Sentar-se diante da única pessoa que podia ajudá-la não era um problema. Conhecia Nino, era um bom homem e tinha uma habilidade especial para não se meter onde não era chamado. Não estava segura se podia contar com ele ou não, mas pelo menos tinha que tentar.O problema real era o que a estava levando ali. O problema era o sacrifício que sua irmã teria que fazer para que pudessem sair bem dessa situação. O problema era que não podia ser egoísta e deixá-la carregar todo o peso, porque agora Chiara estava na situação mais vulnerável de sua vida e para Noémi, Chiara estava acima de todos.—Sei que o que estou te pedindo é demais, Nino —murmurou sentada naquela terraço de Santorini onde ele tinha uma de suas mansões privadas—. Não poderia te reembolsar a curto prazo... Diabos, é que nem sequer sou capaz de estimar as perdas pelas quais terei que te reembolsar...!Nino inclinou-se para frente e pegou sua mão com um gesto calmante e gentil.—Vamos ver, se acalme, amore mio. Respaldar o Aster
A semana que se seguiu foi muito dura para todos. Chiara passava de uma declaração a outra, de um interrogatório a outro. Nino não dormia, dirigindo pessoalmente cada operação do novo investimento, e cada vez que Noémi o chamava estava no meio de um salão cheio de computadores e operadores de mercado, dando ordens. E ela contatava os clientes "sensíveis" do Asterion para garantir-lhes que nada do que havia acontecido com Franco Garibaldi aconteceria com eles.Finalmente as gêmeas haviam decidido guardar o segredo do que estava acontecendo até depois do casamento de Loan com Danna. Seria o último evento feliz da família por um tempo e não queriam arruiná-lo.Noémi sabia que devia aproveitar aquela viagem a Lucerna para explicar a Levi o que estava acontecendo, mas não imaginava que a metade mais mal interpretada daquela história já havia chegado a ele na forma do comentário malicioso de um blogueiro.Levi nem sequer sabia do que falavam até que chegou cedo à loja e ouviu Danna falando c
Noémi levantou o cabelo da gêmea e acariciou suas costas suavemente enquanto a via vomitar.—Me desculpa... me desculpa...!—Você não tem nada a sentir — murmurou Noémi. — Eu sempre vou estar aqui. Você é o mais importante para mim, Chiara, antes de qualquer um no mundo. Você sabe disso, não é? — Chiara assentiu enquanto a abraçava e escondia o rosto na curva do pescoço dela. — E você também sabe que eu não concordo com o que você vai fazer?Chiara respirou fundo e limpou as lágrimas.—Eu sei, Noe, mas eu tenho que fazer isso porque é a única forma de fechar este... Capítulo por completo — murmurou. — Só lamento o peso que estou deixando sobre seus ombros. Eu realmente não queria, Noe... me desculpa!Chiara soluçou e Noémi sentiu aquele nó pesado no estômago. Ninguém conseguia entender o forte vínculo entre as gêmeas. E talvez houvesse outras que passassem metade da vida brigando, mas não elas. Elas sempre tinham sido uma só, sempre tinham pensado e sentido como uma só, tanto para as
Os olhos de Noémi faiscaram de raiva e o eco daquele tapa se ouviu em toda a casa enquanto ela apertava o punho porque a palma da mão tinha ficado doendo.—Não permita que minha gentileza te confunda —sibilou—. A mim me falta com respeito quem eu quiser, e você é a última pessoa na Terra que pode fazer isso porque te dei mais do que já dei a qualquer homem na minha vida.Deu-lhe as costas e saiu dali. Não podia falar mais com ele naquele momento, porque se permitisse que outra palavra saísse de sua boca acabaria chorando ou se arrependendo, e nenhuma dessas duas coisas faziam parte de seu caráter.Noémi sabia duas coisas que ninguém mais sabia: a primeira era que essa seria a última vez que sua irmã estaria junto à sua família por muito tempo. E a segunda era que não podia forçar palavras em ouvidos que não queriam escutar.Foi para casa, se preparou para o casamento de Loan e naquela tarde não fez nada além de atender sua família e cuidar de Chiara, tentando que nada a afetasse mais d
