Ela abre a garrafa, despeja um pouco de vinho na taça e entrega Arthur. Coloca os óculos, pega uma agenda e uma caneta e se senta com ele.— Bom, da última vez que tomamos vinho, era algo bem caro.— Foi um Château La Fleur-Pétrus A.O.C. Pomerol 2006.— Você lembra?— Eu me lembro de tudo daquela noite, tudo! — ele sorri triste.Ela muda de assunto.— Você e seu irmão pediram o DNA e acesso às crianças.O advogado está vidrado nas coxas da mulher e não entende o que sai da boca dela.— Então, quando podemos marcar o exame? Só não quero nada que fure as crianças. Ouvi dizer que a saliva ou cabelo podem ser usados... Arthur... Arthur!— Oi!— Sua cabeça tá onde? Ouviu o que eu disse?— Eu concordo.— Com o quê?— Com o que você disse.Ela olha pra ele desconfiada.— Vou pôr as crianças pra dormir e já volto.Arthur pensa: “A filha da puta fica linda de óculos! Cacete! Se segura, Arthur, se segura! Ela fugiu, não pensou em como você ia se sentir, escondeu que teve dois filhos que podem s
Arthur acorda com um dedinho pequeno e fino abrindo sua pálpebra.Ao abrir os olhos, Enzo está com o avião na mão.— Tio, codaaaa. Vião... vooooooooonnnnnn.— Deixa o tio dormir mais um pouquinho?— Não! VIÃOOOOO, tio. VIÃÃÃOOOOOO. — Ok. — Ele olha pro lado, e a cama está vazia. — Cadê a sua mãe?— Coginha papando — o garotinho sai correndo, fazendo barulho de avião com a boca.Ele vai atrás, despenteado, sem camisa e com um grande chupão no pescoço, dando de cara com Mari no corredor.— Bom dia, bonitão — Mari olha para o tanquinho de Arthur, que tenta amarrar melhor seu rabo de cavalo. — Nossa, Laís, como você conseguiu estar de pé depois disso tudo? Eu ficaria de cama uma semana. — A garota morde os lábios, enquanto ele se sente violado pelos olhares pecaminosos.Laís aparece no corredor.— Mari, você não estava atrasada pra faculdade? SOME! E você — diz olhando pra Arthur —, põe uma camisa! Não posso bater em toda mulher que quiser te atacar se você fica exibindo por aí.— Nossa,
Arthur abre os olhos sonolento, ele se levanta devagar, arrastando-se pela cama sem acordar Laís, olha ao redor e pensa: Acho que, se derrubar essa parede que vai para o meu apartamento, cabe uma cama maior. Observa mais uma vez a parede e vai arrastando até a porta e a abre.Augusto se espanta ao ver a cara amassada do irmão sonolento.— O que você está fazendo aqui? — pergunta Guto, já sabendo a resposta.— Estava tirando minha sonequinha da tarde, oras! Sem ela fico de mau humor o dia todo! — esclarece, esfregando os olhos.— Engraçadinho — solta um rosnado.— Onde está Laís e meus filhos?— Bom, Laís está na NOSSA cama, e meus filhos, no quarto deles.— NOSSA CAMA? Nossa! Fico dois dias longe e você corre pra ela como um cachorrinho? Isso é doença, sabia? Não tem amor próprio?Arthur franze o cenho.— Não vou brigar com você, tô muito cansado pra isso e outra, não permito que você se intrometa na minha vida com ela. Eu e Laís é diferente de você e Laís. Da última vez que misturamo
O almoço transcorre tranquilamente, na volta passam nas lojas de móveis, mas nenhuma cama era grande o bastante para Arthur.No início, Laís se sentiu desconfortável com a presença de Augusto, mas, aos poucos, Tuko consegue deixar as coisas calmas e, por alguns instantes, parece que nada havia mudado.As crianças estavam encantados com o pequeno cachorro. Arthur segurava a mão de Laís como um adolescente apaixonado, enquanto Augusto os observava calado.Ao chegar à entrada do apartamento, alguém os aguardava. Ao ver, de longe, quem era, a morena solta um alto e sonoro: Wow, merda! Allana está de pé. Sua irmã aparenta uma cara péssima.— Quem contou onde me encontrar? — pergunta, olhando para Augusto.— Eu não fui — Arthur se defende.— Fui eu. Pensei que sua família soubesse onde você estava e mentiu pra nós esse tempo todo.Laís respira fundo e fica em pé, olhando pra irmã, sem saber o que fazer.Ao avistá-los, Allana corre e pula no pescoço do irmã, abraçando-a fortemente, as duas
