Pedro estava praticamente morando com Mariana nos últimos dez dias. A tal política de SOLTEIRO convicto estava indo por água abaixo. Ela o tirava do sério, parecia um cio constante, que nunca era saciado, mas não era só o sexo.Além de inteligente, ela era independente emocionalmente, o que o deixava, ao mesmo tempo, fascinado e inseguro.Durante todos esses dias, nenhuma única cobrança ou pedidos para ficar com ela. O fato de não ter voltado pra casa esses dias partiu dele, não da jovem, chegando ao cúmulo de agendar seus compromissos no escritório pra não bater com os horários de folga dela.Nesse dia, em específico Mari, sairá do plantão às 19h. Então, o advogado sai apressado do escritório, indo em direção ao hospital. Estaciona o carro e logo a avista tomando um café pra viagem, bem na porta principal.Segundos depois, aparecem outras três pessoas com o mesmo jaleco, o grupo ria animadamente. Mari tira o jaleco e o coloca na mochila em seu ombro. Um cara do grupo a ajuda, ela res
Arthur tirava a sonequinha da tarde com Enzo.Quer dizer, ele dormiu, enquanto o pequeno fazia bagunça em cima de si.— Tio, tio, tio, tio — o pequeno o chama, segurando o rosto do advogado com as mãozinhas. — Qué mamá, tio, tio, tio!Ele abre os olhos e diz:— Papai, repete comigo, Pa pa i — diz pausadamente.— Ti ti o! — o pequeno responde também pausadamente — Enzo qué mamá! — Se você não me chamar de papai, não tem mamá.O pequeno monstrinho pensa por alguns segundos.— Tá! Papai, dá mamá, tio.Augusto dá uma gargalhada com Valentina nos braços.— Não é bonito chantagear uma criança.— Não é chantagem é um... Um...— Suborno?— Não, incentivo!!!!!— Vem amor, eu fiz seu mamá.Augusto se abaixa, pegando a criança com o outro braço.— Onde Laís foi?— Ao mercado, fiquei pra tomar conta de vocês — Guto dá a mamadeira pra Enzo.— Bigado, tio — o garotinho responde sorridente.— De nada, pequeno.— Guto... Você acha que eles se parecem mais com quem: comigo ou com você?O outro dá uma
Luiz havia voltado para casa e encontrado Allana à sua espera. Neste momento, sentado em sua poltrona no quarto, observa a morena dormindo profundamente. Ela está nua. Sua pele morena cor de jambo faz contraste com seus cabelos.Ele a admira silenciosamente, guardando seu sono, protegendo-a de sonhos ruins. Tudo foi tão rápido e tão intenso que ele tenta se lembrar de sua vida antes dela.Sente-se estranho, pois estão juntos há tão pouco tempo, porém, para ele, ela havia se tornado o mundo. Um mundo com curvas sinuosas, pele morena, olhos castanhos e cabelos encaracolados.Ela se vira na cama, sentindo falta do braço dele em sua cintura. Então, tateia o lado vazio na cama e nota o homem sentado na poltrona.A jovem desce da cama, caminha até a poltrona, senta-se no chão entre suas pernas e coloca a cabeça em seu colo.— Está sem sono?— Sim, por que você acordou?— Não consigo dormir sem você do lado. — Ele ri, fazendo cafuné em sua cabeça.— Venha — o homem a puxa pro seu colo, encos
Sobre a família Castro, ou melhor, Clã Wong:Arthur e Augusto eram descendentes de Yan Wong, seu avô. Ele veio para o Brasil na Segunda Guerra Mundial, após a segunda Guerra Sinojaponesa, onde os chineses foram cruelmente perseguidos, chegando seu clã a se estabelecer no interior de São Paulo, comprando terras e criando um alambique. Ele se casou com sua prometida aos 19 anos. Aos 30, seu pequeno clã era conhecido por toda São Paulo. Seu negócio era rentável, e ele conseguia arrendar cada vez mais terras.Teve um único filho, Lian, que, diferente do pai, não era ligado às tradições e, mesmo com uma prometida, acabou se casando com Estela Castro, uma moça sem família, que sua mãe acolheu e, em pouco tempo, o seduziu e engravidou. O Pai o deserdou e deixou o filho e sua jovem família sem nenhum dinheiro, mas Estela era ambiciosa e sempre mandava seus filhos para a casa dos avós com um ar despretensioso.Aos poucos, os avós foram se afeiçoando aos dois netos e pagaram as melhores escolas
