Eu estava tão desolada. Depois que David me deixou no café, ele foi embora e eu fiquei lá com minha tristeza. Os meses estavam passando tão rápido, e logo os gêmeos estariam aqui. Como eu ia dar conta sozinha?Sentei e comi com calma um sanduíche duplo. Apesar do meu desânimo, os meninos não me deixavam ficar sem fome. Eles brigavam comigo e me chutavam até que eu os abastecesse de novo.Começou a cair uma chuva intensa, então acelerei para terminar logo. Eu daria um pulo no hospital de novo para me despedir de Theo antes de ir para casa. Eu ainda estava me adaptando à casa nova. Ela era muito grande apenas para mim. Eu me sentia muito solitária lá dentro, por isso evitava ao máximo voltar para lá. Só ia mesmo para dormir, nada mais.Com Theo e os meninos, isso mudaria. Decorei-a para ter cara de lar. O apartamento de Theo era muito sóbrio e masculino. Eu queria algo mais aconchegante para a gente. Nesses meses todos em que ele ficou em coma, fui arrumando a casa aos poucos e mobilian
Fiquei encantado com a casa que Sara arrumou para ser nosso lar e dos meninos. O dinheiro do meu pai tinha sido muito bem empregado. Ali, eu já conseguia ver as crianças correndo pelo quintal, cheio de brinquedos que eu mesmo construiria para elas.Nunca fui muito de fazer coisas de casa, pois me pai sempre contratava alguém para fazer. Mas, como eu era uma criança solitária, vivia atrás dos prestadores de serviço pedindo que me ensinassem alguma coisa. Ganhei muitas habilidades com isso.O que mais gostei foi do Sr. Jose, um carpinteiro de mão cheia que vinha fazer nossos móveis planejados. Eu adorava quando ele vinha. Era um senhor muito habilidoso e com muita paciência. Me ensinou muito sobre carpintaria e me deixou até confeccionar vários brinquedos.Agora eu queria colocar essa habilidade em prática e fazer o parquinho e diversos brinquedos para meus filhos. Sr. Jose ficaria orgulhoso do seu aluno mais aplicado.Quando entramos, o interior da casa parecia ainda mais perfeito para
Eu estava muito nervosa. Aquela sala toda iluminada e com meu vestido de noiva pendurado estava me deixando sufocada. Fora que eu já estava com 8 meses, e os gêmeos chutavam meus pulmões. Minha respiração ficou ofegante.Como eu queria meu pai e Brenda naquele momento. Me dei conta de que eu não tinha mais nenhuma amiga para dividir minhas alegrias e aflições. Também não tinha meu melhor amigo para me dar o ombro, me aconchegar e me dar conselhos, que era meu pai. Segurei com força o cordão com as fotos dos meus pais. As lágrimas invadiram meus olhos.Ouvi uma batida tímida à porta. Enxuguei as lágrimas e me recompus, então mandei entrar. Era Karol. Ela estava radiante! Senti uma grande alegria por ver a preocupação dela comigo. Sempre foi muito carinhosa comigo, desde o início, quando fiz a tal entrevista para ser assistente de Theo.– Como vai a nossa noivinha? – perguntou ela.Não consegui falar. As lágrimas me inundaram novamente e comecei a soluçar.– Ah, querida… – disse e me de
A ambulância chegara. Sara e eu estávamos indo direto para o hospital. Eu me arrepiava a cada grito que ela dava. Parecia sentir muita dor, e não tinha nada que eu pudesse fazer para aliviá-la. Me senti tão impotente naquele momento.Quando chegamos ao hospital, Sara foi examinada, e a obstetra achou melhor seguir com uma cesariana, pois o último bebê acabaria nascendo pelos pés, já que não tinha virado, o que seria um grande risco para ele e para a mãe.Vi Sara frustrada, porque quereria parto normal, mas conversei com ela que não valeria a pena colocar eles em risco. A médica indicava o que seria mais seguro. Sara, então, confiou em mim e cedeu.Já na sala de parto, me colocaram ao lado de Sara, por trás de um pano, para que eu não precisasse ver a parte em que a cortavam. Eu agradeci muito por isso.– Theo, você está bem? – perguntou Sara.– Estou... Por que a pergunta?– Você está ficando pálido! Tem certeza de que não vai desmaiar? – disse, rindo. Agora que ela havia falado, me
