Saí correndo do elevador para ver se tinham levado o meu cordão quando invadiram minha casa. Eu havia deixado no criado-mudo ao lado da minha cama. Quando bati o olho, não estava lá. Meu coração disparou ainda mais forte. Um pânico foi crescendo dentro de mim. Ajoelhei o comecei a procurar no chão, em meio às coisas bagunçadas e quebradas. Abaixei mais um pouco para olhar debaixo da cama e lá estava ele.Peguei o cordão, coloquei entre as mãos, sentei encostada na cama e desabei a chorar. Estava aliviada. Nunca me perdoaria se tivessem levado a única memória que tinha da mãe. Ainda tinha algumas fotos do meu pai, mas da minha mãe era só essa.Theo chegou e me abraçou. Fiquei aliviada com aquele acalento. Expliquei que estava assim por causa do cordão. Ele olhou desconfiado, não entendendo por que um cordão dourado, que já estava escurecendo, seria o meu bem mais precioso. Em um impulso, abri o coração e mostrei a foto dos meus pais. Quando ele se aproximou para olhar mais de perto é q
Fui provocar Sara e eu que precisei de um banho gelado depois. Essa mulher definitivamente mexia comigo. Precisei sair rápido de perto dela, senão pegaria Sara em meus braços e não me responsabilizaria pelos meus atos. Nunca alguém tinha mexido tanto comigo. Parecia que nossa química era do tipo explosiva.Eu teria que tomar muito cuidado para não me apegar a ela. Era só seguir a regra dos 3 meses que eu ficaria bem, como sempre acontecia. Mas sabia que, em algum momento, eu não resistiria à Sara. Era muita tentação para mim, ainda mais quando ficava brava. Sei que ela não resistiria também. E testei minha teoria indo até a sala enrolado apenas na toalha.Sara ficou de boca aberta e encarando, sem piscar, meu corpo ainda molhado. Vi em seus olhos uma mistura de surpresa, curiosidade e desejo... muito desejo. Ela estava petrificada no lugar. Fui me aproximando e seus olhos castanhos foram se arregalando, como se estivesse presa em seu corpo imóvel, sem poder correr de mim dessa vez. Es
– Ai, amiga... Não sei, não... Meu pai acabou de falecer e já deve estar se revirando no túmulo só de pensar que eu possa conseguir um emprego na empresa do seu maior inimigo de todos os tempos.– Relaxa, amiga! Primeiro, porque o inimigo dele já está aposentado e afastado da empresa. Segundo, quem comanda a empresa é o filho dele, que não tem nada a ver com a sacanagem que o Sr. Tom Vanderbilt fez com seu pai. Terceiro, é que você nunca vai nem esbarrar com o Theodore Vanderbilt, porque a sala do CEO fica na cobertura do prédio da empresa e a vaga à qual você vai se candidatar é para ficar no 4º andar da empresa, o que é muito, muito distante, já que são 20 andares de diferença!– Mesmo assim, Brenda... A empresa leva o sobrenome dele: Vanderbilt Enterprise. Sabe quantas vezes na vida ouvi meu pai xingar os Vanderbilt? Milhões!– Bom, se seu pai não quisesse você trabalhando para eles, Sara, não deveria ter se afundado em bebidas e jogos de azar nem morrido de repente e deixado de he
Que dia estressante! Liguei mais uma vez para o meu pai e disseram que ele não queria falar comigo. Desde que resolvera se aposentar que andava muito esquisito. Se isolou na fazenda da família que ficava no interior da cidade e não atendia mais minhas ligações. O sinal do celular não pegava bem lá, então eu ligava para o fixo, só para ouvir algum dos empregados me dispensar a pedido de meu pai. Já fazia 2 meses que eu não tinha nenhum contato com ele. Droga! Dei um soco na mesa e algumas coisas saíram do lugar. Eu estava à beira de ter um colapso.Ouço uma batida tímida à porta e vejo-a se abrir lentamente. Denise, minha mais nova assistente, apareceu só com os olhos, deixando o restante do corpo protegido atrás da porta.– Senhor Vanderbilt, o rapaz do aplicativo chegou. Devo mandá-lo entrar?– Denise, eu mandei você cancelar TO-DAS as minhas reuniões de hoje! Como você quer deixar alguém entrar agora? Você está de brincadeira comigo? – gritei a todo pulmão.A porta se fechou imediat
