Arthur abre os olhos sonolento, ele se levanta devagar, arrastando-se pela cama sem acordar Laís, olha ao redor e pensa: Acho que, se derrubar essa parede que vai para o meu apartamento, cabe uma cama maior. Observa mais uma vez a parede e vai arrastando até a porta e a abre.Augusto se espanta ao ver a cara amassada do irmão sonolento.— O que você está fazendo aqui? — pergunta Guto, já sabendo a resposta.— Estava tirando minha sonequinha da tarde, oras! Sem ela fico de mau humor o dia todo! — esclarece, esfregando os olhos.— Engraçadinho — solta um rosnado.— Onde está Laís e meus filhos?— Bom, Laís está na NOSSA cama, e meus filhos, no quarto deles.— NOSSA CAMA? Nossa! Fico dois dias longe e você corre pra ela como um cachorrinho? Isso é doença, sabia? Não tem amor próprio?Arthur franze o cenho.— Não vou brigar com você, tô muito cansado pra isso e outra, não permito que você se intrometa na minha vida com ela. Eu e Laís é diferente de você e Laís. Da última vez que misturamo
O almoço transcorre tranquilamente, na volta passam nas lojas de móveis, mas nenhuma cama era grande o bastante para Arthur.No início, Laís se sentiu desconfortável com a presença de Augusto, mas, aos poucos, Tuko consegue deixar as coisas calmas e, por alguns instantes, parece que nada havia mudado.As crianças estavam encantados com o pequeno cachorro. Arthur segurava a mão de Laís como um adolescente apaixonado, enquanto Augusto os observava calado.Ao chegar à entrada do apartamento, alguém os aguardava. Ao ver, de longe, quem era, a morena solta um alto e sonoro: Wow, merda! Allana está de pé. Sua irmã aparenta uma cara péssima.— Quem contou onde me encontrar? — pergunta, olhando para Augusto.— Eu não fui — Arthur se defende.— Fui eu. Pensei que sua família soubesse onde você estava e mentiu pra nós esse tempo todo.Laís respira fundo e fica em pé, olhando pra irmã, sem saber o que fazer.Ao avistá-los, Allana corre e pula no pescoço do irmã, abraçando-a fortemente, as duas
Está um dia quente e ensolarado. Luiz, Arthur e Augusto tiram as blusas e vão brincar próximo ao lago com as crianças, deixando as mulheres do parque de boca aberta. E os homens, com ódio!Laís, Allana e Mari observavam os três, babando.— Misericórdia, meu Jesus! Benza Deus, Laís! Que harém você tem! Delícia!!!! — Mari diz, limpando a baba no canto da boca.— Sério que você tem os três? — Allana pergunta curiosa.— Allana! — Mari a repreende. — Os três não! Só os irmãos tanquinho, mas não tem o Luiz porque não quer, essa raba é abençoada — fala, soltando uma gargalhada.— Mariana! — Laís fala rindo — Não, Allana, nunca tive nada com Luiz.— Mas Luiz queria — Mari sorri.— Isso eu não sei, estou com Arthur agora.— Sim, mas o outro irmão não tira os olhos de você.— Augusto é muito um idiota, instável e ciumento, não aguentaria me dividir, e eu prometi nunca mais largar Arthur. Acho melhor assim... — Laís solta um sorriso triste. — Não vou pensar nisso agora... Mari, por que Pedro não
Na segunda de manhã, Laís arruma as crianças. Augusto espera na sala, e Arthur ainda dorme. A mulher veste as crianças, coloca-as nos seus assentos junto à mesa e vai até a cozinha. — Quer café? — Aceito. — Ela lhe entrega a caneca de café. Os dedos se encostam, e Laís puxa a mão rapidamente. — Nervosa com o exame? — Um pouco... — Hum... — Fiquei feliz de ver você se dando bem com Mari ontem, ela é uma boa pessoa. Augusto abre os olhos e sorri. — Isso é ciúme? — Não! Só estou dizendo que ela é uma boa pessoa, meio doidinha, mas uma boa pessoa — ela se vira para a pia, ficando de costas pra ele. — Sua amiga é bem legal, interessante... Ela me fez falar coisas que nunca havia falado com ninguém antes. Aquela frase faz o estômago de Laís revirar. — E... Ela tem esse dom... Boa sorte... Desejo que você seja feliz! Laís sai às pressas, e ele sorri. O irmão sai do quarto de mau humor. — Odeio acordar cedo nas férias — Se arruma logo, Tuko, temos horário marcado — Guto resmun
