Tetraedro II - Dentinhos de Leite

Tetraedro II - Dentinhos de LeitePT

Paranormal
Yuri Pablo  Completo
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3 Reseñas
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Resumen
Índice

O pai abastado de uma jovem passa pelo desespero de seu desaparecimento até que finalmente a encontra no mais insuspeito dos lugares: um hospital público, onde ela e outras jovens semelhantes, todas bonitas, loiras e desmemoriadas se recuperam de uma perda severa de sangue – mas além disso, nenhum outro sintoma ou explicação do dia anterior. Aturdido, não apenas com a estranheza do ocorrido, mas com o comportamento desconcertante de sua filha após o trauma, resolve apelar para uma ajuda nada convencional: quatro feiticeiros adolescentes que, presunçosos de sua última grande vitória contra o sobrenatural, estão dispostos a encarar as trevas e a noite por reconhecimento... e pelo dinheiro que preencherá seus bolsos.

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Priscila Franco
O que dizer, sem enrolação, direto com um vasto mundo a viajar...
2024-01-10 02:09:58
0
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Maria Aparecida
tem continuação?
2023-10-18 10:27:42
3
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diadorim_silva
Poxa! No melhor da história o livro acaba e deixa o leitor com gostinho de quero mais! O autor escreve muito bem e prende o leitor. Parabéns!
2023-10-18 03:33:55
1
8 chapters
Prelúdio e dedicatória
          Em noites anteriores...           O pequeno grupo de aprendizes de feiticeiro autointitulado Tetraedro se reúne na noite de seu primeiro trabalho importante: exorcizar uma suspeitíssima praga de baratas que anda infestando um bairro praieiro na cidade de Natal.            Acreditando ser apenas uma ocorrência mundana, o grupo parte em direção às trevas e à mata atlântica no encalço dos insetos... e se depara com algo muito mais terrível do que poderia imaginar: um demônio. Munidos apenas de algumas poucas habilidades mágicas, muita astúcia e improviso, porém, subjugam e encarceram a entidade. O primeiro grande trabalho do Tetraedro lhes rende algum espólio em dinheiro e em confiança do contratante. Um último inconveniente, entretanto, é necessári
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1 - A ala das oxigenadas
            Rafaela dormia inquieta, meio pendurada na cadeira de metal branco descascado que rangia quando o corpanzil pendia para um dos lados. Entre os dedos roliços, um copo plástico com café pela metade esfriava sob o trabalho barulhento do ventilador de teto. O jaleco, longe de estar impecavelmente branco, combinava com os arredores longe de estarem impecavelmente limpos.             Tudo na copa do hospital parecia apenas a meio caminho daquela assepsia imaculada esperada por um ambiente altamente contaminante. A pia metálica, limpa, exibia pequenas manchas de ferrugem nos cantos. As paredes brancas não eram totalmente alvas – havia um dégradé para o amarelo muito sutil na metade inferior. A tinta que revestia as janelas tinha pequenos pontos rachados, assim como a geladeira, o fogão e os armários. O cheiro era uma mistura de álcool nauseante e pinho perfumado dos produtos de limpeza. Mesmo a iluminação era i
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2 – Açúcar liberado
            Paladar. Segundo o dicionário Oxford, é a função sensorial que permite a percepção dos sabores pela língua e sua transmissão, através do nervo gustativo ao cérebro, onde são recebidos e analisados.            Tão frio. Tão exato. Tão... impreciso. Lena conseguiria pensar em dezenas de outras descrições melhor apropriadas para uma função tão importante de seu corpo, não estivesse, no momento, entregue ao prazer quase devasso de suas delícias. Sua língua experimentada valsava entredentes ao sabor suave das notas doces, se curvava à pujança das amargas e se retraía ao pequeno beliscão azedo ao final da coreografia. Por fim, a pequena apneia de antecipação ao prazer da primeira colherada c
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3 – Arco-íris
