Todos sabiam. Agora absolutamente todo mundo sabia o que estava acontecendo entre eles, mas Noémi parecia muito conforme com isso. A vida ia se descomplicando pouco a pouco, a família continuava se reunindo e faltando dois dias para o primeiro ano de Peter, Levi colocou na frente dela aquele documento.Estavam no meio de um jantar romântico quando ele lhe entregou aquele acordo de adoção pelo qual ela concordava em tomar Peter como seu filho.Noémi o olhou espantada e ele se assustou, é claro que se assustou, porque até esse momento tinha pensado que ela queria isso.—Eu... sinto muito, pensei que isso era o que você queria —murmurou ele pegando o documento—. Mas melhor se não apressarmos as coisas, certo?...Noémi alcançou sua mão para detê-lo e aproximou sua bolsa, tirando dela um documento idêntico que ela mesma havia providenciado.—Vinha te pedir exatamente a mesma coisa —respondeu e os dois riram porque realmente estavam conectados.Levi assentiu devagar e assinou os dois documen
Chiara Keller jamais foi um anjinho, era uma rainha. Como uma das CEOs do maior banco da Suíça, tinha mais caráter e astúcia que muitos dos homens que conhecia, e nenhuma de suas relações chegava a nada sério. Talvez por isso conhecer o Diretor de Crime Organizado da CIA foi algo tão memorável. Jhon Hopkins era um homem que não andava com rodeios, um lutador nato e a vida para ele era uma eterna guerra que devia ganhar. Nisso os dois se pareciam demais, e pelo que foi um momento mágico, o encanto perdurou.Mas eventualmente tinham que sair da cama.O que acontecerá quando seus trabalhos e suas vidas colidirem de frente?O que é o pior que pode acontecer quando a CEO de um banco de um paraíso fiscal se apaixona pelo encarregado de perseguir todos seus clientes?Traições, mentiras, decepções, erros que não podem ser perdoados porque no final de tudo, o amor não é mais forte que as grades da jaula da rainha.PREFÁCIO.Chiara estava desesperada. Sua cunhada Andrea estava no hospital, na pi
—Bem, se você está tão necessitado posso deixar você subir pela minha perna no avião, mas agora você vai vir comigo e vai colocar todos esses recursos que tem em função de encontrar meu irmão —replicou com determinação.Jhon olhou diretamente nos olhos dela.—Seu irmão?—Zack Keller. Tenho entendido que ele foi de grande ajuda para você há uns dias. Agora temos uma emergência familiar e preciso localizá-lo na Nigéria, então me pareceu que você estaria mais que de acordo em me ajudar a encontrá-lo.Jhon apertou os olhos com suspeita. Aquela mulher parecia demasiado convencida!—E exatamente por que você está tão certa de que vou ajudar? —perguntou chegando tão perto dela que se alguém não tinha acreditado na gravidez, agora, vendo como aqueles dois se olhavam, ninguém poderia duvidar que tivessem algo muito íntimo—. Responda-me. O que faz você acreditar que vou ajudar?—Que eu sei que você deixou Mason Lee morrer de propósito —replicou Chiara.Jhon olhou para todos os lados para ter cer
John tinha tido muitas mulheres em sua vida. Não deixava o coração em cada porto, mas certamente dava seu passeio por cada um.No entanto quando Chiara Keller desceu do avião com elegância, ela continuava parecendo uma rainha e ele se sentia como o cavaleiro andante que tinha se jogado no fosso dos crocodilos para que ela chegasse sã e salva do outro lado. Se apoiou na porta daquele avião respirando ofegante, com a gravata torta, o cabelo desarrumado e as bochechas coradas porque tinham estado apertadas entre aquelas duas pernas até o infinito e além.Então tinha que reconhecer: essa mulher sabia o que queria e como queria!Não passou muito tempo antes que sua equipe lhe desse a informação que precisava para poder encontrar o irmão de Chiara. Sem trocar palavra se dirigiram ao estacionamento e logo encontraram um carro esperando por eles.Por sorte encontrar pessoas não era um problema para John, então poucas horas depois estavam de volta com Zack, voando para Lucerna. Zack foi imediat
