Em breve a história do surfista Kai, vai estar disponível
ESTERQuando entrei na casa da minha mãe, encontrei meu irmão sentado no sofá, mas achei estranho porque estava sozinho, minha irmã estava perdida em seu próprio mundo mexendo no celular, provavelmente trocando mensagem com o namorado e Caetano já estava correndo com o cachorro.— Oi, mãe — abracei-a antes de entrar.— Que bom que você chegou!Meu irmão se levantou e se aproximou de nós duas, nos envolvendo num abraço e depois que minha mãe se desvencilhou para ir brincar com o neto, meu irmão me puxou para o quintal dos fundos, onde ficamos sozinhos.— Achei que a Ananda já estaria aqui.— Ela disse que tinha que ir ao salão fazer as unhas e arrumar o cabelo. Coisas de mulher, você sabe— Ela está certa em querer parecer mais bonita quando vai conhecer a sua família.— Eu não lembro de você ter feito isso quando foi conhcer os pais do Rômulo.— Ah, mas pode ter certeza de que eu fiz.— Está falando sério?— Claro — joguei as pernas para cima das pernas dele e tratei de mudar de assun
BRUNOQuando saí do hospital, já era sete horas da manhã, deixei minha mãe dormindo, procurei uma enfermeira e passei meu telefone, pedindo que me ligasse quando tivesse alguma novidade no quadro de saúde dela e fui embora. No caminho de volta para casa, senti meu celular vibrar, resgatei o aparelho de dentro do bolso da calça e vi o nome de Ester piscando na tela.— Alô? Ester?— Sou eu, tio Bruno.— Caetano, aconteceu alguma coisa?— Não.— Por acaso sua mãe sabe que você está me ligando?— Também não.— Você está mentindo para sua mãe de novo?— Não, ela está dormindo.— E você está fazendo o que acordado sozinho?— Eu tava vendo televisão.— Você quer que eu vá ficar com você?Antes que ele pudesse responder, ouvi a voz de Ester ao fundo e logo depois a ligação foi encerrada, o que significava que ele não queria que a mãe descobrisse que ele estava falando ao telefone, como se ela não fosse olhar o histórico de chamadas depois. Crianças e suas mentes inocentes.Quando o táxi parou
ESTERDepois de sair da casa da minha mãe, decidi fazer uma surpresa para o meu pequeno, enviei uma mensagem para Nádia, combinando de levar os meninos ao cinema para ver o novo filme do Homem-aranha e ela adorou a ideia de poder sair um pouco de casa. A caminho do shopping, Caetano percebeu que não estávamos indo por um caminho diferente e rapidamente já quis saber para onde estávamos indo.— Esse não é o caminho de casa mamãe.— Eu sei, meu amor, mas eu preciso passar num lugar primeiro.— Onde?— Você vai ver.Fiquei surpresa por ele ter deixado o assunto de lado e ter passado a olhar pela janela do carro numa tentativa de descobrir qual seria o nosso destino. Quando entrei na rua que levava ao shopping, pelo retrovisor vi um sorriso estampado no rosto dele.— O que a gente vai fazer no shopping, mamãe?— Vamos ver o novo filme do homem-aranha. O que acha?— Siim!— Sabia que você ia gostar.— Depois eu posso jogar um pouco nos brinquedos?— Vou pensar no seu caso.— Ah, deixa, mãe
BRUNODepois de passar quase o dia todo na praia, voltei para o meu apartamento, onde passei o restante do domingo dormindo, só acordei para pedir uma pizza de frango com catupiry no aplicativo porque minha barriga estava roncando. Uma hora depois, eu estava esparramado no tapete da sala, comendo a pizza e assistindo um documentário sobre as múmias do Egito e o trabalho de arqueologistas em encontrar esses tesouros. Muitos poderiam achar que é o final de domingo mais solitário que alguém já passou, mas para mim é perfeito já que sou muito caseiro e prefiro mil vezes ficar em casa do que sair para algum lugar badalado.Pela manhã, acordei com um barulho estridente e extremamente irritante, cobri a cabeça com o travesseiro, mas não adiantou nada. Foi então que me dei conta de que o barulho vinha do meu despertador, estiquei o braço para alcançar o celular em cima da mesinha de cabeceira e o desliguei.— Ah, como eu odeio as segundas-feira.Lembrando que era o meu primeiro dia oficialme
