BRUNODeixei minha mãe na casa de apoio com a promessa de que logo voltaríamos para visitá-la e já estávamos a caminho de casa quando o celular de Ester começou a tocar e, depois de conseguir pegar o aparelho dentro da bolsa, ela viu o nome da mãe, teve atender, sem deixar de colocar no viva-voz.— Oi, mãe.— Você some e me atende com "oi, mãe"?— Que exagero, mãe. Eu só passei o final de semana fora e desconectada do celular.— Onde você estava, garota?— Em um hotel fazenda com Bruno, Caetano e a mãe dele.— Podia ter pelo menos me avisado, né?— Resolvemos de última hora.— Preciso que venha aqui em casa hoje a noite.— Aconteceu alguma coisa? — Ester parecia preocupada.— Não é nada demais, só preciso que venha e traga o Bruno e o meu neto também.Voltei a me concentrar no trânsito a minha frente e acabei nem prestando mais atenção na conversa de Diana com a mãe. Quando chegamos em casa, tirei as coisas do porta-malas enquanto Diana se ocupava em destrancar a porta.— Acho que min
ESTERJá estávamos voltando para casa quando meu celular pegou sinal e começou a tocar e vi o nome da minha mãe piscando na tela e tive que atender já que tinha ficado o final de semana inteiro incomunicável e ela poderia estar preocupada.— Oi, mãe.— Você some e me atende com "oi, mãe"? — Deu para perceber que estava irritada só pelo seu tom de voz.— Que exagero, mãe. Eu só passei o final de semana fora e desconectada do celular.— Onde você estava, garota?— Em um hotel fazenda com Bruno, Caetano e a mãe dele.— Podia ter pelo menos me avisado ou me convidado também, né?— Resolvemos de última hora.— Preciso que venha aqui em casa hoje à noite.— Aconteceu alguma coisa? — fiquei preocupada.— Não é nada demais, só preciso que venha e traga o Bruno e o meu neto também.— Tem certeza de que não vai me contar o que está acontecendo?— Já disse que não é nada demais.— Tudo bem então.Quando Bruno estacionou o carro na garagem de casa, destranquei a porta de entrada e ajudei a levar
BRUNODois anos se passaram desde o dia em que tomei coragem de pedir Ester em casamento naquele fim de semana no hotel fazeda e ali estava eu, parado em frente ao espelho, encarando o meu reflexo enquanto terminava de dar o nó da gravata. A porta do quarto foi aberta repentinamente e Caetano entrou correndo.— Anda, papai. A gente vai chegar atrasado.Pai. Quem diria que uma palavra tão pequena pudesse mexer tanto comigo. Tudo bem que, já tinha me acostumado com o pestinha me chamando de pai pela casa, mas não podia deixar de me sentir emocionado ao ouvi-lo me chamar assim.— Calma, pequeno. Não vamos chegar atrasados.— E se a minha mãe já estiver lá?— Não vai estar. Confia em mim, tá?— Tá bom, papai.Ele ficou de pé ao meu lado enquanto e terminava de dar o nó na minha gravata e arrumei a dele que estava um pouco torta de tanto que ele ficava pulando e correndo pela casa.— Estou bonito?— Sim!Minha mãe apareceu na porta do quarto e informou que o irmão de Ester já tinha chegado
ESTERO tempo passou voando desde quando eu falei sim quando Bruno me pediu em casamento, foram tantas decisões para tomar e coisas para escolher para o casamento que minha rotina tinha ficado tumultuada demais e me deixando muito estressada. Por sorte, eu podia contar com Ananda, minha cunhada, para me ajudar com tudo.O nosso dia importante, finalmente, tinha chegado. Estava longe de casa o dia inteiro para o dia da noiva com minha mãe e Ananda e, já estava sentindo saudades dos meus meninos. Eu não conseguia para de pensar no que eles deveriam estar fazendo e uma certa insegurança tomo conta de mim. Será que Bruno desistiria e me diria "não" na frente de todos?Quando já estava pronta, entramos todas no carro que tinha se alugado para me levar até o local onde a cerimônia seria realizada. Tinha optado por uma cerimônia ao ar livre porque já tinha me casado com Rômulo na igreja e queria que fosse um momento especial para nós dois.O altar tinha sido montado embaixo de um belo salgue