Arthur segura os gêmeos na porta da sala de onde as mulheres estão todas reunidas.— O que significa isso, mãe?A mulher, que estava distraída com a casamenteira, solta um pequeno grito de surpresa.— Filhos, vocês chegaram!!!!— Mãe, você não me respondeu — Tuko entra pela sala irritado.— Ah, querido, essa é a senhora Hororo, a nossa casamenteira, e essas são as...— Acho melhor dispensar todo mundo, temos algo maior pra conversar — A avó Wong fala pra nora, cortando-a.— Mas ele precisa se casar, conversamos sobre.— Você é cega? Seus filhos já trouxeram uma mulher e filhos pra casa. Não precisam de mais nada.Estela olha para as crianças nos braços de Arthur.— Esses são seus netos, mãe. E essa é a nossa esposa.— Esposa de vocês?— Sim. Essa é Laís, nossa esposa.— Bem, ainda não ganhei uma aliança — a morena brinca.Os dois homens olham feio para Laís.— Você quer mesmo discutir isso agora? — Guto se pronuncia.— Sério? — Tuko olha para Laís surpreso.— Ué! Posso dormir com você
Durante o resto da semana, Laís aprendeu a ser uma mulher da família Wong e, em uma cerimônia particular com Lan Wong, a avó, Laís , Augusto e Arthur selaram a união entre os três.Não era um casamento oficial, mas sim um pacto de amor e cumplicidade, e isso já bastava perante os olhos da família. A escolha da esposa era parte importante para a família Wong, pois as últimas dez gerações da família haviam tido um menino para ser o próximo chefe da família, Laís, sem querer, tinha um bilhete premiado, tendo logo uma ninhada.A partir daquele momento, ela era o ventre que geraria a próxima geração da família.E deve ser tratada com toda pompa e respeito que esse posto merece. Pela matriarca Wong, eles não voltariam pra casa tão cedo, pois queria ver os bisnetos crescendo, correndo por todos os cantos. Além de mimar Laís para que ela enchesse o lugar com mais crianças.Quem não estava gostando nada daquela situação era a nora Estela. A sogra de Laís, que foi rejeitada pelo patriarca Wong
Laís sai cedo para o primeiro dia na universidade, haviam passado dois meses desde a visita à família Wong. Eles conseguiram se mudar para uma casa maior onde o quarto principal era gigante, cabendo com folga uma cama 5×6 para toda a família.Cada membro tinha seu quarto, mas acabavam sempre em sua cama, os cinco juntinhos. Enzo e Valentina se acostumaram bem com os novos papaizinhos, era assim que chamavam Arthur e Augusto.Isso deixava o coração de Laís extremamente feliz. Às vezes, a sogra aparecia para lhe tirar a paz. Estela implicava com algumas coisas, tirando outras de lugar e até mesmo comprando objetos e trocando os que a dona da casa havia comprado. Laís relevava algumas coisas, com outras batia de frente. Algumas, ignorava. Preferia guardar munição para lutas que realmente valessem à pena.A morena havia conseguido uma vaga na faculdade de Direito e estava animada com seu primeiro dia de aula. Sentia-se uma adolescente. Arthur havia lhe dado todo o material de estudo da Pu
Laís e Augusto arrumam a casa para receber as crianças. Arthur foi ao supermercado comprar suprimentos. O telefone toca algumas vezes, a mulher pragueja a cada passo que dá em direção do aparelho.— QUEM HOJE EM DIA USA TELEFONE FIXO?— Minha mãe! — responde Augusto.— Só pode!... Alô!— Alô, Laís?— Sim, quem é?— Aqui é Lian Wong, seu sogro. Poderia falar com meus filhos?— Oi, meu sogro, só um minuto.— Sim... Sim... Onde ela está?... Ok, estaremos aí em quatro horas. — Guto está com o semblante preocupado.— O que houve?— A vovó... Ela caiu e bateu a cabeça, está no hospital desacordada. Eles precisam de nós lá.O casal espera por Arthur e partem todos rumo ao hospital. Lá chegando, são recebidos por Estela, que cumprimenta os filhos, não fazendo menção nenhuma à presença da nora. Na porta do quarto da matriarca, os anciões discutem fervorosamente algo que Laís não compreende direito.A única coisa que ela quer saber é se a vovó está bem. A morena fica bastante tempo ao lado da s