Allana abre os olhos, pega o celular e vê que são 6h da manhã. Não reconhece absolutamente nada ao seu redor. Sua cabeça dói, seu corpo dói. Como foi parar ali? Só se lembrava de ter saído pra beber com Mari e o pessoal do escritório. Levanta-se em pânico, graças a Deus está sozinha!Veste suas roupas e sai correndo, antes de ter que encarar o dono da casa luxuosa. Fugir daquela situação era preciso!Ela nunca mais iria beber... Tequila e suas amnésias alcoólicas!Ao entrar no táxi, ainda tentando entender o que havia acontecido, imagens de doses de tequila correm por sua mente... Beijos afobados, roupas voando, gemidos e... menos uma coisa...— Com quem eu dormi?Chegando à casa da irmã, vai direto para o quarto de Mari, que abre a porta enrolada em um lençol.— Desculpa eu te acordar, mas com quem você me deixou ontem?— Ué, com o pessoal da equipe. Eu saí antes, não lembra? Tentei te trazer comigo, mas você quis ficar— Com quem eu fiquei? Eu não lembro, acho que bebi tequila demai
Sentir a água quente do chuveiro era relaxante. Há anos que Laís não sentia seu coração em paz. Seus dois amores estavam ali com ela e seus filhos.Fecha os olhos, deixando a água quente percorrer seu corpo. Ouve as gotas fazendo barulho em meio ao silêncio... Um tempo depois, ela sai do chuveiro e se seca, passa hidratante, coloca uma calcinha vermelha, roupão e calça as pantufas cedidas pelo Resort.Já é hora do almoço, Augusto está preparando a comida, enquanto Tuko vê “A pequena Sereia” com Enzo e Valentina.A morena vai até Guto e o beija, abraçando-o pelas costas.— O que você está cozinhando?— Sopa de missô, camarão, arroz, acelga e carne vermelha.— Estou com fome.— Imagino, você não comeu ontem.— Por que será que eu não comi?— Manhe, pega eu.— Vem cá, amor! — Enzo, com os bracinhos erguidos, pede colo à mãe.— Caninha, manhe — ela pega um pedaço de carne vermelha, assopra e coloca na boca do filho, beijando-o na bochecha.Ele pede pra descer e grita:— Lentina, mamanhe d
Luiz finalmente volta pro hotelCansado, mastigado, verdadeiramente exausto. Ele olha pro relógio, são onze da noite em Londres, duas da manhã em Minas Gerais.Ele liga o celular pela primeira vez naquele dia: cem ligações de Pedro.Pensa em ligar pra Allana primeiro, ele tentou falar em cada vez que trocava de avião, mas não conseguiu.Era estranho, sentia saudade, vontade de voltar pros braços da sua menina. Acaba ligando pra Pedro.Vai que a empresa pegou fogo!— Oi, o que houve?— Você é maluco?— O que houve?— Você dormiu com a Allana?— Eu não resisti... Ela parecia um rolo compressor em cima de mim, eu precisava fazer aquilo ou iria enlouquecer.— Ok, pode até ser. O problema é que ela não se lembra de nada.— Como?— Isso mesmo que te falei, ela teve amnésia alcoólica, e, como dizem por aí, “se eu não lembro, eu não fiz”.Luiz sente como se ganhasse um soco no pulmão. Ele se encontrava apaixonado, louco pra ter aquela mulher de novo em seus braços e ela simplesmente se esquec
Pedro estava praticamente morando com Mariana nos últimos dez dias. A tal política de SOLTEIRO convicto estava indo por água abaixo. Ela o tirava do sério, parecia um cio constante, que nunca era saciado, mas não era só o sexo.Além de inteligente, ela era independente emocionalmente, o que o deixava, ao mesmo tempo, fascinado e inseguro.Durante todos esses dias, nenhuma única cobrança ou pedidos para ficar com ela. O fato de não ter voltado pra casa esses dias partiu dele, não da jovem, chegando ao cúmulo de agendar seus compromissos no escritório pra não bater com os horários de folga dela.Nesse dia, em específico Mari, sairá do plantão às 19h. Então, o advogado sai apressado do escritório, indo em direção ao hospital. Estaciona o carro e logo a avista tomando um café pra viagem, bem na porta principal.Segundos depois, aparecem outras três pessoas com o mesmo jaleco, o grupo ria animadamente. Mari tira o jaleco e o coloca na mochila em seu ombro. Um cara do grupo a ajuda, ela res
