Enquanto Letícia estava no banho, Maicon pegou o telefone e discou o número de Marcos. Ao atender, Marcos ficou feliz em receber a ligação do irmão. — E aí, mano! Como vai a viagem? — perguntou Marcos, com um tom alegre. — Ótima mano. E você? — respondeu Maicon, com um sorriso.— Beatriz está bem? — Tudo certo aqui, ela só anda muito inchada e não está conseguindo dormir. O que você precisa? — perguntou Marcos, notando que Maicon não ligava apenas para conversar. — Preciso de uma informação — disse Maicon, sério. — O pai tem negócios com a família Williams? Marcos pensou por um momento antes de responder: — Sim, tem. O pai está iniciando uma parceria com o senhor Maike Williams. Por quê? Maicon fez uma pausa, processando a informação. — E o filho de Williams... ele iria assumir os negócios essa semana, não é? — perguntou Maicon, com um tom de curiosidade. — Sim, é isso. O filho de Williams, David, irá assumir.— confirmou Marcos. Maicon fez outra pausa, pensando na m
Após uma semana Letícia e Maicon desembarcaram em Filadélfia, eles estavam ansiosos para compartilhar a notícia da gravidez com seus amigos e familiares. Eles haviam decidido manter o segredo até o momento certo, mas agora não podiam mais esperar. Assim que chegou em seu apartamento, Letícia pegou o carro e dirigiu até a casa de Beatriz. Ela sabia que Beatriz estava prestes a dar à luz e queria compartilhar a notícia com ela antes de mais nada. Ao chegar à casa de Beatriz, Letícia encontrou-a no quarto, terminando de arrumar as malas que levaria para a maternidade. O parto estava marcado para aquela semana e Beatriz estava ansiosa para finalmente conhecer seus bebês. — Amiga! — gritou Letícia, entrando no quarto com um sorriso largo no rosto. Beatriz olhou para cima e sorriu, vendo o brilho nos olhos de Letícia. — Parece que a viagem foi ótima. Você voltou radiante! — disse Beatriz, deixando a mala de lado e se aproximando de Letícia para dar um forte abraço.— Que saudades q
Anna Beatriz Ávila e Letícia Brown compartilham uma amizade inseparável desde a infância. Apesar da vida não ter sido facil com as duas, elas se apoiaram mutuamente, enfrentando o luto e o abandono. Letícia foi expulsa de casa aos 17 anos por engravidar, acreditando que o homem que ela amava fosse apoia-la, ele se negou manter contato com Letícia, ofertando até um aborto. Desolada e desamparada, encontrou refúgio na velha casa de Elisa, falecida mãe de Beatriz. Quando Ravi, filho de Letícia, nasceu, Beatriz foi seu apoio em todos os momentos. Acompanhou nas consultas, vibrou com cada chutinho e ajudou a escolher o nome. Hoje, Ravi tem 5 anos e as duas vivem unicamente para cuidar dele. Mas o destino muitas vezes tende ser cruel com quem não merece. Ravi foi diagnosticado com Leucemia quando tinha apenas quatro anos. O mundo das duas desabou. Cada dia no hospital era uma batalha contra o tempo. A quimioterapia esgotava o pequeno, e as duas amigas não aceitavam do por que uma crian
Marcos Collen, um dos herdeiros da fortuna da família Collen, nasceu e cresceu na Filadélfia, onde o dinheiro e o poder eram sinônimos de sucesso. Sua vida era uma série de conquistas fáceis, até que encontrou o amor numa bela mulher, tudo estava indo perfeitamente bem, quando seu mundo desmoronou ao descobrir que a mulher que ele amou o traiu. No dia do casamento, na frente de todos os convidados, veio a triste revelação: o filho que sua noiva esperava não era dele. A traição o deixou marcado, e Marcos jurou nunca mais se render ao amor.Desde então, ele se refugiou em sua vida de solteiro, cercado por noitadas e mulheres fáceis. Quando o irmão, Michael, precisou deixar o escritório em Nova York para cuidar dos sogros doentes, Marcos viu a oportunidade perfeita para expandir sua fortuna. Michael era o chefe perfeito, atencioso e respeitador. Muitos diziam que ele era bom demais, onde alguns funcionários se aproveitavam da situação.Marcos sempre teve um olhar clínico onde em poucos m
