A noite tinha sido incrível. Mas, mais incrível ainda estava sendo ver Sara de pé no meu conversível, de braços abertos, curtindo o vendo batendo contra seu rosto. Vendo-a assim, consigo perceber que o rosto, antes de menina, agora refletia uma bela mulher. Parecia que a atitude e as feições dela tinham mudado completamente. Será que perder a virgindade tinha mesmo tanto impacto assim para uma mulher? Não acreditei que tinha sido o primeiro homem de Sara. Sorri ao pensar que ninguém nunca a tocou como eu. Para sempre, seria o primeiro.Olhei para ela enquanto descansava a cabeça no banco do carro, sorrindo. Meu coração pareceu bater mais forte. Consegui ver a doçura por trás da Pinscher raivosa que ela costumava ser. Parecia genuinamente feliz. Enchi meus pulmões de ar e alegria. Estava assim porque a havia proporcionado a melhor noite de sua vida, tinha certeza.Chegamos à fazenda e meu pai estava trancado no escritório. Levei Sara a seus aposentos para descansar. Depois a apresentar
Estava no escritório de Theo, sentada atrás daquela mesa enorme de madeira, fazendo tudo o que ele havia me pedido para adiantar do trabalho. Estava tão concentrada que me distraí com a papelada e as ligações e esqueci o restante do mundo. De repente, escutei uma batida na porta do escritório, e ela começou a se abrir devagar. Tom surgiu por trás e perguntou:– Você tem um minuto?Meu coração quase saiu pela boca. Senti minhas mãos ficaram suando e foi difícil manter um sorriso mesmo que amarelo no rosto. O ar parecia preso em meus pulmões.– Cla–claro… Pode entrar, sim.Era muito difícil ser simpática com quem destruiu a vida do meu pai. Me senti traindo–o só por estar próxima desse canalha. Meu pai estaria decepcionado se soubesse onde eu estava nesse momento e quem estava parado à minha frente. Mas essa seria a chance que eu teria de vingar meu pai, e eu não a perderia por nada.– Sarah Walker, não é mesmo?– Sim, isso mesmo.– Por acaso, conhece Valter Walker?– Você sabe que sim!
Corri para casa para tentar entender o que havia acontecido. Maria tentava acalmar meu pai, oferecendo chá de camomila, mas é óbvio que ele não queria e brigava com ela, como uma criança teimosa e birrenta. O cenário era de puro caos.– Pai, o que aconteceu? Por que Sara saiu daquele jeito e ainda levando meu carro?– Eu não sei. Essa menina é maluca! Me fez acusações absurdas. Falou calúnias sobre meu pai. Me ofendeu de todas as formas possíveis. Onde foi que você arrumou essa assistente? Mande ela embora imediatamente. Não quero ela na minha empresa de jeito nenhum.– Mas o que ela falou exatamente para o senhor, pai? – Eu já estava impaciente querendo entender a situação, mas ninguém parecia querer me explicar direito.– Pergunte a ela. Tem a coragem de vir até minha casa para me atacar. Vê se pode! – Meu pai estava abismado. E eu sem entender o que dera em Sara para fazer algo do tipo com ele. Tudo bem que ela era uma baixinha brava, mas nunca a vi faltar com respeito com ninguém,
Me senti livre como nunca dirigindo aquele carro. Era muito potente. Tinha que tomar cuidado porque qualquer acelerada ele arrancava em uma velocidade absurda. Como era quase fim de tarde e o dia já tinha esquentado mais, abaixei a capota para sentir o vento no rosto. Eu precisava que o vento levasse embora toda aquela raiva que senti daquele canalha que ficou difamando meu pai. Acelerei um pouco mais. Já conseguia quase sorrir agora.Me lembrei da cara de assustado dele quando eu o acusei de matar meu pai. Vi uma tristeza genuína em seu semblante. Talvez o crápula ainda tivesse algum coração por baixo daquela carcaça de pedra, insensibilidade e arrogância. Mas isso não mudava o destino trágico do meu pai nem a vida sofrida que levara. Eu precisava me vingar daquele velho.As pessoas ao redor me olhavam surpresas. Acho que nunca viram uma mulher dirigindo um carro esportivo desse tipo. Uma mulher em u
