O Início - Parte 2

Acabe com a mentalidade do “não tem jeito, é tentar aceitar e seguir uma vida ruim, nasci para ser infeliz mesmo”. Não se revolte com seus familiares por eles não te ensinarem algo ou não serem do jeito que você gostaria. Revolte-se com a situação, e busque maneiras de usá-las a seu favor. Agora, se não quer ter relacionamentos amorosos simplesmente por não ser o momento ou não ter vontade, maravilhoso. O importante é que seja por escolha, e que esteja feliz com ela.

Meus pais são pessoas boas, mas que ainda precisam aprender muito da vida. Sei que me criaram como sabiam, com todo amor que podiam e com o jeito de gostar deles. Sei que muitas coisas vieram, justamente, pelo que observaram nos pais e outros familiares, talvez até em amigos. E por isso, procuro compreendê-los quando fazem algo negativo.

O ruim? Aparentemente não estão interessados em mudar isso, ou não buscam conhecimento em como fazê-lo. Fico feliz em ter começado a busca pelo entendimento desde cedo, hoje consigo ser grata por muitas coisas que passei e que me ensinaram tanto. Sobre amigos... Posso dizer aqui que tive apenas amizades passageiras. Ainda estou analisando isso, confesso.

De fato, eu me afastei de muitas pessoas. Motivo um: meus pais sempre problematizaram eu sair de casa sozinha e nunca tive ninguém para me buscar. Tive tanta “sorte” em relacionamentos, que até no namoro eu que tinha que “ir atrás”. Mas, preciso ser sincera, boa parte das vezes era porque eu tinha muito medo de chegar para meu pai e dizer: estou namorando. Minha mãe sempre me colocou medo nisso também, não sem motivos, claro. Só que eu acredito que se tivesse o “encarado” desde cedo, talvez as coisas tivessem sido diferentes. Como não posso voltar no tempo e remoer o passado não vai me tornar alguém feliz, faço minha nota mental do aprendizado e sigo em frente.

Motivo dois: meus pais também não gostavam que eu trouxesse pessoas para casa. Isso por termos uma “casa simples”, porque não podiam ficar à vontade, porque o “barulho” incomodava. E tantos motivos mais. Então, acabei também não chamando ninguém para ir à minha casa. Morando em um local distante e com pouca movimentação (que muitas vezes acreditei ter sido proposital), sem ter como sair de casa (seu horário é 21 horas? Na adolescência o meu era 17 horas e ai de mim se passasse disso), minhas amizades passaram a ser virtuais, até na cidade.

Com o passar dos anos, viramos adultos. Saindo da escola, cada um foi buscar a carreira que sempre sonhou. No meu caso, não havia muita opção, eu fui educada para fazer as coisas apenas no que “poderia no momento”, então optei por fazer o curso mais parecido com o que eu queria na época. A nível de curiosidade, eu queria fazer Arquitetura, fiz Engenharia Agronômica (já consigo rir, então deixo você rir também).

Moça da cidade que sempre fui (nasci na capital pernambucana, Recife, e fui “arrastada” para o interior), precisei me esforçar muito para aprender nomes de plantas (mais uma confissão: até hoje não sei várias, e das comuns, viu?). Imagine, então, a lindeza que foi aprender (ok, decorar...) nomes comuns e científicos de plantas, insetos, fungos, animais de grande porte... Foi bem complicado. Por sorte, o curso tem disciplinas exatas, como cálculo, estatística e (o terror) hidráulica.

Aos poucos fui me afeiçoando ao curso. Por vezes, sentia-me mal por estar ocupando o lugar de alguém que provavelmente sonhou com ele. Só que passei a admirar muito a profissão. Terminei o curso e ainda não a exerço completamente, mas admiro, isso que importa.

Sempre gostei de muitas coisas e muitas vezes bem diferente uma da outra. Por exemplo, meus pais pagaram vários cursos de informática (e sou muito grata por isso!), então sempre tive um “pezinho” nessa área. Tanto que quando entrei na faculdade, também fiz o Curso Técnico em Informática (foi uma loucura!).

Também fiz cursos que me lembravam mais Arquitetura. Além dos que aprendi na graduação, que tem disciplinas como desenho técnico, paisagismo, construções rurais... Inclusive, virei Cadista (pessoa que faz desenhos arquitetônicos no programa AutoCad) por isso também.

Não satisfeita com informática e agronomia, criei um I*******m literário. A partir dele, conheci vários escritores nacionais e me apaixonei pela literatura nacional. Anos depois, decidi arriscar na escrita para publicação. Não falei, mas na adolescência eu amava escrever, especialmente poesias (a maioria nada boa, aliás). Também cheguei a ter blog, mas acabei deixando de lado.

Tendo conhecimento da “facilidade” de publicação atual (especialmente para livros digitais), comecei publicando contos. Obviamente, algumas pessoas tentaram me fazer desistir. Mas a gente foca em quem? Exatamente! Em quem nos apoia! Tive apoio de pessoas que nunca imaginei, algumas pessoas que acreditei que me apoiariam só tentaram me colocar para baixo, conheci outras incríveis! A partir das situações ruins, decidi que ajudaria o máximo de escritores iniciantes que pudesse. Mesmo que eu também fosse iniciante, tudo o que soubesse iria passar, de alguma forma.

Tempos depois, estou aqui escrevendo meu terceiro livro. Ainda não tenho ideia de como ele vai se chamar, títulos sempre são um problema para mim, e espero não desistir de publicá-lo. Um fato interessante, o primeiro livro publicado é sempre o mais difícil. A maioria das pessoas não se sentem prontas, tem medo de serem criticadas e julgadas (acontece muito), mas depois do primeiro, duas coisas podem acontecer: você se frustra e desiste; ou você não consegue mais parar de escrever mesmo que queira, porque depois que os personagens descobrem que você pode contar a história deles, acabou sua paz!

Assim, me tornei engenheira agrônoma, técnico em informática e escritora. Não satisfeita, tenho feito cursos nas áreas mais diversas, todas que tenho interesse (e tenho em muitas), incluindo o design gráfico, que é com o que tenho trabalhado. E é interessante o fato de como Deus me fez chegar ao ponto que sempre amei, unindo praticamente todos em um só, já que como escritora preciso muito de um designer, todo o conhecimento de informática contribuiu com tudo, e a parte de agronomia me ajudou bastante também! (Você não tem ideia de como esse curso abrange muitas áreas, inclusive informática, administração, letras, direito...). E também fiz marketing digital, um curso extremamente necessário para todas as áreas, inclusive escritores independentes. Dentro do curso de marketing, também tinham coisas de design gráfico e que aprendi no curso de informática. Deus é perfeito, sim ou com certeza?

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