Eu nunca imaginei que minha vida chegaria a esse ponto. Que me casaria com um homem que me despreza, ou que aceitaria um contrato que me aprisiona. Mentiras, segredos, impulsos… Eu me arrependo de quase tudo que fiz, de tudo que deixei de fazer, de tudo que permiti que acontecesse… Ou eu não estaria aqui, agora, deitada nesta cama, sendo acusada mais uma vez por algo que não fiz. Descobrindo da pior maneira quem é o homem com quem me casei. — É dinheiro que você quer? — ele me segura com força pelos braços e me j**a na cama, pressionando seu corpo contra o meu. Ele olha para mim com seus olhos escuros enquanto segura meus pulsos. — Ou você não consegue manter suas roupas no lugar por muito tempo? Sexo e dinheiro, são sempre essas duas coisas que mulheres como você estão procurando. — Solte-me, Noah, você está me machucando! — Você ainda não viu nada, Ava. Eu te avisei para não brincar comigo, e o que você faz? Cheia de segredos, agindo como se fosse uma qualquer, sem me dar uma exp
“Por Ava.” Ao abrir os olhos, levo um momento para assimilar o local e a presença do homem nu ao meu lado. Rapidamente, flashes da noite anterior vem à minha mente. Com cuidado, levanto-me, evitando despertá-lo, e dirijo-me ao banheiro para um rápido banho, decidida a partir antes que ele acorde e minha vergonha se intensifique. Enquanto me visto com pressa, sento-me no sofá próximo à cama para calçar minhas sandálias, observando o homem adormecido com uma fisionomia serena. Após finalizar os preparativos, pego minha bolsa e ponho-me de pé. No entanto, meus olhos recaem sobre um relógio elegante e valioso na mesa de cabeceira. Solto um longo suspiro ao relembrar do problema que vem me atormentando nos últimos dias, e fico ali, encarando o relógio, ciente de que ele poderia amenizar parte do difícil momento que atravesso. "Ava, olhe para o local em que você está, lembre-se do carro que te trouxe até aqui. Certamente, este homem possui uma coleção desses relógios e nem notará a falta
"Por Ava" Depois de algumas horas de sono, entreguei-me a um banho prolongado e reanimador, seguido de um café forte para recompor-me das emoções das últimas horas. Em seguida, chamei a Emma e nos encontramos diante de uma das lojas de penhores da cidade. — Boa tarde, amiga! — Emma me cumprimenta com um abraço e me olha sem jeito. — Me desculpa por te deixar sozinha ontem, mas… — Tudo bem, Emma, não precisa se explicar. — E então, como foi a noite com o senhor gostosão? — Ótima até certo ponto. — Sorrio sem graça e mostro o relógio para ela antes de entrarmos na loja — Situações desesperadas pedem medidas desesperadas, não é? — Não me diga que você… — Não! Digamos que apenas peguei emprestado, mas eu vou dar um jeito de devolver! Pelo menos amanhã terei o dinheiro para resolver o problema da minha mãe. Depois, posso tentar vender o Porsche novamente e pegar o relógio de volta. Talvez eles melhorem o valor. — O Porsche? Amiga, você é apaixonada por ele! Além disso, vender um Po
"Por Noah" Apesar do meu descontentamento estar à flor da pele e a tentação de expor a "princesinha" da família Hampton ser forte, a curiosidade sobre o motivo de Ava ter me roubado me segura. Por esse motivo, decidi dar um tempo para ela devolver o meu relógio. — Noah, — Taylor comenta ao entrarmos no meu carro — eu não consigo entender porque ela vendeu um relógio de mais de 5 milhões por esse preço. O que a teria levado a fazer isso? — Não faço ideia. Problemas com drogas, talvez? O que importa agora é o meu relógio, Taylor. — Será que tudo isso é só pelo relógio, Noah? — ele indaga, me encarando brevemente antes de voltar a atenção para a estrada. — Porque o Noah que eu conheço não daria um prazo a ela; no mínimo, faria com que ela procurasse pelo relógio até no inferno. — Ela roubou algo de valor para mim. Não posso simplesmente ignorar isso. Preciso fazê-la entender o que é mexer comigo. Mas também não posso arriscar perdê-la de vista e nunca mais ver o meu relógio. Você sab
