Fiel a minha palavra, arrastei Rafael para darmos um passeio.Caminhamos pela praia, conversas leves e descontraídas. Ele me fizeram usar o biquini novamente. Em suas palavras; eu estava muito sexy. Não me importei muito, a companhia dele era o que me importava naquele momento. Mesmo quando passávamos por pessoas que me olhavam com interesse, sentia os braços dele envolverem minha cintura de forma possessiva.Isso me fez rir. Ninguém, além dele, se sentia atraído por mim então não havia motivos para ele se preocupar. Vi seu rosto ficar sério, mas não liguei muito. Se a intensão era aproveitar a caminhada com ele, era o que eu faria.- Você sabe que ninguém se interessaria por mim, certo? - Um se interessou. – ele comentou e me virou para olhá-lo. – E até mesmo te beijou. – seu polegar brincando com meu lábio inferior. – Se interessou pela minha garota! Acha que não devo ficar atento quando um homem pode te tirar de mim?Soltei uma risada e o vi ficar mais chateado.- Sim, Well se dec
Depois de um final de semana tranquilo, Rafael e eu voltamos para casa. O que vivemos na praia agora parecia uma lembrança distante. Felizmente, poderei retornar em breve e se ele quiser vir comigo, não irei impedir. A volta foi confortável. Mauro foi nos buscar e piscou o olho para mim com um olhar divertido. Sabia o que se passava em sua mente, já que notou como seu chefe segurava minha mão e me manteve próximo dele. Um rubor tomou conta do meu rosto e ele riu ainda mais.Olhei pela janela, divagando sobre o que aconteceu entre nós. Fiel a sua palavra, Rafael não me tocou depois daquela noite, mas isso não o impediu de me provocar. Desde então, passei a ser mais ciente da sua presença, do seu toque, do perfume que usava...‘Merda!’Só de pensar nisso já estava ficando com tesão.Tentei pensar em outra coisa, qualquer uma que pudesse me tirar do transe. Rafael estava estranhamente quieto, olhando alguns relatórios e usei esse momento para apreciar o homem ao meu lado.Vestindo seu te
- Mas que porra você está dizendo? – Rafael perguntou, sua voz se alterando. - É só olhar a sua volta, patrão. O que acha que teria acontecido se Juliana estivesse aqui? – rebateu, e o senti ser tomado pela frustração. Mauro apenas o olhou, a mensagem clara em seus olhos. Eu não conseguia parar de olhar aquela cena, as coisas correndo em minha mente. Eu fui ameaçada? Por qual motivo? Buscava em minha mente alguma resposta para o caos que se instaurou em minha casa, meu santuário, para isso acontecer. Pude sentir os braços de Rafael me envolvendo, me dando conforto. Mas aquilo não bastava. Precisava de respostas. Olhei para mão e perguntei, com extrema calma: - Será possível descobrirmos quem fez isso? - Só se encontrarmos algum indicio de quem fez isso. Caso contrário, será complicado. Eu não podia me sentir mais frustrada. Aquilo aconteceu na minha casa e a possibilidade de não encontrar o culpado estava me deixando furiosa. Não se deve destruir coisas alheias sem esperar
Passamos na casa de Rafael para que eu pudesse trocar de roupa. Peguei a primeira coisa que vi pela frente e vesti. Não queria pensar muito, apenas queria resolver logo essa palhaçada. Não percebi o olhar de Rafael em mim até estarmos dentro do carro e a caminho da empresa. Estava inerte em pensamentos quando senti sua mão em minha coxa.- Preciso pedir desculpas a você. Sua voz estava baixa, mas estranhamente convidativa. Eu o olhei, arqueando a sobrancelha.- Por qual motivo?- Quando disse que você não sabia se vestir e que iria passar vergonha. – e brincou com a situação. – Será que devo te deixar chateada mais vezes?Mordi a língua, controlando minha resposta. Apenas peguei o que estava na frente, não pensei muito na questão. Peguei um terno preto com saia e vesti. Apenas isso. Ele percebeu meus sentimentos e passou o polegar em minha coxa, numa tentativa frustrada de me acalmar. Mesmo estando chateada, não pude deixar de suspirar.Tomando isso como iniciativa, Rafael inclinou-s
