Como combinado, após o expediente, encontro-me com Mia e vamos juntas até o Grupo First place. Mantenho-me em silêncio durante todo o trajeto, sentindo como se uma faca atravessasse meu peito ao ser obrigada a isso. No entanto, pensar no motivo que me levou a isso e na recuperação da minha mãe, de certa forma, me conforta. Ao menos consegui resolver parte do problema que tanto me assombrava. — Te ver assim me deixa péssima, Ava! — Mia diz, ao entrarmos no elevador. — Como eu queria poder te ajudar. — Tudo bem, Mia. Eu vi o quanto você se empenhou para tentar me ajudar. — Sorrio sem graça e ela acaricia meu ombro. — Agora só resta me conformar. Tenho certeza de que irei sobreviver a esses dois anos. O "bip" do elevador interrompe minha melancolia ao chegarmos à cobertura. Damos alguns passos até a recepção, onde uma deslumbrante moça loira de olhos azuis, que mais parece ter saído de alguma agência de modelos, nos cumprimenta de forma totalmente robótica e com um certo ar esnobe, a
"Por Noah" Saio de casa logo cedo, sem pressa de encarar o momento em que Ava pisará na minha mansão. Não tenho a menor intenção de organizar uma festa de boas-vindas ou de presenciar sua mudança para minha casa. Deixar os empregados cientes da nova situação foi, para mim, o passo mais sensato. Em poucos minutos, estaciono na garagem da casa dos meus pais. Respiro fundo e saio do carro, caminhando com passos decididos em direção à mansão para comunicar aos meus pais a notícia de que seu filho mais velho agora é um homem casado e com responsabilidades familiares. "Que Deus me ajude!" Murmuro ao abrir a porta. — Bom dia, filho! — Minha mãe me presenteia com um sorriso surpreso ao me ver entrar na sala de jantar — Que surpresa vê-lo aqui tão cedo. Sente-se, venha tomar café conosco! — Bom dia, mãe, bom dia, pai. Já tomei o meu café, muito obrigado. Cadê o Jacob? — Provavelmente imerso no mundinho dele. — Meu pai responde de forma séria. — Ou está dormindo após passar a noite inteira
Respiro profundamente, tentando esconder a minha irritação, no exato momento em que ele passa o braço em volta da minha cintura, me puxando para perto dele para unir nossos corpos.Suspiro antes de forçar um sorriso ao entrar na sala de estar, onde uma mulher magra, alta, de olhos verdes e cabelos cacheados castanhos, e um homem de cabelos grisalhos e olhos azuis, quase uma versão mais velha do Noah, nos recebe com entusiasmo.— Meu amor! — A mulher exclama animada ao abraçar o Noah por alguns segundos antes de soltá-lo e me abraçar calorosamente — E você deve ser a Ava, é um prazer conhecê-la.— O prazer é todo meu, Sra. Ewing. Encantada em conhecê-lo também, Sr. Ewing.— Bem-vinda, Ava. — o pai de Noah diz, ao me abraçar. — Fico feliz em conhecer a jovem responsável por conquistar o coração do meu filho.— Nada de Sra. Ewing, Ava, por favor, me chame de Anna. Afinal, você já faz parte da família. Venham, estávamos esperando vocês para jantar.Noah segura minha mão e me leva para a sa
"Por Ava"Após o apreensivo jantar com a família de Noah e um domingo trancada no meu quarto para evitar qualquer contato, começamos a semana com um café da manhã em silêncio.Estar perto de Noah é uma experiência confusa, especialmente após ter conhecido um homem completamente diferente do que ele se mostra para mim agora. No entanto, compreender sua mudança de comportamento parece ser uma tarefa que nem mesmo quero tentar.— Tenha um bom dia, meu amor. — Noah diz, num tom irônico, quando me levanto, após terminar o café.— Olha só, ele tem voz! Com certeza terei um ótimo dia longe de você, com licença.Uma risada debochada escapa de seus lábios enquanto passo pela porta, e reviro os olhos enquanto sigo em direção à garagem. Com a tranquilidade do retorno do meu pai à empresa, aproveito o tempo livre da manhã para visitar minha mãe antes de ir trabalhar.Após me certificar de que o médico está ciente da minha visita, recebo finalmente a notícia de que a operação está marcada para daqu
