Início / Romance / Um Acordo com o CEO / Cap 003. Notícia devastadora.
Cap 003. Notícia devastadora.

Beatriz sentiu um aperto no peito, o gosto amargo da decepção subia por sua garganta. Ela olhou novamente para ele, acreditando ser uma brincadeira de mal gosto, mas sentiu como se tivesse levado um soco no estômago enquanto percebia que os rumores da crueldade e da falta de caráter de Marcos era realmente verdade, mas mesmo diante da repulsa e da tristeza que sentia, sabia que a vida de Ravi dependia dessa troca e já não podia esperar mais. Era um acordo desumano, mas ela sentia que não tinha escolha.

— Tudo bem, senhor, eu... aceito!— Com lágrimas nos olhos, ela concordou relutantemente, mas no fundo de sua alma, ela sabia que estava perdendo uma parte de si mesma.

Por algum motivo, Marcos sentiu uma pontada de decepção, ele a olhava buscando vestígio de algum arrependimento, mas Beatriz não tinha sequer nenhuma reação, ela estava lutando contra seus pensamentos quando ouviu seu nome.

— Beatriz?— ele a chamou firmemente. Ela olhou em seus olhos segurando no máximo as lágrimas que ardiam neles.— Hoje a noite no hotel Collen, ultimo andar, quarto 512, não gosto de atrasos, por isso espero que cumpra sua parte do acordo.

— Ok! Estarei lá.

À medida que as horas se passavam, Beatriz se encontrou presa em uma teia de culpa e desespero. O momento de cumprir sua parte do acordo estava chegando, e ela se sentia cada vez mais angustiada. Antes de ir, passou onde estava sendo sua segunda morada, o hospital, para ver como o pequeno Ravi estava.

— O que faremos amiga?— Letícia pergunta com a voz baixa e rouca pelo choro.

— Não se preocupe, hoje trago o que falta, vou falar com o médico dando de garantia nossa casa, o valor dela não é muito, mas é só até daqui a pouco.— Beatriz diz enquanto acariciava o rosto do menino.— Aguente firme meu grande lutador. Você vai se curar e vamos viajar para um lugar bem longe e recomeçar, somente você, eu e a chata da sua mãe.

Ravi sorriu fracamente, apertando a mão de Beatriz.

— Do que está falando, Bia? Onde você vai conseguir esse dinheiro?

— Não se preocupe, não terei que matar ninguém. Tenho que ir. Te amo meu menino, até daqui a pouco.

— Te amo mamãe Bia...— Ravi sussurrou com os olhos cheios de lágrimas.

Beatriz beija o topo da cabeça dele e deixa suas lágrimas rolarem.

— Você é o amor da minha vida, tá bom? E eu não me vejo nesse mundo sem você, por favor aguente firme...— Ela murmura com a voz embargada pelo choro, Ravi balança a cabeça vagarosamente, Beatriz sentindo a dor a sufocar da um sorriso amargo, e sai sem olhar pra trás.

Beatriz parou na recepção e mais uma vez se viu suplicando para que operem Ravi o quanto antes, porém mais uma vez ela ouviu que sem o pagamento, não teria como. Sem acreditar no que estava acontecendo, ela sai rapidamente para casa tomar um banho e se preparar como as ordens de Marcos.

A fatídica hora de cumprir o acordo chegou. Beatriz, vestida com uma mistura de tristeza e resignação em seu coração, colocou um sobre tudo preto, um sapato de salto e seguiu para o hotel escolhido por Marcos. Cada passo que ela dava era uma luta interna consigo mesma, mas a imagem de Ravi lutando por sua vida a mantinha firme para acabar com isso logo.

No momento em que ela atravessou a porta do quarto de hotel, o celular de Beatriz tocou. Era Letícia, chamando para informar que Ravi havia piorado repentinamente e que precisava do transplante imediatamente.

Beatriz caiu de joelhos, o telefone caindo de suas mãos trêmulas. As lágrimas inundaram seu rosto enquanto ela percebia a desgraça que estava acontecendo. No instante em que a vida de Ravi estava sendo consumida pela doença, ela estava prestes a sucumbir à imoralidade.

Ela respirou fundo e tentou se acalmar, quando ele entrou no quarto, caminhando de forma iponente, encontrou os olhos de Beatriz.

— Você veio.— ele disse, se aproximando lentamente, ele a encarou por um momento e perguntou.— Você estava chorando?

— Como se tivesse algum motivo para se preocupar comigo.— Ela diz sem demonstrar reação. Beatriz desviou o olhar sentindo um misto de medo e raiva, mas tentou manter a calma para conseguir o dinheiro que precisava.— Vamos logo com isso, já estou aqui, não tem por que ficar enrolando.— Ela disse com a voz tremendo.

Marcos se aproximou mais, tocando delicadamente o rosto de Beatriz e com a ponta dos dedos ele desenha sua cicatriz, fazendo ela recuar.

