AMELIAA segunda feira iniciou atribulada depois de um domingo cheio de ressaca ao qual ouvi todos os reclames de meu pai e tive de ser legal com as visitas. Como é habitual sempre há uma reunião e outra aos finais de semana, onde acabo vendo hóspedes pela casa e me pergunto o motivo de tantas comemorações inúteis, onde meu pais se mostram como o casal perfeito. Todos sabem que eles mais brigam como cão e gato. Creio que essa é fachada que encontram para fugir de suas frustrações.Tomei da bicicleta e apesar, de tanta coisa para fazer, senti alívio de ganhar a rua e respirar o cheirinho de café das cafeterias casuais em meio as lojas vintage e livrarias. Andar pelo meu bairro é sentir uma parte do coração de Londres, e o charme do colorido de suas casas estilo vitoriano. Há bastante artesanato, brechós e até Carnaval na temporada de Agosto. Aqui foi produzido o filme Um Lugar chamado Nothing Hill o que tornou mais requisitado em termos de passeios e cheios de turistas. Sempre é comum
AMELIA Meu coração acelerou. Não havia necessidade de tanta intimidação, porém não sabia se falava, ou dava meia volta e saía pela porta. Era muita coincidência vê-lo de novo. —Olá, como vai? —Sorriu, curvando os lábios deixando as linhas de expressão mais evidentes por baixo dos óculos. Usava um terno impecável azul, a barba levemente crescida e o cabelo bem cuidado. —É... você... —Estou substituindo sua psicóloga. Ela não avisou você? Pensei um pouco meio atordoada, não recebi nenhuma mensagem. —Na verdade não. — Ela enviou e-mail para todos seus pacientes, sua mãe está muito doente em Nova Jersey. Ela viajou e não tivemos outro substituto além de mim. Merda! Pensei comigo, eu mal checava meus e-mails nem parecia ter celular. —Claro. — sorri, mostrando compreensão e com alguns passos hesitantes me coloquei no assento diante dele. A lembrança da noite que me ajudou, venho com força e esbocei um sorriso apertado tentando aparentar calma; quando a curiosidade tomava partido de
AMELIAQuente e fria. A definição dele sobre mim, combinava comigo, mas diante dele eu queria ser quente. O que é mesmo que acabou de acontecer? Eu reencontrei o anjo como meu psicólogo? Joice me paga. Com tantas formas de mandar recado, ao menos podia me ligar, nem todos podem ver e-mails. Se rolei meus olhos em alguma mensagem, não lembro exclusivamente de ver qualquer texto dela.Voltei para casa, risonha e distraída mais que o normal. Não podia dar na telha com esse comportamento na frente dos meus pais, eles sempre achavam um forma de fazer uma observação, por mais ridícula que fosse. Entrei em casa e Bob me saudou como de hábito, batendo o rabo e fazendo barulho pelo colar de metal, grafado seu nome. Ele era meu companheiro de sempre.Não vi meu pai, mas minha mãe, senhora Margareth Taylor munida do avental de oncinha e suas incontáveis mancha de tinta, seguia focada na pintura. Dei um oi rápido subindo as escadas e joguei-me na cama, porque minha cabeça só sabia repetir como ma
WILLIAMPeguei meu casaco, junto da maleta de couro e passei pela recepção. O expediente havia acabado.— O senhor quer que desmarque a sessão do meio dia de sábado? —Ane, a moça loura de cabelos ondulados, minha secretária perguntou.— Não. Aquele rapaz, não tem outro horário, se possível antecipe a consulta de Julia Mackenzie para quinta.Dizendo isso, me despedi e deixei a clínica um pouco apressado chegando o estacionamento. Abri a porta do carro, jogueu os pertences no carona e tomei assento ao volante.Ganhei as ruas, com a cabeça fervendo a pensamentos junto de um cataclisma de emoções emergendo dentro de mim. Não posso descrever a antecipação que formiga meu estômago ao estar perto de Amelia. É como se não fosse suportar, mais um minuto sem vê-la. Tudo está acontecendo tão rápido, que nem consigo raciocinar direito.A certeza definitiva que trago comigo é que meu casamento foi um erro. Tento agradar minha esposa, mas vivo mesmo para meu filho. Ela não é mais amorosa como antes
