ESTERDepois que cheguei em casa, Bruno rapidamente disse que iria embora, deu para perceber que alguma coisa estava errada e pensei em não me meter, mas fiquei curiosa e resolvi perguntar:— Está tudo bem, Bruno?— Na verdade, não.— Quer conversar sobre?— A gente precisa mesmo conversar.Pelo tom de voz dele e a seriedade com que falou, fiquei muito preocupada. Será que tinha acontecido alguma coisa com o meu filho durante o dia? Ou será que meu irmão tinha feito alguma piadinha sobre ele ser babá? Olhei para o sofá, onde o meu pequeno estava entretido jogando o videogame.— Venha ao meu escritório, para conversarmos com mais privacidade.Indiquei o caminho e ele me seguiu, percebi que ele tinha ficado surpreso. As estantes de livros ia do chão ao teto repleta de livros, a mesa de mogno estava no centro e a mesa de desenho junto da janela, porque eu adorava observar a vista enquanto mergulhava de cabeça nos desenhos.— Sente-se — indiquei a cadeira à frente da minha mesa, mas Bruno
BRUNOEu me sentia na obrigação de contar o que tinha acontecido para Ester, era melhor que ela ouvisse de mim do que da boca dos outros e ficasse pensando que eu estava incentivando o filho dela a me chamar assim. O que eu não esperava era que ela tivesse aquela reação tranquila.Depois que peguei o táxi de volta para casa, fiquei pensando no comportamento de Caetano. Para quem sempre sonhou em ser pai, ter sido chamado pelo pestinha foi gratificante ao mesmo tempo que era errado já que o garoto tinha um pai, mesmo que ele estivesse morto.Pela manhã, quando Ester abriu a porta para mim, me deparei com uma visão um pouco inusitada. Ela ainda estava usando a fina camisola preta de seda, que acentuava cada curva de seu corpo. E que corpo maravilhoso ela tinha, mesmo depois de ter tido um filho. Foi difícil desviar os olhos de seu corpo enquanto ela falava e, precisei respirar fundo e usar o último resquício de autocontrole que ainda tinha.— Quer tomar café? — Ela questionou quando vol
ESTERQuando meu horário de sair, enviei uma mensagem para meu irmão, avisando que já ia sair da empresa e ele me enviou o endereço onde deveria encontrá-lo. Já tinha ouvido falar do bar que ele tinha escolhido, mas nunca cheguei a ir até lá. Fui até o banheiro da empresa e retoquei a maquiagem, trocando o batom nude por um vermelho, antes de sair.O lugar estava cheio, mas não foi difícil encontrar meu irmão, afinal um ex-jogador de basquete se destacava no meio da população de estatura "normal". Assim que me aproximei da mesa onde ele estava, dei um abraço apertado e não pude deixar de notar a bela mulher que estava sentado ao seu lado.— Ester, essa é a Ananda.— Então você é a mulher que roubou o coração do meu irmãozinho? — perguntei antes de abraçá-la.— Esta é a minha irmã, Ester.— É um prazer finalmente poder conhecê-la.Ananda era quase tão alta quanto o meu irmão, mas ainda sim, havia uma pequena diferença de altura entre eles. Ela parecia ser uma mulher sofisticada, modern
BRUNODepois de ter deixado Ester na cama, voltei para o quarto de hóspedes, mas não consegui dormir, a visão do corpo dela nao saía da minha cabeça. Ela era, simplesmente, maravilhosa, o corpo curvilíneo e muito atraente, principalmente com aquela calcinha minúscula.Pela manhã, quando acordei, ainda era muito cedo e a casa estava muito silenciosa, o que era um bom sinal de que Caetano ainda não tinha acordado e eu poderia sair sossegado. Depois de me trocar, cheguei à cozinha e decidi preparar um pouco de café para mim, mas fui surpreendido quando Ester apareceu.— Bom dia.— Bom dia! — tentei não olhar na direção dela. — Como está se sentindo?— Com uma ressaca terrível.— Deixei uma aspirina e um copo de água sobre o balcão para você — indiquei a bancada atrás dela.— Obrigada.Ester tomou a aspirina e me surpreendeu ao sentar-se em uma das banquetas. Enchi duas canecas de café e lhe entreguei uma. Tentei me manter afastado e não pensar no que tinha acontecido na noite anterior pa