Vinte e quatro horas. Noémi se deu vinte e quatro horas para chorar porque no fundo também era humana. Foi ao aeroporto, viu Levi e Peter pegarem aquele voo e aceitou, porque não lhe restava outra opção, que seu caminho e o de Levi iriam se separar. Aceitou que não podia fazer nada para mudar isso, e confirmou o que sempre tinha pensado: que não era saudável colocar o coração na cama, e vice-versa.Limpou as lágrimas e ajeitou as calças para os meses que viriam, porque sabia que não seriam fáceis. Chiara e ela tentaram manter a família o mais afastada possível da verdade. O advogado de sua irmã conseguiu um acordo para um julgamento totalmente privado, e o desespero de Jhon conseguiu que nem a mídia ficasse sabendo.Depois vieram as declarações. As tentativas de Jhon de desmentí-la. Chiara assumindo uma culpa que não era sua, e a renúncia a tudo o que tinha. Ver sua irmã assinar aquela cessão dos bens que lhe restavam para não voltar a arriscar a família golpeou muito forte Noémi. Talv
Ela assentiu e fechou os olhos antes de ficar rendida por um tempinho.Para Noémi era difícil ver sua irmã, mais ainda quando sabia que não merecia estar naquela situação, mas não podia fazer nada, só esperar que cumprisse a sentença que lhe tinham dado. Nino tinha movido céu e contatos poderosos para que a transferissem para a Suíça na maior discrição, assim pelo menos a tinha por perto.—Te tratam bem aqui? —perguntou Noémi no dia seguinte enquanto se sentava naquela pequena varanda e tomava um café.—Sim, Viktor me cuida como se o bebê fosse eu —murmurou sua irmã com um suspiro—. Pensei que sentiria falta de ver as pessoas, falar com outras pessoas, trabalhar... mas não é assim, Noe.—Não sente minha falta? —sua gêmea fez um biquinho.—Claro, e dos meus irmãos e dos meus sobrinhos... e da mamãe e do papai. —Por um segundo seus olhos se cristalizaram mas sacudiu a cabeça para espantar as lágrimas—. Mas não me refiro a isso. A vida que eu tinha, dessa não sinto falta. Outro dia Viktor
Levi já tinha conhecido Oslo, adorava; afinal era um bichinho do frio, onde houvesse neve, esse era seu lugar.O senhor Larsen o recebeu com atenções que Levi jamais tinha sonhado, o levou para passear pela cidade para que conhecesse os lugares mais bonitos de Oslo, e depois seguiram para as instalações da equipe de esqui, onde Levi pôde ver com seus próprios olhos o impressionante material com que contariam para a próxima temporada.Larsen tinha comprado uma mansão completa para a equipe de seu filho, estava situada em uma colina, rodeada de árvores, perto da pista profissional onde treinariam. A casa era impressionante e tinha todas as comodidades que os adolescentes pudessem desejar: começando por uma academia totalmente equipada e uma enorme piscina coberta. Os quartos eram amplos e aconchegantes, cada um com seu próprio banheiro, tetos altos, lareiras de pedra, móveis de madeira entalhada e tapetes de lã.Para Levi havia uma casa com acesso independente na ala direita da mansão, p
JANEIROSEATTLE— Como você foi capaz de fazer isso?! — O rugido furioso de Zack Keller deteve sua namorada na porta de casa assim que a viu chegar.Giselle viu um papel em sua mão e nem sabia do que ele estava falando, mas nunca o tinha visto tão alterado como naquele momento.— Não sei do que você está falando...— Claro que sabe! Você abortou meu filho! Você o perdeu de propósito! — ele a acusou com raiva. — Você ao menos tinha a maldita intenção de me contar alguma coisa?!A mulher à sua frente ficou pálida.— Como... como você sabe...?Zack jogou aquele papel na direção dela e a olhou com decepção.— Você esquece que está no plano de saúde da minha empresa? — ele cuspiu, aproximando-se dela. — Assim que seu sobrenome apareceu nos registros de pagamento, me avisaram. Imagine minha alegria quando soube que o seguro tinha pago por um teste de gravidez e depois por uma ultrassonografia!Giselle se afastou dele com o rosto vermelho de vergonha, mas Zack não era do tipo que da