Charlie ressonava calmamente, tranquila, quieta abaixo de mim, suas mãos ainda descansavam em minha cabeça, o sol ainda não surgira, mas parecia estar prestes a fazê-lo, com cuidado, afastei meu corpo do dela.
Ela se mexeu e virou-se na cama, o corpo ainda nu.
Cobri-a com um lençol, aproximando-me um pouco mais de seu corpo, seu rosto, seu cheiro, acaricio os cabelos.
– Com que você está sonhando agora? - Sussurrei ao admira-la em seu sono tranquilo, um sorriso formou-se no canto de seus lábios.
– Terras raras e distantes. - Respondeu sem abrir os olhos, a voz ainda embargada, sonolenta. Roubei-lhe um beijo. Um beijo calmo, como o amanhecer pedia.
Charlie me segurou junto a si e perdi-me na doce fragância de sua pele. É claro, eu poderia ficar com ela, poderia ficar dentro daquele q
– Pra onde? - Pergunta ela.– Eu devia dirigir. - Digo, ela me olha e sorri.– Claro, me mostre sua carteira e eu te entrego o volante. - Bufo, cruzando meus braços em frente ao meu peito e a ouço rir.Isso meio que me irrita.Ela acha que estamos em uma brincadeira?– Vá para east village. - Digo e ela logo está dirigindo. Não falo e ela também não tenta começar uma conversa, na verdade, seus olhos estão concentrados na rua, seu peito se move rapidamente, ela está nervosa.– Pare perto da loja de construção. - Digo após Charlie seguir alguma de outras minhas instruções por cerca de vinte minutos. O sol já surgira.Ela parou.– Onde estamos? - Pergun
Ela tinha de estar bem, ela tinha de estar bem, ela tinha de estar bem.– Fique com a outra. - Coke mandou e no momento em que a mulher chegou perto de Charlie. Ela despertou, em uma fúria cega, tentou acertar a mulher, mas a mulher era mais alta, mais pesada e mais forte, pareceu fácil para ela dominar a pequena Charlie.Deixando-a de costas no chão, com seu corpo sobre o dela.– Tire suas mãos sujas dela agora ou eu juro por Deus que arranco a sua cabeça! - Gritei, mas a mulher junto de Coke, apenas riu.– Eu acho que você não vai fazer nada, querida. - Ele disse e só então, vi novamente a pistola em sua mão, ele encostou seu cano em meu pescoço e a desceu por entre meus seios, minha barriga, até meu umbigo.Charlie ainda se debatia embaixo da outra mulher, mas parou para olhar o que estava por vir.– Ah espere, pequenininha, voc&ecir
Para quem acredita em ressureição, a morte é irrelevante. Para uma mente bem estruturada a morte é apenas a aventura seguinte. A morte é o próximo passo. A morte é um renascimento. Para quem acredita em ressureição, a morte é irrelevante.E pra quem não acredita?De todos os amores que alguém pode sentir na juventude, o amor de verão é o mais devastador, é aquele que te pega por seu colarinho, te alimenta, vira seu mundo de cabeça pra baixo, te destroí e mesmo assim, você sente que se desistir dele, estaria desistindo de sua própria vida. É aquele amor que te consome, é irresistível. Você sempre quer um pouco mais. Um pouco mais daquele câncer doce. Um pouco mais de destruição. É uma coisa linda que pode te fazer flutuar. Mas também &e
– Os pais nunca devem enterrar seus filhos. - Começou ele. E fiquei quieta, não sabia se era afinal pra eu dizer algo.– Eu sei que eu fui uma droga de pai pra você, eu sei que negligenciei você depois que sua mãe me deixou. Nos deixou. Mas.. - Ele pigarreou como se algo em sua garganta lhe incomodasse.– Me negligenciou? Eu tive que me criar sozinha! Isso é culpa sua! Josh e Amélia tiveram de enterrar a filha por sua culpa! Se tivesse sido um pai decente, eu nunca teria tido a criação de Yuri. Ela não ía querer me matar e Charlie não teria morrido pra salvar minha vida! A culpa é sua! - Gritei toda minha mágoa, interrompendo e atacando meu pai.Ele se aproximou mais de mim e tentou me puxar para um abraço, mas me desvencilhei dele, empurrando-o para longe. Eu era bem alta graç
"Eu fiquei feliz porque você estava bem."Me lembrei do incêndio na casa de Charlie, quando descobri que ela não estava em perigo, eu estava prestes a morrer, mas fiquei feliz, iria morrer feliz, porque Charlie estava bem."Eu fiquei feliz porque você estava bem."Eu não estava bem. Não até Kat me encontrar. Eu estava realmente caindo em um abismo infinito quando ela decidiu segurar minha mão. Eu havia me anulado como pessoa, quando ela decidiu me levantar de novo.Se não pode estar com quem realmente ama, ame quem está com você.Metade dessa culpa, era também de Kat. Todos nós éramos culpados pela partida de Charllotte, mas eu era a pessoa que carregava a maior fatia de culpa. Eu fui covarde. Eu deixei a garota que eu amava, apenas pra não dar o braço a
– Eu sei que é minha culpa e eu sinto muito. Mas Sam, por favor, você tem uma vida. E tem que viver, eu sei que a Charlie teria orgulho de você, assim como eu tenho. - Ele continuou e meu choro quase cessou, no mesmo momento em que me separei dele. Sequei as lágrimas com meus dedos e olhei para a figura alta e imponente de meu pai.– Eu te amo pai. Mas eu só te amo, porque você é meu pai e não consigo te odiar. Mas se eu estou indo pra faculdade agora, não é por sua culpa. Não foi sua influência. Foi a Charlie, sempre foi a Charlie. Desde sempre. Até quando eu era pequena, Josh e Amélia foram mais meus pais do que você. Então, não se engane, eu nunca fui influenciada por você. Eu nunca pude ser. Você não parecia se importar. Quando eu era pequena, e Charlie foi embora, eu achei que minha vida ía a
– Ela é uma graça, não é? - Perguntou Yuri ao meu lado, sua voz era entediada, como seu estado de espírito no momento, arrancando grama do chão. Ela se referia a Charllotte, uma garota da minha idade, com cabelos castanho claro e olhos basicamente da mesma cor. Usava um óculo enquanto lia um livro no antigo balanço a frente de sua casa. O sol batia em sua pele deixando-a ainda mais clara, ela quase parecia frágil.– E também hétero. - Eu respondi.Houve um tempo que Charllotte foi minha melhor amiga, quando nós tínhamos sete anos e corríamos pela grama, até o rio ou subíamos em árvores para pegar frutas. Nós nunca nos separávamos naquela época, mas isso foi há muito tempo, muita coisa tinha mudado. Os pais dela se divorciaram e ela foi morar com a sua mãe em out
– Eu tenho a melhor comida do mundo, para uma filha que me abandonou. - Disse ele, ignorando o comentário anterior de Charlie e pegando uma travessa de vidro com macarrão e pedaços de salsicha cortados. Ele colocou a travessa sobre a mesa. Charlie adorava isso.– Eu adoro isso! - Exasperou-se ela, olhando a travessa. Eu não falei?Rapidamente Charlie se apossou do pegador de macarrão e lhe serviu uma boa quantidade de macarrão e salsicha. Em seguida enrolando um pouco do macarrão no seu garfo e o experimentando.– Isso tem gosto de infância. - Comentou ela depois que acabou de mastigar.– Vamos meninas, podem se servir. - Josh disse, indo até a geladeira.Servi a mim mesma e depois Yuri fez o mesmo. Josh voltou colocando uma jarra de limonada sobre a mesa e depois de nos serv