Sua chegada a Lucerna foi furtiva e em questão de poucas horas já estava metido em algo bastante ilegal no qual definitivamente alguém com seu cargo não devia se envolver, mas quando ela pedia, não podia evitar.O mais simples que teria que fazer seria forçar a porta de um apartamento, então se ajoelhou diante da maçaneta, tirou um conjunto de chaves mestras e conseguiu abrir aquela porta em menos de quinze segundos.—Ai! Vou levar isso em conta para nunca te algemar. —Chiara piscou para ele enquanto entravam no apartamento e seu coração acelerou—. Vou preferir abraçadeiras de plástico.Jhon sorriu de lado, mas assim que a viu distraída se inclinou sobre suas costas, roçando todo seu corpo contra o dela.—Pensei que você tinha me devolvido o cartão quando eu te dei —murmurou em seu ouvido.—E devolvi... mas já tinha um —respondeu Chiara.—Você tinha pego um cartão sem eu perceber? —surpreendeu-se Jhon.Ela fez um biquinho que o fez se sentir como uma criança ingênua.—Você tem um pós m
Chiara rompeu em uma gargalhada leve e feliz enquanto escutava Jhon dizer aquilo.—Você se candidata para parceiro? Sério? —perguntou acariciando seu rosto com suavidade—. Como para me cortejar e tudo isso? À moda antiga?—Bem... tão à moda antiga não, não acho que seus pais aceitem três galinhas e uma vaca por você, mas...Chiara o golpeou no ombro e ele coçou suas costas com dedos ávidos.—Você me deixa louco! Não me incomoda reconhecer que pensei muito em você desde aquele... voo para Nigéria —confessou—. Eu gostaria de te ver de novo, Chiara.As palavras ficaram flutuando no ar por um momento, e Chiara não soube o que responder. Parecia tão sério e sincero, mas ela não pôde evitar se sentir um pouco desconcertada. Será que ele estava realmente a convidando para sair... ou só para encontros mais frequentes?—A que você se refere quando diz que gostaria de me ver de novo? —perguntou sem rodeios—. Quer me ver na minha casa e nas minhas reuniões familiares ou quer me ver no seu hotel?
Jhon olhou pela décima vez o relatório que tinha à sua frente. Tinha dito a si mesmo que não seria invasivo, afinal Chiara tinha sua vida e não era uma menina indefesa, há mais de duas décadas se virava sem ele, e Heston Darroze não seria o primeiro nem o último inimigo que tinha. No entanto aquela mulher tinha algo que ele não sabia explicar: devia ser o fato de que não precisava dele, ou podia ser sua inteligência, sua força, aquela doçura escondida, aquele prosaico senso de humor...Jhon podia enumerar a noite toda as coisas que gostava em Chiara e não precisava fazer memória para saber que jamais outra mulher tinha chamado sua atenção dessa forma, então criou coragem e abriu aquele relatório. Há algumas semanas um de seus homens seguia o registro de gastos do chef, e assim que Jhon viu aqueles nomes chamou seu investigador.—Coloque cada um desses gastos em um mapa, principalmente os de comida —pediu mas antes de ir o deteve—. E especialmente os de café. Compra quatro por dia em lu
—Por favor!Correram para o elevador como um par de adolescentes e "selvagem" foi pouco para o que fizeram sobre aquele sofá, no entanto não era suficiente, porque os dois terminaram com mais energia do que tinham começado.—Estou morrendo de fome! —exclamou Chiara—. Me leva para comer, vai.—Adivinho, a comida do restaurante não deu nem para um dente.—Fina e escassa, preciso de mais... carne.Jhon rolou sobre ela e a beijou.—Sei onde fazem uns hambúrgueres excelentes.Um tempo depois estavam acomodados junto a uma barraquinha à beira do Tâmisa, comendo hambúrgueres e aproveitando a madrugada.—Vai soltar logo ou tenho que arrancar de você? —perguntou ela de repente e Jhon a olhou sem compreender—. Para ser um dos diretores de uma agência de espionagem, você não é muito bom em esconder suas emoções. O que te preocupa?Ele respirou fundo e se virou para ela.—OK, fiz algo que não devia fazer, mas foi porque estava preocupado com você. Sei que não é justificativa, e que não devo ser po