            O hotel Rifóles era um dos muitos recantos praieiros de luxo situados na via costeira da cidade. Exatamente de frente para o mar, proporcionava a seus hóspedes uma vista encantadora do infinito azul-turquesa que seguia atlântico adentro até que os olhos se vissem impedidos de seguir adiante, barrados pela linha do horizonte.            Ou por cortinas grossas e fechadas, o que limitava muito a visão magnífica do oceano, por um lado, mas também preservava a identidade de todos os ocupantes do quarto espaçoso e elegantemente decorado, por outro.            Eugênio Botelho era um senhor de meia idade, com o rosto cheio de vincos e cabelo tingido de forma que gritava artificialidade. Não parecia alguém dado a brincadeiras – impressão acentuada por seus óculos extremamente caros
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4 – A loira do corredor
            A praça Augusto Severo era, havia muito, habitué de moradores de rua e alunos gazeteiros que perambulavam pelos arredores do prédio principal da antiga rodoviária. O edifício de dois andares ficava de frente para o Teatro Alberto Maranhão, situado no outro extremo da praça, então protegido por tapumes em função de uma reforma que já se arrastava por anos. Um passeio pelas redondezas mostraria um misto entre a arquitetura urbana contemporânea, com suas casas feias em forma de caixa, geralmente em dois andares dos quais os térreos sempre eram pequenos estabelecimentos comerciais, e alguns poucos edifícios muito encardidos que ostentavam o estilo arquitetônico colonial, com suas janelas de gesso decoradas e suas fachadas angulosas e opulentas. A única similaridade entre os dois tipos de prédio era o fato de todos estarem pichados
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5 - Paladar refinado
            Voltar para dentro do prédio depois de tê-lo deixado foi um teste para a força de vontade. Com algum esforço, guiaram a moça para fora, afastaram alguns dos tapumes que o cercavam e a deixaram sob os cuidados de Igor, que se comprometeu a levá-la o mais longe possível e então chamar uma ambulância. Ela, que se debateu em agonia durante todo o percurso, se acalmou abruptamente assim que se afastou do edifício. Resolveram seguir em frente antes que o motorista retornasse, por uma questão de poupar tempo. Já passava muito da meia-noite, e o carro vazio, aberto e com faróis acesos chamaria atenção indevida a qualquer momento. Atravessaram o saguão, subiram as escadas, e rapidamente haviam voltado ao primeiro andar.            – Precisamos passar um pente fino. – Laura determinou. –
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6 - Dentinhos de leite
            – Mas que porra você fez, Lena? – Nandini perguntou, horrorizada com o que acabara de ver. Laura e Daniel vinham logo atrás.            A voz esganiçada da colega fez Lena recuperar a compostura e lentamente abandonar sua presa, levantando-se. Havia assuntos mais urgentes com que se preocupar.            – Puta merda! – Nandini seguia praguejando. – Você matou o menino, Lena! Você matou ele!            Laura, que havia acabado de chegar, levou a mão à boca e apenas observava estática. Daniel olhava das companheiras para Lena, dela para o cadáver, e dele para as companheiras de volta.            – O q
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7 - O erudito de tez perolada
            A rua Frei Miguelinho era espantosamente silenciosa àquela hora da noite. À medida que Igor conduzia o carro ocupado com os quatro adolescentes ansiosos entre os demais estacionados na mão única, aumentavam as dúvidas acerca do funcionamento de qualquer estabelecimento na região. O único sinal de que algo interessante poderia estar ocorrendo ali era duas viaturas policiais transitando preguiçosamente, de forma pouco pretensiosa, mas deixando claro que se necessário, fariam valer a lei e a ordem. Se vagassem por ali em qualquer outro dia, no passado, nenhum dos quatro teria sequer notado esses detalhes, mas hoje era crucial que nada passasse despercebido.            Igor estacionou alguns metros adiante do local de destino: a Casa da Ribeira.            Originalmente uma hospedaria aberta mais de
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