David e eu iríamos seguir até onde o GPS indicou pela última vez o paradeiro dela. Depois disso, não sabíamos como a encontraríamos. Mas o que eu não podia fazer era ficar de braços cruzados sem tentar resgatá-la. Queria tentar não pensar em nada grave que justificasse sumir ela e o carro do mapa. Continuaria tendo a esperança de que ela estava bem e apenas sem sinal.A verdade é que Sara tinha um ímã para problemas. Tinha sempre alguma coisa acontecendo na vida dela. E agora ele estava metido nos problemas dela também. Mas já que estava envolvido nisso, não a deixaria na mão, à mercê daqueles bandidos. Sabia bem como trabalhavam os agiotas da região. Estavam todos envolvidos com Antonio, o grande mafioso de Boston. Eu tinha contatos que podiam me fazer chegar até ele, mas até que ponto eu queria comprar essa briga de
Me embrenhei no meio da floresta para me esconder. Eu não sabia quem eram os donos daquele chalé no meio do nada e do que seriam capazes. Uma mulher nunca está segura quando está sozinha. Alguns homens acham que, por elas se colocarem nessa posição, estão querendo que eles a ataquem mesmo. É uma grande idiotice que passa na cabeça de homens sem caráter. Quem é capaz de violentar uma mulher é capaz de tudo, porque não tem escrúpulos. E eu não sabia que tipo de gente tinha ali, então não me arriscaria.Comecei a correr porque ouvi latidos de cachorro. Imaginei que se soltassem ele atrás de mim, eu não teria chance. Eu precisava estar em vantagem. Acelerei bastante para dentro da floresta, até que caí... Tropecei em uma raiz alta de árvore que estava para fora da terra. Saí rolando por um declive. Meu vestido ficou completamente encardido de terra preta.Estava muito ofegante do esforço. Me sentei para respirar. Olhei ao redor e me dei conta de que eu estava em uma floresta fechada, escur
Estava aliviado por ter encontrado Sara em segurança. Apesar do que fizemos bem ali, no meio da floresta, por puro instinto, ela parecia fragilizada. Dei meu casaco para ela e caminhamos para fora da floresta, com o velho e o cachorro nos guiando. Paguei a recompensa e ele pareceu muito satisfeito.– Senhor, tome cuidado. Eu vi um lobo imenso lá na floresta. Ele parecia bem perigoso – comunicou Sara ao morador do chalé.– Eu sei quem é. Fique longe dessa gente! Se eu fosse vocês, iria embora agora mesmo. Eu farei o mesmo. Tchau – disse nervoso e saiu rápido, entrou em casa e trancou a porta com vários trincos.– Dessa gente? Que homem doido. Eu estava falando de bicho, não de gente – falou rindo.– Lobo, Sara? Por que não me disse nada? – questionei, sério.– Eu estava tão feliz por você ter me encontrado, que acabei esquecendo. Mas foi tão estranho. Quando você gritou meu nome, ele pareceu ter me indicado o caminho com a cabeça.– Ah, Sara... até parece que um animal selvagem teria a
Eu estava exausta. Não via a hora de ir para casa. Ainda bem que Theo me liberou no horário. Não estava pronta para começar a fazer hora extra ainda. Tinha desacostumado a trabalha em escritório. Amava o home office, mas eu precisava muito deste emprego se quisesse me livrar do agiota. Não aguentava mais tanta adrenalina. Os últimos dias, desde que conhecera Theo, tinham sido intensos. Cada hora uma confusão nova me perseguia.Consegui me livrar temporariamente dos questionamentos de Theo sobre minha briga com seu pai. Homens eram facilmente enganáveis, bastava oferecer um pouco de carícias que eles se esqueciam de todo o resto. Isso era excelente para meu plano. Até fiz questão de dormir de conchinha com ele, para que Theo tivesse o gostinho da minha presença diária em sua cama.Assim que saí do elevador, dei de cara com Brenda.– Amiga, que saudade!– Nossa, Sara! Não faz tanto tempo assim que não nos vemos.– Para mim, faz uma eternidade. Tanta coisa aconteceu nos últimos dias, ami