BRUNOEu não sabia se tinha sido uma boa ideia aceitar a proposta de Ester, até porque as pessoas poderiam ter uma ideia errada ao ver nós dois juntos e num evento da família dela, mais precisamente o casamento do irmão dela.Voltei para a minha estação de trabalho e tentei não pensar no assunto porque já tinha dado minha palavra a ela e não poderia voltar atrás. Foquei no trabalho que me foi dado, precisava mostrar que tinha talento e competência para quem sabe ser efetuado e passar a fazer parte do time de Ester. Sim, eu tinha ambição e isso nunca foi um pecado.ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...O trabalho como estagiário na empresa estava indo muito bem, em pouco tempo já conseguia me sentir uma parte importante da equipe, os meus colegas de trabalho sempre me chamavam para sair com eles as sextas-feira depois do trabalho e algumas vezes aceitei.Eu estava pronto para ir para o trabalho quando meu celular apitou, avisando sobre o recebimento de uma mensagem. Abri a mensagem do número desco
ESTERNa sexta-feira, trabalhei só na parte da manhã, aproveitei para ir mais cedo para casa para dar tempo de terminar de arrumar as malas, passar na loja e pegar o meu vestido, pegar Caetano na escola e cair na estrada antes de anoitecer, sei que o trajeto é curto, umas duas horas, mas é melhor prevenir.Tinha combinado de Bruno me encontrar as três da tarde na minha casa e, no horário certinho, a campainha soou. Por estar com as mãos ocupadas separando um lanchinho para o meu pestinha, pedi a ele que fosse abrir a porta.— Tio Bruno!— Ei, garotão.Saí da cozinha e me deparei com a cena que me deixou com o coração quentinho. Caetano estava pendurado no pescoço de Bruno e, conhecendo meu filho, sabia que ele tinha se jogado nos braços do babá assim que viu quem era.— O que você está fazendo aqui, tio Bruno? Você não sabia quedessa vez eu também vou viajar com a mamãe?— Sim, eu estou sabendo.— Então por que você veio?Foi então que Bruno ergueu a cabeça e nossos olhos se cruzaram.
BRUNO Durante todo o caminho da casa de Ester até Cabo Frio, ela foi dormindo, devia estar mesmo muito cansada, cheguei a ficar preocupado e verificar várias vezes se ela estava respirando. Caetano por outro lado, parecia estar ligado na tomada, mas por sorte não incomdou nem por um momento, ficou entretido com o seu tablet e os lanchinhos que a mãe tinha preparado. Com o carro parado no sinal, dei uma espiada na direção de Ester e tomei a coragem de retirar do rosto dela alguns fios de cabelo e os coloquei por trás da orelha. Ela se mexeu e achei que tivesse acordado, mas por sorte ela continuou de olhos fechados. — A mamãe ronca muito quando está dormindo, não é tio Bruno? — Um pouquinho, mas não podemos contar para ela. — Por que não? — Porque ela vai falar que a gente está inventando essa história. — E se a gente gravar? — Acho melhor deixar ela dormir sossegada. Por que você não descansa um pouquinho também? — Eu não tô com sono. Cinco minutos depois, quando olhei pelo
ESTEREu fiquei um pouco chocada e totalmente sem reação quando Bruno falou na frente de todos que estavam na sala que estávamos juntos. Fui pega de surpresa, mas já que ele tinha falado, o único jeito era continuar seguindo na mentira dele.— Eu sabia que você não me enganava dizendo que era só um amigo. — Minha mãe disparou em alto e bom tom. — Mas você não é muito novo para ela? — Mãe, não seja indelicada.— Só estou falando o que é óbvio.— Amor não tem idade, o que importa é que o que a gente sente um pelo outro, Caetano adora ele.— Se vocês estão dizendo.Quando a noite chegou, cada um se dirigiu para o seu quarto, mas acabamos tendo um pequeno problema porque a minha mãe acabou cedendo o quarto extra, onde Bruno ficaria, para as crianças e daria muito trabalho ter que realocar as crianças no quarto de seus pais.— Você se importa de dividir o quarto comigo? — perguntei meio sem jeito com a ideia.— Por mim não tem problema.— Então tudo bem.Assim que a porta do quarto foi fe
