Senti as mãos grandes e braços musculosos me segurarem por trás e me levarem até o sofá, que ficava em um canto do escritório. Fiquei grata internamente por aquele suporte, pois achei que realmente desmaiaria bem ali, na frente do CEO. Apesar de arrogante, ele até que foi gentil neste momento. Bati os olhos num porta-retrato que estava bem em cima da mesinha de centro, de vidro, que ficava em frente ao sofá de couro caramelo onde Theodore a havia sentado. Meu coração parou por um instante, junto com minha respiração. Era uma foto de Tom Vanderbilt ao lado de uma versão mais jovem de seu filho. Nesta, ele não estava com os olhos furados, mas dava para identificá-lo muito bem. Theodore puxara os olhos dele, agora podia perceber. De repente, caiu em si.– Tire suas mãos de mim! – vociferei, ainda sentindo muito de perto o calor daqueles braços torneados.– Sua ingrata raivosa! Eu estava tentando te ajudar. Você estava prestes a cair dura bem no meio da minha sala – explodiu ele e se afast
Apesar de não querer tocar em Sara devido ao turbilhão de sensações que ela me causava, foi inevitável. Se eu não a segurasse, cairia bem no meio do meu escritório. Apoiei-a com uma mão em suas costas e outra segurando sua mão, direcionando-a ao sofá, para que pudesse repousar. A pele nua das costas em contato com minha mão fazia-me queimar de desejo, querendo descer e tocar seu corpo inteiro. Precisava ser rápido ao colocá-la no sofá, caso contrário, ela acabaria vendo o tamanho do meu desejo através da minha calça, que agora pulsava. Ao sentá-la, fiquei muito próximo do pescoço de Sara, pois o cabelo dela estava preso em um coque formal. Aquele pescoço à mostra me fazia querer beijá-lo de leve, até que todo o corpo dela se arrepiasse em antecipação. Podia ficar horas naquele pescoço, beijando-o e sentindo aquele perfume doce que era só dela. Depois subiria meus dedos por sua nuca, por debaixo dos cabelos e os puxaria para trás, gentilmente, mas com firmeza, fazendo-a arquear o corpo
Aaaargh! Que homem insuportável e mandão! Não acredito que acabou de me obrigar a aceitar ir visitar o pai dele, o maior inimigo de seu pai, única família que lhe restara e que acabara de deixá-la. Valter, definitivamente, devia estar se revirando no túmulo de tanta decepção da filha. Eu sentia como se estivesse traindo a única pessoa que nunca me abandonou, que esteve ao meu lado em tudo, momentos bons ou ruins. Como eu odiava aquele Vanderbilt filho, do mesmo modo como cresci odiando o pai e o avô dele. Deus me livre lhe passar meu endereço. Aí ele, no mínimo, desconfiaria de quem eu era filha, meu segredo seria revelado e perderia o único emprego que me permitiria pagar mais rápido as dívidas deixadas pelo pai. Era uma família de esnobes, que achava que podia comprar as pessoas.O próprio pai do Tom, depois da traição toda, quis recompensar meu pai com algumas migalhas de dinheiro. Meu pai, orgulhoso demais, jamais aceitou. Naquele dia em que ligou para o amigo, para contar o motiv
Era tarde da noite quando meu celular tocou. Quem seria a uma hora dessas? Ninguém nunca me ligava, muito menos à noite. Corri para atender. Podia ser alguma emergência com meu pai. Olhei o visor: Sara. O que, diabos, ela queria assim tão tarde? Será que queria cancelar a viagem de amanhã? Ah, mas isso ela não ia fazer mesmo. Atendi já com a raiva à flor da pele.– Alô – rosnei.– Sr. Vanderbilt? – ouviu-a dizer, com a voz trêmula de quem estava com medo. Seu corpo inteiro gelou.– Sara? O que houve? – questionei em tom mais acolhedor, mas ela teve uma crise de choro e não conseguia mais falar. Do outro lado do telefone, eu só conseguia ouvi-la se debulhando em lágrimas. Me senti completamente impotente. Um senso protetor me dominou e quis ir correndo tirá-la de qualquer sufoco que estivesse passando. Colocaria Sara em seus braços e não permitiria que nada a atingisse.– Me envia sua localização, Sara. Estou indo para aí agora.Ela devia estar mesmo desesperada, porque assim que desli
Me escondi entre uns cilindros de metal gigantes que ficavam no terraço. Coloquei minhas sacolas no chão e me sentei, apoiando meus braços e cabeça em minhas pernas dobradas. Estava difícil respirar. Tentei manter a calma, mas eu só conseguia visualizar minha sala toda revirada. Meu abajur preferido espatifado no chão. Cola nenhuma conseguiria resgatar meu fiel amigo de leituras noturnas.Assim que desliguei com o Sr. Vanderbilt, enviei a localização e me senti um pouco mais calma. Algo na voz dele me passou muita segurança. Estou indo para aí agora, dissera assim que percebeu meu desespero. Era bom saber que tinha alguém que se preocupava comigo, mesmo que fosse alguém como ele. Até deixei um pouco, só um pouco, a rivalidade de lado. Mas foi por puro desespero mesmo.Ouvi um estrondo quando a porta do terraço se abriu e gritei. Que ótimo! Agora saberiam onde eu estava escondida! Outra onda de desespero começou a me dominar e a querer impedir minha respiração. Me preparei para correr.
Como estava descobrindo mais sobre Sara naquele dia. Não tinha ideia de que ela perdera o pai recentemente. Fiquei muito furioso de saber que o homem tinha feito tantas dívidas e as deixado de herança para a filha. Ainda mais com um agiota! O que ele tinha na cabeça para fazer uma coisa dessas? Não contive minha ira e acabei chamando-o de irresponsável sem pensar. Sara não merecia me ouvir falar do pai recém-falecido em um momento em que ela já estava frágil. Só pioraria sua fragilidade. Mas engano meu. Em vez de ficar ainda mais vulnerável, Sara virou uma leoa raivosa. Quase sorri quando ela começou a gritar comigo. Minha Senhorita Encrenca estava de volta.Mantive o semblante sério para não parecer que eu estava zombando dela, caso sorrisse. Mas a verdade é que eu estava muito orgulhoso da mulher corajosa que Sara estava se mostrando. Gostei de ver a frag
Não tinha pensado nas consequências de permanecer em meu apartamento naquele estado. A porta arrombada não teria como ser trancada. E o tal agiota já sabia onde me encontrar. Daria outro recado? Esperava que não, mas não pagaria para ver. Apesar de arrogante, até que Theo estava se mostrando de muita ajuda para mim, que não tenho ninguém no mundo além de Brenda, que estava com o celular desligado quando eu mais precisava da minha melhor amiga. Theo não tinha obrigação nenhuma de me ajudar, mas em momento nenhum se negou a colaborar para me manter em segurança e ainda veio correndo assim que eu liguei para ele em desespero. Uma angústia me dominou. Agora, mais do que nunca, eu me dera conta de que estava completamente sozinha. Minha única família era meu pai, que não estava mais aqui. Como minha vida tinha ficado solitária sem ele. Engoli a emoção que estava prestes a me dominar. Eu precisava ser forte se quisesse sobreviver a esse mundo agora. Não teria mais ninguém para me apoiar e
Sara parecia mais minha chefe do que minha assistente. Como podia ser tão insolente? Eu, dormir no sofá da minha própria casa? Essa era boa! As mulheres geralmente imploravam para dormir na minha cama, mas comigo junto. Era a primeira vez que uma mulher o enxotava para o sofá.– Existe também a opção de dividirmos a mesma cama, já que ela é enorme.Vi quando ela tentou disfarçar o desejo que sentiu com minha proposta. Ela não era tão durona quanto queria que eu acreditasse. Era de carne e osso. E sua carne, sem dúvida, desejava a minha. Não sei por que lutava contra isso. Era uma mulher adulta, que, conforme o contrato de prestação de serviço preenchido, tinha 24 anos. Não duvidava que houvesse muitos homens interessados, mas a questão amorosa parecia ficar em segundo plano para ela.Não devia estar sendo fácil para ela perder o pai. Da forma como fala dele, deviam ser muito unidos. Eu sei como é perder alguém que se ama. Mas o pior do que perder alguém para a morte, é perder alguém p