Eu sei que errei muito na vida, queria liberdade, mas permiti que cortassem minhas asas. Criar animais, ter que resolver as coisas da casa, ajudar a cuidar da casa... tudo isso foi me prendendo sem eu perceber. Descobri isso apenas depois da minha “crise existencial nível hard”. Ficar em um ambiente que não me identifico muito, só me fazia adoecer. Precisar continuar nele por um tempo, ainda me incomoda, mas os pensamentos são diferentes agora.
Escutar pessoas me mandando fazer um concurso, porque acabei virando “freelancer” e trabalhando em casa, era um saco e me incomodava muito. Hoje eu não me importo. Claro, não quero passar a vida toda aqui. Mas para sair eu preciso me organizar mais, preciso de formas de ganhar dinheiro mais fixas. Preciso de metas a serem traçadas e concluídas.
Não quero sair para voltar. Não quero ter que pedir ajuda. Não quero deixá-los desamparados. O ano que morei fora foi sufocante, justamente por estar “presa” a casa dos meus pais, aos meus animais e ao meu namorado da época. Não consegui me divertir, não consegui ser eu mesma. Era como se estivesse sendo vigiada e controlada (o que de fato estava sendo mesmo) a todo o momento.
Sair de casa se tornou uma meta não só para minha saúde emocional, mas também para a minha saúde física e mental. Quando penso sobre pais assim, que colocam “medo” nos filhos, para que eles achem que viver na casa deles é melhor do que “sair no mundo”, eu fico extremamente preocupada e os acho completamente egoístas.
Se você quer seu filho preso a você, sem ter sua vida, colocando medo em tudo, como ele vai viver bem, quando você se for? Tudo bem, você o ensinou a cuidar de você a vida toda, a viver para você. Mas e aí? Filhos criados assim, sequer aprendem a se cuidar, vivem pelos outros, querendo agradar aos outros, o que pode, inclusive, fazê-los entrar em relacionamentos tóxicos por medo de ficarem sozinhos. É isso que pais querem para os filhos?
Ou será que o que importa mesmo é o enquanto estiver vivo? Depois que morrer, não importa a decisão que o filho tomar. Já vi pais ficarem felizes quando os filhos dizem “ah, se o senhor morrer, eu morro junto”, que tipo de pensamento é esse? Fico realmente assustada e preocupada com isso.
É preciso que você acorde para o fato de que o amor próprio deve vir em primeiro lugar. Não estou falando em tratar mal os outros ou em jamais ajudar alguém. Estou falando de se conhecer e não ultrapassar limites que te façam mal, deixar de cuidar de si para cuidar de pessoas com quem você sabe que não poderá contar, inclusive se essas pessoas forem seus pais.
Ter colocado você no mundo não os torna proprietários seus. Você não veio aqui para satisfazer as vontades dos seus pais ou realizar os sonhos deles. Você é uma pessoa diferente, com sonhos e metas diferentes. Quantas vezes eu ouvi “meu sonho era que você aprendesse a tocar teclado”, só que eu nunca quis aprender a tocar teclado. Ao me forçar a isso, meu corpo parecia rejeitar aquela situação.
E a gente não aprende a escutar essas reações físicas. Adoecemos por guardarmos mágoas e raiva. Só que às vezes, não identificamos a causa de tal doença. Sendo que não dá para tratá-la apenas com remédios, é preciso cuidar das emoções e da alma. É preciso se conhecer ao ponto de dizer “isso eu não quero”. Já parou alguma vez para entender a si mesmo? Já parou para pensar na verdadeira causa daquela enxaqueca chata e das suas dores nas costas? Não? Então chegou a hora de olhar para si mesmo.
Tudo começou quando eu estava na barriga da minha mãe, ansiosa para vir ao mundo. Ok, vou focar dos erros perceptíveis de quando estava adolescente. Mas se eu for contar de fato quando tudo começou, foi na infância. Aquele medo do mundo que minha mãe colocava na minha cabeça; os gritos do meu pai quando ele bebia; aquela ilusão de aparecer um príncipe encantando para me resgatar, que aprendi nos filmes de princesas... aquela sensação de incapacidade e de que alguém precisava me salvar.Eu queria ser salva.Eu precisava ser salva.Eu só não sabia que quem deveria me resgatar seria eu mesma.Cresci acreditando que deveria agradar as pessoas, colocava-me em segundo plano para fazer o que queriam de mim e adivinhe? No final, eu não prestava. Nada era bom o suficiente. As críticas estavam em tudo, eu era culpada por tudo que dava errado. E isso me fez
Ser cobrada para viver da maneira que os outros querem é extremamente ruim e desgastante. Imagine, seu pai quer que você se forme em História como ele; sua mãe quer que você passe em um concurso público (que agrade a ela); seu namorado quer que você trabalhe e sustente a casa em que vocês moram, e ele apenas fique em casa cuidando dela. Todos querem que você siga uma carreira que não é a que você quer, a que escolheu, a que sente que nasceu para seguir.Querem apenas que você satisfaça às necessidades deles e realize sonhos que eles mesmos não conseguiram concretizar. Não importa que seu sonho não tenha nada a ver com aquilo, se não se sente feliz, para eles, a felicidade que importa é a deles. E vá você dizer isso para ver o quão absurdo vão dizer que é o que você falou. Até hoje eu não sei
