ESTERDepois da correria, deixei meu pequeno no colégio e me preparei psicologicamente para o longo dia que teria pela frente. Cumprimentei os funcionários que encontrei no caminho até a minha sala e ao passar pela minha secretária, ela já veio atrás de mim com um monte de papéis. Antes de entrar, notei um homem sentado em um dos bancos e quando ele levantou a cabeça, quase caí para trás.— Bruno?— Ah, oi. — O que está fazendo aqui?— Ele tem uma reunião marcada com a senhora agora de manhã.— Reunião?— Sim, era para ter sido ontem, mas como a senhora precisou desmarcar tudo, remarquei para hoje de manhã.— É que você tinha falado que era para te procurar e é isso que vim fazer. — Ele ficou de pé e passou a mão pelos cabelos, parecia envergonhado.— Pode levá-lo para a sala de reuniões enquanto eu assino esses documentos, Márcia?— Claro!Entrei na minha sala, deixando a bolsa pendurada no suporte, comecei a assinar os documentos e em poucos segundos já estava a caminho da sala de
BRUNOAssim que Lia foi embora do meu apartamento, tratei de me arrumar, decidindo vestir uma calça jeans e uma camisa social. Logo depois de guardar na mochila tudo o que eu ia precisar para a apresentação da minha animação para Ester e pedi um carro de aplicativo.Como já era esperado, cheguei mais cedo na empresa e a gentil mulher atrás do balcão me informou que Ester ainda não tinha chegado e decidi me sentar em uma das cadeiras para esperar e aproveitei para repassar tudo o que pretendia falar.A reunião foi muito mais tranquila do que imaginei que seria, Ester adorou a minha apreentação e só recebi elogios e, consequentemente, ela me ofereceu uma vaga de estagiário. Não ia ganhar muito, mas era o suficiente para complementar a renda que eu ganhava como babá. O clima mudou quando a secretária dela apareceu e disse que a escola de Caetano tinha ligado e parecia ter acontecido alguma coisa com o pequeno.Fui levado até o andar do RH, onde fui oficiliazado como um estagiário, nem pu
ESTERQuando cheguei em casa, já começava anoitecer, encontrei a casa silenciosa, no começo achei um pouco estranho, mas a medida que me aproximei do quarto do meu pequeno, ouvi a voz dele. Coloquei a cabeça para dentro do quarto para espiar e encontrei os dois jogando dominó, Caetano sentado na sua cadeirinha e Bruno sentado no chão para ficar na altura da mesinha.— Mamãe! — Meu pequeno veio correndo em minha direção quando me viu.— Ei, meu pequeno.— Ester! — Bruno rapidamente ficou de pé.— O tio Bruno estava me ensinando a jogar dominó.— E quem estava ganhando?— Eu!— Você é mesmo muito esperto, garoto. — Bruno terminou de juntar as peças do dominó e guardou na caixinha. — Agora eu preciso ir.— Muito obrigada por ter ficado com ele, Bruno.— É sempre um prazer.Ele saiu do quarto do meu pequeno e caminhou até a sala, onde pegou sua mochila e começou a ir em direção a porta.— Te vejo amanhã então.— As sete já estarei aqui para não te atrasar.Bruno se despediu e foi embora.
