PROMESSA VERMELHA.Capítulo 19. Uma linda história de amorO silêncio que se fez foi tão grande que era quase aterrorizante. Havia quatro rostos naquela sala e só o de Ainara tinha uma expressão de satisfação absoluta.Charmaine era a viva imagem da impotência, Lugh da consternação e Mauro simplesmente parecia que tinha levado uma pedrada na cabeça até ficar tonto.—Noivo...? Como assim noivo... Lugh... você...?!"Como você pode se casar com ela sabendo que era uma...?" Essas eram realmente as palavras que Mauro tinha entaladas na garganta e Ainara pareceu adivinhá-las em meio a todo aquele balbuciar.—Sou uma garota de sorte! Não acha? —disse ela acariciando o rosto de Lugh até fazer com que ele a olhasse novamente—. Diferente de você, que faria qualquer coisa para me esconder... Lugh não se importa em se casar com uma prostituta.As pupilas do homem diante dela se dilataram em um só segundo e Ainara quase pôde escutá-lo engolir aquele nó em sua garganta.—Porque foi isso que
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 20. Verdades e mentiras—Ainara, chega! —exclamou Lugh e no mesmo instante Mauro o apontava com raiva.—Não se atreva a levantar a voz para ela! —desafiou—. É melhor responder. Diga! Se é verdade que você a conheceu antes de todos, se é verdade que seu pai...! Que diabos seu pai tinha a ver com ela, Lugh?!Mauro já não entendia nada, mas queria respostas e as queria agora!—Isso não é da sua conta —sibilou seu amigo—. Você terminou com ela! Você foi embora! Eu fiquei!—Eu terminei com ela pelo que você me disse! Pelo que vocês...! —virou-se para Charmaine, que estava mais vermelha que uma romã, e negou com raiva—. Pelo que vocês me mostraram...!—Ah sim! Não vamos esquecer a paginazinha de prostitutas! —exclamou Ainara levantando sua taça—. Isso também foi ideia sua, amor? A quem ocorreu fazer com que colocassem uma foto minha com um vestido vermelho em uma página de prostituição? Isso também foi você que fez?Mauro olhou para Lugh e viu como os olho
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 21. Promessa vermelhaAquele definitivamente era um dia ruim para se chamar Mauro Keller. Tinha em cima uma gala de inauguração de dois hospitais, toda a imprensa do país em cima, uma traição de dez anos nas costas e a dolorosa certeza de que tinha perdido o amor de sua vida.E mesmo assim, por mais obrigações que tivesse ou por mais que quisesse terminar de quebrar a cara do desgraçado do Lugh, suas prioridades estavam muito claras e o fizeram sair correndo pelo mesmo corredor por onde Ainara tinha desaparecido.—Você e eu vamos acertar as contas mais tarde, traidor filho da mãe! —cuspiu em direção a Lugh antes de ir, e para Charmaine não disse nada porque parecia que o tapa da moça já a tinha deixado engolindo o sangue da própria língua.Ainara estava aliviada. Não tinha outra palavra para descrever a forma como se sentia, porque "feliz" sem dúvida não era a correta, mas estava tranquila de poder dar resposta finalmente àquela incerteza que tinha tido
PROMESSA VERMELHA.Capítulo 22. Um infernoTalvez a única coisa que pudesse interromper o silêncio tormentoso que havia naquele jardim eram aqueles saltos inoportunos de uma das organizadoras que estava procurando Mauro como louca.—Senhor Keller! Já é hora do seu discurso, os convidados estão ficando impacientes.—Preciso de mais cinco minutos —respondeu ele sem olhá-la.—Mas é que...—Que esperem! Que bebam mais champanhe! Isto é uma festa, não é? Pois que continuem festejando e eu vou chegar para dar o discurso quando chegar! —rosnou Mauro com impaciência e o silêncio voltou quando a mulher se apressou a sair para cumprir sua ordem.No entanto no fundo sabia que nem cinco, nem dez nem vinte minutos nem todo o tempo do mundo seria suficiente para convencer Ainara a não ir embora. E por alguma estranha razão sentia que no mesmo momento que a perdesse de vista, ela desapareceria para sempre.—Ainara... preciso que você fique, por favor, esta conversa não pode terminar aqui... —
PAIXÃO VERMELHA.Capítulo 23. A verdadeO sorriso no rosto de Mauro era sarcástico enquanto fechava a porta daquele escritório às suas costas e olhava com expressão assassina para Lugh.O Senador o observou com um gesto de incredulidade e Mauro abriu o botão do terno, metendo as mãos nos bolsos antes de sorrir.—Então, bom rapaz. Por que você não conta ao Senador Rosso a relação que Ainara e eu tínhamos há dez anos e por que terminou? —sibilou olhando para Lugh e este apertou os punhos.—Não se meta nisso! Dê o fora daqui! Eu não tenho...!—Não acho que você seja tão idiota a ponto de esperar que ele não descubra —rosnou Mauro—. Você acha que Ainara não vai falar com o pai dela nunca mais? Que ele não vai perguntar por que ela rompeu o noivado com você?Rosso conteve a respiração porque era evidente que já havia outra pessoa que conhecia seu segredo, e diferente de seus advogados, Mauro não lhe devia nenhum silêncio.—Chega, Keller! Você está se metendo em águas perigosas aqui!
PAIXÃO VERMELHA.Capítulo 24. O conhecido e o... inesperadoHavia um ponto próximo entre o desespero e a culpa que não deixava Mauro pregar os olhos. Nem sequer sabia quando tinha sido a última vez que tinha dormido, mas sim estava certo de que a última vez que tinha descansado, tinha sido só nos braços de Ainara.Um milhão de lembranças lhe vieram à mente de dez anos atrás, tudo o que tinha acontecido, a forma como tinha partido seu coração, porque agora entendia que isso era exatamente o que tinha feito.Tinha quebrado sua promessa, tinha machucado Ainara exatamente como seu pai a tinha machucado e nos últimos meses tinha pretendido mantê-la como uma amante nas sombras, exatamente o mesmo que sua mãe tinha sido toda sua vida.—Tem que ser muito idiota mesmo! —exclamou furioso batendo no volante, mas o sair um pouco da estrada foi o que o fez voltar a prestar atenção antes de provocar um acidente.Chegou a Zurique antes do meio-dia e só ligou para seu pai para avisar que estava
PAIXÃO VERMELHA.Capítulo 25. Revelações dolorosasNada, nem mesmo o próprio Superman em pessoa descendo epicamente do céu na frente dele teria causado tanto efeito em Mauro."June". Só nesse momento a lembrança lhe voltou como um golpe o nome da mãe de Ainara.—June Jáuregui —murmurou e a menina assentiu batendo palmas emocionada.—Sim, sim! É assim que eu me chamo!E Mauro não soube o que lhe doía mais, se saber que Ainara tinha tido uma filha ou que aquela pequena fosse a segunda menina na família que carregava o sobrenome de sua mãe.Recuou um pouco trêmulo, apoiando-se no corrimão da escada, enquanto as duas pessoas na sua frente tentavam entender por que ele tinha ficado tão pálido.—Quer entrar, senhor Keller? —disse-lhe a senhora mais velha apressada—. Faço um chá para o senhor! Venha, venha!A mãozinha da menina puxando-o foi o que pareceu fazê-lo reagir, e Mauro sentiu que seu coração parava quando finalmente esteve dentro daquele apartamento, e absolutamente cada co
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da