BRUNODepois de um longo voo sem escalas, finalmente chegamos nas terras da rainha na manhã do dia seguinte. Seguimos para o hotel e decidimos passar o dia no quarto já que estávamos cansados e o jetlag estava nos afetando. Claro que aproveitamos para curtir o momento sozinhos e acabamos dormindo o dia inteiro.Quando abri os olhos, notei que o céu já estava escuro e a lua brilhava alto, Ester não estava deitada ao meu lado e, rapidamente, me levantei e comecei a procurá-la pela suíte, para encontrá-la vestida com um roupão, sentada no sofá e folheando o cardápio do restaurante.— Está acordada a muito tempo? — Ela acabou se assustando.— Alguns minutos só.— E o que está fazendo sozinha aqui?— Escolhendo alguma coisa para comer porque acordei faminta.— Não prefere sair e conhecer a cidade?— Prefiro terminar a noite por aqui mesmo.— E já decidiu o que vai pedir?— Uma Steak and Ale Pie e uma garrafa de vinho tinto.— Não sei o que pedir.— Porque não pede um Beef Wellington?— E o
ESTERComo eu já esperava, a viagem para Londres na companhia do Bruno, tinha sido totalmente diferente de quando viajei para as terras da rainha sozinha. Não sei pelo fato de estar apaixonada por ele, mas eu estava vendo a cidade de um jeito diferente.Obviamente que levei meu marido para conhercer alguns dos pontos turísticos mais famosos de Londres e ele adorou, mas Bruno preferiu conhecer a cidade como um nativo, como se fosse um autêntico morador dali e, para isso, contratou um guia. Quando ele me contou, fiquei um pouco receosa, mas acabe aceitando porque poderia ser muito interessante.Do lado de fora podia estar frio, mas as nossas noites eram quentes e Bruno sempre arrumava um jeito de me surpreender na cama.Acordamos cedinho no dia seguinte, tomamos um delicioso e reforçado café da manhã, pois andaríamos bastante o dia quase todo. Já estávamos de volta ao quarto e terminando de nos arrumar quando o telefone da suíte tocou e a recepcionista informou que o guia já tinha chega
BRUNOAlguns meses depois...A volta para casa foi muito mais tranquila do que a nossa ida para Londres. Caio nos recepcionou no aeroporto e nos deu carona até em casa, onde um certo pestinha nos esperava ansiosamente. Aos poucos fomos voltando a nos adaptar a antiga rotina agitada. Eu permaneci como estagiário por mais um tempo, para não dizerem que ela estava me beneficiando, até que fui promovido e assumi um cargo efetivo na empresa.Minha mãe começou a passar os finais de semana com a gente em casa e mesmo Ester tentando convencê-la a vir morar com a gente, ela se recusou e disse que a intimidade de um casal era algo valioso e que não queria impor sua presença, além de não querer ficar longe dos amigos a quem tinha se apegado durante todos os anos em que ficou na casa de repouso.Sempre que nossas famílias se reuniam, tudo virava uma verdadeira festa. Minha mãe e a de Ester pareciam velhas amigas que tinham se reencontrado depois de anos sem se verem, até mesmo Lia passou a freque
ESTERCinco anos depois...Era um sábado ensolarado e sem nenhuma nuvem no céu, um ótimo dia para curtir a praia e foi exatamente isso que tínhamos feito. Estava sentada sobre uma toalha quadriculada enquanto meu marido corria pela areia atrás de Caetano e de Rebeca. Nossa menininha tinha nascido perfeita e era uma verdadeira bonequinha. Tinha cabelos escuros como os do pai realavam ainda mais seus olhos acinzentados como os meus.Rebeca rapidamente se tornou a princesinha da casa, afinal era a única menininha de ambas as partes da família e uma menina muito doce e calma, bem diferente do irmão. Meu irmão e Ananda descobriram, pouco tempo depois da gente, que seriam pais de um menino e Augusto nasceu com três dias de diferença da nossa menininha.Nunca poderia imaginar que Caetano se tornaria um irmão mais velho tão carinhoso e atencioso com a irmãzinha. Sempre que ela chorava, ele era o primeiro a correr para ver o que estava acontecendo, ele deixava que ela brincasse com seus brinqu