Está um dia quente e ensolarado. Luiz, Arthur e Augusto tiram as blusas e vão brincar próximo ao lago com as crianças, deixando as mulheres do parque de boca aberta. E os homens, com ódio!Laís, Allana e Mari observavam os três, babando.— Misericórdia, meu Jesus! Benza Deus, Laís! Que harém você tem! Delícia!!!! — Mari diz, limpando a baba no canto da boca.— Sério que você tem os três? — Allana pergunta curiosa.— Allana! — Mari a repreende. — Os três não! Só os irmãos tanquinho, mas não tem o Luiz porque não quer, essa raba é abençoada — fala, soltando uma gargalhada.— Mariana! — Laís fala rindo — Não, Allana, nunca tive nada com Luiz.— Mas Luiz queria — Mari sorri.— Isso eu não sei, estou com Arthur agora.— Sim, mas o outro irmão não tira os olhos de você.— Augusto é muito um idiota, instável e ciumento, não aguentaria me dividir, e eu prometi nunca mais largar Arthur. Acho melhor assim... — Laís solta um sorriso triste. — Não vou pensar nisso agora... Mari, por que Pedro não
Na segunda de manhã, Laís arruma as crianças. Augusto espera na sala, e Arthur ainda dorme. A mulher veste as crianças, coloca-as nos seus assentos junto à mesa e vai até a cozinha. — Quer café? — Aceito. — Ela lhe entrega a caneca de café. Os dedos se encostam, e Laís puxa a mão rapidamente. — Nervosa com o exame? — Um pouco... — Hum... — Fiquei feliz de ver você se dando bem com Mari ontem, ela é uma boa pessoa. Augusto abre os olhos e sorri. — Isso é ciúme? — Não! Só estou dizendo que ela é uma boa pessoa, meio doidinha, mas uma boa pessoa — ela se vira para a pia, ficando de costas pra ele. — Sua amiga é bem legal, interessante... Ela me fez falar coisas que nunca havia falado com ninguém antes. Aquela frase faz o estômago de Laís revirar. — E... Ela tem esse dom... Boa sorte... Desejo que você seja feliz! Laís sai às pressas, e ele sorri. O irmão sai do quarto de mau humor. — Odeio acordar cedo nas férias — Se arruma logo, Tuko, temos horário marcado — Guto resmun
Capítulo 27Arthur chega com os gêmeos na hora combinada. Os pequenos desmaiaram depois de tanto pular no restaurante temático. O quarto dos meninos fica no sentido contrário do seu. Anda até lá, colocando os bebês na cama calmamente. O chalé está em total silêncio.Ele vai até o quarto e pensa duas vezes antes de abrir a porta. E se Guto não conseguiu? E se eles ainda estivessem transando? Laís é escandalosa demais, se fosse isso, o mundo saberia.Ao abrir a porta, vê a cama desarrumada e o irmão na varanda, olhando fora.— Onde ela está?— Ali — aponta.Arthur olha e fica totalmente encantado com a imagem. A morena está completamente nua, dançando com a água na piscina térmica. A luz da lua cheia reflete na água, deixando-a prateada. A silhueta dela é curvilínea, com carne nos lugares certos.Era um costume das mulheres de sua família dançarem pra lua quando estavam felizes. De olhos fechados, Laís faz movimentos leves com suas mãos, tronco e quadril. Os homens estão hipnotizados co
Allana abre os olhos, pega o celular e vê que são 6h da manhã. Não reconhece absolutamente nada ao seu redor. Sua cabeça dói, seu corpo dói. Como foi parar ali? Só se lembrava de ter saído pra beber com Mari e o pessoal do escritório. Levanta-se em pânico, graças a Deus está sozinha!Veste suas roupas e sai correndo, antes de ter que encarar o dono da casa luxuosa. Fugir daquela situação era preciso!Ela nunca mais iria beber... Tequila e suas amnésias alcoólicas!Ao entrar no táxi, ainda tentando entender o que havia acontecido, imagens de doses de tequila correm por sua mente... Beijos afobados, roupas voando, gemidos e... menos uma coisa...— Com quem eu dormi?Chegando à casa da irmã, vai direto para o quarto de Mari, que abre a porta enrolada em um lençol.— Desculpa eu te acordar, mas com quem você me deixou ontem?— Ué, com o pessoal da equipe. Eu saí antes, não lembra? Tentei te trazer comigo, mas você quis ficar— Com quem eu fiquei? Eu não lembro, acho que bebi tequila demai