No próximo capítulo, Sara estará menos raivosa e muito mais vulnerável na frente de Theo. Vocês imaginam o que vai acontecer? Não deixem de acompanhar!
Aaaargh! Que homem insuportável e mandão! Não acredito que acabou de me obrigar a aceitar ir visitar o pai dele, o maior inimigo de seu pai, única família que lhe restara e que acabara de deixá-la. Valter, definitivamente, devia estar se revirando no túmulo de tanta decepção da filha. Eu sentia como se estivesse traindo a única pessoa que nunca me abandonou, que esteve ao meu lado em tudo, momentos bons ou ruins. Como eu odiava aquele Vanderbilt filho, do mesmo modo como cresci odiando o pai e o avô dele. Deus me livre lhe passar meu endereço. Aí ele, no mínimo, desconfiaria de quem eu era filha, meu segredo seria revelado e perderia o único emprego que me permitiria pagar mais rápido as dívidas deixadas pelo pai. Era uma família de esnobes, que achava que podia comprar as pessoas.O próprio pai do Tom, depois da traição toda, quis recompensar meu pai com algumas migalhas de dinheiro. Meu pai, orgulhoso demais, jamais aceitou. Naquele dia em que ligou para o amigo, para contar o motiv
Era tarde da noite quando meu celular tocou. Quem seria a uma hora dessas? Ninguém nunca me ligava, muito menos à noite. Corri para atender. Podia ser alguma emergência com meu pai. Olhei o visor: Sara. O que, diabos, ela queria assim tão tarde? Será que queria cancelar a viagem de amanhã? Ah, mas isso ela não ia fazer mesmo. Atendi já com a raiva à flor da pele.– Alô – rosnei.– Sr. Vanderbilt? – ouviu-a dizer, com a voz trêmula de quem estava com medo. Seu corpo inteiro gelou.– Sara? O que houve? – questionei em tom mais acolhedor, mas ela teve uma crise de choro e não conseguia mais falar. Do outro lado do telefone, eu só conseguia ouvi-la se debulhando em lágrimas. Me senti completamente impotente. Um senso protetor me dominou e quis ir correndo tirá-la de qualquer sufoco que estivesse passando. Colocaria Sara em seus braços e não permitiria que nada a atingisse.– Me envia sua localização, Sara. Estou indo para aí agora.Ela devia estar mesmo desesperada, porque assim que desli
Me escondi entre uns cilindros de metal gigantes que ficavam no terraço. Coloquei minhas sacolas no chão e me sentei, apoiando meus braços e cabeça em minhas pernas dobradas. Estava difícil respirar. Tentei manter a calma, mas eu só conseguia visualizar minha sala toda revirada. Meu abajur preferido espatifado no chão. Cola nenhuma conseguiria resgatar meu fiel amigo de leituras noturnas.Assim que desliguei com o Sr. Vanderbilt, enviei a localização e me senti um pouco mais calma. Algo na voz dele me passou muita segurança. Estou indo para aí agora, dissera assim que percebeu meu desespero. Era bom saber que tinha alguém que se preocupava comigo, mesmo que fosse alguém como ele. Até deixei um pouco, só um pouco, a rivalidade de lado. Mas foi por puro desespero mesmo.Ouvi um estrondo quando a porta do terraço se abriu e gritei. Que ótimo! Agora saberiam onde eu estava escondida! Outra onda de desespero começou a me dominar e a querer impedir minha respiração. Me preparei para correr.