Foram anos tentando agradar os outros, obviamente sem sucesso. O que eu não compreendi durante todo o tempo, foi que a única pessoa que eu deveria me preocupar em agradar era eu mesma. Assim como a única pessoa que poderia me salvar sempre fui eu. Apenas eu.Poderia passar horas e horas, enchendo páginas e mais páginas com as coisas que fiz e que no fundo não queria ter feito. Poderia fazer como fiz durante muito tempo, reclamar e não fazer nada para mudar aquilo. Por que fazer com que as coisas mudem, é difícil.Fácil é dizer que a vida é difícil, que fomos injustiçados, perseguidos, maltratados. E talvez tenhamos sido mesmo. Mas se lamentar não vai fazer com que as coisas melhorem. Pelo contrário, se você acredita na lei da atração, saiba que quanto mais você reclamar, mais coisas negativas vai atrair para você.Por ou
Mesmo com essa revolta dentro de mim, eu segui tentando agradar aos outros. Segui buscando maneiras de fazer as pessoas terem orgulho de mim. Queria que não me deixassem, mas a verdade é que eu havia esquecido de mim. Colocar outras pessoas em primeiro lugar parece um gesto bonito, mas não é bem assim. Até porque, nem todos irão reconhecer o seu esforço, e é óbvio que você quer ser reconhecido pelos sacrifícios que faz por alguém. É claro que você quer um “obrigado”, e quando isso não vem, você se pergunta se o que fez não foi realmente o suficiente.Colocar-me em primeiro lugar é algo que ainda estou aprendendo a fazer. Sempre convivi com pessoas muito críticas e que acham que sabem o que é melhor para mim. Parece bobagem, mas é preciso ter um filtro muito bom e estar firme no que se quer para não se deixar envolve
Sempre fui uma garota com sentimentos intensos, aquela que acredita no amor e que encontrará alguém para somar alegria, compreensão, carinho e qualquer sentimento bom que possamos carregar, além de dividir dores, tristezas, decepções, raiva, enfim, tudo aquilo que fica no nosso lado mais sombrio. Então, quase toda vez que um garoto se interessava por mim, eu pensava: É ele!Costumava ouvir que o amor só bate uma vez à nossa porta, e é claro que eu não podia deixá-lo ir. Esse pensamento me fez cometer vários erros. Mas eu acreditava que o que desse errado só estaria me fazendo amadurecer e que me levaria ao certo, o “meu certo”.Na adolescência eu tive excesso de paixões erradas. Chega a ser vergonhoso lembrar todas as vezes que me deixei acreditar que aquele sentimento era amor, ou talvez fosse, naquele momento. Meu primeiro namorado, aquele
A carência é um dos sentimentos mais perigosos que existem. Ela pode te fazer entrar em um relacionamento fadado ao fracasso ou voltar para o ex abusivo. Andar descalça em cima de cacos de vidro, acreditando que esta é a melhor coisa a se fazer.Quebrar-se, para manter o outro inteiro, parece ser algo lindo (mas não é).Vou te contar como meu drama começou. Na verdade, vou pular a parte da adolescência, mas já deixo aqui o resumo: cheia de “paixonites agudas”. Iniciarei, então, nos meus 21 anos, quando acreditei ter encontrado o “cara perfeito” para mim. Eu estava na faculdade de Engenharia Agronômica, um curso riquíssimo que tem um leque de opções para que o aluno decida a que mais se identificar. Mas que não era o curso dos meus sonhos. Foi o que, na minha cabeça, cheguei mais perto. Arquitetura, para mim
A pessoa te magoa, e você insiste. É ilógico. Como se para ser feliz você precisasse estar ao lado dela, mas estando com ela você sofre porque ela só te faz mal.Não foi uma nem duas vezes que tentaram, foram várias. Acredita mesmo que depois de tentar cem vezes, na cento e um vai dar certo?Eu falei que sempre fazia bolo para ele no mês de namoro? Pois é. Certa vez estávamos no quarto sentados e ele me soltou essa: Bolo todo mês? Está chato isso. Vejam, ele não tentou fazer algo diferente, ele quis cobrar isso de mim e ainda não valorizava o que eu fazia naquele momento. Isso doeu. E acordou uma “Serena” que estava decidida a nunca mais fazer isso.Depois de DR’s, tudo lindo de novo. Até o momento em que eu estava completamente sufocada de coisas da faculdade para fazer. Ele não poderia ente
Quando a gente não se ama, acaba aceitando qualquer um. Chama qualquer sentimento de amor. Insiste no erro e ainda acha, que todo mundo que diz que é melhor terminar, quer o seu mal ou que “não sabe como realmente é”, porque “existem momentos bons”.Você desabafa com suas amigas mais próximas sobre as brigas e o relacionamento, elas te ouvem e dizem que é melhor terminar. Quando elas dizem isso, um filme de momentos bons vem à sua mente e você começa a justificar o motivo pelo qual não vai fazer isso.Acontece que é terrível a sensação de que todos aqueles anos ao lado daquela pessoa seriam “perdidos”. “Não pode ser em vão, vai melhorar”. O que não chega à mente é que, na verdade, você está perdendo tempo insistindo anos mais em algo que n&at