Beatriz sentiu um aperto no peito, o gosto amargo da decepção subia por sua garganta. Ela olhou novamente para ele, acreditando ser uma brincadeira de mal gosto, mas sentiu como se tivesse levado um soco no estômago enquanto percebia que os rumores da crueldade e da falta de caráter de Marcos era realmente verdade, mas mesmo diante da repulsa e da tristeza que sentia, sabia que a vida de Ravi dependia dessa troca e já não podia esperar mais. Era um acordo desumano, mas ela sentia que não tinha escolha.— Tudo bem, senhor, eu... aceito!— Com lágrimas nos olhos, ela concordou relutantemente, mas no fundo de sua alma, ela sabia que estava perdendo uma parte de si mesma.Por algum motivo, Marcos sentiu uma pontada de decepção, ele a olhava buscando vestígio de algum arrependimento, mas Beatriz não tinha sequer nenhuma reação, ela estava lutando contra seus pensamentos quando ouviu seu nome.— Beatriz?— ele a chamou firmemente. Ela olhou em seus olhos segurando no máximo as lágrimas que ar
Letícia tentava falar, mas tudo que conseguia fazer era chorar sozinha no chão frio e vazio do corredor, abraçada em suas pernas ela tentava se confortar. Ainda no quarto de hotel, Beatriz paralisou por um momento, ela se nega a a acreditar que aquilo estava acontecendo. O som do choro do outro lado da linha, fez com que ela reagisse. O choro angustiante de Beatriz ecoava pelo quarto vazio, misturando-se com o arrependimento e a dor que a consumiam. Ela saiu correndo do hotel e indo direto para o hospital.Marcos que ouviu ruídos angustiantes que vinham do quarto, nao obtendo respostas saiu correndo do banheiro, mas era tarde de mais, o quarto estava vazio e a mala de dinheiro abandonada no chão onde ele havia deixado. Ele olhou ao redor, confuso, tentando entender o que estava acontecendo. Foi então que ele percebeu que Beatriz havia partido, deixando para trás o acordo feito entre os dois.O choque se misturava com a raiva em seu peito, enquanto ele olhava para a mala de dinheiro,
Passaram-se dois dias desde o acidente que mudou a vida de Letícia e Beatriz para sempre. Somente hoje que Letícia teve força para fazer o enterro de Ravi. A hora da despedida de seu filho está sendo marcado por um momento de dor e desespero, onde o choro ecoava pelos corredores da funerária. Letícia permanecia em uma cadeira de rodas, seu olhar vazio refletia a completa devastação que sentia em seu coração. Beatriz, ao seu lado, segurando a mão de Letícia com firmeza, tentando transmitir todo o amor e apoio que podia. Mas mesmo a presença reconfortante da amiga não apagasse a dor insuportável que Letícia carregava. Enquanto os poucos familiares e amigos se aproximavam para prestar suas condolências, uma presença indesejada se fez notar. A mãe de Letícia uma mulher fria e cruel, se aproximou com um olhar de desdém. — Ah, Letícia... sempre soube que você era incompetente. Olha só onde sua fraqueza te trouxe, enterrando seu próprio filho, se tivesse interrompido a gravidez quando
Beatriz olha perplexa para Ivana, tentando negar as acusações, envergonhada por sentir que dessa vez ela tinha razão.— Não, Ivana, não é verdade. Eu...Ivana por sua vez, sorri maliciosamente, olhando nos olhos de Beatriz demonstrando o quanto a despreza, sem se importar com o sentimento dela, mente descaradamente.— Você não precisa se fazer de inocente, Beatriz, sua máscara de boa moça já caiu. O próprio Marcos acabou de me contar tudo. Ele disse que vocês dois tiveram uma longa noite e que ele te pagou muito bem para ficar com ele. E que você é quem foi atrás dele propor isso.— Meu Deus...— Beatriz sussurra sentindo o chão se abrir debaixo de seus pés. Ela não consegue acreditar que Marcos seria capaz de contar para alguém o que fizeram. Envergonhada e desolada, percebendo os olhares julgadores dos colegas ao redor, ela não consegue mais suportar a situação. Sem dizer mais nada, ela sai correndo, deixando todos para trás.— Vocês viram? Não tem nem vergonha de vim aqui. Vocês ai