CAPÍTULO 2

Júlia

Apertei o anúncio ainda mais deixando papel completamente amassado, fiquei ali olhando o imenso portão de ferro, murros altos a u nica coisa que conseguia era ver era parte do segundo andar, era branca, tres portas deduzi que fossem os três quartos todos com varanda, por trás daqueles muros deveria ter uma vista incrível, talvez um jardim ou uma piscina, como eles tinham crianças poderia ter um parquinho.

— Posso ajuda—lá ? — Um dos seguranças, jovem demais para conseguir deter uma pessoa.

—Estou aqui para entrevista. — entreguei meu currículo para o jovem que falou algum a coisa, então o imenso portão foi aberto ele me entregou novamente meu envelope e sorriu, sorrio de volta e entro na casa, era tudo mais bonito do que eu havia imaginado, havia uma piscina, um escorregador rosa em uma parte mais rasa, um toldo com cortinas brancas, um caminho de rosas que o ligava a casa, uma mesa redonda com quatro cadeiras coberta pelo toldo, era lindo realmente eles deveria ser a família perfeita, tudo era tão lindo. Um vaso cheios de orquídeas sobre a mesa a senhora Mesquita tinha um ótimo gosto.

Ficamos esperando em uma sala que parecia ter sido organizada para o nós. As que seriam entrevistadas, tinham café, e pãozinhos.

Já era quase fim de tarde todas as moças haviam entrado e saído da sala com a mesma expressão, algumas mais assustadas, restava apenas eu e mais um mulher, era baixa e estava um pouco acima do peso, ela abre a porta e entra, não parecia nem um pouco nervosa na verdade ela me assustava um pouco por está tão calma, eu tinha que ser mais segura. Precisava ser.

— Oi .—Uma garota com um pouco mais de um metro, o par de olhos azuis mais bonitos que já tinha visto me encarava, era tão linda.

— Oi — Ela se sentou ao meu lado ,coloca um paninho sobre o colo como uma verdadeira dama— Como você se chama?

— Gabrielle. Você que vai cuidar de mim?.—Era impressionante como ela falava bem, achava isso um triunfo realmente todos os pais deveria incentivar mais seus filhos a falar melhor.

— Talvez.— Ela começou falar logo depois me disse que tinha três anos. Percebi que ela falava muito sobre os avós porém não mencionou uma só vez os pais.

— Quer ver minha mãe?

— Sim.— Seria uma boa opção não tinha sido avisada sobre nenhuma senhora Mesquita, talvez ela fosse doente, ou apenas mais uma que não tinha tempo para os filhos.

Ele segurou em minha mão, quando ia segui—la a porta se abriu a mulher saiu seu sorriso só mostrava que ela se achava superior a qualquer um e tenho a certeza que ela se achava muito melhor do que eu em específico, ela ficou me encarrando por todo o tempo que ficamos aqui. Ela olhava para o meu cabelo e para minhas, eu gostava da habitual calça jeans quando saiu de Medina não peguei nada que não fosse meu, nem quase. Mas um dia eu devolveria tudo e conseguirá o que mais queria eu voltaria a ser eu mesma.

— Tenho que falar com seu pai agora, querida.

— Eu vou com você. — Ela me puxou em direção a porta, parou um momento para olhar para a mulher ela sorriu e a mulher retribuiu.

Gabriel

Já tinha se passado mais de três horas desde o início das entrevistas e já não aguentava mais ter que encara tantas mulheres, nem uma delas parecia qualificadas e isso me irritava tanto, algumas eram velhas demais outras era tão burras que tinha sérias dúvidas sobre como elas poderia se achar qualificadas para cuidar de uma criança de três anos. A última que saiu, foi até bem, mas não gostei da forma que ela ficava olhando para tudo. Tinha uma boa carta de recomendação.

Alguém bate na porta do meu escritório, resolvi fazer as entrevistas em casa, não fazia muito tempo que tinha voltado para cá ainda era difícil saber que Belle não estava aqui me esperando. E todos os dias quando eu voltava para casa esperava encontra—lá me esperando.

