ESTER O risoto de polvo com parmesão que Bruno preparou estava muito delicioso, nunca tinha comido algo tão gostoso, parecia ter sido preparado por um chef renomado e a macarronada para o Caetano estava com uma aparência ótima. — Eu sabia que você cozinhava bem, mas esse risoto está divino. — Obrigado, Ester. — Tá muito bom mesmo, tio Bruno. Assim que terminamos de comer, avisei que iria subir para colocar meu filho na cama. Demorei mais do que esperava para voltar ao andar inferior porque meu pequeno pediu para que lessa uma história para ele. Depois de cobri-lo com a coberta, dei um beijo em sua testa e antes de sair, apaguei as luzes e encostei a porta. — Finalmente ele dormiu — reapareci na cozinha. — Desculpa ter te deixado sozinho. — Não se preocupe, sou acostumado a ficar sozinho. Bruno já tinha retirado quase tudo da mesa e lavado a louça, então terminei de retirar o restante das coisas que tinham ficado para trás. Enquanto eu guardava as toalhinhas no armário, senti
BRUNOPela manhã, acordei com a luz do sol entrando no quarto, Ester ainda estava adormecida, com os cabelos espalhados sobre o travesseiro. Saí da cama devagar para não acordá-la e tratei de fechar as cortinas, escurecendo o quarto. Peguei minhas roupas espalhadas pelo chão e vesti, saindo do quarto logo em seguida.Ao passar pelo quarto do pestinha, dei uma olhada dentro do cômodo, o menino ainda estava dormindo então decidi ir até a cozinha. Meu estômago roncou, vasculhei os armários e decidi ir até a padaria que ficava próximo dali para comprar algumas coisas e ainda fazer a minha caminhada matinal.Quando voltei para a casa de Ester, aproveitei que estavam todos dormindo e comecei arrumando a mesa. Cortei as frutas e as coloquei em bandejas, estava fazendo o café quando o pestinha apareceu. Com um sorriso no rosto e ainda de pijama.— Tio Bruno!— Bom dia, pequeno.— O que você está fazendo? — Ele perguntou enquanto arrastava o banquinho para ficar em pé ao meu lado.— Café.— Ec
ESTERQuando me ofereci para dar uma carona a Bruno até o apartamento dele, foi apenas um pretexto para ficarmos sozinhos de novo, pode beijá-lo como devia ter feito quando apareci na cozinha assim que acordei, mas como Caetano estava por ali, não pudemos. A pergunta que não quer calar é: até quando vou conseguir disfarçar na frente do meu filho.Durante o caminho até o prédio dele, Bruno permaneceu com a mão apoiada na minha coxa e, as vezes, deslizava um dedo pela minha fenda, mesmo que por cima da roupa. Aquilo estava me deixando doida e muito excitada, porém tinha que prestar atenção ao trânsito e não causar nenhum acidente.— Será que podemos sair para jantar? — Ele quebrou o silêncio e me pegou de surpresa.— Hoje?— Sim, eu conheço um restaurante não muito chique, mas servem uma comida deliciosa e tem música de qualidade.— Acho que pode ser uma boa ideia, mas...— Não se preocupe com o Caetano, conversarei com seu irmão e tenho certeza de que ele não reclamará de ficar com o s
BRUNO Eu não estava acreditando que Lia tinha vindo atrás de mim e grávida ainda por cima. Concordo que os pais dela tinham sido uns filhos da puta ao colocarem ela para fora de casa quando ela mais vai precisar deles, até queria ajudá-la, mas também não queria correr o risco de estragar as coisas com Ester, justo agora que estávamos começando a nos dar bem. Deixei que ela subisse para o meu apartamento, para tomar um banho e comer alguma coisa, e tinha que pensar na melhor forma de falar com ela que não poderia ajudá-la dessa vez e, que talvez fosse melhor ela procurar o pai da criança. Assim que entramos no apartamento, fomos recepcionados por Meia noite, que começou a se esfregar nas minhas pernas, Lia tentou acariciá-la, mas a gatinha se esquivou. Limpei a caixa de areia e coloquei ração nova no potinho de Meia noite, logo depois fui para o meu quarto. Enquanto guardava algumas roupas na mochila, ela foi para a cozinha e preparou dois sanduíches, mas rejeitei porque já tinha to
