CAPÍTULO 4

Júlia

Ele parou o carro em frente a uma igreja, abri a porta e retirei Gabi da cadeirinha, passei a mão pelos cabelos dela e arrumei o vestido.

—Você está linda. — Ela sorriu e segurou minha mão, me sentia fora do lugar ali, estava vestida com uma calça jeans preta e uma blusa branca, sentia falta dos saltos, mas o Star que estava usando era muito confortável.

Chegamos alguns minutos atrasados e então nos sentamos no último banco, estava atenta a tudo o que o reverendo falava, olhei para o lado e vi algumas mulheres me olhando, olhei para o outro e o ato se repetia, os mesmo olhares algumas mulheres ate sussurram um "Ave Maria" fechei meus olhos apenas absorvendo toda a paz que aquele lugar me proporcionava.

—Vamos, Martins .—Abri os olhos e encontrei poucas pessoas dentro da igreja, Gabriel me olhando como se realmente fosse louca. Quanto tempo tinha se passado?

Ele nós guiou até o estacionamento passou pelo seu carro e foi até um grupo de quatro pessoas. Seria essa as pessoas para quem ele iria apresentar a menina.

—Tio Caim! — Gabrielle saiu correndo na frente e abraçou as pernas do homem.

— Princesinha. —Ele a pegou levantando no ar.

Paramos perto deles e então Gabriel falou apresentado as pessoas.

—Esses são os meus tios Ana e João Mesquita e esses são meus primos Caim e Rebeca.

Nada de pais ? O que tinha acontecido com os pais deles? Sua prima deveria ter quinze anos se abaixou olhando para Gabrielle, que ainda conversava com o tio. Todos nomes bíblicos, todos com a aparência respeitável.

—Quem são essas jovens e porque ela está chamando o Caim de tio?

— Essa é minha filha e essa é a babá dela Júlia Martins .

—Filha ?! — Antes que Ana fosse ao chão o marido o filho e Gabriel correu para segura—lá

—Mãe...

—O que você fez meu filho? você me chama de mãe mas mentiu para mim durante anos eu sofri tanto. Mentiu para sua mãe. —E então eles perderam os modos todos tentando se explicar ao mesmo tempo.

Eu estava completamente confusa, ele não tinha falado que tinha uma filha? Ele tinha mentido para aquela mulher que ele chamava de mãe?

—Você não me perguntou.

— Cala a boca você só está me deixando mais nervosa. E você Caim, sabia que ele tinha uma filha?

— Mãe...— O homem a minha frente que parecia ter quase dois metros, corpo atlético e pele bronzeada se encolheu ao olhar da pequena Ana, talvez fosse apenas a altura mas eu sentia a força e o respeito que todos tinha pela aquela senhora.

— Todo mundo sabia?

— Eu não. — a única a responder foi a Rebeca todo o resto ficou calado.

—Você terá que me explicar por que mentiu para mim, vocês todos. — Ela passou a mão pelo vestido e olhou para mim e depois para Gabi que estava escondida atrás de mim. Assustada, segurava forte em minha blusa.

— Não fique assustada querida eu sou sua tia avó. Eu estou muito brava com seu pai, mas não com você. —Ela limpou as lágrimas.

— Não fica brava com meu pai ele é lindo, legal e muito bom. — Todos ficaram em silêncio Ana se abaixou ficando a mesma altura de Gabrielle e beijou a bochecha da garota. — Se você for legal com meu papai, como minha vovó eu vou gostar de você.

— Você tem os olhos do seu avô. — Gabi arregalou mais os olhos e sorriu . — Mas esse sorriso sem dúvidas herdou da sua mãe. Você é tão linda.

—Uma princesa .—Gabi falou e Ana assentiu.

— Qual o seu nome ?— Ela olhou para todos os homens presente uma ameaça oculta brilhava em seus olhos e eu fiquei assustada com o que iria acontecer com os senhores Mesquita.

—Gabrielle. — Ana a pegou no colo e se afastou de nós. Não sei bem o que fazer se a seguia ou ficava junto a eles.

— É um prazer conhecê-la. — Por extinto levantei meu braço para que ele beijasse minha mão, quando reparei que todos olhava tentei abaixá-la, mas Caim já estava segurando e beijou.

— Júlia.

—Estou aqui para servi—la em todos os seus desejos. — ele piscou e eu pude sentir meu rosto esquentar Caim era um homem lindo e de um sorriso de tirar o fôlego.

