BRUNO Eu não estava acreditando que Lia tinha vindo atrás de mim e grávida ainda por cima. Concordo que os pais dela tinham sido uns filhos da puta ao colocarem ela para fora de casa quando ela mais vai precisar deles, até queria ajudá-la, mas também não queria correr o risco de estragar as coisas com Ester, justo agora que estávamos começando a nos dar bem. Deixei que ela subisse para o meu apartamento, para tomar um banho e comer alguma coisa, e tinha que pensar na melhor forma de falar com ela que não poderia ajudá-la dessa vez e, que talvez fosse melhor ela procurar o pai da criança. Assim que entramos no apartamento, fomos recepcionados por Meia noite, que começou a se esfregar nas minhas pernas, Lia tentou acariciá-la, mas a gatinha se esquivou. Limpei a caixa de areia e coloquei ração nova no potinho de Meia noite, logo depois fui para o meu quarto. Enquanto guardava algumas roupas na mochila, ela foi para a cozinha e preparou dois sanduíches, mas rejeitei porque já tinha to
ESTEREstar com Bruno naquele restaurante, significava tanto para mim que eu, simplesmente, não conseguia nem explicar. O ambiente era agradável com a brisa do mar entrando pelas enormes janelas, a comida nordestina deliciosa. Me perguntei como ainda não tinha ficado sabendo daquele lugar.Quando o garçom trouxe nossos pedidos, meu estômago reclamou de fome. Bobó de camarão, arroz sertanejo, acarajés e alguns chips de macaxeira. Era comida suficiente para alimentar umas dez pessoas, mas não resisti e me servi de um pouco de cada coisa.— Você precisa provar esse acarajé. — Bruno pegou um dos bolinhos e me fez mordê-lo, num gesto extremamente íntimo. — É simplemente o melhor da cidade.— É uma delícia mesmo.Nos fartamos com toda aquela comida em um completo silêncio, apenas nossos olhares se cruzando e fixando um no outro. Bruno retirou o guardanapo de seu colo e limpou a boca, antes de deixá-lo sobre a mesa. Ficou de pé e estendeu a mão em minha direção.— Vamos dançar?— Eu não... J
BRUNODepois de passar a noite na cama com Ester, estava me sentindo tão exausto que acabei pegando no sono mais rápido do que imaginava e quando voltei a abrir os olhos, o sol já iluminava todo o ambiente. Olhei para o lado e vi que Ester ainda estava adormecida, seus cabelos espalhados sobre o travesseiro, sua respiração tranquila e o corpo parcialmente coberto pelo lençol. Afastei uma mecha de cabelo de seu rosto e depositei um beijo em seu rosto antes de sair da cama. Peguei a calça e a cueca jogadas no chão e a estava vestindo quando o despertador tocou, acordando Ester. — Bom dia! — Ela falou ainda meio sonolenta.— Bom dia, meu amor.Me aproximei da cama e me joguei ao seu lado. Se eu pudesse ficaria deitado ali com ela o dia inteiro. Deitado de lado e com a cabeça apoiada em uma das mõas, fiquei encarando-a antes de depositar um beijo em sua clavícula.— Está se sentindo bem?— Melhor impossível.— Eu passaria todas as noites com você, mas infelizmente não posso.— E por que
ESTER Eu ainda estava levemente adormecida, mas senti quando houve uma pequena movimentação ao meu lado na cama, abri os olhos, apenas o suficiente, para ver que Bruno tinha se levantado. Será que ele estava indo embora? — Bom dia! — falei ainda meio sonolenta. — Bom dia, meu amor. Ele voltou a se aproximar da cama e se jogou ao meu lado. Deitado de lado e com a cabeça apoiada em uma das mãos, ele ficou me encarando antes de depositar um beijo em minha clavícula. — Está se sentindo bem? — perguntou todo atencioso. — Melhor impossível. — Eu passaria todas as noites com você, mas infelizmente não posso. — E por que não pode? — Caetano é um menino muito esperto, não acha que ele estranharia? — Talvez, mas ele já é louco para ter você como pai mesmo. — As palavras escapuliram da minha boca. — Está dizendo que mudou de ideia quanto a ele ficar sabendo sobre nós? — Só acho que, para mim, está muito difícil esconder dele, sem contar que ele já nos flagrou juntos algumas vezes.
