Como estava descobrindo mais sobre Sara naquele dia. Não tinha ideia de que ela perdera o pai recentemente. Fiquei muito furioso de saber que o homem tinha feito tantas dívidas e as deixado de herança para a filha. Ainda mais com um agiota! O que ele tinha na cabeça para fazer uma coisa dessas? Não contive minha ira e acabei chamando-o de irresponsável sem pensar. Sara não merecia me ouvir falar do pai recém-falecido em um momento em que ela já estava frágil. Só pioraria sua fragilidade. Mas engano meu. Em vez de ficar ainda mais vulnerável, Sara virou uma leoa raivosa. Quase sorri quando ela começou a gritar comigo. Minha Senhorita Encrenca estava de volta.Mantive o semblante sério para não parecer que eu estava zombando dela, caso sorrisse. Mas a verdade é que eu estava muito orgulhoso da mulher corajosa que Sara estava se mostrando. Gostei de ver a frag
Não tinha pensado nas consequências de permanecer em meu apartamento naquele estado. A porta arrombada não teria como ser trancada. E o tal agiota já sabia onde me encontrar. Daria outro recado? Esperava que não, mas não pagaria para ver. Apesar de arrogante, até que Theo estava se mostrando de muita ajuda para mim, que não tenho ninguém no mundo além de Brenda, que estava com o celular desligado quando eu mais precisava da minha melhor amiga. Theo não tinha obrigação nenhuma de me ajudar, mas em momento nenhum se negou a colaborar para me manter em segurança e ainda veio correndo assim que eu liguei para ele em desespero. Uma angústia me dominou. Agora, mais do que nunca, eu me dera conta de que estava completamente sozinha. Minha única família era meu pai, que não estava mais aqui. Como minha vida tinha ficado solitária sem ele. Engoli a emoção que estava prestes a me dominar. Eu precisava ser forte se quisesse sobreviver a esse mundo agora. Não teria mais ninguém para me apoiar e
Sara parecia mais minha chefe do que minha assistente. Como podia ser tão insolente? Eu, dormir no sofá da minha própria casa? Essa era boa! As mulheres geralmente imploravam para dormir na minha cama, mas comigo junto. Era a primeira vez que uma mulher o enxotava para o sofá.– Existe também a opção de dividirmos a mesma cama, já que ela é enorme.Vi quando ela tentou disfarçar o desejo que sentiu com minha proposta. Ela não era tão durona quanto queria que eu acreditasse. Era de carne e osso. E sua carne, sem dúvida, desejava a minha. Não sei por que lutava contra isso. Era uma mulher adulta, que, conforme o contrato de prestação de serviço preenchido, tinha 24 anos. Não duvidava que houvesse muitos homens interessados, mas a questão amorosa parecia ficar em segundo plano para ela.Não devia estar sendo fácil para ela perder o pai. Da forma como fala dele, deviam ser muito unidos. Eu sei como é perder alguém que se ama. Mas o pior do que perder alguém para a morte, é perder alguém p
Saí correndo do elevador para ver se tinham levado o meu cordão quando invadiram minha casa. Eu havia deixado no criado-mudo ao lado da minha cama. Quando bati o olho, não estava lá. Meu coração disparou ainda mais forte. Um pânico foi crescendo dentro de mim. Ajoelhei o comecei a procurar no chão, em meio às coisas bagunçadas e quebradas. Abaixei mais um pouco para olhar debaixo da cama e lá estava ele.Peguei o cordão, coloquei entre as mãos, sentei encostada na cama e desabei a chorar. Estava aliviada. Nunca me perdoaria se tivessem levado a única memória que tinha da mãe. Ainda tinha algumas fotos do meu pai, mas da minha mãe era só essa.Theo chegou e me abraçou. Fiquei aliviada com aquele acalento. Expliquei que estava assim por causa do cordão. Ele olhou desconfiado, não entendendo por que um cordão dourado, que já estava escurecendo, seria o meu bem mais precioso. Em um impulso, abri o coração e mostrei a foto dos meus pais. Quando ele se aproximou para olhar mais de perto é q