♡♡♡

Ana passou uma semana junto a nós e enfim o senhor Gabriel me comunicou que fui aceita no trabalho. Eu estava fazendo de tudo para manter a boca fechada quando estava em sua presença eu nunca tinha sentido nada assim, eu tinha raiva quando ele falava e quando ele estava perto de mim. Eu tinha raiva por não saber o que falar, por ter que medir minhas palavras.

Como era sábado Gabriel me comunicou que os avós maternos de Gabi a buscaria, ele não disse nada sobre mim então não sabia bem o que fazer, de toda a família Montenegro eu só tinha conhecido a princesa Gabrielle e Leane Montenegro.

—O que você quer levar para a casa dos seus avós?

— Isso.— Ela tirou o vestido rosa do closet e alguns brinquedos da cama, Gabi estava acordando a noite e indo deitar em minha cama eu não me importava ela já era nem grandinha para um berço.

—Tudo bem, você tem que levar mais roupas.

—Mas já tenho roupas lá. — Ela já tinha bastante roupas aqui e não sabia o quanto ela podia ter lá, Gabrielle se vestia como uma princesa eu me lembro como desejava ter alguns dos vestidos que ela tem quando eu criança.

— Vamos arrumar tudo, você não quer se atrasar não é?

— Não. — Ela correu e pegou a bolsa com estampa de princesa que ela gostava.

Meia hora depois estávamos sentadas as duas na sala, o senhor Montenegro havia ligado dizendo que chegaria em alguns minutos, ouvi o barulho da porta ser aberta e então ele entrou.

—Minha princesa.— Gabrielle corre para os braços do homem que a tirou do chão, a gargalhada dela aquece toda a sala.

—Vovô.— Ela beija o rosto do homem, ele deveria ter cinquenta anos, porém o tempo parecia ter feito muito bem, alguns cabelos grisalhos olhos verdes, barba rala e vestido com o terno preto não parecia nada flácido, estava muito bem conservado. E deveria a senhora Leane é muito bonita, os dois formava um belo casal.

— Também estava com saudades. — Ele beija a testa de Gabi, as bochechas dela estava vermelhas e ela mantém os braços ao redor do pescoço do avô.

—Onde está o meu presente?

—Gabi! — Os dois olha para mim como se eu tivesse falado algo errado.

—Não se preocupe.— Ele diz, e sorri realmente era um homem muito bonito.

— Me diz se tem se comportado aqui?

—Sim. — Ele levanta uma das sobrancelhas e a ela olha para mim, lembrando de anteontem quando chamei sua atenção sobre ela não querer comer.

—Ela se comportou bem.— Ele sorriu para mim como se eu tivesse enfim ganhando um ótimo prêmio.

—Tudo bem.— Ele a colocou no chão e se ajoelhou, ela sorriu ansiosa não era a primeira vez que ele fazia aquilo podia ver como ela apertava as mãos.

— O que é? —Ele retirou uma caixa do bolso do paletó, uma caixa rosa e então abriu. Era impossível não me aproximar para ver o que era. Um colar com um pingente de bailarina.

— Gostou ?

—Sim, ela é linda. — Ele tira o colar da caixa e Gabi vira de costa segurando os cabelos, uma dama.

—E para a Jú ?— Ela olha para o avô que se coloca de pé e caminha ate a mim. Eu não sabia nem o que falar.

— Júlia...

—Não se preocupe, senhor Montenegro. — Ele pega a caixa do outro bolso, balanço a cabeça ele apenas da de ombros como se aquilo fosse algo muito natural, o renomado advogado Montenegro servo da neta de quatro anos.

— Uma princesa tem que ganhar muitos presentes. — Gabi diz com naturalidade como se tivesse escutado aquilo a vida inteira e eu não dúvida que fosse verdade.

— Sem dúvidas Gabi e você terá tudo o que quiser, assim como a Júlia. — Ele segura o colar entre os dedos as bailarina rodando como se desse uma pirueta. Me viro e ele coloca o colar em meu pescoço.

—Eu nunca ganhei um presente tão lindo muito obrigada.

—Você não recebe presentes ? — Não era de inteira verdade eu recebia presentes mas nenhum tão lindo e sem dúvidas não era dado com tanto carinho de agora.

— Não. Não em um dia que não é meu aniversário.

— Bom todos os Montenegro’s que vierem aqui tara um presente para as princesas que habitam essa casa, uma mulher tem que ser venerada minha querida Júlia. — Ele sorri, olhando fundo dos meus olhos como se soubesse tudo sobre minha vida.

— Nem todos pensam como o senhor.

— Deveriam. — Ele passa por mim e pega a bolsa que tinham preparado para Gabi. — Amanhã de manhã ela estará aqui. Acho que você está de folga.

— Folga?

Gabriel

Ana ficou uma fera, ela era minha mãe em todos os sentidos depois que meus pais morrem meu tio me acolheu em sua casa, João e Henrique eram gêmeos e os dois tinha feito uma promessa de cada um cuidar do que era mais precioso se um dia um deles viesse a faltar e meu tio cumpriu a promessa graças a ele eu me tornei um ótimo empresário, eles dois nunca me trataram diferente de Caim e Rebeca.

Minha tia sempre quis mais filhos, mas quinze anos atrás ela descobriu que não poderia ter mais filhos e então ela me tratou como tal antes mesmo dos meus pais morrem eu já os chamava de pai e mãe, assim como Caim fazia com os meus pais era mais uma brincadeira entre eu e Caim, mas depois de tudo ela foi minha mãe em todos os sentidos.

Eles gostaram de Martins e eu tinha conseguido acalmar a minha mãe só não sei por quanto tempo. Eu ainda não tinha conseguido esquecer a forma como Gabrielle me defendeu.

Hoje era a segunda semana de Martins e ela estava se saindo muito bem, Leane ligou à elogiando, porém uma coisa ainda não estava bem entre mim e ela, o fato de tudo o que ela falava soava como um insulto ou sarcasmo me irritava perguntei para Leane se ela não tinha achando ela petulante e ela começou uma nova sessão de elogios, o fato de Gabrielle se dá bem com Martins e a mesma manter a menina ocupada era o único motivo dela não estar no olho da rua.

Abri meu notebook e para minha surpresa Gabrielle se encontrava enrolada em uma tolha sentada na cadeira enquanto Martins sai do banheiro, podia ver que o banho tinha sido uma tarefa complicada, mas não esperava que ela tirasse a blusa seus seios fartos quase não cabia no sutiã de renda que ela usava, foram quase quatro anos sem uma mulher, e não era confortável ela ficar de frente para câmera onde eu podia ver quase tudo, maldita hora quando coloquei a câmera em cima da cômoda, só esperava que ela não tocasse no carrossel e como se eu tivesse gritado para ela ir até ali ela tocou os cavalinhos e pude ver seus lábios carnudos e seus seios.

Ela pegou um vestido na gaveta e foi até Gabrielle, bom isso não ajudou, mesmo sobre a saia conseguia ver sua magnífica bunda.

— Você tem que assinar...— Fechei o notebook com tanta força que temi ter quebrado. — Me desculpe volto em outra hora. Pode continuar. — Ele colocou a mão na boca, ficando vermelho ao tentar controlar a risada.

— Cala a boca, Caim. Só estava vendo se tudo estava bem em casa. —Minha voz estava rouca e tossi em uma tentativa de voltar ao tom normal.

— Sei... você deveria arrumar uma mulher e parar de ver pornografia, você menti mal...

— Eu não... Me de essa merda logo aqui.

Ele coloca os papéis sobre minha mesa. E se senta a minha frente, como se estivesse em casa.

— Deixa eu ver enquanto você assina se está tudo bem com a Gabi e a Blue...

— Não vai ver nada! Sai daqui, Caim.

— Só quando você assumir que estava vendo pornô.

— Eu...— Naquele momento não tinha ninguém que eu desejava mais quebrar a cara do que a do meu primo. — Eu estava vendo pornô.

Ele quase caiu da cadeira de tanto ri, folheia as páginas até encontrar a indicada assinei com tanta força que temi ter rasgado o papel.

— Sai logo daqui. — Empurrei os papéis em sua direção o cretino os pegou e se levantou colocou a mão na barriga tentando contratar a crise de riso.

— Eu deveria ter gravado, a cara que você fez ... Fica tranquilo só vou contar para as pessoas que cruzarem o meu caminho. Isso não é um segredo é? — Ele perguntou com sarcasmo.

— Caim!.—Ele fechou a porta, senti meu rosto esquentar, era isso que se ganha quando temos a ideia maravilhosa de trabalhar com um parentes.

Meus dedos tremeram de vontade de abri o notebook e ver novamente o que estava acontecendo em casa.

Não eu não podia.


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