BRUNOAo voltar para a casa de Ester, estava tudo muito silencioso e, até estranhei. Quando cheguei à cozinha, encontrei apenas Maria lavando as louças usadas no café da manhã e assim que ela notou minha presença, abriu um largo sorriso.— Onde estão todos?— Ester está lá no quarto dela e Caetano está junto com ela.— Vou até lá chamar o pequeno. Obrigado.— Bruno! — Maria me chamou antes que eu me afastasse.— Sim?— Eu já fiquei sabendo da novidade e estou muito feliz por vocês.— Do que está falando, Maria?— Que você e Ester estão juntos.— Mas... Mas como...— Eu já desconfiava, mas Ester me contou hoje de manhã quando cheguei.Uma pontinha de felicidade brotou dentro de mim porque se Ester tinha contado para Maria era porque estava se sentindo a vontade com a nossa relação e, esse era apenas o primeiro passo para ela. Era só uma questão de tempo para que todo mundo ficasse sabendo sobre a gente.Deixei Maria sozinha na cozinha e subi para os quartos. Como já era de se esperar,
ESTEREu estava tão distraída brincando com meu filho que nem percebi que Bruno tinha chegado e tinha ficado parado junto à porta nos observando. Só quando ele perguntou se podia se podia se juntar a bagunça foi que notei sua presença.— Vem, tio Bruno. — Meu filho o chamou enquanto continuava pulando na cama.— Ester... Será que podemos conversar a sós por um minuto?— Filho, você esperar a mamãe lá na sala?— Tá bom.O meu pequeno desceu de cima da minha cama e disparou quarto a fora. Bruno se apressu em fechar a porta para não correr o risco de sermos interrompidos. Fez com que eu me sentasse na beirada da cama.— Ester, eu preciso te pedir uma coisa.— Pode falar, Bruno — apoiei minha mão direita sobre as dele.— Eu acabei de ficar sabendo que você contou sobre nós dois para Maria.— Ela é como uma mãe para mim, por isso me senti a vontade para contar a ela.— Eu entendo, mas o que eu queria sugerir era falarmos sobre o assunto com Caetano porque ele pode ficar sabendo pela boca d
BRUNODepois de me certificar de que Lia ficaria bem sozinha, avisei a ela que teria que voltar para o trabalho e que se precisasse de alguma coisa era para ligar para o meu celular para não incomodar Ester. Entrei no carro e peguei o caminho de volta para casa de Ester.Assim que estacionei o carro na garagem, respirei fundo tentando criar coragem para contar para Ester, tinha medo de como ela poderia reagir. Tão logo cruzei a porta de entrada, vi Caetano deitado no sofá assistindo televisão e Maria terminando de passar pano na sala de jantar e na cozinha.— Já voltou, filho. Conseguiu resolver o seu problema?— Consegui sim. Onde está Ester?— Ela já está na sala dela faz um bom tempo.— Será que pode olhar Caetano, estou precisando conversar com ela.— Claro! Pode ir lá.Assim que abri a porta da sala, percebi que Ester estava concentrada desenhando, por alguns minutos fiquei apenas observando-a. Ela ficava uma graça quando balançava a cabeça de acordo com a música que estava ouvin
ESTER Depois de me entender com Bruno, ficamos numa boa e o ciúme se dissipou completamente, ele insistiu em conversar com o meu pequeno, mas confesso, que estava um pouco receosa, porque desde que nasceu, meu filho nunca teve uma figura masculina ao seu lado, alguém para se inspirar. Meu irmão morava longe e meu pai nuca foi muito bom com crianças. Ele me deu um último beijo antes de sairmos da sala de criação e irmos procurar Caetano, que estava em seu quarto brincando com o tablet. Claro que, quando nos viu, tentou esconder o aparelho debaixo do travesseiro, mas eu já tinha visto e decidi fingir que não o tinha flagrado. — Tio Bruno, vamos brincar? — Ele logo tratou de chamar a atenção de Bruno. — Na verdade, eu e sua mãe queremos conversar com você. — Eu não fiz nada de errado. — Ele se defendeu. — Não é sobre nada disso, meu filho — peguei o meu filho no colo e o coloquei sentado na beirada da cama. — É sobre outra coisa. — O quê? Começamos a explicar para ele, de um mod