O estalo do tapa fora alto o para atrair a atenção. Márcia me olhava com assombro, parecia não acreditar que aquilo estava acontecendo. Pude ouvir sussurros atrás de mim, mas não me importei. Dei um passo em sua direção, mas ela recuou. Rafael apenas observava, em silencio, o desenrolar dos acontecimentos. Eu não pude ficar mais grata por isso.Ela então olhou para Rafael. Seus gritos eram estridentes e apavorantes.- Vai deixar essa mulherzinha me tratar assim?Ele deu de ombros e se voltou para mim, ignorando Márcia e todos do saguão A rejeição dele a afetou, pois soltou um gemido dramático. Segurando uma de minhas mãos com carinho, ele a levou aos lábios, depositando um beijo.- Estarei te esperando, querida. Quando terminar as coisas, venha me procurar.Um rubor tomou conta do meu rosto, o que provocou um sorriso satisfatório em seu rosto. Rafael falara alto o suficiente para todos ouvirem e, por algum motivo, parecia satisfeito com isso. Observei incrédula ele se afastar. Rafael
— Está me dizendo que sua filha é uma refém?A voz incrédula de Mauro encheu o lugar e Márcia encolheu-se no canto. Era difícil, até mesmo para mim, acreditar em suas palavras. Dava a impressão que ela diria qualquer coisa para escapar do questionamento. Porém, quando a olhei nos olhos, vi seu desespero, como se o mundo à sua volta tivesse acabado.A dúvida começou a me corroer e dei as costas para ela, passando a mão no cabelo. ‘Merda, porque isso estava sendo tão difícil?’— Esse homem é alguém que o senhor Novaes conhece? — ouvi Mauro arrastar a cadeira e sentar-se com um baque surdo.— Eu não sei… Sua voz estava hesitante e conclui que Márcia estava mentindo. Ela sabia mais do que deixara transparecer e Mauro também não ficou convencido. Se queria proteger alguém, ela o fazia bem. Até demais.Voltei a olhar para ela. Sua postura arrogante estava desfeita e uma mulher frágil ocupara seu lugar. Um misto de emoções tomou conta de mim, mas fiz um esforço para esconder. Eu queria bate
— Você parece cansado.Rafael estava sentado em sua poltrona quando ouviu sua voz. Retirou os olhos do que estava lendo e olhou para Juli. Ela caminhou para perto dele, abraçando-o por trás. Palavras não foram ditas, ambos estavam cientes da ameaça que os rodeava. Pondo a mão sobre a dela, Rafael a apertou gentilmente.— Não muito. — Ele não queria admitir, mas estava exausto. — O que você pensa sobre as palavras de Márcia? Ela pode estar mentindo?Ela suspirou, acariciando seus cabelos. Sabia o que ela estava pensando. Sabia o quanto a conversa com Márcia a havia afetado, mas Juliana guardava para si mesma suas conclusões. Só que dessa vez precisava ser diferente. — Eu não sei. — ela por fim respondeu. — Fico tentada a não acreditar, mas aquele olhar dela… Não era o olhar de alguém que mentiria, principalmente envolvendo a própria filha nesse absurdo.Ele tinha esses mesmos pensamentos. Alguém como Márcia não se renderia se não fosse algo sério. Não justificava suas ações, é claro.
Acordei com um sobressalto. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, minha respiração irregular e as cobertas encharcadas de suor. Olhei em volta, desorientada por um breve momento, o pânico me dominando. Esta não é minha casa. Onde estou? Quem me trouxe aqui? Perguntas que, naquele momento, eu não consegui responder.Levei minhas mãos ao peito e puxei o ar, tentando me acalmar. À medida que ficava mais calma, olhei para a penumbra do quarto, quebrada apenas com o brilho da rua. ’Estou na casa de Rafael,’ pensei com um suspiro. Estou segura, pelo menos por um tempo.Sentei na cama, enxugando as lágrimas do rosto. Fazia anos que não tinha um pesadelo tão vívido como esse, parecia tão real que estremeci ao recordar. Talvez estivesse ligado aos sentimentos conturbados que me atingiram no dia anterior, não sei. Apenas não consegui parar de tremer. A escuridão ainda me assombrava. Se Mimi estivesse comigo agora, a abraçaria tão forte e dormiria com ela. Se algo tivesse acontecido com minha gata