Fui provocar Sara e eu que precisei de um banho gelado depois. Essa mulher definitivamente mexia comigo. Precisei sair rápido de perto dela, senão pegaria Sara em meus braços e não me responsabilizaria pelos meus atos. Nunca alguém tinha mexido tanto comigo. Parecia que nossa química era do tipo explosiva.Eu teria que tomar muito cuidado para não me apegar a ela. Era só seguir a regra dos 3 meses que eu ficaria bem, como sempre acontecia. Mas sabia que, em algum momento, eu não resistiria à Sara. Era muita tentação para mim, ainda mais quando ficava brava. Sei que ela não resistiria também. E testei minha teoria indo até a sala enrolado apenas na toalha.Sara ficou de boca aberta e encarando, sem piscar, meu corpo ainda molhado. Vi em seus olhos uma mistura de surpresa, curiosidade e desejo... muito desejo. Ela estava petrificada no lugar. Fui me aproximando e seus olhos castanhos foram se arregalando, como se estivesse presa em seu corpo imóvel, sem poder correr de mim dessa vez. Est
Ele estava vestindo somente a toalha e nada mais. Fiquei boquiaberta e sem reação. Nunca tinha visto um homem sem camisa tão bonito, musculoso e definido. A água ia escorrendo pelo peitoral e deslizando por seu corpo. Desejei tocá-lo e deslizar por ele, como aquelas gotas faziam. Nunca tinha tido a oportunidade de ter um homem para ir além dos beijos. Já tinha beijado alguns rapazes, mas algo bem sem-graça e temporário. Eu nunca levava à frente, nem quando eles imploravam. Não vi graça em nenhum deles… até hoje.Pela primeira vez, um homem me chamou tanta atenção. Até porque era homem de verdade; os outros não passavam de meninos. Theo fazia meu corpo se acender sem nem ao menos me tocar. Ele me provocava com o olhar e me fazia ter sensações nunca antes experimentadas.Me sentia uma mulher moderna e não pretendia me guardar para o casamento, somente não tive oportunidade de me entregar a alguém. Ninguém havia me despertado essa vontade. Mas agora meu corpo estava sedento pela descober
Ah, não... Sara estava chorando quando saí do banheiro já vestido. Será que a decepcionei com minha saída abrupta? Não podia negar que tinha sido a melhor noite da sua vida, mas estaria ela já tão apegada assim? Não quis ser rude, apenas precisava me recompor. Eu precisava consertar isso. Não podia fazê-la chorar, ainda mais depois da noite incrível que ela me proporcionara.– Ei... Deixa eu explicar... Eu não quis sair assim tão rápido. É que... É que... – Eu estava me embaralhando em minhas palavras. Como explicaria que tinha saído correndo para não se apegar a ela. Estava encantado por aquela mulher que tinha um lado avassalador e outro doce e sensível. Era a mistura certa em uma mulher.– Ahn...? Do que você está falando? Acha que estou chorando porque você me deixou sozinha na cama depois de tudo o que fizemos? – Ela começou a rir. Me senti um idiota preocupado com os sentimentos dela, enquanto Sara fazia chacota de mim. – Não se preocupe, senhor CEO... Eu não pretendo me casar c
Que grande burrada! Como eu pude mencionar o nome do pai dele? Agora eu teria que me safar dessa confusão em que me meti.– Ora, acha mesmo que eu iria trabalhar com alguém sem antes investigar a vida dela inteirinha?Ele ainda estava com cara de desconfiado, mas deixou passar. Soltei o ar em alívio. Corri para refazer minha mala e colocar minhas coisas naquela minúscula que ele tinha me emprestado.A Ferrari dele era linda! Fiquei pasma com a exuberância daquele carro. Agora entendi por que ele fez questão de se gabar. Era toda preta, com bancos de couro vermelho. Realmente só havia dois lugares na frente. O carro era tipicamente de um homem que gostava de chamar a atenção das mulheres. Revirei os olhos.Pegamos a estrada em direção a Concord. Ao sair do vibrante e movimentado bairro de Back Bay, lotado de prédios e urbanismos, começamos a entrar em uma paisagem rural típica de fim de outono. Estávamos em meados de novembro, e as árvores já exibiam flores amareladas ou avermelhadas e