"Por Ava"Os dias que antecedem a cirurgia da minha mãe passam voando. Entre a agitação do trabalho e da universidade, raramente vejo Noah; ocasionalmente, coincidimos no café da manhã ou no jantar. E isso está bem, porque eu não aguento mais suas provocações.Finalmente, chega o dia que tanto espero. O dia em que minha mãe vai passar pela tão aguardada cirurgia cardíaca. Acordo animada, tomo um longo banho e me maquio para disfarçar as olheiras, fruto do nervosismo. Escolher a minha roupa é a parte mais difícil, já que a cada dia pareço estar ainda mais magra.Pego minhas coisas e desço as escadas, respirando fundo para enfrentar Noah e seu mau-humor. Dou-lhe um educado "bom dia" ao me sentar à mesa, mas como sempre, ele não responde.— Hoje vamos almoçar com a minha mãe, Ava. — ele afirma, depois de alguns minutos de silêncio.— Não posso, Noah. Já tenho compromissos hoje.— Então cancele. Não estou te perguntando se você pode ou não.— Mas estou te dizendo que não posso, Noah! — fal
Me apoio contra a parede em frente à porta e meu corpo escorrega até o chão sem que eu tenha controle sobre ele. Choro por alguns minutos antes de ser auxiliada por uma enfermeira que me leva para fora da UTI.Não sei quanto tempo fiquei praticamente imóvel na sala de espera, mas quando consigo controlar o choro e voltar a pensar com clareza, procuro meu celular na bolsa para ligar para tia Ada, Emma ou qualquer outra pessoa que possa me acalmar.— Você não... — Sussurro ao ver as inúmeras chamadas de Noah. E como se o estivesse atraindo, meu celular vibra novamente em minhas mãos, me obrigando a atender. — O que você quer, Noah?— Como assim "o que eu quero", Ava? Onde você se meteu? Minha mãe cansou de te esperar para o jantar.— Sinto muito por ela, Noah. Te pedi para me avisar sobre seus planos. Além disso, deixei bem claro que tinha um compromisso. — Respondo, sem me preocupar com a voz trêmula.— Compromisso? Você não pode estar falando sério! Ava, juro por Deus que se você...—
"Por Noah"Após perder a paciência com Ava e agir como um idiota com ela, vou até o bar na minha sala de estar e me sirvo uma dose de uísque. Bebo lentamente, tentando entender por que Ava está me afetando tanto. Digo a mim mesmo que é apenas porque ela é muito atrevida. Após terminar a quarta dose, me sirvo outra e decido ligar para Taylor."Pelo amor de Deus, Noah!" — Taylor diz com a voz sonolenta ao atender a chamada. — "São duas da manhã! Você não sente sono?""Sentiria, se não estivesse à beira de um ataque de nervos. Onde diabos você está?""Onde estou? Na minha cama! Onde mais estaria? O que precisa agora? Ava sumiu de novo?""Taylor, ela voltou, mas tivemos uma briga e eu…" — Suspiro profundamente e esfrego o rosto, lembrando do que fiz com ela — "Esqueça! Quero que mande alguém vir aqui para instalar um rastreador no carro de Ava.""Não seria mais fácil conversar com ela e perguntar o que está acontecendo, Noah?""E ouvir mentiras?" — Indago após forçar uma risada amarga. — "
Depois da discussão no pub, finalmente, consegui passar uma noite sem as perturbações e acusações de Noah. No entanto, a ansiedade por ver minha mãe logo não me permitiu dormir muito bem; acordei assim que amanheceu.Cheguei ao hospital em poucos minutos e suspirei aliviada ao saber que minha mãe recebeu alta médica. Com a ajuda das minhas amigas, organizei tudo para recebê-la no meu antigo apartamento.Optei também por contratar algumas pessoas para auxiliá-la. Um sorriso de satisfação surgiu em meu rosto ao vê-la deixar o hospital, quando partimos no início da noite.Após tomar todas as precauções para deixá-la o mais confortável possível, ajudei minha mãe a jantar e decidi ficar um pouco mais com ela antes de ir embora.— Você está se sentindo confortável, mãe? — Pergunto, após ajustar o travesseiro pela milésima vez.— Estou bem, filha, assim vou logo me acostumar.— Minha paciente favorita tem esse privilégio. É bom tê-la de volta em casa.— Agradeço por tudo, meu amor. Sem você a