ESTER Pouco tempo depois de Bruno ir embora, a dor de cabeça ainda não tinha melhorado, mas Caetano acordou com a bateria recarregada para fazer bagunça, servi seu leite com chocolate e fui colocar as roupas para lavar na máquina então ouvi o telefone tocando. Por estar com as mãos ocupadas, pedi ao meu pequeno que atendesse. — Mamãe, é a vovó Paula. — Traz aqui para mim, filhote. Caetano entrou correndo na lavanderia e me entregou o celular. Achei um pouco estranho minha mãe estar me ligando aquela hora da manhã, mas poderia ser alguma coisa urgente ou ela poderia estar precisando de ajuda com alguma coisa. — Oi, mãe. — Ester! Que bom que me atendeu. — Aconteceu alguma coisa com a senhora? — Eu estou bem, garota. — Só estranhei você estar me ligando a essa hora. — É que seu irmão vai fazer um almoço aqui em casa e quer toda a família reunida porque disse que tem algo importante para falar. Era engraçado ver que minha mãe nem fazia ideia da intenção do almoço, mas eu já sab
BRUNO Por causa do sol quente, rejeitei a cerveja e decidi tomar uma água de coco de uma barraquinha que tinha perto de onde estávamos. Deixei Lia pegando sol e fui até o calçadão, mas quando estava voltando, acabei ouvindo a voz dela exaltada e corri para ver o que era já que várias pessoas que estavam ao redor começavam a prestar atenção. — O que está acontecendo aqui? — perguntei assim que me aproximei. — Essa criança que passou correndo e jogou areia em mim. — Lia começou a reclamar — Tenho certeza de que ele não fez de propósito — Tio Bruno! Quando olhei para o lado, vi que o menino a quem Lia estava se referindo era, na verdade, o pestinha do Caetano e, claro que Ester estava segurando os ombros do filho junto ao corpo dela. — Ei, garotão. Ester. — Espera... Você conhece eles? — Eu tomo conta desse pequeno aqui, Lia. — Ela é sua namorada, tio Bruno? — O garoto perguntou curioso. — Não! A Lia é só minha amiga. — Eu não gosto dela, tio. — Caetano! — Ester repreendeu o
ESTERQuando entrei na casa da minha mãe, encontrei meu irmão sentado no sofá, mas achei estranho porque estava sozinho, minha irmã estava perdida em seu próprio mundo mexendo no celular, provavelmente trocando mensagem com o namorado e Caetano já estava correndo com o cachorro.— Oi, mãe — abracei-a antes de entrar.— Que bom que você chegou!Meu irmão se levantou e se aproximou de nós duas, nos envolvendo num abraço e depois que minha mãe se desvencilhou para ir brincar com o neto, meu irmão me puxou para o quintal dos fundos, onde ficamos sozinhos.— Achei que a Ananda já estaria aqui.— Ela disse que tinha que ir ao salão fazer as unhas e arrumar o cabelo. Coisas de mulher, você sabe— Ela está certa em querer parecer mais bonita quando vai conhecer a sua família.— Eu não lembro de você ter feito isso quando foi conhcer os pais do Rômulo.— Ah, mas pode ter certeza de que eu fiz.— Está falando sério?— Claro — joguei as pernas para cima das pernas dele e tratei de mudar de assun
BRUNOQuando saí do hospital, já era sete horas da manhã, deixei minha mãe dormindo, procurei uma enfermeira e passei meu telefone, pedindo que me ligasse quando tivesse alguma novidade no quadro de saúde dela e fui embora. No caminho de volta para casa, senti meu celular vibrar, resgatei o aparelho de dentro do bolso da calça e vi o nome de Ester piscando na tela.— Alô? Ester?— Sou eu, tio Bruno.— Caetano, aconteceu alguma coisa?— Não.— Por acaso sua mãe sabe que você está me ligando?— Também não.— Você está mentindo para sua mãe de novo?— Não, ela está dormindo.— E você está fazendo o que acordado sozinho?— Eu tava vendo televisão.— Você quer que eu vá ficar com você?Antes que ele pudesse responder, ouvi a voz de Ester ao fundo e logo depois a ligação foi encerrada, o que significava que ele não queria que a mãe descobrisse que ele estava falando ao telefone, como se ela não fosse olhar o histórico de chamadas depois. Crianças e suas mentes inocentes.Quando o táxi parou