Do enorme janelão de vidro erguiam-se os altos prédios, arranha-céus e o tráfego da icônica cidade de Nova York, que brilhava à noite sob as luzes de uma cidade que não dormia e dos carros se deslocando pela autoestrada. Vestido com um caro terno italiano, o magnata estava tomando uma xícara de café árabe enquanto contemplava a fabulosa vista da cidade, um pouco reflexivo.De pé, com uma mão nos bolsos de sua calça Armani, olhava de tempos em tempos para o relógio em seu pulso, como se temesse que o tempo avançasse, desejando ardentemente que os ponteiros do relógio parassem de girar.Ele não atendeu as chamadas pelo interfone, nem as reuniões marcadas para aquele dia, sua mente estava em caos, sua vida um completo desastre. Não havia espaço para mais nada além da jovem doce e tímida, absorvendo sua estabilidade.Não era um sentimento insano, mas também não era aceitável. Ele a amava com ansiedade, loucura e ardor.Ele a amava tanto que estava disposto a suportar sua ausência, condena
—Preciso te vestir, ou podes fazer isso sozinha?Ela negou, agarrada a ele.No quarto ele a despiu das últimas peças molhadas, deixando-a nua à luz da lua. Ele esperou na beira da cama. Ismaíl voltou com a calcinha e uma camisola de seda. Ele segurou seus ombros enquanto vestia a roupa íntima nela, ela corou embora o desconforto deixasse a vergonha de lado, ou pelo menos tornasse a vergonha menos intensa. Depois ele vestiu a camisola nela e secou seu cabelo.—Você pegou um resfriado, você se molhou?—Desculpe. —foi tudo que ela disse.—Mariané, você não precisava se molhar na chuva, olhe como terminou —ele sentou atrás dela e começou a desembaraçar seus cabelos —. Você nem comeu o suficiente.—Se você não me quer, não quero viver, Ismaíl.Seu comentário soou sincero, aterrorizante, provavelmente ela estava começando a delirar, de qualquer forma sua pele se arrepiou.—Não diga isso, preciso que você deite. Abra a boca —ele colocou o termômetro debaixo da língua dela. Logo soltou um sus
—Você sabe que não é possível. Com o tempo, deixará de sentir isso por mim, encontrará algum garoto, irá amá-lo e entenderá que o que você sente por mim é apenas uma confusão passageira.—Não é uma mera confusão! Estou apaixonada por você — confessou.—Já chega, queridinha. Consegue andar?Ela cruzou os braços, irritada.Sabendo que ele estava tentando manipulá-la, ele a pegou no colo e a carregou até seu quarto, onde a deixou na cama. Ele se deitou ao seu lado, enquanto Mariané virava as costas. Ele inalou o cheiro de baunilha à distância; cansado da situação, ele a abraçou pela cintura, desfazendo a resistência.—Tomara que as circunstâncias fossem diferentes, querida.Ele se virou calmamente e seus olhos se encontraram instantaneamente. Ele tocou sua bochecha macia, enfeitiçado e indeciso. Ela o deixava vulnerável; ele perdia o controle e se tornava um verdadeiro masoquista. Seu olhar desviado se fixou em seus lábios rosados, ela antecipou o que aconteceria, fechou os olhos e o esp
"É irônico tê-lo por perto, mas não poder amá-lo. Que o dia e a noite se esfreguem e não possam estar juntos como você e eu. Que ironia a vida ao pôr-te no meu caminho e devo tomar outro rumo, florzinha".DesesperoO lado vazio da cama conservava seu cheiro, podia senti-la junto a ele; o desvario não se dissipava, a chama ardente invadia até os sonhos mais profundos. A insônia veio e o despertou de desejos febris envolvendo-o. Uma necessidade de acalmar seus desejos, beijá-la e tocá-la o baniu de seus princípios mais arraigados. A vontade de fazê-la Sua, de pronunciar seu nome, era intensa. Ele a evocou nua, sua pele branca respondendo a seus toques, ali, olhando para ele com expectativa, montando nele e gemendo enquanto ele a percorria com alevosia e desespero.Ele precisava respirar, testá-la e tornar-se conflitante em seus braços. Ele endureceu e teve que tomar um banho frio ou não conseguia adormecer.O verão daquele ano chegou. Ismaíl decidiu que viajariam para a França. A notíci
