— Vamos esperar um pouco mais... — Escutei meu tio dizer, estavámos ambos olhando a minha mãe na cama passando mal, até que ela começou a colocar espumas pela boca, sai do seu abraço, com ela olhando fixamente para nós dois, sai correndo desesperada em busca de ajuda aos gritos. — Socorro, Socorro minha mãe esta passando mal! — Gritei para que todos os vizinhos escutassem, mas em vão batendo em todas as portas desesperada, alguns sairam, outros não, eram apenas um grupo de curiosos que se formara na porta de casa, no final ninguém realmente tinha interesse em ajudar.
— Diana! — Vi tio Talles parado na porta de casa com as mãos no bolso me chamando perto deles, com um semblante sério — Diana não tem mais jeito! — Paralisei naquele momento, o que ele queria dizer com não tem mais jeito? Olhei para meu tio que atravessou a rua vindo em minha direção, e mais uma vez pacientemente pegou em minha mão, olhou em meus olhos. — O que quer dizer com... — Me interrompeu naquele momento, assentindo. — Sua mãe acabou de falecer minha querida! — Olhei para ele, algo surgiu por dentro de mim, dor e arrependimento surgiram ao escutar a notícia, brotaram lágrimas dos meus olhos, caindo sem parar, neguei não poderia ser verdade, talvez fosse realmente por arrependimento ou somente pela perda, a verdade é que as últimas palavras que disse a minha mãe é que eu a odiava, a chamei de mentirosa, eu quero saber quem é meu pai, sobre ele e mais uma vez como sempre se negou a me dizer.
Eu já estava cansada de perguntar, de sempre questionar e ela nunca me dizer quem ele era, pra onde foi, havia ficado apenas algumas memórias, que eu já estava esquecendo, e como sempre ela fugia, negava a me dá as respostas importantes para mim. Mas vê-la sem vida, era doloroso demais, era tudo que eu tinha na vida, a minha mãe, era sempre quem ia me buscar na delegacia, ou na escola após uma briga e/ou suspensão, estava sempre tentando me fazer ver a vida por outros ângulos, e eu me negava. Olhei para seu corpo sem vida, ela não estava mais ali comigo.
Naquele mesmo dia veio o pessoal do Instituto Médico Legal, embalaram e removeram seu corpo, eu assistir a tudo da porta do quarto, e mais uma vez como sempre gentil, vi meu tio os chamar num canto lhe dar algumas notas em dinheiro, tio Thalles sempre foi muito bom comigo, mas sempre o vi apenas como um tio, e pra alguém que anseia pelo retorno do pai para lhe buscar, um padrasto não bastava, eu preciso saber do meu pai, quem é? Como se chama? O que gosta de fazer? Se sou como ele, porque sou muito diferente em tudo da minha mãe, desde a aparência física, a personalidade, sempre estavámos em conflito. Por que ele nunca veio atrás de mim? Mas o principal, porque ele se foi? Não demorou a organizarem o funeral, depois das despedidas, mais uma vez fui abraçada por alguns conhecidos, vizinhos, meus colegas mais próximos, a maioria do tempo me vi envolvida em abraços por meu tio.
— Sabe qual foi a última coisa que eu disse a sua mãe? — Neguei com a cabeça, era um dia cinzento chovia um pouco. — Que tudo vai continuar do mesmo jeito, só que agora eu vou cuidar de você e você de mim. — Sorri fraco, com o rosto pesado para aquele homem que sempre esteve ali, de pele amarelada, olhos verdes, cabelos claros, meio gorducho, eu amava a minha mãe, mas o segredo em torno do meu pai me tortura, a cada lembrança que eu me esforço para lembrar, elas fogem de mim, eu estava esquecendo tudo sobre ele, só me restava o anel de pedra preta no dedo na memória, pior que a única pessoa que me restou, eu perdi sem saber dar-lhe devido valor, ela levou o segredo mais importante da minha vida para o túmulo. Tudo sobre o meu pai!
Dois meses passaram rápido após a sua morte, e realmente nada mudou, exceto pela falta dela, meu tio realmente cuidava de mim. — Diana acorde para o café da manhã! — Eu já estava acordada havia um tempo, só atualizava minha playlist para escutar na aula de biologia e inglês, já que pelo menos nesta fui aprovada, depois que minha mãe se foi, deixei as festas, a bagunça de lado, meus dezoitos anos chegavam em uma semana, acrescentei tons escuros ao meu guarda-roupa, ultimamente me vem umas musicas lentas eu fico revirando tudo em minha mente para para não esquecer meu pai, a agora ela, minha mãe.