AMELIA A forma como ele me beija é quente fechando completamente o espaço entre nós. Eu podia empurrá-lo, não dar abertura, mas provoquei uma parte disso e não quero parar, não importa se me arrependa. Um pequeno gemido saltou de meu lábios quando a mão dele envolveu minha bunda e invadiu entre minhas pernas. Joguei a cabeça para trás, senti o calor de seus lábios descer meu pescoço e mordiscá-lo de modo torturante. Eu não conseguia pensar na chuva ou nos arredores. Como se estivéssemos numa pequena bolha de desejo, o resto do mundo virou apenas uma memória distante. E tive que admitir que gostei e sabia que ia gostar muito mais, principalmente quando ele puxou minha mão de encontro a sua virilha dura. — Você vai cuidar disso... sei que vai — gemeu com desejo entre meus lábios. O telefone vibrou na bolsa e fingi não ouvir. Sentia ele pressionar minha boca e fundir sua língua mais e mais, mas o toque persistente, quebrou o nosso momento perfeito. Afastei dele nossas respirações pesa
WILLIAMO som de nossas respirações e olhares entrelaçados só me faziam querer beijá-la e carimbei meus lábios nos dela onde enfiei a língua em sua boca. Ela devia estar assustada, seu corpo tremia enquanto minhas mãos, desciam pelas curvas do corpo dela, mas retribuiu o beijo com desejo e apertei o bumbum arrebitado, escondido numa saia xadrez medíocre, que fez meu pau ficar duro em segundos.Invadi seu paraíso escondido, com uma das mãos e o atrevimento abafou um gemido dela em minha boca, enquanto sentia sua umidade. Agia como inconsequente, sabendo que do lado de fora, poderiam ouvir qualquer ruído nosso. Alisei seu cabelo, trazendo o lábio inferior entre meus dentes. Ela envolveu os braços a volta do meu pescoço, na tentativa de alinhar-se a minha altura e a tirei do chão intensificando o beijo. Esfreguei meu corpo no dela, fazendo-a sentir com vontade minha ereção, louca por alívio.Amaria que ela me prendesse e faria gozar tanto e gritar meu nome até perder a voz.Algo vibrou n
WILLIAM Se há uma coisa que não tenho feito tão bem, é mentir. Tenho me denunciado eventualmente e isso é um problema ao esconder Amelia. A fachada que construí ao longo dos anos entre meu casamento, minha carreira está cedendo. Sou um homem com ânsia de viver, independente, reconhecendo o quanto é preciosa a liberdade e querendo sentir esse sabor. Não devo nada a ninguém e meus amigos com seus conselhos depravados, entendem minha frustração. Nelson manteve um casamento de quinze anos e a esposa o traiu com seu melhor amigo, Spike vive como um moleque e só quer curtir a vida. O problema é meu, e apesar da forma como eles continuam a insistir, torna forte a vontade de desabafar, no entanto. —Pelo seu silêncio acertamos em cheio. —A frase de Nelson me fez voltar ao planeta terra. —De fato existe e não é algo que está ao meu alcance. — Como é? —Spike e ele se olharam reciprocamente — Então, você tem uma amante? —Não. A conheci por acaso, ajudei ela num momento complicado. Senti uma
AMELIAEmma não sabe nada sobre o que aconteceu com meu psicólogo quente. Devo chamá-lo assim, depois da forma descarada com que me tratou na última sessão. Ele conseguiu me assustar um pouco, mas não tirou a vontade de dar pra ele. E só tenho pensado em nós juntos não importa que seja casado. Meus lábios se separam ligeiramente ao vê-lo tão elegante. Um belo terno sob medida verde musgo e uma camisa grafite estilo Tommy deram a ele um visual descontraído e infinitamente sexy, dando a ligeira lembrança do ator Tom Hiddleston em seus trajes finos nos jogos de Wimbledon.Com uma das mãos joguei o cabelo para trás inalando o ar. Poucos metros nos separam. Seus olhos cintilam me atingindo em cheio que balanço a cabeça sem conseguir sair da mesma posição.—Eu quero ir no fliper—Emma toca no meu braço, e nem espera eu responder me levando em frente.Ao passar nas proximidades do bar, localizamos os amigos dela e junto deles, seguimos para ala dos jogos. Quando fizemos a curva de um dos corre