– Tá, eu to saindo daqui agora. Eu devo chegar na sua casa em trinta minutos. - Ele disse e fiquei surpresa em quão fácil pra ele havia sido em me ajudar. Ele era um cara bem legal.
– Elliott, obrigada.
– De nada lindinha.
– Vem logo. - Eu disse antes de desligar.
Ok. Eu não devia estar fazendo isso. Eu não devia proteger a Kat, ela merecia mesmo era se foder, mas Jill havia me assustado, tinha medo que ela tomasse alguma ação drástica.
– Jill, eu vou pra casa e amanhã a gente conversa. - Disse eu em voz alta, ainda de costas para as duas.
– Não, Sam. Vamos conversar hoje. - Respondeu.
– Não, não vamos. Você e sua namorada tem muito pra conversar, eu vou encontrar o Elliott e amanh&atild
Não era especial. Eu só não a queria morta. Isso não quer dizer nada, certo? Ninguém é assim tão cruel. Não era especial. Eu não tinha nada especial com Kat. Afinal, eu amava Charlie.Fiquei em silêncio e percebi que já estávamos saindo do meu bairro e agora eu começava a me sentir sonolenta.A maioria das pessoas não entendem o porque de eu não ter um carro. Eu nem sequer tinha carteira. Isso porque eu ficava extremamente letárgica em um carro. Era como uma droga feita especialmente para que eu caísse no sono.E foi o que aconteceu.Acordei com Kat falando muito próximo de meu rosto.– Chegamos. - Disse-me e notei que estávamos em um estacionamento subterrâneo. Cocei meus olhos ainda sonolenta e saí do carro junto com Kat.– Você é como uma criança. - Disse-me ela.
– Vocês não sabem como isso mexe comigo... - A voz de Elliott me despertou de um sonho que estava ficando cada vez melhor. Um lugar cheio de Charlie, um lugar onde não havia problemas.Senti o peso do corpo aquecido de Kat sobre o meu. Ela ainda estava adormecida, dormia em paz, como se não estivesse nem um pouco preocupada com o futuro mais próximo a ela. Como ela podia se dar o luxo de dormir tão tranquilamente depois do que ela fez? Nem eu era capaz de dormir assim.Eu devo ter dormido no máximo três horas.– Se divertiu noite passada? - Elliott perguntou, um sorriso malicioso brincando no canto de seus lábios, ele tinha uma caneca em mãos, café provavelmente.– Não. - Respondi. Diferente do que ele pensava, eu e Kat não fizemos sexo noite passada. Me separei de Kat, houve
– Eu sei o que está fazendo Kat, quer me colocar contra Yuri. É um bom plano, mas isso não vai te ajudar em nada. Yuri e eu somos um time. - Eu disse em voz baixa, embora muito ao redor tenha parada para nos olhar. Eu estava simplesmente tão furiosa e pra minha surpresa Kat sorriu.– É mesmo? Eu me perguntou então, porque houve um jantar na casa de Yuri, onde até eu fui convidada e você não. Ela foi apresentar a namorada dela a mãe, como é mesmo o nome dela? - Minha garganta fechou e perdi meu ar.– Charlie. - Murmurei debilmente, deixando a camiseta de Kat escapar por meus dedos.– Isso. É Charlie, ela é bem legal e muito bonita também.– Quem mais estava, no jantar, quem mais estava?– Foi um churrasco, tinha muita gente, até Darren, o Noel, todos os nossos amigos, menos você. - Afastei-me da garota de
A música já estava tocando no volume máximo, no andar inferior, mas eu estava alta demais pra conseguir identificá-la. Respirei fundo, tirando aquele sorriso estúpido de meu rosto, por mais que eu não quisesse, eu tinha de sair daquele quarto, eu tinha de ir a festa, afinal, ela era pra mim.Dezenove anos.Ok, grande coisa.Guardei a seringa no pequeno compartimento de metal e vesti minha camiseta para esconder as marcas no braço de minhas próprias aplicações de heroína. Com esforço, me coloquei de pé, caminhando vacilante até o banheiro do quarto de Noel, observei meu reflexo no espelho.Meus cabelos eram tão negros quanto os do meu pai, eu tinha herdado muito dele, os olhos também, agora profundos, com olheiras arroxeadas, pele pálida e uma expressão, vazi
