Início / Romance / Um Acordo com o CEO / Cap 005. Você não pode ser chamada de mãe.
Cap 005. Você não pode ser chamada de mãe.

Passaram-se dois dias desde o acidente que mudou a vida de Letícia e Beatriz para sempre. Somente hoje que Letícia teve força para fazer o enterro de Ravi.

A hora da despedida de seu filho está sendo marcado por um momento de dor e desespero, onde o choro ecoava pelos corredores da funerária. Letícia permanecia em uma cadeira de rodas, seu olhar vazio refletia a completa devastação que sentia em seu coração.

Beatriz, ao seu lado, segurando a mão de Letícia com firmeza, tentando transmitir todo o amor e apoio que podia. Mas mesmo a presença reconfortante da amiga não apagasse a dor insuportável que Letícia carregava. Enquanto os poucos familiares e amigos se aproximavam para prestar suas condolências, uma presença indesejada se fez notar. A mãe de Letícia uma mulher fria e cruel, se aproximou com um olhar de desdém.

— Ah, Letícia... sempre soube que você era incompetente. Olha só onde sua fraqueza te trouxe, enterrando seu próprio filho, se tivesse interrompido a gravidez quando eu te aconselhei, nada disso estaria acontecendo. Sempre soube que você é uma inútil, não é de se admirar que tenha falhado como mãe e agora é uma alejada. A culpa pela morte do seu filho é toda sua, lembre-se sempre disso. — Morgana cuspiu as palavras com desprezo.

Letícia sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. As palavras venenosas da mãe ressoavam em sua mente, acusando-a de algo que ela jamais poderia aceitar. A dor se misturava com a raiva, fazendo com que as lágrimas escorressem sem controle.

Beatriz, tentou se manter em silêncio diante da situação, Letícia nunca permitiu que a amiga se prejudicasse por conta da sua família, mas cada palavra era absurda demais para que ela ficasse calada.

— O que você está fazendo aqui? Nem num momento de dor você não consegue apoiar sua filha? Que tipo de ser humano você se tornou?

— Olha a aqui garota...

— Olha aqui você! Você não tem o direito de falar assim com ela. Letícia sempre foi uma mãe admirável, amorosa e dedicada, a morte de seu filho foi uma fatalidade que ela não merece carregar sozinha. Eu fui atrás de você para pedir ajuda, mas como sempre, negou, seu neto poderia estar aqui se você tivesse emprestado o dinheiro. Então se quer buscar um culpado, olhe para o espelho, pois lhe garanto que encontrará.

— Neto? Eu não tenho nem filha, imagina um neto. Pra que eu iria gastar o meu dinheiro com um bastardo? Nunca.

Beatriz tentou se segurar, mas não conseguiu, a raiva e a indignação a consumia cada segundo, sem pensar duas vezes deu lhe um forte tapa na cara de Morgana.

— Você não pode ser chamada de mãe. Não tem ideia do quanto sua filha lutou pelo Ravi, você não sabe um terço do que ela está passando, então poupe suas palavras venenosas e saia daqui, eu não permitirei que continue machucando minha amiga. — Beatriz disse, com a voz firme e os olhos faiscando de raiva e dor.

Morgana recuou diante da intensidade da resposta de Beatriz, com a mão no rosto ela sorri, mas antes de ir embora soltou sua última provocação.

— Vocês duas merecem a dor que estão enfrentando. A fraqueza de uma reflete na outra, e é isso que acontece quando se é incapaz de lidar com os próprios problemas. Vou ver vocês na miséria, esse tapa te custará muito caro, Beatriz.— ela diz as palavras com um sorriso cruel, antes de se afastar.

Letícia tremia de indignação, mas Beatriz colocou uma mão reconfortante em seu ombro, transmitindo apoio silencioso.

— Não dê ouvidos à ela, amiga. Você foi a melhor mãe que Ravi poderia ter. Lembre-se que você não está sozinha. — Beatriz sussurrou, com os olhos cheios de lágrimas.

Letícia olhou para Beatriz, sentindo um calor reconfortante invadir sua alma. Mesmo no meio da tempestade de dor e sofrimento, ela sabia que tinha mais que uma amiga ao seu lado, elas era como se fossem irmãs. Uma sempre pronta para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente, desde que estivessem juntas.

Alguns dias depois Marcos, estava em seu escritório imponente, do lado da sua mesa a mala com o dinheiro do acordo. Seus olhos cansados com a tensão que pairava no ar, pois ninguém sabia do paradeiro de Beatriz há mais de uma semana.

Marcos estava preocupado com Beatriz, tantas coisas se passaram na sua cabeça do porq ela fugiu sem nem levar sua parte do acordo, porém nenhuma chegava nem perto da real situação. Ele tentava localizá-la, ligando para seu telefone repetidas vezes, mas sem sucesso. A ausência inexplicável de Beatriz causava apreensão entre os colegas de trabalho, que não entendiam o motivo de seu sumiço repentino.

Marcos olha fixamente para seu amigo e secretário particular.

— Jonathan, quero que encontre uma pessoa.

— Quem?

— Minha secretaria, Beatriz Ávila.

— Pôr que tanto interesse nessa mulher?

— Eu preciso entregar o dinheiro dela.

— Ah, é ela. Você realmente fez isso? Como pode propor passar uma noite com ela em troca de dinheiro? Não teve o mínimo de interesse em saber para que ela precisava desse valor? Talvez tivesse doente, ou tivesse sendo ameaçada. Você nunca foi assim, Marcos. Não deixe o que a Esther fez com você interfira no seu caráter, nem todas as mulheres são como ela!

— Eu não sei onde estava com a cabeça, todos falavam dela, que era uma mulher qualquer, pensei que era igual a minha ex, agi sem pensar e só depois vi que fiz burrada.

— Pôr que diz isso?

— Beatriz era virgem quando ficamos juntos!

— Não acredito! Mesmo percebendo isso, você continuou?

Marcos abaixa a cabeça envergonhado, mas ao mesmo tempo irritado. Eles continuam falando sobre Beatriz, só não perceberam que atrás da porta do escritório estava Ivana ouvindo toda a conversa. Ela sorria vitoriosa, pois finalmente tinha uma fofoca verdadeira para espalhar.

— Sabe o que descobri, a mosca morta da Beatriz transou com o chefe em troca de uma grande quantia de dinheiro. Eu sabia que ela não passava de uma vagabunda.

Em poucos minutos não se falavam de outra coisa, Beatriz havia tomado coragem de conversar com Marcos e retornar ao trabalho, mas assim que coloca os pés na empresa, ela descobre que todos seu colegas sabiam do que aconteceu.

Ivana percebe a presença de Beatriz e corre perto dela.

— Bom dia Ivana, o senhor Marcos está?— Beatriz pergunta com o olhar distante e triste.

— Veio tirar mais dinheiro dele?

— Do que está falando?

— Sonsa! Sabia que você era sem vergonha, mas jamais imaginei que pudesse se realmente vender assim.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo