Como uma romântica incurável, eu adoraria estar escrevendo um romance baseado na minha linda história de amor. O que seria impossível, já que não tenho uma. Não é que nunca tenha me apaixonado, pelo contrário, tenho a impressão de que me apaixonei até demais e por muito pouco. Só que meus relacionamentos amorosos (se é que posso chama-los assim), sempre foram fadados ao fracasso.
Então aqui estou, para te contar a história da minha vida. Cheia de erros, medos, decepções, dores... Eu passei muito tempo me permitindo viver, literalmente, em trevas. E nem estou falando isso por ter vivido uma fase gótica na adolescência, mas sim, porque tudo em minha vida, dava errado.
Por anos, permiti que me manipulassem, me fizessem sentir pequenininha, me fizessem entender que minha existência era inútil. Quantas e quantas vezes eu desejei minha própria morte. Não tinha amigos de verdade, não tinha um amor, meus familiares só me julgavam. E foi por tudo isso que decidi escrever esse livro.
É preciso aprender a identificar as pessoas e situações, para saber como lidar com elas. Hoje, para mim, tem sido muito fácil notar quando uma pessoa se aproxima meramente por interesse, já que tenho aprendido a ouvir mais minha intuição. Outra coisa que aprendi, quando nós não compreendemos e sabemos lidar com nossas emoções, o corpo adoece. Sim, já tinha escutado muito isso, mas na prática, é bem diferente.
É difícil deixar de ser negativa, quando você aprendeu a ser assim, de tanto as pessoas te dizerem que você não é suficiente, não é capaz e não merece ser feliz. Durante anos, eu esperei meu príncipe encantado vir me resgatar da prisão que sempre acreditei estar. Por isso, qualquer indivíduo que demonstrasse interesse em mim, eu entregava meus sentimentos. E quebrava a cara.
Sempre defendi que devemos ser felizes sozinhos. Sempre gostei da minha companhia. Mas sempre odiei a situação em que estava na minha vida. Criada para temer o mundo, eu apenas me trancava no quarto e chorava sem parar. Foram anos para entender que essa insatisfação, revolta e tortura haviam virado minha “zona de conforto”. Entendendo “zona de conforto” como o local com o qual você está acostumado e não faz nada para sair.
Levei anos para aceitar que ninguém viria me regatar. Nenhum outro familiar para me aconselhar, nenhum amigo, nenhum amor. Eu deveria arregaçar as mangas e fazer sozinha, e no lugar em que estou. Reerguer-se no lugar que sempre me fez mal, nunca me pareceu uma opção. Só que era a única que eu tinha.
Primeiramente, deixe-me fazer uma breve apresentação. Meu nome é Serena, mas preciso deixar claro, para evitar surpresas, que meu nome significa “laços” ou “ligação” (e agora eu me pergunto, se é por isso que tenho o péssimo hábito de me apegar fácil). De serenidade, não tenho quase nada. Minha mente sempre está agitada, acredite, é uma loucura aqui dentro! Sou uma mulher de quase 30 anos, com 1,69 m de altura, pele clara, cabelos de comprimento médio e castanhos, e uma gordinha, em processo de emagrecimento (vamos com fé!). Importante destacar que no meu caso, emagrecer é por saúde mesmo. Se você é gordinho (a), sente-se feliz e pode ser assim, ótimo!É um prazer ter você, leitor, aqui comigo. Espero, sinceramente, que minha vida doida te ajude em algo. Dito isso, vamos começar do início.
Acabe com a mentalidade do “não tem jeito, é tentar aceitar e seguir uma vida ruim, nasci para ser infeliz mesmo”. Não se revolte com seus familiares por eles não te ensinarem algo ou não serem do jeito que você gostaria. Revolte-se com a situação, e busque maneiras de usá-las a seu favor. Agora, se não quer ter relacionamentos amorosos simplesmente por não ser o momento ou não ter vontade, maravilhoso. O importante é que seja por escolha, e que esteja feliz com ela.Meus pais são pessoas boas, mas que ainda precisam aprender muito da vida. Sei que me criaram como sabiam, com todo amor que podiam e com o jeito de gostar deles. Sei que muitas coisas vieram, justamente, pelo que observaram nos pais e outros familiares, talvez até em amigos. E por isso, procuro compreendê-los quando fazem algo negativo.O ruim? Aparentemente não estão int
Cresci escutando o quanto o mundo é um lugar ruim e difícil. Realmente, o mundo é praticamente um campo de batalha. O ruim não foi minha mãe me repetir isso a vida toda, mas sim o fato de ela acreditar que me “protegendo” do mundo, me colocando em uma “redoma de vidro” estaria fazendo o melhor para mim.Eu sei que ela se “jogou” no mundo cedo, que sofreu e quebrou a cara várias vezes. Mas acredito também que tudo isso a deixou mais forte. Criar seu filho protegendo-o de tudo e de todos, isolando-o, não o faz feliz e muito menos preparado para viver. Pais assim provavelmente não pensam que um dia, infelizmente, morrerão. E aí? Agora é seu filho e o mundo? Como faz?Ouvi muito e li também uma frase que diz que “a gente cria o filho para o mundo”, minha mãe com certeza iria odiar ouvir isso. Na mente dela, fui criada para ela. N
Eu sei que errei muito na vida, queria liberdade, mas permiti que cortassem minhas asas. Criar animais, ter que resolver as coisas da casa, ajudar a cuidar da casa... tudo isso foi me prendendo sem eu perceber. Descobri isso apenas depois da minha “crise existencial nível hard”. Ficar em um ambiente que não me identifico muito, só me fazia adoecer. Precisar continuar nele por um tempo, ainda me incomoda, mas os pensamentos são diferentes agora.Escutar pessoas me mandando fazer um concurso, porque acabei virando “freelancer” e trabalhando em casa, era um saco e me incomodava muito. Hoje eu não me importo. Claro, não quero passar a vida toda aqui. Mas para sair eu preciso me organizar mais, preciso de formas de ganhar dinheiro mais fixas. Preciso de metas a serem traçadas e concluídas.Não quero sair para voltar. Não quero ter que pedir ajuda. Não quero deixá-los
Tudo começou quando eu estava na barriga da minha mãe, ansiosa para vir ao mundo. Ok, vou focar dos erros perceptíveis de quando estava adolescente. Mas se eu for contar de fato quando tudo começou, foi na infância. Aquele medo do mundo que minha mãe colocava na minha cabeça; os gritos do meu pai quando ele bebia; aquela ilusão de aparecer um príncipe encantando para me resgatar, que aprendi nos filmes de princesas... aquela sensação de incapacidade e de que alguém precisava me salvar.Eu queria ser salva.Eu precisava ser salva.Eu só não sabia que quem deveria me resgatar seria eu mesma.Cresci acreditando que deveria agradar as pessoas, colocava-me em segundo plano para fazer o que queriam de mim e adivinhe? No final, eu não prestava. Nada era bom o suficiente. As críticas estavam em tudo, eu era culpada por tudo que dava errado. E isso me fez
Ser cobrada para viver da maneira que os outros querem é extremamente ruim e desgastante. Imagine, seu pai quer que você se forme em História como ele; sua mãe quer que você passe em um concurso público (que agrade a ela); seu namorado quer que você trabalhe e sustente a casa em que vocês moram, e ele apenas fique em casa cuidando dela. Todos querem que você siga uma carreira que não é a que você quer, a que escolheu, a que sente que nasceu para seguir.Querem apenas que você satisfaça às necessidades deles e realize sonhos que eles mesmos não conseguiram concretizar. Não importa que seu sonho não tenha nada a ver com aquilo, se não se sente feliz, para eles, a felicidade que importa é a deles. E vá você dizer isso para ver o quão absurdo vão dizer que é o que você falou. Até hoje eu não sei
Foram anos tentando agradar os outros, obviamente sem sucesso. O que eu não compreendi durante todo o tempo, foi que a única pessoa que eu deveria me preocupar em agradar era eu mesma. Assim como a única pessoa que poderia me salvar sempre fui eu. Apenas eu.Poderia passar horas e horas, enchendo páginas e mais páginas com as coisas que fiz e que no fundo não queria ter feito. Poderia fazer como fiz durante muito tempo, reclamar e não fazer nada para mudar aquilo. Por que fazer com que as coisas mudem, é difícil.Fácil é dizer que a vida é difícil, que fomos injustiçados, perseguidos, maltratados. E talvez tenhamos sido mesmo. Mas se lamentar não vai fazer com que as coisas melhorem. Pelo contrário, se você acredita na lei da atração, saiba que quanto mais você reclamar, mais coisas negativas vai atrair para você.Por ou
Mesmo com essa revolta dentro de mim, eu segui tentando agradar aos outros. Segui buscando maneiras de fazer as pessoas terem orgulho de mim. Queria que não me deixassem, mas a verdade é que eu havia esquecido de mim. Colocar outras pessoas em primeiro lugar parece um gesto bonito, mas não é bem assim. Até porque, nem todos irão reconhecer o seu esforço, e é óbvio que você quer ser reconhecido pelos sacrifícios que faz por alguém. É claro que você quer um “obrigado”, e quando isso não vem, você se pergunta se o que fez não foi realmente o suficiente.Colocar-me em primeiro lugar é algo que ainda estou aprendendo a fazer. Sempre convivi com pessoas muito críticas e que acham que sabem o que é melhor para mim. Parece bobagem, mas é preciso ter um filtro muito bom e estar firme no que se quer para não se deixar envolve