BRUNOPassar a noite na mesma cama que Ester foi um pouco complicado, passei quase a noite toda em claro, com medo de ultrapassar a barreira invisível que criei entre nó dois. Sabendo que não conseguiria dormir, aproveitei para sair, sem fazer o menor barulho, e dar uma volta na praia.A lua cheia estava perfeita no céu, iluminando quase toda a faixa de areia, a água do mar estava morna e nenhuma alma viva andando por ali. Aproveitei o siêncio para andar e pensar um pouco. Eu tinha sido impulsivo e colocado nós dois numa situação complicada. Só fingir que estávamos juntos era fácil, mas sabia que seria complicado resistir àquela mulher na mesma cama que eu.Depois de caminhar com os pés na areia por um longo tempo, comecei a me sentir cansado e decidi retornar para a casa. Antes de entrar, lavei os pés no jardim dos fundos e assim que entrei, fui tomado pelo silêncio. Ótimo. Estavam todos dormindo ainda e ninguém percebeu a minha escapada. Quando entrei no quarto, a claridade da lua
ESTERO casamento do meu irmão seria no fim do dia para aproveitarem o pôr do sol, por isso, a noiva tinha marcado uma manhã para as garotas num salão, com direito a tudo que mulheres gostam: unhas, cabelos e maquiagem. Confesso que, fazia muito tempo que eu não ia a um salão, me acostumei com a comodidade de ter sempre uma pessoa para fazer em minha casa mesmo.Enquanto esperava a minha vez de ter os cabelos enrolados nos bobes, aproveitei para enviar uma mensagem para Bruno, só para saber como as crianças estavam e a resposta chegou quase na mesma hora, o que foi um alívio."Eles estão curtindo a piscina e depois vamos sair para almoçar junto com o seu irmão.""Qualquer coisa me liga que vou para casa.""Pode ficar tranquila aí, que eu cuido daqui. Inclusive do seu irmão."O restante do dia passou tão rápido e alvoroçado que nem consegui pegar o celular novamente para enviar uma resposta. Quando cheguei em casa junto com a minha mãe, encontrei Caetano parecendo um príncipezinho vest
BRUNOLogo depois do almoço na churrascaria, voltamos para casa com as crianças, deixamos eles jogarem um pouco de videogame já que o sol estava muito quente. Aproveitei para dar uma olhada na roupa para ver se estava amassada.Umas duas horas antes do horário marcado para o casamento, arrumei primeiro Caetano e depois fui tomar um banho para me arrumar também. Como minha roupa era fácil de vestir, rapidamente fiquei pronto, o que demorou mais foi fixar o cabelo com o gel.— Bruno? — Ouvi a voz de Caio.Abri a porta do quarto e o vi parado no corredor todo, parecia perdido com a gravata e o buquêzinho de flores.— Cara, você pode me ajudar com esse troço?— Claro.Fomos até o quarto dele e o ajudei com a gravata e quando voltei ao meu quarto, abri a porta e tive a visão mais inesperada, Ester praticamente nua. Quando ela tinha chegado? Por que eu não tinha ouvido barulho de porta e nem de carro. Acabei ficando assustado com o grito que ela deu e, rapidamente, voltei a fechar a porta.
ESTER O momento do beijo para a foto, foi um pouco embraçoso para nós dois, mas conseguimos sobreviver, o problema era que eu tinha gostado do selinho de Bruno e queria beijá-lo de verdade, muito mais do que só um encostar de lábios. Bruno era um daqueles homens com uma pegada capaz de deixar qualquer mulher entregue, com as pernas bambas como gelatina. Quando consegui recobrar a compostura, começamos a caminhar em direção ao salão de festa, que estava arrumado do jeitinho que Ananda tinha me mostrado que queria. A alegria dos noivos era tão bonita de ver, que fiquei com um pouquinho de inveja, eu não voltaria a vivenciar aquilo de novo. Depois de pegar uma bebida, fui me sentar na mesa reservada para a família, vi que Bruno já estava lá sentado, parecia perdido em seus próprios pensamentos e assim que me aproximei, apoiei uma das mãos em seu ombro e ele tomou um susto. — Desculpa, não queria te assustar. — Eu só estava aqui pensando. — No que? — Nada demais. — Parecia importa