— Com licença. — Olho em direção a porta e estranho ao ver uma mulher segurando Gabrielle, só o que mais me chamou a atenção foi seus cabelos azuis claros, ela era jovem deveria ter uns vinte dois anos ou menos, estava vestida com uma calça jeans e uma blusa de mangas folgadas, um all star preto surrado. Era uma arruasseira, parecia uma delinquente, e estava com minha filha.

— Entregue minha filha. — Ela pareceu surpresa com meu tom de voz, mas não disse nada apenas me entrega Gabrielle eu a coloco no chão sem ao menos segurar em meus braços, a garotinha parece decepcionada ao ser posta no chão.

— Desculpe, só a próxima a ser entrevistada e a menina estava andando sozinha. — Vou até a minha mesa e procuro pelo currículo da moça a minha frente, não me lembro de ter sido avisado sobre essa gorata, tanto faz ela não será aceita sua aparência não é a correta para ser a babá da filha de um homem de negócios como eu.

— Desculpe como se chama senhorita?. — Digo mexendo em alguns papéis a procura do seu currículo.

— Julia Martins . — Ela diz descontraída olho em sua direção e vejo brincando com Gabrielle, ela se recompõe rapidamente, sei bem que não estava sendo nenhum pouco gentil. — Sou formada em pedagogia e já cuidei de outras crianças.

— Quais são suas referências?

— Desculpe —me pelo meu equívoco essas crianças não deve ser levadas em consideração, já que foram todos meus parentes, me formei mas não cheguei a exercer pedagogia. Não tive a oportunidade. Faz pouco tempo que me mudei para Seattle, não tenho laços que me prendam aqui e nem em outros lugares estarei sempre disponível a qualquer momento, gosto desse trabalho, sou discreta e aceitarei o modo como cria sua filha desde que não venha contra os princípios impostos pela lei, me satisfaz trabalhar com crianças e se tiver a oportunidade de lhe mostrar os meus serviços o senhor não se arrependerá.

Fiquei calado ela foi a pessoa mais capacitada que entrou hoje em meu escritório, a única que parecia saber do que falava, e eu não conseguia aceitar isso. Era quase impossível pensar isso.

— Bom você não tem a aparência adequada para esse trabalho...

— Se refere ao meu cabelo, isso e descriminação, minha aparência não deveria contar isso é hipocrisia o senhor quer uma babá e te garanto que posso fazer muito bem esse serviço, só que à sociedade é muito hipócrita para permitir que você o grande Gabriel Mesquita tenha eu como a babá da sua filha. Por causa do meu cabelo?— Ela tinha a língua afiada e isso não me agradava. Não tinha tempo para os desaforos dela.

— Desculpe não foi minha intenção ofende—la...

— Não se desculpe sabemos o que senhor quis dizer, mas eu preciso desse trabalho e sou capacitada para isso posso garantir. — Ela olhava diretamente em meus olhos em momento algum mostrando fraqueza ou timidez.

Ela tira um envelope da bolsa e coloca sobre minha mesa, abro e vejo um novo círculo e um diploma de pedagógica.

— Ligaremos se for a escolhida. — Ela sorri e se vira saindo. —Gabrielle. — Ela seguia a senhorita Martins .

As duas olha para mim parecendo surpresas.

— Tchau princesinha. — Ela beija a cabeça de Gabrielle que fez cara de choro. Isso tudo poderia fazer parte de um jogo. E se fosse ela sabia jogar.

Ela fechou a porta atrás de si, Gabrielle olhou para mim, o mesmo olhar que Belle havia me dado na nossa primeira briga, então eu voltei a realidade e sabia que uma menina de três anos era incapaz de ficar brava por muito tempo. E foi isso que aconteceu, Gabrielle superou a ida de Martins meia hora depois.

No dia seguinte uma mulher chamada Monique fez seu primeiro teste ela foi uma das mais adequadas e já tinha alguns anos de experiência.