Ao atualizar a minha playlist, levantei da cama, ajeitei meu cabelo num rabo de cavalo, peguei a minha mochila de estampa de laranjas, desci as escadas correndo com meu tênis preto confortável, no uniforme da escola, que é uma saia quadriculada na cor vinho bôrdo e blusa branca com a insiginia da escola, observei o homem caucasiano, mediano, de olhos verdes sentado a mesa, sorriu ao me ver erguendo seu bigode castanho claro, como sempre muito paciente lendo seu jornal. — Bom dia Tio Tales! — Ele prometeu e realmente vem cumprindo, cuidando de mim, a mesa já estava posta.
— Bom dia Diana, fiz ovos mexidos como você gosta. — Sorri sem ao menos sentar a mesa, apenas peguei um pão retirei o miolo coloquei na boca, o enchi com os ovos mechidos que ele fez, as pressas, já estava quase atrasada pra a aula de Inglês, e o professor Mark, por ser exigente não deixaria entrar após o sinal. — Diana por favor sente-se, você vai para a escola que não irá fugir, é a um quarteirão de casa — Ele não compreendia que antes do falecimento de mamãe, ao invés de estudar me entreguei a bagunça nas aulas, poderia perder por faltas, agora busco recuperar. — Não tio, ela não vai fugir, mas certamente me expulsarão da aula.
Disse de boca cheia lhe fazendo revirar os olhos, suspirando. — Tchau. — Passei pela porta indo a sala, e como sempre o sentir em seguida me acompanhando com os olhos até a saída de casa. Sorri de canto, ao ver Paola no seu unirforme com a mochila lilás nas costas, a minha espera, corri em sua direção como sempre caminhamos seguindo para a escola.
— Preparada pra hoje? — Perguntei animada, até que ela aponta com o queixo para o outro lado da rua, não olhei, eu sempre soube quem é, ele sempre estava lá nos olhando. — Vamos esquecer, eu não quero olhar pra a cara desse idiota tão cedo. — Caminhei de braços dados com a minha amiga, indo em direção da sala, na verdade esquecer Paulo, minha primeira paixão na vida não foi fácil, mas depois de espalhar para todos na escola que foi meu primeiro homem, perdeu meu coração, estava tão perto, tão fácil, ele jogou fora, com a perda da minha mãe, nos afastamos mais e mais, ele tentava uma reconcialiação, mas para mim, só via um idiota a minha frente.
— Bom dia meninas! — O ignorei por completo quando ele passou por nós na sala. — Bom dia Paulo! — Olhei para a única que respondeu, era Cristina, suspirei em resignação. Mas antes que eu falasse algo sobre isso, o vi aparecer em minha frente. — Diana até quando você vai ficar com esses joguinhos idiota?
Olhei para seus olhos azuis, sua pele branca lisa, os cabelos castanhos escuros bem penteados para trás, o nariz fino, usando o uniforme masculino da escola, ele é bonito e sabe disso, mas não sou obrigada a perdoa-lo, tentou pegar em meu queixo, recuei. — Até quando você acha que eu devo levar esse joguinho? Me diz você, se só por colocar a boca nos meus seios você saiu pela escola inteira dizendo o que não aconteceu , o que vai dizer se realmente se acontecer?
Falei em voz alta, fazendo todos ficarem supresos, eu já estava cansada dos burburinhos pelos cantos, me olhando de soslaio, vi o rapaz a minha frente ficar vermelho e sem graça. — Diana ... — Sorri, a minha resposta já havia sido dada, todos sempre souberam que eu não sei controlar as palavras, o que ele queria? Logo senti o puxão na manga da minha blusa, olhei pra Paola a meu lado, olhando disfarçadamente para frente ajeitando uma mecha loira de cabelo atrás da orelha. — Oh não! Não. — Retruquei, eu não havia feito isso? Eu fiz, o professor Mark nos olhava de pé ainda perto da mesa atento, com seus olhos fixos em nós, e isso definitivamente era certeiro, meu tio Thales saberia disso naquela mesma tarde.
Horas Depois
— Como você pôde Diana? Eu confiei em você, eu sempre te defendi pra a sua mãe e olha pra você, enquanto te defendia em casa o que você estava fazendo? — Balancei a cabeça sentada no sofá, era a primeira vez que eu via meu tio tão agitado andando de um lado pra o outro, enquanto não parava de falar comigo. — Tio não foi bem assim, eu... eu... já na namorava o Paulo há.... — Fui perdendo a voz a medida que ele me encarava ao me escutar, seus olhos mostravam-se alterado, chateado.
— Então você já namorava o Paulo? — Assenti, recebi um tapa certeiro no lado da face que ardeu de surpresa, queimou como nunca antes em minha vida, não fora o meu primeiro tapa na cara, dele sim, mas da minha mãe já houve alguns, estavámos sempre em conflito, mas esta era a primeira vez que ele me batia. Coloquei a mão do lado do rosto sentindo as lágrimas caírem. — O que você fez ? — Confirmou me dando a máxima certeza que sim, ele havia me agredido. — O que você acha que eu sou? O papai noel hãm, te ajudo com os deveres de casa, te alimento, compro roupas pra quê o que você acha que é a cinderela Diana? — Neguei, enquanto meu rosto ainda doía pelo tapa.