– Então, aquele filho da put* acaba com meu pessoal, destrói meus negócios e ainda se casa com a mocinha gost*sa? E a vadi*, com aquele barrigão, ainda esperando um herdeiro dele! Argh!– Ei, chefe... Se você quiser, a gente acaba com esse casamento agora mesmo. Vamos entrar metralhando todo mundo!– Tá maluco, Cara de Cão? Você é um amador mesmo, né?! Acha que fazendo isso eles não viriam atrás de nós e nos matariam? Esse playboy é cheio de amigos policiais! Não seja idiot*!Às vezes, eu me perguntava por que eu continuava recrutando esses imbec*s, que mais atrapalhavam do que ajudavam. Se achavam muito espertos e só faziam merd*. Não era à toa que a maioria estava morta agora. Se achavam imbatíveis e se enfiavam na frente das balas.Um bando de idiot*s descartáveis que só atrap
– Ai, amiga... Não sei, não... Meu pai acabou de falecer e já deve estar se revirando no túmulo só de pensar que eu possa conseguir um emprego na empresa do seu maior inimigo de todos os tempos.– Relaxa, amiga! Primeiro, porque o inimigo dele já está aposentado e afastado da empresa. Segundo, quem comanda a empresa é o filho dele, que não tem nada a ver com a sacanagem que o Sr. Tom Vanderbilt fez com seu pai. Terceiro, é que você nunca vai nem esbarrar com o Theodore Vanderbilt, porque a sala do CEO fica na cobertura do prédio da empresa e a vaga à qual você vai se candidatar é para ficar no 4º andar da empresa, o que é muito, muito distante, já que são 20 andares de diferença!– Mesmo assim, Brenda... A empresa leva o sobrenome dele: Vanderbilt Enterprise. Sabe quantas vezes na vida ouvi meu pai xingar os Vanderbilt? Milhões!– Bom, se seu pai não quisesse você trabalhando para eles, Sara, não deveria ter se afundado em bebidas e jogos de azar nem morrido de repente e deixado de he
Que dia estressante! Liguei mais uma vez para o meu pai e disseram que ele não queria falar comigo. Desde que resolvera se aposentar que andava muito esquisito. Se isolou na fazenda da família que ficava no interior da cidade e não atendia mais minhas ligações. O sinal do celular não pegava bem lá, então eu ligava para o fixo, só para ouvir algum dos empregados me dispensar a pedido de meu pai. Já fazia 2 meses que eu não tinha nenhum contato com ele. Droga! Dei um soco na mesa e algumas coisas saíram do lugar. Eu estava à beira de ter um colapso. Ouço uma batida tímida à porta e vejo-a se abrir lentamente. Denise, minha mais nova assistente, apareceu só com os olhos, deixando o restante do corpo protegido atrás da porta. – Senhor Vanderbilt, o rapaz do aplicativo chegou. Devo mandá-lo entrar? – Denise, eu mandei você cancelar TO-DAS as minhas reuniões de hoje! Como você quer deixar alguém entrar agora? Você está de brincadeira comigo? – gritei a todo pulmão. A porta se fechou imed
Passei no balcão de entrada da Vanderbilt Enterprise para fazer minha identificação. Não acredito que eu iria para uma entrevista naquele estado deplorável. Até na foto de cadastro ficou registrada a blusa toda manchada de café. Que vergonha!Brenda foi entrando na frente porque já estava atrasada, depois daquela confusão que causei. Acho que ela nunca mais vai me perdoar, mesmo eu insistindo em dizer que CEO não costuma conhecer seus funcionários e nem devia saber que ela trabalhava lá. Brenda afirmou que ele conhecia todo mundo da empresa, mesmo não sabendo exatamente os nomes. Acho muito difícil um cara com a responsabilidade e falta de tempo dele se importar em saber quem são as pessoas que trabalham para ele.Recebi o crachá para entrar e fui direto para o quarto andar. Será que isso foi um castigo do meu pai por eu estar aqui tentando uma vaga na empresa do seu inimigo? – pensei comigo. Não viaja, Sara. Seu pai tem mais o que fazer agora do que vir aqui só para te castigar por a