Arthur tirava a sonequinha da tarde com Enzo.Quer dizer, ele dormiu, enquanto o pequeno fazia bagunça em cima de si.— Tio, tio, tio, tio — o pequeno o chama, segurando o rosto do advogado com as mãozinhas. — Qué mamá, tio, tio, tio!Ele abre os olhos e diz:— Papai, repete comigo, Pa pa i — diz pausadamente.— Ti ti o! — o pequeno responde também pausadamente — Enzo qué mamá! — Se você não me chamar de papai, não tem mamá.O pequeno monstrinho pensa por alguns segundos.— Tá! Papai, dá mamá, tio.Augusto dá uma gargalhada com Valentina nos braços.— Não é bonito chantagear uma criança.— Não é chantagem é um... Um...— Suborno?— Não, incentivo!!!!!— Vem amor, eu fiz seu mamá.Augusto se abaixa, pegando a criança com o outro braço.— Onde Laís foi?— Ao mercado, fiquei pra tomar conta de vocês — Guto dá a mamadeira pra Enzo.— Bigado, tio — o garotinho responde sorridente.— De nada, pequeno.— Guto... Você acha que eles se parecem mais com quem: comigo ou com você?O outro dá uma
Luiz havia voltado para casa e encontrado Allana à sua espera. Neste momento, sentado em sua poltrona no quarto, observa a morena dormindo profundamente. Ela está nua. Sua pele morena cor de jambo faz contraste com seus cabelos.Ele a admira silenciosamente, guardando seu sono, protegendo-a de sonhos ruins. Tudo foi tão rápido e tão intenso que ele tenta se lembrar de sua vida antes dela.Sente-se estranho, pois estão juntos há tão pouco tempo, porém, para ele, ela havia se tornado o mundo. Um mundo com curvas sinuosas, pele morena, olhos castanhos e cabelos encaracolados.Ela se vira na cama, sentindo falta do braço dele em sua cintura. Então, tateia o lado vazio na cama e nota o homem sentado na poltrona.A jovem desce da cama, caminha até a poltrona, senta-se no chão entre suas pernas e coloca a cabeça em seu colo.— Está sem sono?— Sim, por que você acordou?— Não consigo dormir sem você do lado. — Ele ri, fazendo cafuné em sua cabeça.— Venha — o homem a puxa pro seu colo, encos
Sobre a família Castro, ou melhor, Clã Wong:Arthur e Augusto eram descendentes de Yan Wong, seu avô. Ele veio para o Brasil na Segunda Guerra Mundial, após a segunda Guerra Sinojaponesa, onde os chineses foram cruelmente perseguidos, chegando seu clã a se estabelecer no interior de São Paulo, comprando terras e criando um alambique. Ele se casou com sua prometida aos 19 anos. Aos 30, seu pequeno clã era conhecido por toda São Paulo. Seu negócio era rentável, e ele conseguia arrendar cada vez mais terras.Teve um único filho, Lian, que, diferente do pai, não era ligado às tradições e, mesmo com uma prometida, acabou se casando com Estela Castro, uma moça sem família, que sua mãe acolheu e, em pouco tempo, o seduziu e engravidou. O Pai o deserdou e deixou o filho e sua jovem família sem nenhum dinheiro, mas Estela era ambiciosa e sempre mandava seus filhos para a casa dos avós com um ar despretensioso.Aos poucos, os avós foram se afeiçoando aos dois netos e pagaram as melhores escolas
Arthur segura os gêmeos na porta da sala de onde as mulheres estão todas reunidas.— O que significa isso, mãe?A mulher, que estava distraída com a casamenteira, solta um pequeno grito de surpresa.— Filhos, vocês chegaram!!!!— Mãe, você não me respondeu — Tuko entra pela sala irritado.— Ah, querido, essa é a senhora Hororo, a nossa casamenteira, e essas são as...— Acho melhor dispensar todo mundo, temos algo maior pra conversar — A avó Wong fala pra nora, cortando-a.— Mas ele precisa se casar, conversamos sobre.— Você é cega? Seus filhos já trouxeram uma mulher e filhos pra casa. Não precisam de mais nada.Estela olha para as crianças nos braços de Arthur.— Esses são seus netos, mãe. E essa é a nossa esposa.— Esposa de vocês?— Sim. Essa é Laís, nossa esposa.— Bem, ainda não ganhei uma aliança — a morena brinca.Os dois homens olham feio para Laís.— Você quer mesmo discutir isso agora? — Guto se pronuncia.— Sério? — Tuko olha para Laís surpreso.— Ué! Posso dormir com você