Capítulo 27Arthur chega com os gêmeos na hora combinada. Os pequenos desmaiaram depois de tanto pular no restaurante temático. O quarto dos meninos fica no sentido contrário do seu. Anda até lá, colocando os bebês na cama calmamente. O chalé está em total silêncio.Ele vai até o quarto e pensa duas vezes antes de abrir a porta. E se Guto não conseguiu? E se eles ainda estivessem transando? Laís é escandalosa demais, se fosse isso, o mundo saberia.Ao abrir a porta, vê a cama desarrumada e o irmão na varanda, olhando fora.— Onde ela está?— Ali — aponta.Arthur olha e fica totalmente encantado com a imagem. A morena está completamente nua, dançando com a água na piscina térmica. A luz da lua cheia reflete na água, deixando-a prateada. A silhueta dela é curvilínea, com carne nos lugares certos.Era um costume das mulheres de sua família dançarem pra lua quando estavam felizes. De olhos fechados, Laís faz movimentos leves com suas mãos, tronco e quadril. Os homens estão hipnotizados co
Allana abre os olhos, pega o celular e vê que são 6h da manhã. Não reconhece absolutamente nada ao seu redor. Sua cabeça dói, seu corpo dói. Como foi parar ali? Só se lembrava de ter saído pra beber com Mari e o pessoal do escritório. Levanta-se em pânico, graças a Deus está sozinha!Veste suas roupas e sai correndo, antes de ter que encarar o dono da casa luxuosa. Fugir daquela situação era preciso!Ela nunca mais iria beber... Tequila e suas amnésias alcoólicas!Ao entrar no táxi, ainda tentando entender o que havia acontecido, imagens de doses de tequila correm por sua mente... Beijos afobados, roupas voando, gemidos e... menos uma coisa...— Com quem eu dormi?Chegando à casa da irmã, vai direto para o quarto de Mari, que abre a porta enrolada em um lençol.— Desculpa eu te acordar, mas com quem você me deixou ontem?— Ué, com o pessoal da equipe. Eu saí antes, não lembra? Tentei te trazer comigo, mas você quis ficar— Com quem eu fiquei? Eu não lembro, acho que bebi tequila demai
Sentir a água quente do chuveiro era relaxante. Há anos que Laís não sentia seu coração em paz. Seus dois amores estavam ali com ela e seus filhos.Fecha os olhos, deixando a água quente percorrer seu corpo. Ouve as gotas fazendo barulho em meio ao silêncio... Um tempo depois, ela sai do chuveiro e se seca, passa hidratante, coloca uma calcinha vermelha, roupão e calça as pantufas cedidas pelo Resort.Já é hora do almoço, Augusto está preparando a comida, enquanto Tuko vê “A pequena Sereia” com Enzo e Valentina.A morena vai até Guto e o beija, abraçando-o pelas costas.— O que você está cozinhando?— Sopa de missô, camarão, arroz, acelga e carne vermelha.— Estou com fome.— Imagino, você não comeu ontem.— Por que será que eu não comi?— Manhe, pega eu.— Vem cá, amor! — Enzo, com os bracinhos erguidos, pede colo à mãe.— Caninha, manhe — ela pega um pedaço de carne vermelha, assopra e coloca na boca do filho, beijando-o na bochecha.Ele pede pra descer e grita:— Lentina, mamanhe d
Luiz finalmente volta pro hotelCansado, mastigado, verdadeiramente exausto. Ele olha pro relógio, são onze da noite em Londres, duas da manhã em Minas Gerais.Ele liga o celular pela primeira vez naquele dia: cem ligações de Pedro.Pensa em ligar pra Allana primeiro, ele tentou falar em cada vez que trocava de avião, mas não conseguiu.Era estranho, sentia saudade, vontade de voltar pros braços da sua menina. Acaba ligando pra Pedro.Vai que a empresa pegou fogo!— Oi, o que houve?— Você é maluco?— O que houve?— Você dormiu com a Allana?— Eu não resisti... Ela parecia um rolo compressor em cima de mim, eu precisava fazer aquilo ou iria enlouquecer.— Ok, pode até ser. O problema é que ela não se lembra de nada.— Como?— Isso mesmo que te falei, ela teve amnésia alcoólica, e, como dizem por aí, “se eu não lembro, eu não fiz”.Luiz sente como se ganhasse um soco no pulmão. Ele se encontrava apaixonado, louco pra ter aquela mulher de novo em seus braços e ela simplesmente se esquec