— A partir de hoje, você não vai mais chegar perto desse rapaz, direto para casa após a escola, e se teimar, não não queira ver a minha pior face Diana, eu juro que se arrependerá amargamente se me forçar revelar meu outro lado. — A medida que se aproximava notei seus olhos vermelhos, em treze anos que o conheci nunca o vi tão transtornado. — O que vai acontecer comigo tio? Eu vou ser reprovada eu preciso estudar? É assim que prometeu cuidar de mim? — Sorriu assentindo, isso me assustou, mas eu sou Diana Fontenelle não me deixaria atormentar por ele. — Não, você não pode fazer isso, eu já irei fazer dezoito anos e você não é meu pai.
Afirmou com as mãos no quadris. — Não, não sou nunca quis ser seu pai, Diana atreva-se a passar por esta porta e veremos se alguém nesta rua conhecendo a sua fama de péssima filha, assistindo as dores de cabeça que deu em sua mãe, te ajudará a fugir de mim, o que você vai dizer? Que eu te bati? Que eu te proibir de sair? — Neguei, com as discursões recorrentes entre mim e a minha mãe antes da sua partida ninguém na rua acreditaria em mim.
Mas levantei diante dele que girou nos calcanhares em fúria, eu não conhecia aquele homem a minha frente, suas mãos vieram a meu toráx, me empurrando contra o sofá. — Sente-se aqui! — Na primeira oportunidade corri para o quarto. Fechei a porta do quarto rapidamente, antes de lhe ver subir as escadas, eu não sabia o que ele poderia fazer comigo naquele momento, semana que vem terei maioridade estarei longe dele, eu mesma posso controlar a minha vida.
Na boate de alto padrão da cidade, a noite me parecia longa, com homens de características distintas sentados a sala com a luz amena, bebiam do melhor whisky, cheiravam da melhor produto sobre a bandeja, ia de um lado para o outro, sentado no meio deles os acompanhando, as mulheres dando o seu melhor dançando sensualmente para atraí-los, as gorjetas dos ingleses são as melhores, elas amam quando eles vem, mas no momento o interesse deles é a nossa droga, a nossa bebida, as mulheres vem depois dos negócios. Aspirei ao máximo que eu poderia da bandeja, Blanka me encheu os ouvidos no nosso último encontro com a sua família sobre o nosso casamento, dependesse de mim, já estaríamos casados a muito tempo. Eu a amo desde sempre, mas foi com várias mulheres que trabalhavam para o meu avô, que eu me transformei um homem experiente para distrai minha total atenção dela, até que ela aceitou s
Ao entrar em meu quarto, fiquei horas, aquela situação não poderia se estender mais, ele insitiu até se acalmar. — Muito bem Diana! Começamos bem, amanhã pela manhã acorde e prepare o café da manhã comece os deveres que uma mulher deve fazer numa casa! — Disse após dá dois toques na porta, o que eu poderia fazer? Para onde fugir? Fiquei em meu quarto revirando as minhas coisas, coloquei todas em sacolas de viagens, não me importava o que minha mãe deixou para mim, eu vou assumir minha herança essa semana. A minha vida é mais importante! Quando escutei o bater da porta da sala avisava que ele saiu, fui ao banheiro tomei um banho, recolhi o que havia pelo quarto somente o mais importante, ao passar pela sala peguei a foto da minha mãe, fugi não era o meu caso, aos dezoito anos estava apenas indo embora, pensei em ir pra casa da minha melhor que sempre foi minha amiga mais fiel.