Passei no balcão de entrada da Vanderbilt Enterprise para fazer minha identificação. Não acredito que eu iria para uma entrevista naquele estado deplorável. Até na foto de cadastro ficou registrada a blusa toda manchada de café. Que vergonha!Brenda foi entrando na frente porque já estava atrasada, depois daquela confusão que causei. Acho que ela nunca mais vai me perdoar, mesmo eu insistindo em dizer que CEO não costuma conhecer seus funcionários e nem devia saber que ela trabalhava lá. Brenda afirmou que ele conhecia todo mundo da empresa, mesmo não sabendo exatamente os nomes. Acho muito difícil um cara com a responsabilidade e falta de tempo dele se importar em saber quem são as pessoas que trabalham para ele.Recebi o crachá para entrar e fui direto para o quarto andar. Será que isso foi um castigo do meu pai por eu estar aqui tentando uma vaga na empresa do seu inimigo? – pensei comigo. Não viaja, Sara. Seu pai tem mais o que fazer agora do que vir aqui só para te castigar por a
Entrei na loja e me deparei com um lindo vestido vermelho em uma manequim que estava bem no centro da loja de luxo. Uma vendedora loira, magra, com uma maquiagem leve, apenas para realçar sua beleza de 20 e bem poucos anos, veio em minha direção.– Posso lhe ajudar, Senhor Theodore?Ela me conhecia das outras tantas vezes que eu fora lá para comprar um presente para alguma namorada. O fato é que eu trocava tanto de namoradas que eu estava sempre por lá comprando algum presente para a mais recente felizarda. Apesar de já estar aflorado em mim o desejo de construir uma família, não conseguia encontrar uma parceira com quem eu realmente almejasse o tal “para sempre”.– Olá, Lorena! Vou querer este para presente. – Indiquei o manequim com o exuberante vestido vermelho.Pensar naquela pequena Pinscher vestindo aquela peça fez meu membro latejar. Fazia tempo que meu amigo não era usado. Eu havia desistido de ficar saindo com essas modelos que só estavam interessadas no meu status e dinheiro
Pensei que eu fosse desmaiar bem ali. Minhas pernas ficaram fracas e senti o sangue sumir do meu corpo. Tudo o que eu menos precisava era virar assistente do filho do grande inimigo do meu pai. Tom Vanderbilt tinha acabado com a vida da gente. Ele fez meu pai perder o sonho da sua vida e se manter para sempre como um simples professor de empreendedorismo inovador, que nem um negócio próprio tinha – quanta hipocrisia! Isso o revoltou ainda mais. Deixou-o com “uma mão na frente e outra atrás” logo no momento mais importante de sua vida. Tom fechara negócio com os empresários e o deixara de fora do esquema, recebendo sozinho a mais do que generosa comissão pelo contrato firmado de fornecer transporte de qualidade e a baixos custos para facilitar a importação de produtos da Itália, projeto que tinham elaborado juntos nos últimos anos. Era um contrato milionário, e seu sócio o excluíra por puro egoísmo e ambição. Tom, que se dizia o seu melhor amigo, simplesmente virara as costas para ele
Meu pai continuou contando sobre aquele dia fatídico. Disse que acordara animado para a reunião. Diana foi para uma entrevista de emprego, e ele estava se aprontando para ir para a reunião que poderia mudar tudo para eles. Chegaria mais cedo do que o acordado com Tom, pois estava ansioso e não aguentaria ficar mais tempo naquele apartamento vazio, sem ter ninguém com quem desabafar seu nervosismo.Valter foi pegar o celular, que deixara carregando a noite toda. Droga! Viu que o fio não estava encaixado direito e restavam só 10% de bateria. Mas, não tinha problema. Levaria o carregador e carregaria lá no coworking quando chegasse. Até a hora da reunião, já estaria com a bateria cheia.Nesse momento, seu telefone tocou. Atendeu rápido com medo de a bateria acabar e ser algo importante. Era do Lawrence Memorial Hospital. Sentiu a espinha gelar. O que poderia ter acontecido?– Por favor, fale logo do que se trata, a bateria do meu celular está acabando – suplicou Valter.– Sr. Walker, aqu