Capitulo 4

Jack

— A louca estava querendo transar com ele, e Alex não quis. — Rafa dá de ombros.

— E o que ela queria com isso? — pergunto, tentando entender o que ela pretendia.

— Ela só queria ganhar dinheiro à custa dele. Jack, não vou dizer que o Alex é santo, mas ela jogou sujo.

— Verdade, Rafa. — comento e em seguida ouço o toque do meu celular. Olho e é notificação do grupo “SERVIÇO” no “W******p”, avisando que hoje tem reunião. Eu mereço essa. — Rafa, meu amigo, tenho que ir.

— Algum problema? — ele pergunta preocupado.

— Sim, reunião ainda hoje. Acho que deve ser sobre treinamento.— digo em tom de lamento.

— Caramba, Jack.— Rafa comenta.

— Rafa, conversa com seu amigo e lhe diz que eu vou pegar o caso dele, me passa todas as informações e avisa que vou entrar em contato.

— Ok, enviarei todas as informações para seu e-mail e avisarei ao Alex.— ele fala.

— Fico no aguardo, agora preciso ir. — Levanto-me saindo a contragosto daquele sofá tão gostoso.

— Vai dormir, Jack. — diz após o meu bocejo.

— Pode deixar, mamãe — brinco com ele, mas estou me sentindo muito cansada mesmo.

— Quantas noites você está sem dormir direito? — questiona.

— Acho que já perdi as contas, afinal, quando você é segurança particular, o povo não te deixa dormir.

— Pelo menos, com Alex, você vai ficar tranquila, pois é raro ele sair à noite com a gente. Sua vida é trabalho e os filhos.

— Nossa, sério? — Fico surpresa, como é um homem jovem, seria normal que saísse com os amigos e talvez até para namorar. — Fico aliviada. Não se esquece de me passar as informações — digo isso de forma apressada. Coloco minha arma nas costas, peço para o Rafa avisar aos seguranças sobre minha saída, para que não haja incômodo com os alarmes.

— Tudo bem, fique tranquila — Ele fala e nos despedimos.

Ao sair, dou de cara com a Barbie de R$1.99, que finge não me ver passar. Vou em direção ao elevador pedindo a Deus forças para não desmaiar dentro daquela coisa. Logo que chega ao andar, as pessoas saem  e eu entro, olhando para o teto e ouvindo a conversa dos outros, nem reparo quando o elevador para e abre a porta. Nesse momento, só ouço alguém falando no celular e logo me surpreendo com o tom da voz. Fico admirada com aquele homem e com a sua beleza, pois era espetacular. Ele deveria medir um metro e oitenta de altura, no mínimo Bonito para ele era pouco, tinha um cavanhaque que me deixou encantada e seu perfume... “PUTA MERDA!” Era bom demais, minha vontade era de me encostar nele e sentir ainda mais aquele cheiro que, aliás, deixou-me com um baita de um tesão. Coisa que eu nunca tinha sentido antes por um desconhecido. Ele se altera durante a conversa que tem no celular e diz: 

— Eu já falei,“PUTA QUE PARIU!” Que não quero mais ouvir falar sobre aquela maldita mulher!

           O cara gostosão estava bravo e sendo bem grosso com a pessoa do outro lado da linha. Imagino que não seja fácil lidar com ele. Será que ele é assim o tempo todo?  Tentava ouvir o que falava, enquanto prestava atenção em como ele era um pão, como minha vó achava. Será que ele é casado? Só pode. É ruim que um homem desse lindo e gostoso esteja solteiro. Enquanto ele conversa ao celular, eu presto atenção em cada detalhe. Não vejo mal algum em ficar olhando. Claro que me sinto um pouco pervertida, com todos os pensamentos que tenho em relação àquele estranho.. Mas continuo a pensar... e se ele fosse mesmo casado, coitada da mulher que o aguentava. Para mim, não seria nenhum problema ficar trancada com ele, num quarto. Só nós dois e um colchão.

            Sinto um calor fora do normal e começo a me abanar. Primeiro item da minha lista de tarefas: tomar um belo banho gelado. Meus pensamentos são interrompidos ao ouvir o bonitão berrar tão alto no celular: que todas as pessoas olharam para ele. O homem era mesmo um ogro para gritar desse modo dentro de um elevador.

— Não, Guilherme. Entre em contato com meu advogado — pede rosnando. E o imagino rosnando em meu ouvido e meu corpo estremece. Todos no elevador olham para ele assustados, e ele continua — Guilherme, pelo amor de Deus! Entre em contato com o Bruno, eu não quero que nada chegue aos ouvidos dos meus filhos.  Eles são apenas crianças!

       Falando daquele jeito, o homem parecia um ogro e enquanto falava ao telefone tive a impressão de que rosnava e após sua última fala, tive a certeza de que ele deveria ser era casado. Senti uma pontada de tristeza em meu coração. Mas mesmo assim meus pensamentos com aquele homem continuaram... Meu Deus. Não presto atenção em mais nada. Fico ali pensando no gostoso e nem percebo que me encontro dentro do elevador... Todos já desceram. Olho perplexa e me vejo sozinha. Caramba, como é possível que o elevador nessa hora esteja vazio, quero dizer, vazio não, comigo dentro. Ouço um barulho e percebo que eu não me encontrava sozinha de jeito nenhum, olho para ver de onde estava vindo o barulho e me dou conta que perderam o celular. Com curiosidade, eu o pego para ver e sinto o aparelho ainda meio quente, isso significa, que o dono estava com ele quase agora. 

            Olho para telefone e vejo que é uma boa marca, um “Samsung Galaxy S 20F E”Sabia reconhecer porque queria um celular daquele. Aperto no botão e sinceramente sinto um calor só de pegar no aparelho. Olho a tela e vejo a foto de um lindo homem com duas crianças. Observo bem e uma expressão sai em voz alta de minha boca:

— Aí, meu deus!  — exclamo chocada ao ver de quem era o celular.

        O celular era do Ogro que estava me deixando louca.  Ao admirar a imagem que estava na tela do celular, me pego pensando... Cadê a esposa que não está na foto? Será que a mulher que ele cita na conversa é a esposa? Não, deve ser a ex, porque se for a esposa, coitada.

       Já pensou... falar daquele jeito da mulher? É muito coisa de ogro e também de pessoa sem coração, vai ver ele tem um gelo no lugar. Como ainda não sei seu nome “Sr. dono do celular”, vou apelidá-lo de “Gelo Ogro”... Hum“Gelo” até que combinou com o gostosão. Então, vou chamá-lo de “Gelo Irresistível”. Agora, ligo ou não para alguém buscar o celular? Por enquanto, coloco-o na bolsa e saio finalmente do elevador, pego o carro, direto até a minha casa, minha cama.

    

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