Como estava descobrindo mais sobre Sara naquele dia. Não tinha ideia de que ela perdera o pai recentemente. Fiquei muito furioso de saber que o homem tinha feito tantas dívidas e as deixado de herança para a filha. Ainda mais com um agiota! O que ele tinha na cabeça para fazer uma coisa dessas? Não contive minha ira e acabei chamando-o de irresponsável sem pensar. Sara não merecia me ouvir falar do pai recém-falecido em um momento em que ela já estava frágil. Só pioraria sua fragilidade. Mas engano meu. Em vez de ficar ainda mais vulnerável, Sara virou uma leoa raivosa. Quase sorri quando ela começou a gritar comigo. Minha Senhorita Encrenca estava de volta.Mantive o semblante sério para não parecer que eu estava zombando dela, caso sorrisse. Mas a verdade é que eu estava muito orgulhoso da mulher corajosa que Sara estava se mostrando. Gostei de ver a frag
Não tinha pensado nas consequências de permanecer em meu apartamento naquele estado. A porta arrombada não teria como ser trancada. E o tal agiota já sabia onde me encontrar. Daria outro recado? Esperava que não, mas não pagaria para ver. Apesar de arrogante, até que Theo estava se mostrando de muita ajuda para mim, que não tenho ninguém no mundo além de Brenda, que estava com o celular desligado quando eu mais precisava da minha melhor amiga. Theo não tinha obrigação nenhuma de me ajudar, mas em momento nenhum se negou a colaborar para me manter em segurança e ainda veio correndo assim que eu liguei para ele em desespero. Uma angústia me dominou. Agora, mais do que nunca, eu me dera conta de que estava completamente sozinha. Minha única família era meu pai, que não estava mais aqui. Como minha vida tinha ficado solitária sem ele. Engoli a emoção que estava prestes a me dominar. Eu precisava ser forte se quisesse sobreviver a esse mundo agora. Não teria mais ninguém para me apoiar e
Sara parecia mais minha chefe do que minha assistente. Como podia ser tão insolente? Eu, dormir no sofá da minha própria casa? Essa era boa! As mulheres geralmente imploravam para dormir na minha cama, mas comigo junto. Era a primeira vez que uma mulher o enxotava para o sofá.– Existe também a opção de dividirmos a mesma cama, já que ela é enorme.Vi quando ela tentou disfarçar o desejo que sentiu com minha proposta. Ela não era tão durona quanto queria que eu acreditasse. Era de carne e osso. E sua carne, sem dúvida, desejava a minha. Não sei por que lutava contra isso. Era uma mulher adulta, que, conforme o contrato de prestação de serviço preenchido, tinha 24 anos. Não duvidava que houvesse muitos homens interessados, mas a questão amorosa parecia ficar em segundo plano para ela.Não devia estar sendo fácil para ela perder o pai. Da forma como fala dele, deviam ser muito unidos. Eu sei como é perder alguém que se ama. Mas o pior do que perder alguém para a morte, é perder alguém p
Saí correndo do elevador para ver se tinham levado o meu cordão quando invadiram minha casa. Eu havia deixado no criado-mudo ao lado da minha cama. Quando bati o olho, não estava lá. Meu coração disparou ainda mais forte. Um pânico foi crescendo dentro de mim. Ajoelhei o comecei a procurar no chão, em meio às coisas bagunçadas e quebradas. Abaixei mais um pouco para olhar debaixo da cama e lá estava ele.Peguei o cordão, coloquei entre as mãos, sentei encostada na cama e desabei a chorar. Estava aliviada. Nunca me perdoaria se tivessem levado a única memória que tinha da mãe. Ainda tinha algumas fotos do meu pai, mas da minha mãe era só essa.Theo chegou e me abraçou. Fiquei aliviada com aquele acalento. Expliquei que estava assim por causa do cordão. Ele olhou desconfiado, não entendendo por que um cordão dourado, que já estava escurecendo, seria o meu bem mais precioso. Em um impulso, abri o coração e mostrei a foto dos meus pais. Quando ele se aproximou para olhar mais de perto é q
Fui provocar Sara e eu que precisei de um banho gelado depois. Essa mulher definitivamente mexia comigo. Precisei sair rápido de perto dela, senão pegaria Sara em meus braços e não me responsabilizaria pelos meus atos. Nunca alguém tinha mexido tanto comigo. Parecia que nossa química era do tipo explosiva.Eu teria que tomar muito cuidado para não me apegar a ela. Era só seguir a regra dos 3 meses que eu ficaria bem, como sempre acontecia. Mas sabia que, em algum momento, eu não resistiria à Sara. Era muita tentação para mim, ainda mais quando ficava brava. Sei que ela não resistiria também. E testei minha teoria indo até a sala enrolado apenas na toalha.Sara ficou de boca aberta e encarando, sem piscar, meu corpo ainda molhado. Vi em seus olhos uma mistura de surpresa, curiosidade e desejo... muito desejo. Ela estava petrificada no lugar. Fui me aproximando e seus olhos castanhos foram se arregalando, como se estivesse presa em seu corpo imóvel, sem poder correr de mim dessa vez. Est