A única coisa que não contei a ela era que tinha câmeras espalhadas por toda a casa, ela foi bem no começo consegui ganhar a confiança de Gabrielle, porém uma hora depois ela ficou desatenta e mexia em tudo. Então foi demitida antes do meio dia, e eu tive que voltar para casa mais cedo.

— Quando cheguei aqui vi quem era a moça, fez bem em demiti—la ela não parecia confiável.— Leane falava, ela estava segurando Gabrielle nos braços. Era uma mulher muito bonita, aos seus quarenta anos ainda possuía uma beleza invejável ela ficou tão abalada quanto eu depois da morte de Belle só que ela conseguiu preencher o vazio depositando todo seu amor sobre Gabrielle e os outros netos, ela era a esposa troféu que sei que muitos já quiseram, ela e Felipe tinha um bom relacionamento e eu admirava o amor que ela tinha pelos filhos, ela nunca fez qualquer diferença entre os filhos adotivos e os de sangue, Belle e Pietro tinham muita sorte por ter uma mãe como ela.

— Eu sei. Só que agora não tenho ninguém para cuidar dela.

— Não é possível que ninguém tenha sido capacitada. Posso ficar aqui e te ajudar amanhã com as novas candidatas.

Fico em silêncio e a garota dos cabelos azuis invadindo minha mente.

— Tem alguém, Gabriel? — Gabrielle se acomoda em seu colo, estava quase dormindo, a menina tinha um carinho impressionante pela avó, não era de se estranhar, ela foi tudo o que ela conhecia por mãe durante todos esses anos.

— Ela é bem educada e parece entender de crianças, mas sua aparência...

— Não acredito que está julgando pela aparencia. Entenda Gabriel isso que está fazendo é a pior coisa. Crianças não tem maldade são os adultos que ensina isso, essa garota será a babá de Gabrielle e não a sua, Belle não iria gostar de saber que anda julgando as pessoas pela aparência. — Ela sabia meu ponto fraco e eu odiava isso.

Sabia disso. Lembrava muito bem da primeira vez que Belle havia brigado com uma garota, ela estava sorrindo de Leane por ser negra, e depois desse dia Belle passou a agir de modo diferente, não ignorava mais as ofensas que outras pessoas sofria ela sempre estava lá defendo ou ajudando.

— Isso não é justo a garota parece uma delinquente, o cabelo dela é azul, as roupas são folgadas...

— Chega!— Ela falou alto e pela primeira vez eu penso no que eu falei, eu não estava sendo eu mesmo o que havia acontecido comigo? por que eu estava sendo tão idiota julgando dessa maneira a aparecia daquela jovem. — Telefonarei amanhã e pedirei para que ela venha.

— Ficarei até que Gabrielle durma e voltarei para minha casa .— Deixei as duas na sala e subir para o meu escritório, teria a tarde inteira com a menina e não saberia o que iria fazer com ela.

— Alô .— Me peguei ligando para a garota, seu currículo sobre minha mesa ,enquanto eu o analisava, uma foto ao lado, nem sempre ela teve os cabelos azuis por será que havia mudado.

— Julia Martins , estou ligando para informar que você foi aceita para o cargo de babá. Esteja aqui amanhã as sete da manhã, não se atrase.

A linha fica muda por alguns segundos e pensei que ela pudesse não querer mais a vaga e então ela fala.

— Sim senhor .— Eu desligo o telefone e volto a me concentra no trabalho essa era a forma que eu encontrei para manter Belle longe dos meus pensamentos, muitas vezes não funcionava como agora. E tudo piorava quando eu não podia beber. Teria que convencer Leane a ficar essa noite.

— Tenho que ir, Gabriel.— Leane entra em meu escritório, olho para o relógio já tinha se passado três horas. Ela estava indo, chegou a hora... a hora que teria que ficar sozinha com ela. O que eu iria fazer? Como eu ia cuidar dela, precisava tomar um pouquinho de uísque. Não, isso só iria piora como eu cuidaria dela bêbado se são já sabia que não iria conseguir. Meu Deus me ajude. Eu poderia ligar agora para Martins ?

—Leane!

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