ESTEREstar com Bruno naquele restaurante, significava tanto para mim que eu, simplesmente, não conseguia nem explicar. O ambiente era agradável com a brisa do mar entrando pelas enormes janelas, a comida nordestina deliciosa. Me perguntei como ainda não tinha ficado sabendo daquele lugar.Quando o garçom trouxe nossos pedidos, meu estômago reclamou de fome. Bobó de camarão, arroz sertanejo, acarajés e alguns chips de macaxeira. Era comida suficiente para alimentar umas dez pessoas, mas não resisti e me servi de um pouco de cada coisa.— Você precisa provar esse acarajé. — Bruno pegou um dos bolinhos e me fez mordê-lo, num gesto extremamente íntimo. — É simplemente o melhor da cidade.— É uma delícia mesmo.Nos fartamos com toda aquela comida em um completo silêncio, apenas nossos olhares se cruzando e fixando um no outro. Bruno retirou o guardanapo de seu colo e limpou a boca, antes de deixá-lo sobre a mesa. Ficou de pé e estendeu a mão em minha direção.— Vamos dançar?— Eu não... J
BRUNODepois de passar a noite na cama com Ester, estava me sentindo tão exausto que acabei pegando no sono mais rápido do que imaginava e quando voltei a abrir os olhos, o sol já iluminava todo o ambiente. Olhei para o lado e vi que Ester ainda estava adormecida, seus cabelos espalhados sobre o travesseiro, sua respiração tranquila e o corpo parcialmente coberto pelo lençol. Afastei uma mecha de cabelo de seu rosto e depositei um beijo em seu rosto antes de sair da cama. Peguei a calça e a cueca jogadas no chão e a estava vestindo quando o despertador tocou, acordando Ester. — Bom dia! — Ela falou ainda meio sonolenta.— Bom dia, meu amor.Me aproximei da cama e me joguei ao seu lado. Se eu pudesse ficaria deitado ali com ela o dia inteiro. Deitado de lado e com a cabeça apoiada em uma das mõas, fiquei encarando-a antes de depositar um beijo em sua clavícula.— Está se sentindo bem?— Melhor impossível.— Eu passaria todas as noites com você, mas infelizmente não posso.— E por que
ESTER Eu ainda estava levemente adormecida, mas senti quando houve uma pequena movimentação ao meu lado na cama, abri os olhos, apenas o suficiente, para ver que Bruno tinha se levantado. Será que ele estava indo embora? — Bom dia! — falei ainda meio sonolenta. — Bom dia, meu amor. Ele voltou a se aproximar da cama e se jogou ao meu lado. Deitado de lado e com a cabeça apoiada em uma das mãos, ele ficou me encarando antes de depositar um beijo em minha clavícula. — Está se sentindo bem? — perguntou todo atencioso. — Melhor impossível. — Eu passaria todas as noites com você, mas infelizmente não posso. — E por que não pode? — Caetano é um menino muito esperto, não acha que ele estranharia? — Talvez, mas ele já é louco para ter você como pai mesmo. — As palavras escapuliram da minha boca. — Está dizendo que mudou de ideia quanto a ele ficar sabendo sobre nós? — Só acho que, para mim, está muito difícil esconder dele, sem contar que ele já nos flagrou juntos algumas vezes.
BRUNOAo voltar para a casa de Ester, estava tudo muito silencioso e, até estranhei. Quando cheguei à cozinha, encontrei apenas Maria lavando as louças usadas no café da manhã e assim que ela notou minha presença, abriu um largo sorriso.— Onde estão todos?— Ester está lá no quarto dela e Caetano está junto com ela.— Vou até lá chamar o pequeno. Obrigado.— Bruno! — Maria me chamou antes que eu me afastasse.— Sim?— Eu já fiquei sabendo da novidade e estou muito feliz por vocês.— Do que está falando, Maria?— Que você e Ester estão juntos.— Mas... Mas como...— Eu já desconfiava, mas Ester me contou hoje de manhã quando cheguei.Uma pontinha de felicidade brotou dentro de mim porque se Ester tinha contado para Maria era porque estava se sentindo a vontade com a nossa relação e, esse era apenas o primeiro passo para ela. Era só uma questão de tempo para que todo mundo ficasse sabendo sobre a gente.Deixei Maria sozinha na cozinha e subi para os quartos. Como já era de se esperar,