Sua chegada a Lucerna foi furtiva e em questão de poucas horas já estava metido em algo bastante ilegal no qual definitivamente alguém com seu cargo não devia se envolver, mas quando ela pedia, não podia evitar.O mais simples que teria que fazer seria forçar a porta de um apartamento, então se ajoelhou diante da maçaneta, tirou um conjunto de chaves mestras e conseguiu abrir aquela porta em menos de quinze segundos.—Ai! Vou levar isso em conta para nunca te algemar. —Chiara piscou para ele enquanto entravam no apartamento e seu coração acelerou—. Vou preferir abraçadeiras de plástico.Jhon sorriu de lado, mas assim que a viu distraída se inclinou sobre suas costas, roçando todo seu corpo contra o dela.—Pensei que você tinha me devolvido o cartão quando eu te dei —murmurou em seu ouvido.—E devolvi... mas já tinha um —respondeu Chiara.—Você tinha pego um cartão sem eu perceber? —surpreendeu-se Jhon.Ela fez um biquinho que o fez se sentir como uma criança ingênua.—Você tem um pós m
Chiara rompeu em uma gargalhada leve e feliz enquanto escutava Jhon dizer aquilo.—Você se candidata para parceiro? Sério? —perguntou acariciando seu rosto com suavidade—. Como para me cortejar e tudo isso? À moda antiga?—Bem... tão à moda antiga não, não acho que seus pais aceitem três galinhas e uma vaca por você, mas...Chiara o golpeou no ombro e ele coçou suas costas com dedos ávidos.—Você me deixa louco! Não me incomoda reconhecer que pensei muito em você desde aquele... voo para Nigéria —confessou—. Eu gostaria de te ver de novo, Chiara.As palavras ficaram flutuando no ar por um momento, e Chiara não soube o que responder. Parecia tão sério e sincero, mas ela não pôde evitar se sentir um pouco desconcertada. Será que ele estava realmente a convidando para sair... ou só para encontros mais frequentes?—A que você se refere quando diz que gostaria de me ver de novo? —perguntou sem rodeios—. Quer me ver na minha casa e nas minhas reuniões familiares ou quer me ver no seu hotel?
Jhon olhou pela décima vez o relatório que tinha à sua frente. Tinha dito a si mesmo que não seria invasivo, afinal Chiara tinha sua vida e não era uma menina indefesa, há mais de duas décadas se virava sem ele, e Heston Darroze não seria o primeiro nem o último inimigo que tinha. No entanto aquela mulher tinha algo que ele não sabia explicar: devia ser o fato de que não precisava dele, ou podia ser sua inteligência, sua força, aquela doçura escondida, aquele prosaico senso de humor...Jhon podia enumerar a noite toda as coisas que gostava em Chiara e não precisava fazer memória para saber que jamais outra mulher tinha chamado sua atenção dessa forma, então criou coragem e abriu aquele relatório. Há algumas semanas um de seus homens seguia o registro de gastos do chef, e assim que Jhon viu aqueles nomes chamou seu investigador.—Coloque cada um desses gastos em um mapa, principalmente os de comida —pediu mas antes de ir o deteve—. E especialmente os de café. Compra quatro por dia em lu
—Por favor!Correram para o elevador como um par de adolescentes e "selvagem" foi pouco para o que fizeram sobre aquele sofá, no entanto não era suficiente, porque os dois terminaram com mais energia do que tinham começado.—Estou morrendo de fome! —exclamou Chiara—. Me leva para comer, vai.—Adivinho, a comida do restaurante não deu nem para um dente.—Fina e escassa, preciso de mais... carne.Jhon rolou sobre ela e a beijou.—Sei onde fazem uns hambúrgueres excelentes.Um tempo depois estavam acomodados junto a uma barraquinha à beira do Tâmisa, comendo hambúrgueres e aproveitando a madrugada.—Vai soltar logo ou tenho que arrancar de você? —perguntou ela de repente e Jhon a olhou sem compreender—. Para ser um dos diretores de uma agência de espionagem, você não é muito bom em esconder suas emoções. O que te preocupa?Ele respirou fundo e se virou para ela.—OK, fiz algo que não devia fazer, mas foi porque estava preocupado com você. Sei que não é justificativa, e que não devo ser po
Chiara ficou olhando com incredulidade o mapa. Ela tinha estado tão perto dele durante dias e nem sequer tinha notado.Tudo aquilo fazia sentido, mas lhe desagradava encontrá-lo. Por que Heston estava vigiando ela? Para ameaçá-la? Para chantageá-la? Para sequestrá-la?Jhon viu sua preocupação e seu desconforto.—Precisa de ajuda? —perguntou suavemente.Aquelas palavras pareceram tirá-la de seus pensamentos. Chiara o olhou fixamente e negou com a cabeça.—Não —respondeu—. Só estou tentando entender tudo, mas acho que é impossível. Heston precisa de dinheiro e não ganha nada me vigiando. Não sou material de chantagem, porque não me importo com o que a imprensa pensa de mim. Então a menos que me sequestre... —Chiara respirou fundo e desligou o tablet—. Obrigada por me avisar, Jhon. Eu me ocupo daqui, vou ficar alerta, e possivelmente contratarei um guarda-costas para ficar mais tranquila. Mas de verdade obrigada por me avisar.Jhon assentiu enquanto ela se aconchegava contra seu lado naqu
"Senhora Keller..." ouviu a voz em seu telefone. "Estamos entrando em seu apartamento, vou me identificar na porta da biblioteca, ok?"A porta estava aberta, então o detetive estava bastante seguro de que o agressor já não estava dentro. Ainda assim foram cuidadosos e registraram tudo antes de fazer Chiara sair.—Já é seguro, senhora Keller —disse o policial e Chiara saiu de lá para estar rodeada de proteção.O detetive a acompanhou até a delegacia onde Chiara teve que declarar tudo o que tinha acontecido.—E está segura de que o senhor Darroze é o responsável? —interrogou o chefe da polícia.—Heston Darroze tem me seguido há um tempo, são problemas econômicos, costumávamos ser amigos, mas meu banco teve que embargar suas propriedades por execução hipotecária, então...—Vingança? —anotou o policial.—Acho que sim.—Mesmo assim estaremos seguros muito em breve —declarou o detetive amigo de Jhon—. Não vi que você estivesse ferida, não é senhora Keller?Ela negou.—Não, não estou, por quê
Estava nervosa e era normal. Um homem a havia perseguido dentro de sua própria casa, então, por mais forte que ela fosse, era lógico que se sentisse assustada.Jhon colocou uma taça de vinho em sua mão e ela lhe deu um sorvido, saboreando o sabor que encheu sua boca antes de escorrer pela sua garganta. O calor do álcool se espalhou por seu corpo e, por um momento, ela se sentiu tranquila.Jhon a observava, com os olhos fixos nela. Sentia que o coração lhe batia mais rápido e sabia que aqueles medos que havia experimentado ao receber a ligação do detetive, aqueles que faziam muito tempo que não sentia, estavam voltando.Finalmente, foi ele quem quebrou o silêncio.— Como você soube? Que ele estava em seu apartamento.— Havia um copo sujo na cozinha... eu não faço isso.Jhon assentiu. Aquela saída a tempo era o que havia lhe salvado a vida e ele simplesmente não podia lidar com isso.— O que acontece? — perguntou Chiara.— Não teria podido fazer nada — murmurou ele —. Você esteve a segun
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da