"Tudo estava prestes a desmoronar, deixando-nos o gosto amargo e a necessidade perturbadora de ressurgir dos escombros".Vamos tentarEles jantaram no restaurante Le Ciel, em Paris, na torre parisiense Mont Parnasse. Ismaíl explicou - lhe como dado curioso, que a decoração foi feita pelo arquiteto Noé Duchaufor. De lá podia-se ver a torre Eiffel e os demais monumentos; a visão noturna da cidade das luzes, seria um presente inesquecível.Por que você frequenta esse tipo de lugar? - varreu-a ofuscada. Ele elogiava o conforto das mesas, o serviço atencioso e a atmosfera amigável, mas ver tantas pessoas elegantes, comendo com remilgos, causou dor de barriga. Causou-lhe desagrado testemunhar a superficialidade com que se desenvolviam. Piorou ao perceber a atenção feminina sobre Ismaíl.- Não tem nada de errado, tens algum problema? - ele olhou para ela com seriedade. Também não é a primeira vez que você vem a um lugar assim.- É desconfortável-encolheu —se no lugar. E essa mulher não para
"Nunca me senti tão desorientado, tive que enfiar o olhar nos olhos dela e me salvar, porque ela era minha bússola, a direção certa, apesar de Às vezes nós dois encontrarmos a doce desgraça".Mariané levantou-se com o amanhecer. Ele não sabia por que não queria mais estar lá, longe de casa. Naquela manhã, depois de receber o serviço de quarto, conversou com Ismaíl e chegaram à conclusão de que voltariam para os Estados Unidos. Apenas três dias haviam passado lá, e já era um fato o retorno. Ele vomitou naquele dia depois de voltar do almoço com seu tio. Ela estava sozinha na sala, arrumando o pouco que tirou da mala, mergulhada e, de repente, parando abruptamente, sentiu o ácido subir pela garganta. Angustiada por seu estado, prometeu contar a ele, assim que estivessem em casa.Infelizmente, Mariané desmaiou após o pouso, assim que pisaram no hangar privado. Oprimido, ele ordenou que Hank dirigisse ao hospital. No trajeto acordou confusa, admitindo o medo que sentia. Ele chorou em seus
"Nunca me senti tão desorientado, tive que enfiar o olhar nos olhos dela e me salvar, porque ela era minha bússola, a direção certa, apesar de Às vezes nós dois encontrarmos a doce desgraça".MedoMariané levantou-se com o amanhecer. Ele não sabia por que não queria mais estar lá, longe de casa. Naquela manhã, depois de receber o serviço de quarto, conversou com Ismaíl e chegaram à conclusão de que voltariam para os Estados Unidos. Apenas três dias haviam passado lá, e já era um fato o retorno. Ele vomitou naquele dia depois de voltar do almoço com seu tio. Ela estava sozinha na sala, arrumando o pouco que tirou da mala, mergulhada e, de repente, parando abruptamente, sentiu o ácido subir pela garganta. Angustiada por seu estado, prometeu contar a ele, assim que estivessem em casa.Infelizmente, Mariané desmaiou após o pouso, assim que pisaram no hangar privado. Oprimido, ele ordenou que Hank dirigisse ao hospital. No trajeto acordou confusa, admitindo o medo que sentia. Ele chorou em
- Estarei no meu consultório, o que falarmos é confidencial. Lembre —se de que, além de médico, tenho estima por você, você é um amigo —ele deu um tapinha na bochecha -. Dê-lhe o seu apoio, Mariané está arrasada.Afastou-se deixando-o ali, de pedra. Envolto na névoa, avançou até ela prostrada naquela cama. Ele se inclinou trêmulo e beijou sua testa, invadido por um tormento Aniquilador. A fraqueza sulcava suas feições, lânguida e triste.- Perdoa-me, florzinha. Demonios que diabos foi o que eu fiz? - murmurou com a culpa que sofria. Ele apertou os lençóis com as mãos transformadas em dois punhos.Todas as lembranças retornaram em loop, o que fizeram de errado, Os beijos, explosões acaloradas, o delírio e a loucura colidindo nos dois. Repercutiram os erros, o que poderiam ter evitado e não estar vivendo agora as consequências. O desenlace que os condenava ao indefinível. Ela soluçou perdendo a firmeza ao falar.-Não quero E-este bebé is N-não o quero Ismaíl! - sussurrou raivosa, com a