A noite estava apenas começando, Max meu irmão mais velho, passou o dia inteiro fora, isso indicaria que ele voltaria cedo para casa, a campainha tocou várias vezes até que a empregada abriu, esperei do topo da escada vendo a deusa adorada pelo meu irmão caminhar na minha direção. — Ora ora ora, visita da minha cunhadinha a essa hora? — Me olhou com desprezo no olhar, eu fui apaixonado por Blanka desde os meus 16 anos , na verdade não era paixão, apenas diversão, devido a sua aparência de realeza, talvez fosse o motivo que me intrigava tanto, seu ar superior, me parece muito a princesa de Game of thrones. Quase fomos namorados, até que seu pai Erick Lukasser dono de toda moral, bom senso e principalmente bons costumes me impediu de ter sua filha como namorada, na verdade eu só queria ganha-la do meu irmão, ele também é louco por ela. Mas a família Lukasser preciosa, dona da moral e dos bons costumes, pregadores dos bons hábitos de um bom civil,
— Continue com o plano, o siga. — Suspirei sabendo que isso me renderia dores de cabeça. — Veja esta garota, apenas ao imaginar me dá nojo, a mantenha ao máximo longe de mim. — Assentiu de pé na porta. — Veja o que pode fazer de melhor e se ela não trouxer o retorno do prejuízo que ele me deu em duas noites, coloque-o para trabalhar durante o dia em alguma coisa para que saiba quem eles são, e nunca esquecer-se que há lugares que nunca deve entrar, agora vá. — John saiu. Fiquei até tarde na boate, ao chegar em casa liguei para Blanka. — Amor? — Escutei seu sorriso que amo. — Max o que faz a essa hora ligando pra mim? — Sorri, sua voz é o melhor remédio para escutar após um final de noite. — Em busca do meu relaxamento antes de dormir meu anjo. — Sorriu. — E você o que faz querida? — Suspirou, eu desci do carro. — Estou deitada, esperando vo
Tentamos de tudo para conseguir o dinheiro, mas foi em vão. Faltava dois dias para fazer dezoito anos, meu tio estava desesperado, seu nome restrito não conseguiamos nada, e a nossa casa não valia nem a metade do que pensavámos, ele sempre disse que devia muito, muito dinheiro, mas quanto mesmo não revelou. — temos que fugir. — Lhe olhei, neguei eu não vou sair daqui, se ele quiser que vá sozinho. — Não vou lhe deixar sozinha aqui Diana, eles podem pegar você. — O encarei, eu não iria. — Você com esses olhos de Afrodite, acredite eles poderão te pegar e fazer coisas que não acredita, e isso eu não prometi a sua mãe. — Eu ri. — KKKKKKKKK olhos de quê? — Questionei, nunca escutei tal comparação antes. — Ah por favor Diana pare com suas loucuras, que bom que suas malas já estão prontas, apenas pegarei o necessário, sairemos da cidade em breve. — Lhe olhei vendo que estava louco além de machucado. —
Dias passaram no mesmo processo eu fiz dezoito anos sem nem mesmo perceber, não teve bolo, tão pouco parabéns, até que enquanto eu arrancava pedaços de parede na unha, escutei uma voz feminina. — Oi você esta aí? — Corri pra porta, era voz de mulher. — Estou quem é tu? — Ouvi risos e vozes, era mais que uma. — Lawiskia e você? — Suspirei, procurando por ar, o quarto fedia, ali eu estava fazendo minhas necessidades naquele banheiro que não limpava, comendo e dormindo não sei por quantos dias. — Diana Fontenelle. — Escutei risos. — Igual a princesa? — Desta vez quem bufou com os lábios fui eu. — Não, eu tenho dezoito anos, fui sequestrada, e sou morena de olhos castanhos esverdeados e a princesa é loira, não sou bonita como ela, porque vocês estão aqui? — Perguntei curiosa para saber tudo sobre quem eram aquelas mulheres. — Eu sou Lawiskia, eu Andr
— Pelo menos sabe a pauta deste encontro? — o motorista me olhou pelo retrovisor. — Seu irmão foi perguntar se tem permissão para negociar com a Polônia. — Franzi o cenho, era preciso ele pedir permissão pra isso? Seguimos o percurso inteiro em silêncio, um dia os Benavent já foram homens importantes nesta cidade, mas hoje somos apenas dez por cento da máfia, graças a burrice do meu pai em fraquejar, e deixar o poder ser tomado assim. Cheguei a boate, que estava movimentada. — Com licença! — A voz doce veio passando na minha frente, uma garçonete diferente caminhava num salto preto de um lado para o outro, não sei se era proposital, mas tudo neste lugar é, seus quadris largos se destacavam no vestido preto com o avental amarelo, suas pernas finas e coxas grossas, não sou de olhar para as garçonetes, mas esta era diferente. Lhe vi servir uma mesa meio t
— Cale a boca, se alguém souber quem você é não preciso te levar lá cima preciso?— Balançou a cabeça, eu os segui até o ver como um cachorro, John foi em busca do meu irmão. Andei por todo o circuito até encontrar Anita me devorando com os olhos, apenas apontei com a cabeça pra cima. Subi primeiro ela depois, já veio com a mão na minha calça, tem uma boca perfeita sabe fazer um oral melhor que todas as outras. — Quem é a garçonete nova? — Sorriu ficando de joelhos a minha frente. — Uma novata que seu John trouxe pra cá, até pagar a divida do padrasto. — Segurei sua cabeça pra parar o boquete, estava ferido devido ao minha última experiencia com a minha cunhada, ela feriu com seus dentes. — Porque? Gostou? — Assenti, sorriu me olhando. — é só pagar que eu coloco em sua mão, só teve duas transa com o namorado, não sabia nem fazer uma punhe