Capítulo 4

Entrei na loja e me deparei com um lindo vestido vermelho em uma manequim que estava bem no centro da loja de luxo. Uma vendedora loira, magra, com uma maquiagem leve, apenas para realçar sua beleza de 20 e bem poucos anos, veio em minha direção.

– Posso lhe ajudar, Senhor Theodore?

Ela me conhecia das outras tantas vezes que eu fora lá para comprar um presente para alguma namorada. O fato é que eu trocava tanto de namoradas que eu estava sempre por lá comprando algum presente para a mais recente felizarda. Apesar de já estar aflorado em mim o desejo de construir uma família, não conseguia encontrar uma parceira com quem eu realmente almejasse o tal “para sempre”.

– Olá, Lorena! Vou querer este para presente. – Indiquei o manequim com o exuberante vestido vermelho.

Pensar naquela pequena Pinscher vestindo aquela peça fez meu membro latejar. Fazia tempo que meu amigo não era usado. Eu havia desistido de ficar saindo com essas modelos que só estavam interessadas no meu status e dinheiro. Eu não queria uma mulher para exibir. Queria alguém para estar realmente ao meu lado, cuidando de mim e eu cuidando dela. Porque, na minha convicção, o amor só acontece para quem está disposto, quem realmente quer fazer um relacionamento dar certo. Mas parecia que as mulheres que me rodeavam só queriam mesmo o luxo que eu proporcionava. Aquela baixinha parecia diferente. O jeito como gritou comigo, sem se preocupar que eu fosse quase o dobro do seu tamanho, me deixou intrigado. Ela não pareceu se importar com meu terno e carro caros. Nada disso a abalou ou a fez mudar seu tom de voz comigo.

Apenas quando olhou para a amiga pálida é que mudou o tom e se desculpou. Talvez tenha tido consciência de que estava fazendo um escândalo na frente de onde a outra trabalhava. Pareceu se importar muito com a amiga, o que eu também achei muito interessante. Hoje em dia, vemos mais as mulheres sendo rivais do que amigas de verdade.

Paguei pelo vestido e liguei imediatamente para Milton:

– Mudança de planos. Venha me buscar e vamos voltar para a empresa.

Ao chegar na cobertura da Vanderbilt Enterprise, me deparei com Karol, que fez uma cara de desconfiança e direcionou o olhar para a caixa que eu segurava. Ela já conhecia minha loja feminina favorita para presentes.

– Quem é a felizarda da vez? – Me olhou com incredulidade. – Não importa! Só espero que dure mais do que sua última assistente.

– Então, era sobre isso que eu queria falar com você. Já encontrei uma assistente. – Karol fez um semblante de curiosidade.

– E, por acaso, ela já sabe disso? – Eu ficava impressionado como a Karol me conhecia e parecia ler meus pensamentos.

– Ainda não.

– Eu já imaginava.

Contei a ela toda a situação passada em frente ao prédio da empresa com a menina do café. É óbvio que ela se divertiu com toda a situação, ainda mais imaginando a garota gritando com o CEO da empresa mais bem-sucedida do país, encharcada de café. Achou bacana da minha parte compensá-la com uma roupa nova.

Contei o que se passou na minha cabeça com relação a ela fazer entrevista com Steve naquele estado. Ela abriu um sorriso largo e algo naqueles olhos brilhando me disseram que ela estava achando que eu estava interessado na garota.

– Não tem nada a ver, Karol! Sei o que você está pensando, e não é nada disso.

– Então, você quer me convencer de que tudo isso que está fazendo é pura caridade, sem interesse algum? Você não sentiu nem uma pontadinha de ciúme ao pensar no Steve olhando a blusa transparente dela?

Cerrei a mandíbula e os punhos com força. Senti minha respiração ficar ofegante e a raiva crescer dentro de mim.

– Já entendi. Já entendi tudo. Não se preocupe. Só me diz como posso ajudá-lo a fazer a garota do café se tornar a sua assistente.

Expliquei meu plano, e ela foi atrás da baixinha raivosa.

Quando Karol bateu à porta do meu escritório, eu sabia que minha futura assistente já estaria lá. Achei melhor me recompor antes de virar a cabeira e encarar os olhos tão vívidos dela. Meu membro pulsava por ter revivido toda a história novamente ao contar para Karol. E a raiva de Steve ainda estava centrada nos meus punhos. Respirei fundo, ouvindo-a se aproximar.

Quando me virei para ela, meu coração quase parou por um instante. Ela estava deslumbrante com aquele vestido, assim como eu imaginara. Mantive a serenidade no rosto, mas por dentro eu estava queimando inteiro. Queria pegar ela e... Theodore, pare de pensar besteira! Ela será somente sua assistente! – reverberou uma voz sensata na minha cabeça.

Quando elogiei o vestido, via a surpresa estampada em seu rosto e achei graça quando ela começou a gaguejar, tentando falar. Ela estava bastante desconcertada. Era visível. E quando ela insinuou que eu estava trocando vestido por sexo, não resisti em provocá-la, para ver até onde isso iria. Fui até ela e cheguei tão perto, a ponto de sentir seu perfume doce e suave. Meu coração estranhamente acelerou. Ela tinha o poder de me excitar sem nem me tocar. Era uma mulher perigosa. Eu teria de tomar muito cuidado com ela.

Quando sussurrei em sua orelha, vi as armaduras dela caírem e ela ficar quase entregue à situação. Quase. Era uma mulher durona e não se entregaria tão fácil aos meus encantos. Por isso ela me intrigava tanto. Que outra mulher até hoje já resistira aos meus encantos? Nenhuma, com certeza!

Mas, não foi somente ela que ficou quase entregue. Eu também não estava conseguindo resistir a ela. Aquele perfume parecia me chamar para cheirá-la em seu pescoço, passando os lábios devagar por ele e dando beijos de leve. Eu precisava parar urgente com esses pensamentos, senão ela conseguiria ver meu membro rasgando meu terno de tanta intensidade. Eu nunca me sentira assim antes. O que essa mulher teria que me atraía tanto?

De repente, escutei ela afirmar: “Eu estou sempre certa”. Minha atenção voltou novamente à conversa e não consegui segurar um sorriso. Há quanto tempo eu não sorria de forma tão espontânea? Eu realmente preciso contratá-la e tê-la por perto. Fazia tempo que uma sensação tão gostosa de alegria não me invadia. Ultimamente, era só estresse o que me consumia, ainda mais com meu pai fazendo toda essa cena de não querer falar comigo.

Eu precisava ir ao interior vê-lo de perto, só assim não teria como ele fugir de mim. Posso fazer uma proposta e levar minha nova assistente comigo. Quem sabe ela também não animaria meu velho pai. Ela parecia ter o dom de alegrar todos ao seu redor. Menos quando era contrariada, porque aí virava uma leoa e rosnava sem dó do adversário. Não contive outro sorriso ao me lembrar dela gritando comigo toda lambuzada de café. Era uma baixinha raivosa mesmo. Será que na cama seria tão selvagem assim?

Sacudi a cabeça para espantar esse pensamento e simplesmente falei sem rodeios:

– Eu te chamei aqui para te contratar como minha assistente.

Vi a cor sumindo de seu rosto e suas pernas fraquejando. Achei que ela fosse desmaiar bem ali, no meio do meu escritório.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo