temos, pois eu nunca a assumi, assim como nunca pretendia assumir ninguém, só aceitei a Fernanda por conhecer bem as regras da máfia, e o valor da riqueza do Gura, mas, também tem o acordo que fiz com o cobra, pai dela. Dei a regalia de dar para a Karina até uma casa, para que não me cobrasse nada, pois ela conhece as minhas restrições, tem do meu dinheiro e tudo o que precisa, mas pra mim é apenas uma puta de luxo que não se valoriza, nada mais. — Karina, vá embora! Já tenho problemas demais para o final de semana, e você está ultrapassando as minhas regras. — fiquei entre as duas, pois já vi que também terei problemas com essa minha noiva, que parece ter fibra. — Amorzinho, vamos para o seu quarto e poderemos resolver os nossos problemas lá! Já entendi que está nervoso, aposto que estão te forçando a cumprir algum acordo, sabe que posso te acalmar rapidinho... — Cala a boca, sua oferecida! Não percebeu que está so
CAPÍTULO 07 Don Pietro Voltei a me conter e manter o meu silêncio que é o mais comum. Não posso me deixar comover por essa mulher, só porque ela é mais agitada que as outras, e destemida. Tá certo quem nunca vi alguém com tanta fibra e que roubasse um pouco da minha atenção, e principalmente que não fosse nos seios e nem na bunda, mas preciso me conscientizar que não pode passar disso. Voltei apenas à observar tudo o que acontecia ao meu redor. Indiquei o caminho à seguir, e ainda tentava entender como dirigia tão bem, se não sabia... será que ela mentiu? Então quando chegamos, coloquei uma das pistolas na cintura, e a outra no porta-luvas, para verificar o que tinha acontecido. — Qual foi a informação que te deram? — perguntou olhando para todos os lados, assim como eu. — Que Rosa Antero estava aqui, alguém a encontrou e a ajudou a chegar nesse lugar. Ela tem aproximadamente dez anos, mas é maior que a sua idade representa. — falei sério e sem rodeios, apertando a campainha.
CAPÍTULO 08 Don Pietro Kosta — Como assim? Quer que eu seja seu padrinho? — questionei a Fernanda. — Sim. Me ensine o que eu ainda não sei, quero me tornar alguém de confiança na máfia em que o marido é o Don. — pensei um pouco. — Marido... sabe que estamos casados, não sabe? — me aproximei dela na cama. — não quer a minha companhia nessa cama? Se você for a metade do que é no sexo, do que foi lá fora, hoje... — Se afasta! — colocou a mão na frente do corpo. — não quero nada, por enquanto apenas proteção e treinamento! — Precisamos consumar o casamento para se tornar de fato, válido! Não vou te forçar a nada, assinamos um acordo, mas... se cresceu na máfia, sabe como funciona... por acaso é virgem? — Olha... você me deu a sua palavra! — parecia sem respirar. — respeite a minha decisão, e me ajude com o que realmente vim atrás! — fiquei imóvel a olhando, e agora vejo ela bem séria. — Tudo bem... entendo que o dia não foi fácil para você, e ainda tem a sua irmã, então... te dar
CAPÍTULO 09 Don Pietro É um absurdo que ela pense essas coisas à meu respeito. Eu apenas queria ver como ela se sairia em uma situação como aquela, e não resisti a sua boca quando abri os olhos debaixo da água. — Acha mesmo que eu desonraria com a minha palavra? Com certeza não ouviu muita coisa a meu respeito! — falei quando ela levantou. — É que eu ainda não entendi o que aconteceu aqui. — Esta foi a primeira lição que lhe ensinei e aconselho a nunca levar isso de forma leviana, Fernanda! — Eu quase morri! — começou a se mover, com a perna melhor. — Então precisamos treinar mais essas partes! — respondi um pouco ríspido, fazendo a frente para que ela visse tudo o que eu mandei trazer. Sou um homem de princípios, e a desconfiança dela, me afronta. — Vá se secar e colocar outra das minhas camisetas que te esperarei na sala! — pedi. — Ok. . . Quando ela voltou, eu já observava algumas das peças que estilista trouxe, só estranhei que não me lembro dela trazer nenhuma roupa mi