Faço carinho nos cabelos dela, enquanto observo seu rosto pálido, suas olheiras profundas e então meus olhos descem para seu corpo, que dia após dia perde ainda mais suas curvas. Dou um beijo em sua testa e nos despedimos. Ao fechar a porta atrás de mim, lágrimas rolam em meu rosto, um misto de felicidade, alívio e uma ponta de preocupação. Embora saiba que o que fiz foi arriscado, errado e tenha piorado o meu desespero, não sinto nenhum resquício de arrependimento. Minha mãe agora tem uma enorme chance de sobreviver à sua doença. Com uma parte dos meus problemas resolvida, cumpro minha primeira obrigação na empresa e invento uma desculpa para sair. Fico encarando meu carro por alguns minutos antes de dirigir até uma agência de carros, mais uma vez determinada a tentar vendê-lo para recuperar o relógio. No entanto, o valor absurdo oferecido novamente, inferior à primeira proposta, me faz desistir da ideia. No caminho de volta à empresa, Noah me liga, mais uma vez pressionando para
Encaro por alguns segundos o homem que durante toda a minha vida serviu como exemplo e inspiração, tentando acreditar do que ele se transformou, e então saio em silêncio. Me despeço de Dory e decido ir para a minha casa, pois não sinto mais um pingo de ânimo para voltar ao trabalho. Ao entrar no banheiro, ligo o chuveiro e a água quente começa a cair suavemente sobre mim. As lágrimas se misturam com as gotas, escorrendo pela minha pele e deixando um gosto salgado nos meus lábios. Cada respiração é um suspiro pesado, enquanto tento conter a avalanche de emoções que ameaça me consumir. A todo o momento me pergunto se mereço passar por mais esse sofrimento, ao aceitar me casar com um homem como o Noah, que num primeiro momento me pareceu tão gentil e cavalheiro, e agora se mostrou um homem rude, frio e impiedoso. Quando finalmente sinto o meu corpo menos pesado e o coração menos apertado, desligo o chuveiro e me seco cuidadosamente. Olho para o espelho embaçado, observando o reflexo de
Florence sai e eu bufo de frustração enquanto afundo na minha cadeira, pensando em como contar a ele que não consegui recuperar o relógio, muito menos aceitar a proposta dele. Não demora para que Noah e Taylor apareçam na minha sala, e sinto o medo percorrer meu corpo ao notar o olhar nada agradável de Noah para mim. — Bom dia, Sr. Ewing, Sr. Spencer. — cumprimento-os com um aperto de mãos e aponto para as cadeiras à minha frente. — Por favor, sentem-se. — Bom dia, Srta. Hampton. — Olhe para ela, Taylor, nem parece que anda por aí roubando relógios. — Noah ironiza ao se sentar. — Srta. Hampton, não tenho todo o tempo do mundo. Já basta ter sido obrigado a desmarcar alguns compromissos para vir até aqui. — Sr. Ewing, eu não pedi para vir. Poderia ter esperado até... — Com licença, Srta. Hampton. — Mia me interrompe ao entrar na minha sala e nos cumprimenta formalmente antes de parar em pé ao meu lado. — Florence me disse que a senhorita precisa da minha ajuda. — Sim, Srta. Moore.
Como combinado, após o expediente, encontro-me com Mia e vamos juntas até o Grupo First place. Mantenho-me em silêncio durante todo o trajeto, sentindo como se uma faca atravessasse meu peito ao ser obrigada a isso. No entanto, pensar no motivo que me levou a isso e na recuperação da minha mãe, de certa forma, me conforta. Ao menos consegui resolver parte do problema que tanto me assombrava. — Te ver assim me deixa péssima, Ava! — Mia diz, ao entrarmos no elevador. — Como eu queria poder te ajudar. — Tudo bem, Mia. Eu vi o quanto você se empenhou para tentar me ajudar. — Sorrio sem graça e ela acaricia meu ombro. — Agora só resta me conformar. Tenho certeza de que irei sobreviver a esses dois anos. O "bip" do elevador interrompe minha melancolia ao chegarmos à cobertura. Damos alguns passos até a recepção, onde uma deslumbrante moça loira de olhos azuis, que mais parece ter saído de alguma agência de modelos, nos cumprimenta de forma totalmente robótica e com um certo ar esnobe, a