ESTERA manhã de segunda foi caótica como sempre, mas consegui agilizar e levar Caetano para a escola e chega na empresa sem me atrasar para a reunião. Odeio me atrasar, mesmo sendo a CEO da empresa e sabendo que não podem começar sem que eu esteja presença.Depois de deixar o carro na minha vaga exclusiva no estacionamento, passei correndo pela recepção, sem deixar de cumprimentar as pessoas e corri para o elevador, por sorte, alguém tinha acabado de entrar, pedi que segurasse para mim. A medida que me aproximei, pude ver melhor quem era. Bruno.— Bom dia, Bruno!— Bom dia, Ester.— Preparado para o seu primeiro dia aqui na empresa?— Estou um pouco nervoso, mas é acho que é normal, né.— Pode ficar tranquilo, você vai ver que não é nenhum bicho de sete cabeças e vai adorar trabalhar aqui.— Assim espero.O meu celular começou a tocar, interrompendo a nossa conversa. Quando dei uma olhada no visor, vi que era meu irmão, provavelmente para falar alguma coisa sobre o casamento. Eu não
BRUNOEu não sabia se tinha sido uma boa ideia aceitar a proposta de Ester, até porque as pessoas poderiam ter uma ideia errada ao ver nós dois juntos e num evento da família dela, mais precisamente o casamento do irmão dela.Voltei para a minha estação de trabalho e tentei não pensar no assunto porque já tinha dado minha palavra a ela e não poderia voltar atrás. Foquei no trabalho que me foi dado, precisava mostrar que tinha talento e competência para quem sabe ser efetuado e passar a fazer parte do time de Ester. Sim, eu tinha ambição e isso nunca foi um pecado.ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...O trabalho como estagiário na empresa estava indo muito bem, em pouco tempo já conseguia me sentir uma parte importante da equipe, os meus colegas de trabalho sempre me chamavam para sair com eles as sextas-feira depois do trabalho e algumas vezes aceitei.Eu estava pronto para ir para o trabalho quando meu celular apitou, avisando sobre o recebimento de uma mensagem. Abri a mensagem do número desco
ESTERNa sexta-feira, trabalhei só na parte da manhã, aproveitei para ir mais cedo para casa para dar tempo de terminar de arrumar as malas, passar na loja e pegar o meu vestido, pegar Caetano na escola e cair na estrada antes de anoitecer, sei que o trajeto é curto, umas duas horas, mas é melhor prevenir.Tinha combinado de Bruno me encontrar as três da tarde na minha casa e, no horário certinho, a campainha soou. Por estar com as mãos ocupadas separando um lanchinho para o meu pestinha, pedi a ele que fosse abrir a porta.— Tio Bruno!— Ei, garotão.Saí da cozinha e me deparei com a cena que me deixou com o coração quentinho. Caetano estava pendurado no pescoço de Bruno e, conhecendo meu filho, sabia que ele tinha se jogado nos braços do babá assim que viu quem era.— O que você está fazendo aqui, tio Bruno? Você não sabia quedessa vez eu também vou viajar com a mamãe?— Sim, eu estou sabendo.— Então por que você veio?Foi então que Bruno ergueu a cabeça e nossos olhos se cruzaram.
BRUNO Durante todo o caminho da casa de Ester até Cabo Frio, ela foi dormindo, devia estar mesmo muito cansada, cheguei a ficar preocupado e verificar várias vezes se ela estava respirando. Caetano por outro lado, parecia estar ligado na tomada, mas por sorte não incomdou nem por um momento, ficou entretido com o seu tablet e os lanchinhos que a mãe tinha preparado. Com o carro parado no sinal, dei uma espiada na direção de Ester e tomei a coragem de retirar do rosto dela alguns fios de cabelo e os coloquei por trás da orelha. Ela se mexeu e achei que tivesse acordado, mas por sorte ela continuou de olhos fechados. — A mamãe ronca muito quando está dormindo, não é tio Bruno? — Um pouquinho, mas não podemos contar para ela. — Por que não? — Porque ela vai falar que a gente está inventando essa história. — E se a gente gravar? — Acho melhor deixar ela dormir sossegada. Por que você não descansa um pouquinho também? — Eu não tô com sono. Cinco minutos depois, quando olhei pelo