Kat era... estranha.Voltei pra dentro da casa. Meus braços estavam respingados de cerveja, mas eu nem sequer tinha notado na hora, era estranho, porque eu nunca havia pensado que Charlie poderia agir daquele jeito, que ela pudesse falar com alguém daquele jeito, ou até mesmo em um ato de covardia quando acertou aquele soco enquanto ela estava imobilizada. Foi covardia, mas ao mesmo tempo for corajoso e sexy.Voltei com passos lentos e preguiçosos para dentro da casa, Charlie estava sentada ao pé da escada, uma garota, que eu vagamente me lembrava de seu rosto, estava ao seu lado e ria de alguma coisa, depois começou a socar o ar, imaginei que conversavam sobre o que tinha acontecido, afinal, Charlie também sorria.Me aproximei das duas, segurando no corrimão da escada.Os nós dos dedos de Charlie estavam vermelhos e le
Uma vez, eu pulei em um lago, pulei em um lago mesmo não sabendo nadar. É claro, eu estava bêbada, eu pulei porque achei que seria divertido, eu pulei, porque achei que poderia continuar a ficar de pé, pulei porque, eu não achei que houvesse perigo.Então, uma vez, eu pulei em um lago.Mas ele era mais profundo do que eu achei que era, meus pés não tocavam o fundo, e eu não sabia nadar. Eu simplesmente, afundei. Devo ter submergido três vezes antes de perder totalmente o controle sobre mim mesma e entrar na mais completa e pura visão do desespero.O que eu sentia agora, era dez vezes pior do que eu havia sentido naquele dia.– Yuri! - Gritei, tão alto que minhas cordas vocais arderam, ela apenas virou-se para o lado em minha cama. Corri até a cama e com mais força do que previ, vir
Ouvia sirenes.Conseguia também, ouvir a tosse constante de Yuri, ou talvez fosse minha, eu estava sufocando.Mas uma garota loira me puxou consigo.Uma outra vez, era Yuri quem me tirava de um inferno.E novamente, eu perdi a consciencia.Quando acordei, estava no gramado, Yuri deitada na grama ao meu lado, o peito descia e subia rapidamente enquanto respirava com força entre sua crise de tosse.A minha frente a casa em chamas parecia quase uma obra de arte.A fumaça ainda presa a minha garganta me fazia tossir como Yuri e ter vertigens fortíssimas, mas me mantive acordada, sirenes tocavam perto.Vi homens vestidos de amarelo com capacetes e máscaras de oxigênio se empenharem para apagar o fogo.– Tem mais alguém l&aacu
E era assim que demonstrávamos nosso amor um pelo outro. Não com palavras.Eu não saberia o que dizer.– Tudo bem, você tem razão, eu vou parar, mas eu preciso agora, porque eu tenho algo pra fazer e não vou poder fazer se eu estiver em uma crise de abstinência. - Ele bufou, mas não disse mais nada, apenas abriu o compartimento de seu porta-luvas. E lá estava, um pequeno compartimento de metal. Abri.E lá havia heroína e uma seringa.– Você deixa no carro? - Perguntei. Era pura estupidez.– Não idiota, esse é o seu kit, estava em cima da minha cama e eu achei que você iria precisar. - Olhei Noel por um segundo, ele ainda não olhava pra mim, seus dedos apertavam o volante com força.Deixar em seu carro, algo que pode te colocar na cadeia, só pro meu bem, sabe, no meu mundo, esse tipo de coisa, era uma pro