BRUNONo caminho de volta para casa, com o céu já escuro, fiquei pensando no que Caetano tinha me falado e me peguei lembrando do meu pai. Ele tinha sido um bom homem, mas era bronco e muito bravo, gostava das coisas do jeito dele e se não estivesse do agrado dele, ele brigava com os filhos.Estava tão cansado que decidi comprar churrasquinho de frango na barraquinha da esquina do meu prédio e quando cheguei ao meu apartamento, aquele medalhão de frango com farofa e molho vinagrete parecia ser a comida mais gostosa do mundo. Depois de um banho relaxante, me deitei no sofá para assistir um filme que estava passando na televisão, mas acabei adormecendo antes mesmo de chegar a metade.Pela manhã, acordei com um som irritante soando em algum lugar e xinguei mentalmente quem quer que fosse o responsável por aquele barulho, mas depois percebi que o som vinha do despertador do meu próprio celular. Assim que me dei conta de que já eram seis horas da manhã, levantei correndo do sofá e fui troc
ESTERDepois que cheguei em casa, Bruno rapidamente disse que iria embora, deu para perceber que alguma coisa estava errada e pensei em não me meter, mas fiquei curiosa e resolvi perguntar:— Está tudo bem, Bruno?— Na verdade, não.— Quer conversar sobre?— A gente precisa mesmo conversar.Pelo tom de voz dele e a seriedade com que falou, fiquei muito preocupada. Será que tinha acontecido alguma coisa com o meu filho durante o dia? Ou será que meu irmão tinha feito alguma piadinha sobre ele ser babá? Olhei para o sofá, onde o meu pequeno estava entretido jogando o videogame.— Venha ao meu escritório, para conversarmos com mais privacidade.Indiquei o caminho e ele me seguiu, percebi que ele tinha ficado surpreso. As estantes de livros ia do chão ao teto repleta de livros, a mesa de mogno estava no centro e a mesa de desenho junto da janela, porque eu adorava observar a vista enquanto mergulhava de cabeça nos desenhos.— Sente-se — indiquei a cadeira à frente da minha mesa, mas Bruno
BRUNOEu me sentia na obrigação de contar o que tinha acontecido para Ester, era melhor que ela ouvisse de mim do que da boca dos outros e ficasse pensando que eu estava incentivando o filho dela a me chamar assim. O que eu não esperava era que ela tivesse aquela reação tranquila.Depois que peguei o táxi de volta para casa, fiquei pensando no comportamento de Caetano. Para quem sempre sonhou em ser pai, ter sido chamado pelo pestinha foi gratificante ao mesmo tempo que era errado já que o garoto tinha um pai, mesmo que ele estivesse morto.Pela manhã, quando Ester abriu a porta para mim, me deparei com uma visão um pouco inusitada. Ela ainda estava usando a fina camisola preta de seda, que acentuava cada curva de seu corpo. E que corpo maravilhoso ela tinha, mesmo depois de ter tido um filho. Foi difícil desviar os olhos de seu corpo enquanto ela falava e, precisei respirar fundo e usar o último resquício de autocontrole que ainda tinha.— Quer tomar café? — Ela questionou quando vol
ESTERQuando meu horário de sair, enviei uma mensagem para meu irmão, avisando que já ia sair da empresa e ele me enviou o endereço onde deveria encontrá-lo. Já tinha ouvido falar do bar que ele tinha escolhido, mas nunca cheguei a ir até lá. Fui até o banheiro da empresa e retoquei a maquiagem, trocando o batom nude por um vermelho, antes de sair.O lugar estava cheio, mas não foi difícil encontrar meu irmão, afinal um ex-jogador de basquete se destacava no meio da população de estatura "normal". Assim que me aproximei da mesa onde ele estava, dei um abraço apertado e não pude deixar de notar a bela mulher que estava sentado ao seu lado.— Ester, essa é a Ananda.— Então você é a mulher que roubou o coração do meu irmãozinho? — perguntei antes de abraçá-la.— Esta é a minha irmã, Ester.— É um prazer finalmente poder conhecê-la.Ananda era quase tão alta quanto o meu irmão, mas ainda sim, havia uma pequena diferença de altura entre eles. Ela parecia ser uma mulher sofisticada, modern
BRUNODepois de ter deixado Ester na cama, voltei para o quarto de hóspedes, mas não consegui dormir, a visão do corpo dela nao saía da minha cabeça. Ela era, simplesmente, maravilhosa, o corpo curvilíneo e muito atraente, principalmente com aquela calcinha minúscula.Pela manhã, quando acordei, ainda era muito cedo e a casa estava muito silenciosa, o que era um bom sinal de que Caetano ainda não tinha acordado e eu poderia sair sossegado. Depois de me trocar, cheguei à cozinha e decidi preparar um pouco de café para mim, mas fui surpreendido quando Ester apareceu.— Bom dia.— Bom dia! — tentei não olhar na direção dela. — Como está se sentindo?— Com uma ressaca terrível.— Deixei uma aspirina e um copo de água sobre o balcão para você — indiquei a bancada atrás dela.— Obrigada.Ester tomou a aspirina e me surpreendeu ao sentar-se em uma das banquetas. Enchi duas canecas de café e lhe entreguei uma. Tentei me manter afastado e não pensar no que tinha acontecido na noite anterior pa