Beatriz sempre se afastou de qualquer pessoa por vergonha de si mesma. Seu sonho sempre foi fazer uma cirurgia para apagar de vez as marcas daquele fatídico e desesperador dia, mas por somente ela estar trabalhando para manter a casa, ela nunca conseguia juntar o valor total.

— Essa sua cicatriz é realmente fascinante.

— Sei que está pagando para passar a noite comigo, mas não precisa tentar me lembrar dela. Eu me olho no espelho todos os dias e todos os dias lembro de como ela foi feita.

Marcos encarou seu olhos e única coisa que conseguiu enxergar era tristeza. Ele se afastou e ficou uns minutos em silêncio. Como uma chama queimando em seu peito ela a puxa para um beijo. Beatriz suspira pesadamente com o susto pela atitude inesperada, Marcos percebendo que a assustou se afasta dos seus lábios.

— Eu sinto muito, não deveria ter feito isso.

— Não sinta! Só quero acabar com isso logo. Por favor, pare de enrolar. Eu não estou aqui por que eu quero e sim por que preciso. Então cumpra sua parte do acordo, pois estou disposta a cumprir a minha.

Vendo que Beatriz não iria baixar a guarda, Marcos resolveu não insistir em conversar. Ele estava intrigado, era a primeira vez que ele ficou nervoso perto de uma mulher, algo na maneira que Beatriz o olha deixava ele intimidado.

Marcos então se aproximou novamente e sorriu.

— Não precisa ter pressa. Vamos aproveitar o momento.— Beatriz fechou os olhos, tentando se distanciar daquela situação horrível. Ela se sentia suja e indigna, mas pensava em Ravi e em como sua vida estava nas mãos de Marcos.— Seu cheiro é realmente viciante.

— Por favor, acaba com isso logo.— Ela sussurrou sentindo que qualquer momento poderia desistir.

Marcos deslizou seus dedos até a nuca dela e a puxou para mais um beijo. Apesar de tentar evitar a todo custo, Beatriz acabou correspondendo.

Marcos era um homem com atitudes impensadas e fazia as coisas no calor do momento, mas sabia como envolver uma mulher. Seus toques eram quentes, seus beijos faziam ela suspirar, quando finalmente ele a teve sentiu que algo estava errado.

— Beatriz, você é virgem?— ele pergunta encarando seus olhos ao ver como ela estava nervosa.

Ela desviou o olhar sentindo-se constrangida e envergonhada, Marcos tentou se levantar, mas ela o impediu.

— Não... por favor, continua.— Ela implorou, o medo dele sair e levar o dinheiro era maior que a angústia que sentia.

Marcos novamente se colocou entre suas pernas e com delicadeza a penetrou, Beatriz vira o rosto para ele não ver suas lágrimas escorrerem. Para ela aquele momento foi o mais longo e mais humilhante que já aconteceu com ela.

Quando finalmente o ato foi consumado, Marcos se levantou se sentindo estranho, ele tentava encontrar seus olhos, mas sem sucesso, ele não entendia por que se preocupava tanto de como ela estava se sentindo. Frustrado, foi para o banho, Beatriz se vestiu rapidamente, sentando-se na cama atordoada pelo o que acabou de fazer. Ela junta as mãos sobre a cabeça e um pequeno gemido de decepção soou dos seus lábios, seus olhos ficam fixos no chão, sua respiração era pesada, como se respirar doesse a alma.

— Foi a coisa certa a se fazer, não tem como voltar a trás... — ela sussurra vendo seu reflexo no espelho.

Beatriz tentava manter a compostura, respirando fundo e segurando as lágrimas que teimavam em escapar. Enquanto ele se banhava, o celular ao lado da cama começou a tocar. Beatriz olhou para o visor e viu que era Letícia, ela estranhou pelo horário e atendeu rapidamente, esperando por boas notícias, mas o que ouviu a fez sentir como se o chão tivesse sido puxado debaixo de seus pés.

— Amiga... O meu bebê, ele...— Letícia tentou continuar, mas não conseguiu, sua voz embargada e carregada de dor.

O coração de Beatriz acelerou, um pressentimento ruim tomando conta dela.

— Lê, o que houve? Por favor, me fala que já operaram ele. Nosso menino está bem, não está?— Suplicou Beatriz, com a voz trêmula.

— Meu Ravi... Ele não resistiu, amiga. Ele se foi... meu Deus porque isso está acontecendo comigo?— As palavras de Letícia ecoaram nos ouvidos de Beatriz, a dor angustiante era como um soco no estômago.

Um grito gutural escapou dos lábios de Beatriz, uma mistura de dor, desespero e culpa. As lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto sem controle, enquanto soluços angustiantes preenchiam o quarto. Ela agarrou o telefone com força, como se pudesse se agarrar àquela ligação e reverter a terrível notícia.

— Não, não pode ser verdade... Meu Deus, eu falhei, eu não consegui o dinheiro a tempo, me perdoe amiga, me perdoe, eu imploro...— As palavras saíam entrecortadas pelo choro desesperado de Beatriz.

— O que está acontecendo? Beatriz?— Marcos grita de dentro do banheiro.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo